domingo, 28 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 28 de Fevereiro

  • 1915

É assassinado em Lisboa, o deputado do Partido Democrático, Henrique Cardoso

Pimenta de Castro não quer que o parlamento reuna-se a 4 de Março, como tinha sido decidido na sessão parlamentar de Janeiro, porque considera que os poderes de quem tinha sido eleito em 1911 tinham caducado há 9 meses

  • 1919

Tiroteio em Lisboa

O decreto 5188 institui tribunais militares para julgamento de revoltosos monárquicos

  • 1920

Greve na CP

Greve dos funcionários públicos

Ocorrência de vários atentados terroristas

  • 1922

Aumento do preço da água para consumo próprio

Fontes: aqui

sábado, 27 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Republicanas fantasias



As mulheres republicanas, cidadãs de segunda, sem direitos na tal "República Emancipadora"


"A República que se instaurou há cem anos atrás está na origem da democracia em que vivemos. A construção da democracia teve um contributo essencial das lutas dos republicanos contra a Monarquia e, depois de 1910, em defesa da República".

(...) "Mas é importante fazer perdurar a memória de quem lutou pela instauração de uma República emancipadora, de quem lutou pela sua preservação contra as ameaças de regresso ao passado, de quem resistiu contra, blá, blá, blá, blá" (...).


Confesso que me belisquei duas vezes ao ler o textozinho que o Centro Nacional de Fotografia fez publicar no seu sítio-web, pois coisas tão patetas raramente têm o topete de sair a público e exibir-se com tamanho despudor. É mentirosa, é rente de ignorância cavalar e um monumento à propaganda. É confrangedora a demissão da inteligência. Resigno-me assistir à longa procissão de manicurismo doutoral, de cultura inculta e de encomendas que sujam os turiferários do elogio mercenário.

Miguel Castelo-Branco no Combustões

Cronologia da república - 26 de Fevereiro

  • 1911

Prisão de membros do clero

  • 1917

Perante a proibição do governo de iluminar-se à noite, a cidade de Lisboa, é reforçado o policiamento pela G.N.R

Fontes: aqui

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

A Longa História do Poder

Como Isabel Alçada e Ana Maria Magalhães ensinam a república às crianças. Ou de como uma mentira mil vezes repetida não a torna realidade.

Cronologia da república - 25 de Fevereiro

  • 1911

O ministro da justiça proíbe a divulgação da pastoral ao clero

Greve geral em Setúbal

  • 1915

Numa deslocação ao Estoril, Afonso Costa e António José de Almeida seguem com Bernardino Machado, conservando entre si alguma distância

  • 1922

O restabelecimento da pena de morte em Portugal é alvo de grande contestação

Fontes: aqui

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

O fariseísmo da República.

«A derrota republicana de 31 de Janeiro de 1891 podia ter representado o dobre de finados das esperanças de democratização do país.»
Prof. Amadeu Carvalho Homem

Depreendemos, então, que o país não era uma democracia em 1891. Ou seja, o que faremos a todo ao trabalho do Liberalismo, dos seus agentes e instituições, antes e depois de 1834?

Dito por um historiador de craveira isto é grave. Muito grave.
Esta é a nossa historiografia.

Este "tempo"


Este "tempo" está chuvoso, permanentemente chuvoso. É uma água que não rega não frutifica. Entope. Estamos no centro de uma "depressão cavada". Neste regime que nos encova.


Cronologia da república - 24 de Fevereiro

  • 1915

O governo emite um decreto eleitoral que dá direito de voto a oficiais, sargentos e equiparados, ao mesmo tempo que cria 22 círculos plurinominais no continente

  • 1924

Os funcionários públicos são proíbidos de manifestarem-se

O governo proíbe a manifestação convocada pela USOL contra a opressão capitalistas e política

Fontes: aqui

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 23 de Fevereiro

  • 1911

É fechado o jornal "O Rebelde" de Leiria

  • 1912

Eusébio Leão é demitido do cargo de governador civil de Lisboa

  • 1914

Turbulência na CP

  • 1919

Depois da queda da Monarquia do Norte, a estratégia para a manutenção do poder é a ocupação do poder local, através de alianças com os notáveis. É assim que os Democráticos começam à corrida de funções nos governos civis, câmaras e juntas de freguesia, após a dissolução da assembleia da república e de todos os detentores de cargos no poder local.

Fontes: aqui

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ética Republicana?


