quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Venha o Rei

Hoje estive a dirigir a montagem de uma importante exposição. E, na vicissitude dos vários problemas surgidos, lembrei-me deste regime republicano! Tal e qual. Foi, corta e substitui. Não basta falar das peças, há que mudar o tabuleiro! Sem preconceitos; com projecto.
A mudança que o país precisa não se faz só por mudanças de roupagem. Mudam-se as vontades, mudem-se os tempos e modos de regime. Caia a República, mude-se a orgânica, faça-se a lavagem da esterqueira, esprema-se a "democracia" e vamos a ver o que isto dá!!! Por muito que os falsos "Moisés" nos queiram levar para a margem das falhadas "virtudes",  a travessia deste deserto só se fará com a esperança. Por algo novo,  transformador e egrégio.

Bater no ceguinho

Não gosto de unanimismos. Assim, foi pasmado que assisti ontem ao debate entre jornalistas na SIC Notícias sobre a inédita entrevista ao presidente da república: nenhum dos convidados fez o mais pequeno esforço por disfarçar a sua antipatia para com o personagem, sendo que os esgares de ressentimento de António José Teixeira pareceram-me até despudorados. Deste fenómeno de unanimidade do “quinto poder” que se evidencia há muito, pelo menos desde que se começou a adivinhar a inevitável a reeleição de Cavaco, o que me aflige mesmo é a dificuldade dos jornalistas tirarem daí as devidas ilações: o modelo semipresidencialista remete-nos para uma mistificação a respeito dos poderes e isenção do cargo. Um mito benigno para os da sua facção, maligno para os seus detractores, trágico para a Nação. Ou seja, a falta de uma Chefia de Estado orgânica é bem mais grave quando o país se acerca do olho do furacão e carece como nunca dum sólido símbolo de unidade.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sóquete tigela

A imprensa de sóquete tigela teima em colocar epítetos em numerosas personagens. Vive-se a moda de enunciar as pessoas por um só nome ou apelido {Freitas, o Esteves, Carvalhas} – como se toda a gente reconhecesse a "figura" como "representante" desse nome –, vive-se a mediana de apresentar as pessoas por uma suposta "qualidade". No que toca ao "jet Set", então, a coisa é caricata. Um conhecido travesti é apelidado de "Conde" – "o" Conde –. Sei que para muitos, dos que escrevem e dos que lêem, colar um Conde, ou afim, à "qualidade" (pela falta dela!) de certas pessoas é motivo de regozijo, de deixar espuma e satisfação nas entranhas. É algo que lhes está nos ossos, herdado, certamente, pelos sonhos do igualitarismo de cacete. 
Nem todos têm de entender/perceber de história, da história das sociedades, das regras de nobilitação do antigo regime, mas desfigurar um título colando-o ao sabor dos complexos é falta de cultura e de gosto. Toda a gente quer ser qualquer coisa, um degrau acima, a República agradece e distribui os baptismos com  Donas, com Senhoras Donas, com Doutôras, os Stôres, os Senhores engenheiros, os "Reis", da bola, da música e variedades. "Ó Rica" sociedade de meia, não, sóquete tigela.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Heroico ato

Um ato do ativo ator Joaquim, cheio de ação e efetiva conceção, e de excecional tato mental, fez com que o público tivesse uma reação coletica de profunda estupefação pelo introito. Joaquim adotou uma postura seleta e vai daí de jiboia, cato e boia na mão atirou uma joia para a plateia – os que o veem nesta atitude  de correção e exata postura enchem de palmas o noturno teatro. Que excecional talento deste ator, de tão bom aspeto, que também é arquiteto, diretor, colecionador, confecionador e um reto e seletivo cidadão, curiosamente, batizado no Egito nesse distante verão de 1960. Ele é uma autentica autoestrada de estoicismo e há de, um dia, chegar a presidente da agroindustria local. Podem crer os que me leem e os que me releem.


*prosa escrita ao abrigo do "acordo (!) ortográfico" desta abastardada III República

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fuga de Peniche


O Professor, licenciado, João Serra, que preside actualmente à Guimarães2012, capital europeia da cultura, amigo, instalado e ex-chefe da casa civil do ex-presidente Jorge Sampaio, vai em Peniche proferir uma conferência sobre a Republica (e que local tão simbólico para a II República)! O que nos poderá dizer este "Grande Oficial" da "Ordem da Liberdade" sobre o republicanismo? A nós nada. Sobre Republicanismo tudo. De facto, a República instalou-se pelo "republicanismo", ou seja, pelo "saber estar na República"!! É um "Grande" tema. Oportuno. As minhas orelhas já estão a ferver ainda o inflamado tema não foi proferido. Aos homens e mulheres que prezam a Liberdade de ideias e convicções, fujam. Quais camaradas, fujam. Fujam de Peniche.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Comemoração da Fundação da Nacionalidade - Coimbra 5 de Outubro 2011

A Causa Real e a Real Associação de Coimbra organizam no próximo dia 5 de Outubro nessa cidade um programa de comemorações da fundação da nacionalidade, ocorrida com a assinatura do Tratado de Zamora, um diploma resultante da conferência de paz entre D. Afonso Henriques e seu primo, Afonso VII de Leão e Castela a 5 de Outubro de 1143.
Do programa da efeméride consta uma Missa Solene seguida de homenagem ao Rei Fundador, pelas 11h00 na Igreja de Sta. Cruz, seguindo-se pelas 15.00hs na sala do capítulo uma alocução de S.A.R. o Senhor Dom Duarte aos presentes, após a qual será recebido na Câmara Municipal de Coimbra.

