tag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post8215438691525673347..comments2023-09-27T13:18:09.842+01:00Comments on Centenário da República: "A hora tremenda do juízo final" (Raúl Brandão)João Távorahttp://www.blogger.com/profile/15807278173459646576noreply@blogger.comBlogger10125tag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-57473349175644325412010-04-23T17:21:32.450+01:002010-04-23T17:21:32.450+01:00Exº Sr. João Afonso, no rol desses escandâlos não ...Exº Sr. João Afonso, no rol desses escandâlos não esqueceu a séria e famosa questão do Ultimato? que foi sobejamente explorada pelos republicanos e de forma vil? <br />E perdoe-me a ignorância, Ex. Dr. João Afonso, mas essa dos fósforos não sabia eu ( a minha formação não é na área da História... mea culpa, mea culpa).<br />Pois eu continuo a achar q a forma como Brandão exemplifica esses males sociais, muito embora com algumas pinceladas literárias bem dadas, não deixa de ser unidireccional e como tal, pouco abrangente. Ele não abre muito o seu leque de visão, detendo-se frequentemente numa linguagem muito emocional e registo hiperbólico, como já aqui o Sr. referiu.Não deixa de ser admirável, contudo, como são tratados alguns dos seus temas. Mas revela um pessimismo poético q torna pouco credível uma análise sociológica da época.<br />E "algo teve de mudar: ou a mentalidade, ou os costumes das pessoas"?? Pensei q as duas coisas estivessem intimamente ligadas, e q forçosamente uma conduzisse à outra...<br />Sim e mudaram. Mentalidades e costumes. Mas não acredito q tivesse sido dessa forma tão radical como ele nos transmite.<br />Da geração dos nossos avós para a dos nossos pais a diferença não foi nenhuma. Basicamente, no Portugal profundo, como hoje é moda dizer, tudo continuou na mesma. E harmonia de classes é uma utopia e um velho sonho q nunca se realizou nem irá realizar.<br />Aproveito para desejar a S Ex. Sr. João Afonso, os melhores votos de bom sucesso para amanhã na Confraria da Nazaré, na apresentação do seu livro.( se entendi bem a data) Lamento não poder aparecer, mas certamente será uma leitura na minha lista obrigatória.Lurdes Gonçalves Pereirahttps://www.blogger.com/profile/00227035860943255983noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-66150504279458165302010-04-23T10:11:04.960+01:002010-04-23T10:11:04.960+01:00Olha que lindo avião!
É a Menina Medeiros a voar p...Olha que lindo avião!<br />É a Menina Medeiros a voar para Paris.<br /><br />M. Figueira.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-72860179678946997042010-04-23T09:45:17.416+01:002010-04-23T09:45:17.416+01:00Sra. D. Lurdes:
Como é sabido, os anos finais da M...Sra. D. Lurdes:<br />Como é sabido, os anos finais da Monarquia ficaram marcados por dois escandalos que o Partido republicano explorou venenosamente em Lisboa, com bos resultados para si: o monopólio dos fósforos e os adiantamentos.<br />Negociatas de mebros da Casa Real ou de importantes figuras do Regime (ou os seus filhos...) nunca foram tema para bota-abaixo.<br />Das duas uma: ou porque não aconteceram, ou porque o P. Republicano não lhes reconheceu importância para atacar a Monarquia.<br />Décadas depois, R. Brandão exemplifica os males da época justamente com um caso desses.<br />Algo teve de mudar: ou a mentalidade, ou os costumes das pessoas.João Afonso Machadohttps://www.blogger.com/profile/05568572234846484762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-5679372754136765742010-04-22T23:02:45.626+01:002010-04-22T23:02:45.626+01:00E a qualidade literária de R Brandão pode ser disc...E a qualidade literária de R Brandão pode ser discutível...lá porque as pinceladas sejam dadas com muito boas letras não quer dizer q o quadro final venha a ser um primor. Quanto a ele ter visto muito, ainda é mais discutível: bem, muito pode ter visto mas quantidade nunca significou necessariamente qualidade. Ou, por outras palavras, pode ter visto muito mas só numa direcção. O que é redutor.Lurdes Gonçalves Pereirahttps://www.blogger.com/profile/00227035860943255983noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-48780245898053448872010-04-22T21:12:36.620+01:002010-04-22T21:12:36.620+01:00Eu estou como este sr. "bicho" diz: é pr...Eu estou como este sr. "bicho" diz: é preciso ser-se ingénuo ou abstraído da realidade social para se enveredar por essa visão decadentista de Brandão. A História das mentalidades e a História política e social caminham de mãos dadas, numa articulação incontornável, uma influenciando a outra e vice-versa. Contudo, a sua essência lógica, os seus ritmos são de natureza diversa como toda a gente sabe. Daí podermos afirmar que não existe um Portugal ( social, mental )anterior à república, tal como não surge um Portugal "novo" a partir do dia 5 de Outubro de 1910. Comparativamente às mentalidades e sua evolução, o facto histórico e pontual da implantação da república não passa de um registo superficial da História. Os valores, usos e costumes portugueses não mudaram radicalmente com esse evento.