Ética republicana. Como se a palavra ética não valesse por si. Como se o adjectivo a valorizasse ou a aumentasse. Como se o mesmo atributo lhe desse um estatuto de uma qualquer superioridade.
Agora que se comemoram os 100 anos da República a propalada ética republicana promete voltar em catadupa. Como já tivemos três Repúblicas, o que quer dizer essa adjectivação da ética? É que já houve de tudo no plano ético e político. Uma coisa e o seu contrário. De positivo e de negativo. De construtivo e de destrutivo. De seguidismo e de persecutório. De direitos e de míngua deles. De verdade e de mentira. De carácter e da sua falta. De serviço probo e de aproveitamento criminoso.
A verdadeira ética não é apropriável. Existe por si ou não existe. Bem sei que somos todos cidadãos e não súbditos. Logo, portadores de direitos e de obrigações. Mas antes e acima do cidadão há sempre a pessoa. Com inteligência, vontade, percepção e consciência. Pessoa e cidadão são indissociáveis na razão ontológica e teleológica da nossa individualidade. Quando se fragmentam, a ética dissolve-se.
Diz-se que a ética republicana consiste sobretudo em cumprir escrupulosamente a lei. Já o fariseu era um absoluto legalista. Acontece que o conjunto das normas jurídicas e o conjunto das normas éticas jamais coincide. Há matérias reguladas pela lei que não exprimem qualquer juízo ético, como há muitas regras de conduta ética que não estão juridicamente plasmadas. A ética não se estrutura na dicotomia legal / ilegal, mas radica na consciência. O conjunto do que é moralmente aceitável (o legítimo) é mais restrito do que é juridicamente aceitável (o legal). Nem tudo o que a lei permite se nos deve impor, e há coisas que a lei não impõe mas que se nos podem e devem impor. A pessoa tem mais deveres éticos do que o cidadão. A consciência de uma pessoa honesta é mais exigente do que o produto de um legislador. A lei é o limite inferior da ética.
Nenhuma lei proíbe em absoluto a mentira, a desonestidade, a deslealdade, a malvadez, o ódio, o desprezo, a vilanagem… Como nenhuma lei só por si assegura a decência, a verdade, a amizade, a generosidade… Na ética pura não há lugar para a falaciosa “terceira categoria ética” dos actos indiferentes entre os bons e os maus.
Olhemos para a crise global que se instalou no mundo. Há muitas explicações técnicas mas, no fim, chegamos sempre à escassez ética onde a fronteira entre o bem e o mal se erodiu fortemente. Olhemos para o que se passa na governação do nosso país, onde a verdade definha, a autenticidade escasseia, o exemplo desaparece. Onde é conveniente separar a pessoa da função e a função da pessoa, como se o carácter fosse divisível. Onde há faces ocultas de quem nada deveria ter a ocultar. Onde assuntos públicos se disfarçam de privados e os juízos éticos não vão além de um qualquer sistema sancionatório ou penalista. Tristes faltas de ética. Chamem-lhe republicana ou não.

António Bagão Félix, Diário Económico, 15 de Fevereiro de 2010

Cronologia da república - 22 de Fevereiro

  • 1911

Na pastoral que o bispo de Évora publica, critica as medidas anti-clericais, por não respeitar os 5 milhões de católicos Portugueses.

Destruição do jornal católico de Viseu

  • 1919

Oficiais monárquicos, participantes na "Monarquia do Norte" são expulsos do exército

A administração da câmara municipal de Lisboa pede demissão

Confrontos entre militares em Lisboa, resultam em vários mortos e feridos

  • 1920

Ataque terrorista contra as instalações do jornal "O Século"

  • 1922

A G.N.R ataca uma manifestação de operários em Lisboa

  • 1924

Protesto, junto a assembleia da república, reunindo cem mil pessoas, contra o alto custo de vida

Fontes: aqui

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O consenso que se generaliza

Cronologia da república - 21 de Fevereiro

  • 1915

É fechado o jornal "Ecos de Abrantes"

Atentado no Porto contra Afonso Costa

  • 1918

É fechado o jornal "O Realista" da Madeira

Greve da companhia de gás e electricidade

  • 1919

Tumultos sangrentos em Lisboa

Por decreto, é dissolvida a assembleia e imposta a constituição política

  • 1920

Bombas e assaltos a estabelecimentos da capital

Polémica entre o jornal "O Século" e a Sociedade Estoril

Greve dos sapateiros em Lisboa

  • 1921

Por decreto é racionado o azeite

  • 1922

Actos de sabotagem impediram a circulação dos eléctricos

  • 1924

Comício contra o perigo da ditadura

Fontes: aqui

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 20 de Fevereiro

  • 1911

Em Santo Tirso, a prisão de dois sacerdotes, gera protestos populares

  • 1918

Greve dos operários das companhias de gás e electricidade

  • 1919

É fechado o jornal "O Notícias de Vianna" de Viana do Castelo

  • 1924

Os funcionários das finanças entram em greve

  • 1926

Incidentes em Angola

Fontes: aqui

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010



Porto a cada noticia de uma adesão repetiam-se as manifestações. Braga secundara entusiasticamente o movimento. Esperavam a hora com impaciência os delegados da Liga Monarquica entre os quais figurava o capitão de cavalaria Arnaldo Piçarra cuja dedicação era sem limites, estando a postos os delegados de toda a região: Guimarães, Ponte de Lima, Arcos, Amares, Fafe, Póvoa de Lanhoso, Espozende, Vieira, Terras do Bouro, Caminha e Vila Verde (...)
Em Braga içara-se a bandeira azul e branca, tocava-se o hino da Carta e das janelas aplaudiam os soldados. A onda do povo que seguia a manifestação aos quarteis era enorme, indo por todas as ruas até ao Munícipio e ali o vice-presidente da vereação anunciava o grande facto do Porto. Um brado imenso reboou e as palmas vibraram. Agora também o velho burgo ardia em fidelidade. Os foguetes estralejavam noite e dia como em festa de santo popular.
Vinham noticias esplêndidas de Guimarães, onde o presidente da Camara, Rocha Santos, fizera a proclamação diante de milhares de pessoas. O povo entoara em côro o hino da Carta».
Acabou o discurso como um arauto:

- Real! real! real ! Por D.Manuel II, rei de Portugal! »

In A Monarquia do Norte

Tirar a tosse


A "nossa" República está muito mal de saúde. O ruído que faz é confrangedor, parece que nenhum órgão funciona bem. Será dos "brônquios" atrofiados pela corrupção? Será do "estômago" que tudo devora? Será dos "rins" que destilam tanta mentira? Será dos "intestinos" que já não se soltam de tanta quezília? A República está muito mal de saúde. Em vez de dar a resignada "palmadinha nas costas", do deixa-andar – por medos e conveniências –, está na hora do povo português perceber que tem de enfrentar a "doença". De frente.

