
A leitura de «Vidas» de Maria Filomena Mónica acelerou hoje o Alfa. O capítulo sobre os "Vencidos da Vida" pareceu-me especialmente pertinente, nesta época de sinistro aldrabar da História. Oliveira Martins, republicano, socialista (laico?), diz-se por aí.
Ora em boa verdade, O.M. aderiu ao Partido Progressista em 1884. Integrara o movimento «Vida Nova», no fundo uma manifestação pró controle do excessivo protagonismo político dos partidos. É ele a alma dos «Vencidos da Vida», grupo jantante que, aliás, baptizou e do qual faziam parte 11 membros.
Foi administrador a Companhia de Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa, ganhou fama comos seus Portugal Contemporâneo e História de Portugal, candidatou-se ao Parlamento pelo Partido Socialista, sem exito, e só pelo Partido Progressista seria eleito deputado pelo círculo de Viana do Castelo.
Dos Vencidos esperou, fundamentalmente, um apoio que o conduzisse a uma pasta ministerial. Obtetê-la-ia num governo progressista chefiado por José Dias Ferreira. Foi Ministro das Finanças, fugidiamente e frustrantemente. À data da sua morte, cria nas vantagens do dito «fortalecimento do poder real». Muito teria O. M. dado ao País, não fora o seu precoce desparecimento.
Em suma, de Oliveira Martins proudhoniano, ninguém duvidará. Um social-democrata, diriamos hoje. O O. M. jacobino ou «de punho erguido» só mesmo na imaginação dos refazedores da História, que nos compete, neste ano de sufrágio por Portugal, denunciar.
De acordo caro amigo, subscrevo.
ResponderEliminarConheço pouco de Oliveira Martins, no período da regeneração a "estrela" foi o Fontes Pereira de Melo, já da corrente realista Coimbrã, destacavam-se mais figuras como o Eça e Antero de Quental, Oliveira Martins era uma figura mais científica nesse contexto da regeneração.
A regeneração marcou o fim dos Cabrais e um dos períodos de maior crescimento da nossa história rico em finanças e letras, poderemos chamar-lhe a revolução cultural Portuguesa.
Daí a colar a regeneração ao Jacobinismo não vão Quilómetros vão anos luz !
Um abraço.
Oliveira Martins interrompeu os estudos com a more do pai. Era o mais velho de 7 irmãos e foi preciso trabalhar para sustentar a familia. Foi um autodidacta.
ResponderEliminarConheceu Eça no tempo do Cenáculo, massó mais arde se tornou grande amigo, dadas as adinidades literárias. Morreu em 189..., desiludido com a politica e os politicos. Escrevia muito bem e eu aconselh-o vivamente a lêr o Portugal Contemporâneo porque julgo que o vai deixar admiradíssimo.
Um abraço.
O.L. interrompeu os estudos com a morte do pai.Era o mais velho de 7 irmãos e teve de trabalhar para o sustento da família.
ResponderEliminarConheceu Eça nos tempos do Cenáculo. A grande amizade veio depois, porque ambos escreviam. Morreu cedo, em 189..., absolutamente desiludido com a politica e os politicos.
Tinha sipmatias assumidas por D. Miguel, visto um seu avê ter combatido pelo lado legitimista.
Por isso, meu caro, se puder leia o Portugal Contemporâneo. Está muito bem escrito e vai deixá-lo admirado em muitos aspectos.
Um abraço