Seis meses depois, o recuo da
extrema-esquerda nas eleições em Espanha é um ténue sinal de esperança nesta
Europa crispada e sem norte, em evidentes dificuldades com o ajustamento a uma
ordem económica cada vez mais global, que assim se torna pasto das franjas mais
demagógicas e populistas.
O facto é que nem sempre “podemos”, e a coligação de radicais liderada pelo lunático Pablo Iglésias perde no seu conjunto mais de um milhão de votos e as forças moderadas exibem uma resiliência notável. Para lá das previsíveis dificuldades do fortalecido Rajoy formar um governo estável, isso é uma boa notícia.
É sabido como os tempos de crise sempre constituíram uma oportunidade para os extremistas e uma tentação para os alienados. Em Portugal não deveríamos esquecer o sangue, suor e lágrimas que nos custaram os “amanhãs que cantam” emergentes da crise do Mapa Cor-de-Rosa no final do século XIX, cujo delírio deu origem aos mais tresloucados aproveitamentos políticos (como a intenção de se partir para a guerra contra os ingleses com armamento comprado por subscrições públicas).
Desses tempos despontaram impantes os fanáticos “nacionalistas” republicanos, uma virulenta força radical minoritária que dominaria a partir daí a agenda política. Responsáveis pelo assassinato do Chefe de Estado e depois pela messiânica revolução do 5 de Outubro, em 1910 a república interrompeu mais de meio século de aprendizagem da democracia liberal e arrastou o País por dezasseis anos de miséria, terror e despotismo. Foi a oportunidade dada de bandeja a Oliveira Salazar que, em 1928, acabou com o regabofe.
Acontece que aqui ao lado, no desastrado xadrez da política joga-se muito mais do que uma economia fragilizada, ou a reversão desta ou daquela política. Em Espanha está em jogo a unidade de uma grande potência europeia, que poderá desmoronar pela força dos egoísmos nacionalistas com consequências económicas e políticas inimagináveis.
Uma vez mais, vivemos tempos perigosos.
O facto é que nem sempre “podemos”, e a coligação de radicais liderada pelo lunático Pablo Iglésias perde no seu conjunto mais de um milhão de votos e as forças moderadas exibem uma resiliência notável. Para lá das previsíveis dificuldades do fortalecido Rajoy formar um governo estável, isso é uma boa notícia.
É sabido como os tempos de crise sempre constituíram uma oportunidade para os extremistas e uma tentação para os alienados. Em Portugal não deveríamos esquecer o sangue, suor e lágrimas que nos custaram os “amanhãs que cantam” emergentes da crise do Mapa Cor-de-Rosa no final do século XIX, cujo delírio deu origem aos mais tresloucados aproveitamentos políticos (como a intenção de se partir para a guerra contra os ingleses com armamento comprado por subscrições públicas).
Desses tempos despontaram impantes os fanáticos “nacionalistas” republicanos, uma virulenta força radical minoritária que dominaria a partir daí a agenda política. Responsáveis pelo assassinato do Chefe de Estado e depois pela messiânica revolução do 5 de Outubro, em 1910 a república interrompeu mais de meio século de aprendizagem da democracia liberal e arrastou o País por dezasseis anos de miséria, terror e despotismo. Foi a oportunidade dada de bandeja a Oliveira Salazar que, em 1928, acabou com o regabofe.
Acontece que aqui ao lado, no desastrado xadrez da política joga-se muito mais do que uma economia fragilizada, ou a reversão desta ou daquela política. Em Espanha está em jogo a unidade de uma grande potência europeia, que poderá desmoronar pela força dos egoísmos nacionalistas com consequências económicas e políticas inimagináveis.
Uma vez mais, vivemos tempos perigosos.
Publicado originalmente no Diário Económico
Texto que poderia hoje muito bem ser divulgado como perfeitamente actual. Premonição?
ResponderEliminarA malta do Bloco de Esquerda (que consegue ser pior que os do PCP) é como os republicanos de 1910 do tipo "somos muito bonzinhos, somos muito queridos, somos do povo, queremos o bem... mas depois são do mais extremistas e radicais que pode haver. Que nunca governem em Portugal.
ResponderEliminarE esses do Podemos são iguais.