Cronologia da república - 19 de Fevereiro

  • 1922

Tranferência do governo para Caxias devido a receios de golpe de estado

Transferência do Presidente da República para Cascais pela mesma razão

Fontes: aqui

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 18 de Fevereiro

  • 1911

Álvaro Pinheiro Chagas e João Azevedo Coutinho são expulsos de Portugal por motivos políticos

  • 1922

O exército está em alerta, em Lisboa

  • 1925

O partido nacionalista abandona o parlamento

Fontes: aqui

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Os bustos da República

Mudar, ou não, o modelo do busto da república portuguesa?

«Sim, é uma prioridade nacional. O actual não faz jus à nossa República. Deve inspirar-se numa velha de cento e tal anos, desdentada, surda, com cataratas, decrépita. Numa velha que tenha aclamado Afonso Costa e depois lhe tenha chamado terrorista, que tenha aclamado a entrada de Sidónio Pais em Lisboa e depois lhe tenha chamado bandido, que tenha batido palmas a Salazar e depois se tenha mantido no remanso durante décadas, que tenha aclamado Soares e depois o tenha acusado de queimar a bandeira de Portugal em Londres, que tenha aclamado Guterres mas ainda não saiba fazer contas em euros, que chame bandido a Sócrates mas seja capaz de voltar a votar nele. O actual busto não tem as qualidades adequadas; a sua actualização é uma prioridade.»

Luís Pedro Nunes - Director de O Inimigo Público

Cronologia da república - 17 de Fevereiro


  • 1911

O círculo católico dos operários é apedrejado em Vila Nova de Gaia

Sampaio Bruno parte para o exílio em Paris, após Paulo Falção ter obrigado a sua presença na esquadra, sob a acusação de alarmar as pessoas, por este ter escrito que a cidade do Porto encontrava-se numa situação intolerável.

Basílio Teles retira-se da politica repúblicana, por reconhecer, ser tratado como um incapaz

  • 1912

O bispo de Portalegre é expulso da sua diocese

  • 1922

É fechado o "Jornal de Elvas"

  • 1924

O PS promove um comício no Porto, contra o elevado custo de vida

Fontes: aqui


terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 16 de Fevereiro

  • 1918

É estabelecido, por decreto, que os cargos na Polícia Cívica de Lisboa, possam ser desempenhados por oficiais.

  • 1920

Greve de corticeiros em Coimbra

  • 1922

O exército cerca Lisboa com a finalidade de acabar com as greves operárias

  • 1924

A polícia invade um comício na sede da confederação geral dos trabalhadores

Fontes: aqui

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cronologia da república - 15 de Fevereiro

  • 1911

Distúrbios no Porto

É fechado o jornal "Diário da Tarde" do Porto

Ameaças a Sampaio Bruno, por parte da carbonária, por este ter manifestado o seu desagrado pela situação da política Portuguesa. Têm o apoio público de Machado Santos e José Relvas.

Demissão de João Chagas da junta consultiva do partido republicano, por considerar que esta deixara de influenciar o governo provisório

Bourbon e Meneses pensa que o governo provisório transformara-se num primeiro parlamento repúblicano

  • 1916

Vários estabelecimentos, são assaltados, em Vila Nova de Gaia

  • 1919

Todos os jornais monárquicos de Lisboa, são encerrados, por ordem do governo

  • 1922

Greve na Carris

  • 1923

Protesto promovido pela confederação geral dos trabalhadores contra o novo aumento do preço do pão

Fontes: aqui

domingo, 14 de fevereiro de 2010

A contas com o centenário

50 anos de ditadura
+
50 anos de demagogia
=
100 anos de República

Iconografia pré-republicana #7

Cronologia da república - 14 de Fevereiro

  • 1912

É declarado o estado de sítio, nas possessões Portuguesas na Índia, com a suspensão das garantias constitucionais

  • 1914

É fechado o jornal "A Rotandade" de Braga

  • 1918

O partido de Egas Moniz, declara-se do lado de Sidónio Pais

Greve dos trabalhadores do porto de Lisboa

  • 1922

Gomes da Costa é convidado para integrar um movimento revolucionário

  • 1925

Censura na exibição de filmes pela lei 1748

Fontes: aqui

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A 3ª República

Mais que saber até quando aguenta José Sócrates, importa saber quanto mais resiste esta III república, cujas instituições se arrastam num deplorável estado de descrédito. O regime, qual múmia putrefacta e imortalizada por uma qualquer mezinha maligna, fantasmagoricamente prossegue o seu desígnio, pairando a maquinar e sustentar uma cada vez mais imensa e diversificada clientela. Aliás é interessante verificar como para lá dos seus anafados validos, hoje nos deparamos com uma curiosa plateia de opinadores que se entretém num animado jogo duplo: brada de repulsa pela corrupção e ineficácia das instituições, mas que assobia para o lado, encolhe-se ou incrimina de extremista qualquer acção ou discurso de ruptura, que aponte para a inevitabilidade duma mudança que ameace minimamente as viciadas estruturas ou comprometa as rendas garantidas por pouco esforço.

Perante esta proverbial desorientação e apatia, é notório que não se vislumbre um cidadão de mérito e de bem que arrisque pôr as mãos, e muito menos a cabeça, na impossível missão de desenterrar este País do atoleiro. De resto suspeito que a manutenção da insustentável administração Sócrates interessa principalmente aos seus putativos sucessores porquanto a deterioração deste ambiente lhes conferirá a médio prazo o estatuto redentor sem que se vejam forçados a reformar ou mexer em profundidade nos toscos alicerces deste regime falido e ineficaz. O pântano promove os repteis.

