«Portugueses:
Para homens de dignidade e de honra, a situação política do País é inadmissível.
Vergado sob a acção de uma minoria devassa e tirânica, a Nação, envergonhada, sente-se morrer.
Eu, por mim, revolto-me abertamente.
E os homens de valor, de coragem e de dignidade que venham ter comigo, com as armas nas mãos, se quiserem comigo vencer ou morrer.
Às armas, Portugal!
Portugal, às armas, pela Liberdade e pela Honra de Portugal.
Às armas, Portugal!».
Esta não é uma proclamação recente, da autoria de um Otelo ou de umas Brigadas Revolucionárias quaisquer. Data de 1926 e o seu teor expressa bem a coboiada que foi a I República. Com ela o Marechal Gomes da Costa deu início à chamada Revolução Nacional, com princípio em Braga - que delirantemente a aplaudiu, como o Porto também e o resto do País, cansado de golpes, contra-golpes, politiquices, corrupção e fome.
E a Revolução atravessou pacíficamente Portugal e foi instalar-se em Lisboa, onde se demorou 48 anos. Tantos quantos viveu a II República. A mais longeva filha da República-mãe.
O preço da extinção da "ditadura das ruas" foi elevado. A II República surgiu muito autocrática, impondo o silêncio a toda a gente. Refinou a actuação da polícia política, perseguiu, prendeu, torturou. Actualmente, é de tal modo execrada que os próprios republicanos a renegam. Esquecendo que, na tirada final dos seus dias, os propósitos liberalizantes de alguns foram aparados cerces pela facção mais ortodoxa, encabeçada pelo Presidente Almirante Américo Tomaz.
O que será a IV República ainda não sabemos. Sabemos apenas que os mais entusiastas da actual, a III, gastaram 10 milhões de euros a comemorar o fim da Monarquia.
Quando o País, de Norte a Sul, já era, como é, literalmente, uma casa de penhores!
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