
Timor - vamos ajudar? Esse o repto lançado por El-Rei D. Duarte III, em 1987, a todos os portugueses de consciência, a quem não poderia ser indiferente o drama dos então ainda nacionais do outro extremo do planeta.
Muitos, muitissimos, de nós, vulgares cidadãos, respondemos, e fez-se o que se pode para conseguir condições de melhoria de vida para os timorenses.
O Estado republicano ignorou a questão. Fez ouvidos de mercador. Como já antes assobiara para o lado, ao ouvir os ecos do assassinato do Ten.-Coronel Maggiolo Gouveia e dos seus subordinados e, de um modo geral, todos as notícias da guerra civil que chegavam à capital.
Até que as televisões estrangeiras o trairam - ao Estado republicano - miserávelmente. Através das suas imagens, cruas e reais, o Pais tomou conhecimento do massacre do cemitério de Santa Cruz, em que as tropas indonésias mataram e feriram centenas de estudantes de Timor.
Faz hoje 19 anos!
Foi uma aflição. E agora que o Estado não podeia continuar ignorando o que todo o povo já sabia? Bradaram os tribunos republicanos, organizou-se um ridículo navio que chegou até perto de Timor para fugir, de rabo entre as pernas, à primeira intimação dos indonésios. Recorreu-se às instâncias internacionais, foi um alarido, a indignação geral, - a farsa generalíssima, afinal, só para deitar um pouco de areia aos olhos dos portugueses. Como se tudo não pudesse ter sido evitado antes!
E assim se invoca um dos mais gloriosos momentos da República - esse em que a Indonésia invadiu território português disparando indiscriminada e fatalmente contra portugueses. Sem reacção dos governantes republicanos.
Também se conhece um famoso episódio da oferta de uma tipografia aos timorenses. SM foi deixada em terra australiana, para dois figurões chegarem primeiro e terem o seu tempinho de antena na RTP. Coisas...
ResponderEliminarJoão,
ResponderEliminarFoi talvez a última "causa", essa, a de Timor, que galvanizou consciências e fez com que as pessoas se quisessem e fizessem ouvir. Depois disso, entrou-se numa espécie de torpor, só quebrado aqui e ali por mais um ou outro acto eleitoral, com mais ou menos praia, a pesar nas sondagens.