Finalmente, acredito que se torna urgente romper com o regime e as suas ancilosadas instituições: é prioritário reconstruir o inoperante edifício da justiça, é indispensável reformar o modo de eleição do parlamento concedendo-lhe mais crédito e dignidade, é vital cortar rente o peso do Estado na economia, é premente acabar com o ensino que não ensina e despreza o mérito em nome da igualdade, é preciso rever o modelo de chefia de Estado, que emerge, se sustenta e definha da mais mesquinha intriga política em detrimento do seu livre arbítrio e simbologia unificadora. Tudo isto em louvor da liberdade, em prol da independência nacional e da sustentabilidade da democracia. É por isso que, a mim que me desgostam as revoluções, hoje me soa bem a palavra “romper”.

Cronologia da república - 13 de Fevereiro

  • 1922

As greves operárias levam ao encerramento das fábricas de conserva

  • 1925

Os operários manifestam-se em Lisboa, contra o governo

As manifestações contra o governo surgem em Coimbra, Faro, Évora e Figueira da Foz

Rocha Martins pensa que a classe média é a principal prejudicada desta conjuntura, pois está entalada entre a classe mais abastada que é contra o governo e os operários que são a favor

Fontes: aqui

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Parece que foi ontem...


9 de Outubro de 1910

Oh, meu Deus; nestas ocasiões é que eu queria ver por dentro estes homens lívidos e com um sorriso estampado na cara, que sobem as escadas dos ministérios para aderirem à República!
É este e aquele, os que estão ameaçados de perderem os seus lugares, as altas situações, o Poder. Os tipos não importam – o que importa é o fantasma que transparece atrás da figura; o que importa é o monólogo interior, as verdadeiras palavras que não se pronunciam, o debate que não tem fim, o que nestas ocasiões de crise ruge lá dentro sem cessar. Escutá-los a todos! Possuir o dom mágico de ouvir através das paredes e dos corpos!…Toda a noite, toda a noite de Cinco de Outubro, quantos perguntaram, ansiosos: quem vai vencer? Onde é o meu lugar? …Bem me importam a mim as tragédias e as mortes!… Interesses, ambição, medo, tantos fantasmas que nem eu supunha existirem e que levantam a cabeça!…
Não há nada que chegue a estes momentos históricos em que o fundo dos fundos se agita e remexe, para cada um se avaliar e saber o que vale uma alma…
E o desfile segue – o desfile dos tipos que sobem as escadarias dos ministérios, dos que descem as escadarias dos ministérios, uns já com o olhar de donos, mas vacilantes ainda, sem poderem acreditar na realidade, outros com um sorriso estampado que lhes dói. Estamos todos lívidos, por fora e por dentro…

Raul Brandão, Memórias (13º Volume), via Caminhos da Memória.

Iconografia pré-republicana #6


Cronologia da república - 12 de Fevereiro

  • 1911

Manifestação de comerciantes em Lisboa

  • 1912

Por decreto, os bispos de Lamego, Braga e Portalegre são desterrados por dois anos.

  • 1916

É fechado o jornal "O Povo" de Lisboa

  • 1919

Oliveira de Azemeis e Ovar, apoiantes da monarquia, são ocupadas pelo exército

  • 1925

Por decreto, o uso de títulos honoríficos ou nobliários, na cédula pessoal é regulamentado

Fontes: aqui

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Monstra e o Monstro


Tudo se quer juntar ao centenário. Que "exibicionismo"!:
São dez anos de Monstra que se comemoram com os 100 anos do Monstro.

Empastelaria republicana


Liberdade de imprensa na República = Empastelar.
Empastelar = misturar tipos.

Ou tipos que se misturam?

Redenção portuguesa

Nem só a dona do petit Hotel era partidária do Mundo*, mas todas as donas dos petits hoteis de Lisboa. Em activo serviço e reformadas. Donas e freguezas. Freguezas passadas, freguezas presentes e... freguezas futuras! A Emma, a Margarida das Flores, a Santolla Cozida, a Fuensanta, a Pilarica, tantas outras, não se limitavam a ser republicanas assanhadas. Tinham sustentado o França Borges, o João Chagas, o Carlos Trilho, o Padua Correia, dezenas de jornalistas republicanos, quasi todos elles. Tinham concorrido com o seu obulo para a sustentação das gazetas. Tinham collaborado nas gazetas. Enfim, faziam parte integrante e essencial da democracia e da redempção portugueza.

Homem Christo. Banditismo Político. Madrid, 1913

* Jornal de propaganda republicana

Cronologia da república - 11 de Fevereiro

  • 1911

Buscas domiciliarias em Cascais

É fechado o jornal "Correio do Norte" do Porto

  • 1919

As vilas de Estarreja e do Pinheiro da Bemposta, apoiantes da monarquia, são tomadas pelo exército

  • 1921

No Algarve, encerra-se fábricas de conserva

Demissão colectiva do governo

  • 1925

A assembleia da república aprova uma moção de desconfianaça ao governo, em nome da ordem e disciplina militar.