Transportes a partir de Lisboa

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

... e vão 7


Esta mania de eleger as "maravilhas" tem tanto de patético como de pernicioso. Por um lado denota o perfil feirante das mentes proponentes das "maravilhas", por outro tem o perigo de comprimir um todo de características e conhecimento numa nota de enciclopédia. Pior, faz-nos tender a resumir numa emoção o "objecto" que vai a "votos"!! Se a democracia faz com que os políticos eleitos o sejam, muitas vezes, por minoria, esta ideia de levar a "democracia" sobre todas as coisas tem o seu quê de diurético. Mas, foi para isto que também se fez o "25 de Abril"...
Uma ideia para os senhores promotores destas eleições: elegerem as 7 mer_avilhas da coisa pública nacional-republicana.* 

* Nesta altura de crise, para resfriar os custos, pode-se aproveitar, até, o logo das comezainas de garfo e faca, tem tudo a ver; falta só acrescentar uma desnudada ou um barrete.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Paiva Couceiro, um herói português

Será apresentado na próxima quarta-feira, 14 de Setembro, às 18h30, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo «Paiva Couceiro, Diários, Correspondência e Escritos Dispersos», do historiador Filipe Ribeiro de Meneses (Dom Quixote). situado A cerimónia será presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

No mesmo dia será assinada – pelos netos – a doação ao Estado português do Arquivo Pessoal de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (1861-1944), capitão de artilharia, explorador, combatente e administrador colonial, e um dos líderes das tentativas de restauração monárquica, após a implantação da República. No total são cerca de 40 caixas contendo mais de cinco mil documentos inéditos abarcam o período de1892 a 1956.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os estrangeiros podem vir em equipas comprar as nossas empresas mas já não são bem vindos a dar pontapés na bola


"O Presidente da República, Cavaco Silva, condecorou nesta terça-feira a selecção portuguesa de futebol de sub-20 que se sagrou vice-campeã no Mundial da categoria, que decorreu na Colômbia". – Os jogadores foram empossados "cavaleiros" da Ordem do Infante Dom Henrique, e para a equipa técnica a "Comenda" da Ordem do Infante Dom Henrique. Bem, não vou fazer comentários sobre a contradição que é esta República distinguir cidadãos, quando propala a igualdade de punhos cerrados, muito menos sobre a mercê de "Cavaleiro", mas não me posso deter sobre os comentários que o Presidente fez sobre o número de jogadores estrangeiros a jogar em Portugal. – Então o Sr. Presidente não gosta dos feitos dos nossos jogadores que jogam no estrangeiro? Então não somos um país moderno? Que vocemeçês quiseram globalizado? Invadido por tudo quanto é marcas? Invadido por tudo quanto é gostos e desgostos? Invadido por tudo quanto é conceitos e tiques do estrangeirismo? Vocemeçês não passam a vida lá fora a estender a mão e a pedir para os de fora virem investir (comprar) o que é nosso? Se tudo o que temos é maioritariamente forasteiro porque raio não podemos ter jogadores de aquém e além mar a dar uns pontapés numa bola?


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Desertores


No mundo (à parte) do futebol, o seleccionador "nacional" disse que o jogador Ricardo Carvalho era um "desertor". Desde logo a imprensa escrita e falada convocou as autoridades intelectuais e morais para debater este epíteto. Eu sei o que significa Desertor. O Ricardo Carvalho lá teve as suas razões, eu diria que foi mal educado, mal criado, mal humorado, deselegante, pretensioso, incumpridor, mas desertor é uma expressão que remete para um contexto uns andares bem acima do condomínio relvado onde vinte e poucos se entretêm a correr e a ganhar muito dinheiro e tempo de antena. Desertar pode estar associado a Covardia, pode estar associado a Traição. Um desertor também é alguém que foge, mas entre fugir e abandonar há muitas diferenças e o medo – enquanto emoção indutora da fuga – não é desculpa pláusivel se o corpo mental do indivíduo for constituído por princípios e valores éticos e afectivos. Depois há a Coragem; nas minhas quatro décadas de vida aprendi que a coragem cruza-se com o carácter e que apenas parte dela é submetida na massa muscular.
No Portugal real eu conheço desertores, porventura bem amados pelo povo, bem amados pela conveniência da "situação", desculpados pela ocorrência das historietas, desertores desculpados pelo regicídio, pela "república", desculpados pelas "revoluções", pelos cravos, pelas rádios argelinas, pelas "descolonizações", pelo pântano, pela tanga. Se a esses o povo chama "heróis" porque haveria o Ricardo Carvalho ser um desertor?