<br />Há que observar a História e todo o contexto mental em questão com mais rigor e sobretudo com a objectividade devida e necessária à não deturpação dos factos. Coisa que o espírito literário de comiseração social de Raul Brandão não estava preparado para fazer. Não por incapacidade intelectual, claro, mas antes pela sua formação pessoal e filiação estética, por ser fruto do seu tempo, como todos nós somos ao fim e ao cabo ( com algumas raras excepções ). Muitas das acusações e constatações que Brandão deixa claramente transparecer neste seu texto - divisão entre classes sociais, o individualismo, a falta de valores éticos e humanos,a ganância, o materialismo que ultrapassa o sentimento de solidariedade humana - encaixar-se-iam bem em muitas épocas ( não só na nossa, João afonso )e em muitas circunstâncias históricas. <br />Mas reportando-me agora à introdução q João Afonso faz ao texto: é claro que o novo regime <br />( e já anteriormente como assumido partido revolucionário ) cria e difunde uma imagem da monarquia como sendo fonte de todos os males, explorando as fraquezas da política do regime monárquico e lendo os infortúnios da época como se dele ( regime monárquico) fossem apanágio. E, nesta linha de propaganda, proclama-se como salvador da pátria.<br /> Na minha última visita a Lisboa comprei o nr especial da " Visão-História" e não pude deixar de notar, com surpresa, q a tábua cronológica vai de 1889 e acaba em 1910. E é um desenrolar de descalabros, segundo esta perspectiva tendenciosa e redutora. Mas dos anos conturbados q se seguiram não reza a História. Ou melhor, não interessa ser posto em causa. Foi cristalizada de tal forma a ideia de que a monarquia faz parte da História, que é algo retrógrado e que é até estranho ou próprio de mentes ingénuas e caducas pôr sequer a questão do seu ressurgimento, que se torna díficil furar este falso quadro mental e apresentar uma séria reavaliação das vantagens de um regime monárquico. Eu penso q este é o nosso maior desafio,de todos nós monárquicos, dos actuais dirigentes , de D.Duarte. Não é fácil. Mas é aliciante e vale a pena. Para bem do país.Lurdes Gonçalves Pereirahttps://www.blogger.com/profile/00227035860943255983noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-70181905961324640232010-04-22T21:02:20.018+01:002010-04-22T21:02:20.018+01:00E já tarda!E já tarda!Nuno Castelo-Brancohttps://www.blogger.com/profile/15001127483401788610noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-58607901408749473682010-04-22T18:23:07.976+01:002010-04-22T18:23:07.976+01:00Filipa:
No texto de R. Brandão há tudo menos facto...Filipa:<br />No texto de R. Brandão há tudo menos factos. Há a sua impressão, pintada com muito boas letras de uma mentalidade e de um percurso. De uma evolução. Diz R. Brandão (e eu também) que bastante negativo.<br /><br />Daquilo que a vida me ensinou e eu consigo comparar, havia antes, da parte dos «ricos» uma atitude de muito maior atenção para com os desfavorecidos.<br />Ventos revolucionários classificaram essa atitude ora de caciquismo, ora de paternalismo. Criticamente: eramos todos iguais, todos com os mesmos direitos. Resultado: cada um se refugiou nos seus direitos, vale dizer no seu egoísmo.<br />É isso que está implicito no discurso de R. Brandão. Apetece dizer: sejam egoístas, como eu, que ao menos não sou politico...João Afonso Machadohttps://www.blogger.com/profile/05568572234846484762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-9623807583130151282010-04-22T18:15:32.689+01:002010-04-22T18:15:32.689+01:00Caro Amigo:
De acordo consigo quanto à qualiade li...Caro Amigo:<br />De acordo consigo quanto à qualiade lierária de R. Brandão. Não foi personagem que se embrenhasse na politica, mas toda a sua obra reflecte as suas preocupações de ordem social. Que é o que vê nesta transcrição, aliás póstuma (morreu em 1930).<br />Evidente, nem tudo era um mar de rosas transformado em inferno no dia 5/OUT. Mas R. Brandão viu muito. Deve ter visto sobretudo uma mudança de mentalidades que assinalou hiperbólicamente. Mas estão todos os nossso actuais tiques: o clientelismo, o novo-riquismo, a negociata, a desconfiança que a todos merece a classe politica. E todos estes tiques, a gente vê-os em Portugal há 100 anos. Cada vez mais acentuados...João Afonso Machadohttps://www.blogger.com/profile/05568572234846484762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-1602703729188629932010-04-22T17:15:04.172+01:002010-04-22T17:15:04.172+01:00Grande escritor do meu Porto que dedicou a sua vid...Grande escritor do meu Porto que dedicou a sua vida a escrever sobre as gentes do mar.<br /><br />Lá em casa tenho eu o meu exemplar dos pescadores, um homem de grande humanidade, talvez por isso sensível a estas mudanças do início do sec. XX.<br /><br />Não serei eu assim tão crédulo como isso nessa harmonia de classes de que fala o autor mas é uma opinião que respeito enquanto sua, o período da monarquia constitucional foi fértil em guerras e fomes, com alguns interregnos como o foi o período de Fontes Pereira de Melo nos anos 70 de 1800; o meu amigo que é estudioso nessa lide de procurar no passado saberá melhor que eu, acho estranho apenas, mais ainda por sair da alma de alguém particularmente sensível como Raúl Brandão.O Faroleirohttps://www.blogger.com/profile/03412553291763932186noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-2043856885724352716.post-49569807203362007822010-04-22T17:05:57.575+01:002010-04-22T17:05:57.575+01:00João Afonso,
Por isso é que é preciso saber olhar...João Afonso,<br /><br />Por isso é que é preciso saber olhar a História. Não basta determo-nos na mera transcrição factual, que pode ser feita de diversas formas.<br />A teoria da História, a Filosofia, a História das mentalidades, contribuem para uma visão mais alargada do "acontecimento" em si.<br />Os factos são sempre os factos, mas a que luz, os vemos ou os fazemos ver, nesta ou naquela época em concreto?...Filipa V. Jardimnoreply@blogger.com