O chefe do governo considera que o parlamento quer fuzilar o povo

A sessão conta com bombistas

Um copo de vidro é lançado

Fontes: aqui

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Mas Chateado

Estou calmo e sereno…

José Carlos Ferreira

Correspondendo ao repto e ao desejo do senhor Presidente da República, posso garantir ao país que estou calmo e sereno. Mas, há coisas que se estão a passar que me deixam completamente chateado.
Não me refiro directamente à Lei das Finanças Regionais. Essa foi mais uma birra das várias a que o Governo nos tem habituado.
O que me chateia verdadeiramente são os dez milhões de euros que o Governo atribuiu à Comissão para as Comemorações do Centenário da República. Quer dizer, para umas coisas, o país está mal, é preciso congelar salários, algumas obras não podem ir para a frente e não se pode dar mais 50 milhões à Madeira para corrigir uma injustiça do tempo de Guterres. Mas para outras, é o verdadeiro regabofe.
Na abertura oficial das comemorações ouvi o presidente da comissão dizer que vamos ter ao longo deste ano cerca de 500 eventos para celebrar o centenário da República. Se fizermos uma divisão linear dos dez milhões de euros pelos 500 eventos, chegamos à conclusão que cada um custa cerca de 200 mil euros.
Eu não sei que tipo de eventos vão ser. Para já só ouvi falar numas exposições. A custarem 200 mil euros, devem ser muito interessantes, isto tendo em conta que há por aí uns museus que apresentam ao público mostras de grande interesse e que são muito mais baratas.
Ora, em tempo de crise, não se pode, na minha opinião, dar mostras à União Europeia que somos uns foliões, onde, se é para festejar, não falta dinheiro.
Devia haver mais exemplos no país como a tomada de atitude da Câmara da Vidigueira. O presidente decidiu reduzir o seu salário e o dos seus vereadores, aumentando em 80 euros os salários mais baixos dos trabalhadores da autarquia. O senhor presidente da Câmara da Vidigueira ainda desafiou os seus colegas, os membros do Governo, os deputados e o Presidente da República a seguirem-lhe o exemplo, mas… assobiaram todos para o lado… É claro que eu estou calmo e sereno, mas bastante chateado…

(Publicado no Diário do Minho do dia 08.02.2010)

Aquela "máquina"


A "máquina" republicana é um postal. A maquineta começou a ser construída nas últimas décadas de 1800, foi pré-montada em 1908, foi inaugurada em 1910, foi sendo oleada até 1926, depois entrou em rodagem até 1974 e daí até hoje, apesar de nunca ter ido à revisão, não faltam artistas para a fazerem andar. Por incrível que pareça as peças são as mesmas, as porcas também. É pena ter lugares limitados e ser muito difícil embarcar na história. O consumo é que é um problema; gasta que se farta e polui demais. Mas é vê-la! Leva tudo à frente, talvez por isso não tenha espelhos retrovisores, desce, desce, desce sem medo dos precipícios. Saiam da frente! Lá dentro todos sorriem, os janotas, da vida garantida. O povo, esse, que inconsciente: não é que se juntam em lugares perigosos, prontos a levar com um rodado nos miolos... ide ver ao longe, não estorvem, não ponham em causa a marcha da "máquina"!.. Não se ponham à frente da "máquina".

Cronologia da república - 10 de Fevereiro

  • 1915

Mudança na toponímia Lisboeta

  • 1917

É fechado o jornal "O Beirão" de Castelo-Branco

  • 1919

É fechado o jornal " A Pátria" do Porto

  • 1921

Greve de funcionários marítimos

  • 1922

Greve de funcionários marítimos

  • 1924

Sacadura Cabral demite-se da marinha

  • 1925

Conflito entre o governo e a G.N.R

  • 1926

É fechado o jornal "A Tribuna" do Porto

Fontes: aqui

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Não faltam "ultimatums"


Hoje tal como há 120 anos atrás Portugal por culpa própria está perante poderes que lhe são superiores abre as goelas e grita, esbraceja e pula, mas de concreto não se atreve a mexer uma palha.
Esta reacção à perda de credibilidade da República nos mercados financeiros internacionais é fútil, inadequada e vai ter como resultado o aumento do nível de descrédito.
Em ano de comemoração do centenário da "República", nada como regressar a esses "heróicos" tempos.

Luís Bonifácio

Ler aqui

Iconografia pré-republicana #5


Pavilhão das Colónias Portuguesas

Exposição Universal de 1900 (Paris)


Cronologia da república - 9 de Fevereiro

  • 1913

É fechado o jornal "A Democracia" da Covilhã

É fechado o jornal "Oito de Julho" de Chaves

  • 1914

Segundo Raul Brandão, Bernardino Machado pertencia a uma geração que construiu e vive para a utopia cheia de teias de aranha que é a república

Segundo Guerra Junqueiro Bernardino Machado era um ser delicado, mas venenoso

  • 1919

É fechado o jornal "A Gazeta de Lima" de Viana do Castelo

  • 1921

É fechado o jornal "O Amigo da Religião" de Braga

  • 1925

Protesto contra o encerramento da associação comercial de Lisboa

  • 1926

Sessão na sociedade de geografia de Lisboa com críticas à república

Fontes: aqui

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Centenário da mordaça


Quem cala consente.

Afonso Costa, a referência da República

Sr. director do "Povo de Aveiro"

Em coimbra, o grande e glorioso caudillo republicano que dá pelo nome de Affonso Costa vivia com a mãe, que lhe servia de creada. (...) Chegou a chamar-lhe o nome mais degradante da dignidade d'uma mulher, e desceu á baixeza de a espancar barbaramente. Porque? Vae ver. Um dia, na louca embriaguez das orgias escandalosas, começou a levar para casa meretrizes, ceava com ellas, e obrigava a mãe a servi-las. De principio, a mãe, enojada da desenvergonha do filho, recusou-se ao baixo mister de creada de mulheres publicas; mas em desforço da rebeldia materna, Affonso Costa sovou generosamente e atirou carinhosamente por uma escada abaixo a mãe, que ficou com o braço partido. Foi sempre tamanho o amor a sua mãe, que esta viu-se na dura necessidade de ir supplicar a pessoas da relação do filho a finesa de lhe pedirem que a não tratasse com tanta ternura de aggressões e tal carinho de insultos. Um modelo de dedicação filial, o Affonso Costa, digno rival de Nero. Um mandou rasgar o ventre da mãe; outro partiu-lhe um braço. Um foi imperador Romano; o outro aspira a ser presidente da republica portugueza.

