São estes 59,57% de desdenhosos do sistema, os brilhantes resultados obtidos pela centenária. Há quem teça loas ao "grande sucesso" e como sempre, aí estão as desculpas para uma derrota que é clara e que a todos os candidatos partidários atinge. O "novo cartão de eleitor", os "problemas do recenseamento" - como se fosse a primeira vez que Portugal vai às urnas -, o "frio glacial", o "sol de inverno", a "irresponsável preguiça" e outras casualidades mais, aparecem como a trilha de atalho para um estrondoso fracasso. Agora, bradam contra aquilo que dizem ser uma "trafulhice organizada pelo governo, CNE e capangas a soldo"! Uma campanha miserável feito por e para gente de discutível dimensão, para um país caído no mais profundo descontentamento que desta forma ignorou todos os apelos. Esta derrota do Esquema é tão mais visível, quando se avizinha um futuro próximo cheio de incertezas e eivado de perigos. Portugal muito bem fez em ignorar os apelos dos seus cangalheiros, sejam eles nulidades vociferantes ou semi-mudos situacionistas por conta própria. O "grande homem, previdente e consciencioso salvador da Pátria", é "reeleito" por 25% do eleitorado. É esta, a representatividade republicana.
Ninguém, a não ser os monárquicos, fez ouvir a sua voz em constantes apelos à não participação. Mesmo assim, muitos de nós houve que se decidiram pela ficção da participação cívica, sendo nítida e perfeitamente escusada, a sua presença nas três primeiras candidaturas.
Muitos conseguiram aquilo que se pretendia, lançando um pacífico aviso aos que querem e mandam. Há cem anos, os precursores dos vencidos de hoje, utilizavam outro tipo de métodos, condenando uma instituição à indelével mácula original. Hoje, a nódoa vê-se como nunca.
Não haverá 4ª República presidencialista. O sistema habilmente armadilhado, prosseguirá o seu caminho para a total insignificância. De facto, quem venceu fomos nós. Os da campanha pelo basta!
A avalanche de ingressos nas Reais Associações, significa algo que há muito aqui avisámos.
Marcelo Rebelo de Sousa já pede obrigatoriedade de voto. Inteligente como de facto ele é, prevê certamente um ecatombe do regime e, ao mesmo tempo, quer-se precaver de uma elevada abstenção caso seja o candidato PSD daqui a um lustro, algo que é notório que ambiciona. Como o voto obrigatório matava dois coelhos (salvo seja) com uma única cajadada.
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