1979. O virar do milénio é uma linha muito lá no horizonte. Os desafios colocados a Portugal são múltiplos e de difícil ponderação. Já se fala abertamente na adesão da CEE, algo por que ainda se teria de aguardar uns tempos. Entre a esperança e as preocupações há um espaço amplo que justificou a compilação de depoimentos, realizada po Jaime Nogueira Pinto, na publicação denominada «PORTUGAL NO ANO 2.000» (Editorial Intervenção).
Trinta anos volvidos vale a pena relê-la. Estão lá as velas todas do macabro centenário que agora se comemora - 16 anos de descalabro político e indisciplina militar; 48 de medo dos antecedentes e autocracia parola; e 36 de jogos partidários e corrupção à la carte. Denominador comum: a perda da consciência nacional, a incapacidade para construir uma economia de olhos postos no futuro.
Uma leitura que se aconselha.
E um excerto, a aguçar a curiosidade dos portugueses. Do depoimento de António Barreto (pág. 50):
«Mau grado as generosidades democráticas que conhecemos nos textos e no regime, a constituição e a lei são, em matéria eleitoral, singularmente sectárias, rígidas e não democráticas. O sistema eleitoral é concebido para conservar a dinâmica de uma sociedade aberta, que será uma das características essenciais da democracia moderna. Modernidade, eis outra palavra chave que devia interessar mais a classe política que apareceu em cena logo após o 25 de Abril. Esta reproduziu "tiques", atitudes e esquemas de pensamento da primeira República, com quase todos os seus defeitos».
Cada um pense para si. Estamos, ou não, como em 1979? Ou como em 1911?
João Afonso,
ResponderEliminarÉ uma questão complicada. Muitos factores teriam que ser analisados com isenção.Um regime só por si, penso que não explica tudo, nomedamente quando estamos a falar de um País pequeno, periférico e sem grandes recursos.
Que houve erros, sem dúvida. Que contínua a haver,certamente. Mas olhe,aproveite, que parece que o Sr. Cavaco Silva não consegue regressar a Portugal por causa da núvem de poeira de um vulcão. Sendo assim, parece que estamos numa espécie de interregno...dizem...
Filipa:
ResponderEliminarParece que sim - hoje Sócrates na AR para Louçã: «Manso é a tua tia, pá!»