In, jornal "Povo de Aveiro", 31 de Outubro de 1909

O Centenário do regabofe despesista



Pronto! Finalmente descobrimos aquilo de que Portugal realmente precisa: uma nova frota de jactos executivos para transporte de governantes. Afinal, o que é preciso não são os 150 mil empregos que José Sócrates anda a tentar esgravatar nos desertos em que Portugal se vai transformando. Tão-pouco precisamos de leis claras que impeçam que propriedade pública transite directamente para o sector privado sem passar pela Partida no soturno jogo do Monopólio de pedintes e espoliadores em que Portugal se tornou. Não precisamos de nada disso.
Precisamos, diz-nos o Presidente da República, de trocar de jactos porque aviões executivos "assim" como aqueles que temos já não há "nem na Europa nem em África". Cavaco Silva percebe, e obviamente gosta, de aviões executivos. Foi ele, quando chefiava o seu segundo governo, quem comprou com fundos comunitários a actual frota de Falcon em que os nossos governantes se deslocam.
Nesta fase metade dos rendimentos dos portugueses está a ser retida por impostos. Encerram-se maternidades, escolas e serviços de urgência. O Presidente da República inaugura unidades de saúde privadas de luxo e aproveita para reiterar um insuspeitado direito de todos os portugueses a um sistema público de saúde. Numa altura destas, comprar jactos executivos é tão obsceno como o foi nos dias de Samora Machel. Este irrealismo brutalizado com que os nossos governantes eleitos afrontam a carência em que vivemos ultraja quem no seu quotidiano comuta num transporte público apinhado, pela Segunda Circular ou Camarate, para lhe ver passar por cima um jacto executivo com governantes cujo dia a dia decorre a quilómetros das suas dificuldades, entre tapas de caviar e rolinhos de salmão. Claro que há alternativas que vão desde fretar aviões das companhias nacionais até, pura e simplesmente, cingirem-se aos voos regulares.
É de um pato-bravismo intolerável exigir ao país mais sacrifícios para que os nossos governantes andem de jacto executivo. Nós granjearíamos muito mais respeito internacional chegando a cimeiras em voos de carreira do que a bordo de um qualquer prodígio tecnológico caríssimo para o qual todo o Mundo sabe que não temos dinheiro.

Mário Crespo

Entretanto, a Monarquia espanhola aperta os cordões à bolsa...

Cronologia da república - 8 de Fevereiro

  • 1914

Manifestação popular de apoio ao patriarca de Lisboa

  • 1915

É fechado o jornal "O Diário de Évora"

  • 1918

Protesto monárquico pela decadência política em Portugal

  • 1923

O embaixador americano Thomas Birch abandona Lisboa

Fontes: aqui

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Guerra Junqueiro nunca foi republicano de verdade

Socorro-me do livro que tenho “Monárquicos e Republicanos de Homem Christo, edição de 1928″, aqui é publicado o prefácio da 4ª edição da “Pátria” de Guerra Junqueiro que pediu para retirassem nessa edição de tudo que ia contra a memória de El-Rei D.Carlos e que lhe atormentava a vida. Alfredo Pimenta atacou violentamente desrespeitando a vontade de alguém que já tinha falecido (Guerra Junqueiro ), chega nesse artigo do jornal “A Voz” editado em 30 de Outubro a fazer a sua tese de que efectivamente Guerra Junqueiro deixou de acreditar nos ideais republicanos indo a caminho dos monárquicos. Homem Christo reforça mesmo que Guerra Junqueiro nunca foi um republicano de verdade …


Fonte : a partir da página 187 de “Monárquicos e Republicanos de Homem Christo”, edição de 1928 da editora “Livraria Escolar Progrédior

Cronologia da república - 7 de Fevereiro

  • 1912

Existe boatos, de possíveis negociações entre a Inglaterra e a Alemanha, pela divisão das colónias Portuguesas.

  • 1914

É fechado o jornal açoriano "A Verdade"

  • 1918

Por decreto, é concedido crédito para a aquisição de matérias-primas e de géneros básicos para o consumo do país.

  • 1919

O capitão Jorge Veloso Camacho, companheiro de Paiva Couceiro é assassinado em pleno terreiro do paço.

  • 1922

Greve operária do Porto

  • 1924

Regulação da actividade da prostuição em Lisboa

  • 1925

É fechado o jornal "O regionalista" das Caldas da Rainha

Fontes: aqui

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Alfredo Keil e a República

«No centenário da sua morte, surgem a lume algumas verdades: que Alfredo Keil nunca foi republicano, que não era um pintor sofrível e antes de grande qualidade, um músico elegante e empenhado e que A Portuguesa foi um acaso, um feliz acaso mas um acaso!» Notícia da Lusa, que acrescenta: «Alfredo Keil, autor do Hino Nacional, cujo centenário da morte se completa quinta-feira, foi um “homem genuíno do século XIX, pela sua formação cultural”, afirmou à Lusa a historiadora Ana Xavier, uma estudiosa da sua obra. “Ele fez todo o percurso de uma figura genuína do século XIX, nomeadamente a viagem que encetou pelas principais cidades europeias, além da sua formação”, disse a investigadora.
Alfredo Keil foi “um homem programático, que sabia o queria e que, curiosamente, se torna conhecido por algo que não programou, por um impulso, levado pela reacção nacionalista ao Ultimato inglês [1870]“, sublinhou Ana Xavier. “A Portuguesa” foi “absorvida pela República, sem Keil nada ter feito por isso, tanto mais que não há um único elemento que nos indique qualquer referência republicana em si”. “A Portuguesa”, que rapidamente se tornou popular, foi adoptada como hino nacional em 1911. Além de “A Portuguesa”, Keil foi autor de várias polcas, valsas, peças para piano além de óperas, de que “A serrana” é a mais conhecida, havendo outras que nunca foram levadas à cena no século XX como “Irene” e “Dona Branca”. (…) Para o maestro João Paulo Santos, que em 2002 levou à cena “A Serrana” no São Carlos, Alfredo Keil é um compositor que “procurou um idioma nacional para a música”.
Mas a par da composição, Alfredo Keil “foi um pintor compulsivo e apaixonado” tendo-se inspirado muito nas paisagens da zona de Sintra, onde tinha casa. Estudou pintura em Munique e Nuremberga e mais tarde em Lisboa. Expôs pela primeira vez em 1875, tendo recebido duas medalhas de bronze. Concorreu à Exposição Universal de Paris de 1878, onde obtém uma Menção Honrosa, e no ano seguinte recebe uma medalha de ouro na exposição do Rio de Janeiro. Em 1890 expõe em Madrid, sendo condecorado com a Ordem de Carlos III. Era um pintor bem aceite na sua época e vivia essencialmente da pintura, embora tivesse fortuna familiar. Em 1890 abre uma galeria em sua casa, que se situava no número 77 da Avenida da Liberdade em Lisboa. “Vendeu quase tudo” e o próprio Rei D. Luís comprou algumas telas para a sua galeria no Palácio da Ajuda, segundo João Paulo Santos. O pintor e compositor oferecerá aliás ao monarca o primeiro volume das suas obras musicais, editado pela Neuparth. (…)
Keil, que começou a pintar aos 14 anos, traz uma técnica diferente e isso mesmo lhe nota o crítico de arte António Enes, aquando de uma das suas exposições. A crítica de arte relativamente a Keil foi sempre “exacerbada”, diz António Rodrigues, referindo que o Grupo Leão, dominado por Silva Porto, “preferiu antes ignorar Keil, pelas suas origens românticas”. “Podendo ter sido um diletante, até porque era originário de uma família abastada que fez empréstimos à Coroa, o pintor foi essencialmente um artista empenhado na sua sociedade, um incansável trabalhador que com afinco tanto se aplicou na música como na pintura”, frisa António Rodrigues, sendo esta opinião partilhada por João Paulo Santos e Ana Xavier. (…)
Uma outra faceta desconhecida de Alfredo Keil é a de coleccionador e museólogo em termos profissionais, tendo chegado a organizar um museu de instrumentos musicais que no final da vida foi disperso. Parte deste espólio integra actualmente o Museu da Música, ao Alto dos Moinhos, em Lisboa. “Além de vários instrumentos, alguns fazendo parte da exposição ao público, há no Museu também várias partituras suas”, disse à Lusa fonte da instituição. Esse museu, cujo catálogo foi escrito por Keil, reunia 400 objectos da Europa, África e Ásia. »
Lisboa, 02 Out 2008 (Lusa) – excerto

Fonte: http://portadovento.blogs.sapo.pt/56611.html

A república e os costumes


Os velhos republicanos de 1910 eram profundamente patriotas, machistas e homofóbicos. Foi a I República que, em 1922-1923, proibiu e mandou apreender a Sodoma Divinizada de Raul Leal e as Canções de António Botto, das primeiras defesas abertas da homossexualidade em Portugal. Que diriam os déspotas do PRP se soubessem que a comissão do centenário pensou em comemorá-los com o casamento gay? Saberiam apreciar a ironia da história?

Rui Ramos daqui

Joshua Benoliel - Pai do fotojornalismo português



”Ó velhinho, mas afinal tu és monárquico ou republicano? Homem, eu cá sou fotógrafo!” Assim respondia Joshua Benoliel, primeiro grande repórter moderno em Portugal, quando o questionavam sobre as suas simpatias políticas. Benoliel era monárquico convicto. Mas, à sua maneira, ele exprimia o que era mais importante para ele: a liberdade de poder exercer a sua paixão, a fotografia.

Considerado o criador em Portugal da reportagem fotográfica. Fez a cobertura jornalística dos grandes acontecimentos da sua época, acompanhando os reis D. Carlos e D. Manuel II nas suas viagens ao estrangeiro, assim como a Revolução de 1910, as revoltas monárquicas durante a Primeira República, assim como exército português que combateu na Flandres durante a Primeira Guerra Mundial. As suas fotografias caracterizam-se pelo intimismo e humanismo com que abordava os temas.

Fonte : Blogue Causa Monárquica, Wikiédia
Biografia Realistas Aqui

Gago Coutinho – Sobre a República

Nunca me meti na política, mas, até 1914, julguei que o regime República seria o melhor, por terem falido os políticos que aconselhavam os reis. A seguir às revoluções da República, que provaram também a falência dos seus homens, passei a considerar preferível um regime monárquico constitucional, como o inglês… mas mais socialista do que trabalhista. Este está arrebentando a Inglaterra, e se a rainha Vitória voltasse a este mundo, fugiria logo para outro… Almirante Gago Coutinho

Fonte : Blogue Gago Coutinho,

Blogue Gago Coutinho

Biografia Realistas de Gago Coutinho

O republicanismo em Portugal: uma análise.

Um dos factos que as actuais comemorações do Centenário permitem esclarecer é que existem pouquíssimos republicanos, ou seja, portugueses que se identificam com o regime e nele acreditam, que sabem destrinçar entre os símbolos identitários nacionais e a iconografia da república portuguesa, por exemplo. Uma viagem pela internet oferece-nos uma leitura proveitosa, a que alguns chamariam sociológica.

Por um lado, um pequeno punhado de literatos, na maioria ligados ao ensino (universitário ou liceal) inauguraram blogues cujo objectivo é veicular informações sumárias de carácter histórico, biográfico e bibliográfico sobre o regime e a sua ideologia. São discretos. Exaltam, embora de forma velada, a maçonaria (a cuja instituição devem pertencer) e outros instrumentos do republicanismo português. O seu projecto é anónimo ou quase (assinam o trabalho com iniciais e, ou, pseudónimos) e constituem um movimento silencioso que conquista através da publicação de um conjunto de imagens fortes que aliam a iconografia nacionalista à ideia de república como entidade indissociável de pátria. É o caso do Almanaque Republicano e do "República 100 anos 1910-2010".

Por outro lado, destaca-se um conjunto mais activo e interventivo de blogues que, embora assumindo a sua posição republicana são, essencialmente, espaços de discussão política, onde se comentam os assuntos cadentes e onde a República é apenas símbolo, como a Esquerda Republicana. Dentro desta categoria podemos incluir, ainda, os blogues de opinião pessoal. Conhecemos poucos republicanos dispostos a lutar pela república no espaço da internet, mas devemos destacar o sítio do Prof. Carvalho Homem, defensor acérrimo dos valores republicanos que não se coíbe de promover em entrevistas, conferências e estudos históricos que executa ou dirige.

Finalmente os blogues ou sítios que apresentam conteúdos propedêuticos, para além de propaganda ideológica, são em maior número por força das circunstâncias comemorativas, mas ficam aquém do que se suporia. O facto é que o número de investigadores sobre a República Portuguesa é extremamente diminuto e está concentrado, sobretudo, na Universidade Nova de Lisboa (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas), tendo à cabeça o Dr. Fernando Rosas, cuja formação de base até é o Direito. É uma historiografia tendenciosa, herdeira do pensamento do falecido Prof. Doutor A. H. de Oliveira Marques, grande historiador que nunca se coibiu de manifestar a sua protecção e predilecção pela obra republicana. Como tal, cabe aquele grupo de investigação fazer as honras do regime, que se desdobra em iniciativas e apoios para acalentá-lo. Em Coimbra, um núcleo menor, constituído por alguns moderados, fica com a restante fatia de investigação e influência historiográfica que, ainda assim, não tem força para ultrapassar o forte lobby lisboeta. Basta percorrer os escaparates das livrarias para aquilatar da dimensão e força deste grupo: todas as semanas são publicadas luxuosas edições sobre temas republicanos e História Contemporânea de Portugal.

Devemos assinalar, ainda que, recentemente, foi constituído na internet um grupo intitulado Republicanos Portugueses. A ele pertencem cerca de 500 pessoas. É um campo interessantíssimo de estudo. Constituído na sua maioria por emigrantes, são reveladoras as mensagens nacionalistas deixadas pelos seus elementos. Para eles, a ideia de republicanismo existe apenas na consagração de pátria, ou dos seus símbolos e ídolos (onde se destacam os futebolistas). Não há antítese possível a esta ideia, ou seja, a ideia de monarquia ou outro qualquer tipo de regime nem sequer é ali discutido. Apenas a anulação da pátria, pela supressão da nacionalidade. Neste sentido, a doutrinação republicana iniciada em 1910 falhou e mesmo que uma parte dos dez milhões de euros despendidos nestas comemorações se destinem à veiculação de “valores” republicanos pelas escolas do país (no fundo uma forma de catequese ideológica), julgamos que será necessário um orçamento semelhante, doravante anual, para criar alunos conscientes dos ideais de República.

Não há um movimento global de defesa da República, nem movimentos menores, que permitam identificar o apoio colectivo ao regime e à “ideologia”. Pontualmente, como no caso do 31 de Janeiro, pequenas colectividades, associam República e Resistência, confundido noções como democracia, fascismo, ditadura, etc. Mas essas associações não são republicanas: exaltam o espírito de liberdade e cidadania – uma análise do vocabulário utilizado na elaboração dos seus objectivos exclui a República e os seus “valores”. A “ética republicana”, expressão que nada significa e atenta contra a própria noção de ética, que se quer universal e plural, recusando ideologias e crenças, não tem raízes no republicanismo que herdámos da primeira república. É que apesar do período entre 1926 e 1974 constituir parte destas comemorações, contra a vontade de muitos dos seus corifeus, a doutrinação republicana foi suspensa nesse período, (a qual, em abono da verdade, resistiu em alguns indivíduos como forma de oposição, de resto elemento comum entre republicanos, monárquicos integralistas ou constitucionais, anarquistas, socialistas, marxistas, etc) para reintegrar-se, mais fraca, menos consistente, depois do 25 de Abril de 1974.

Por isso, e infelizmente, não pode a Comissão do Centenário senão ir beber nas fontes da Primeira República, profundamente exclusiva, nada moderada e fortemente autoritária. Mas, dado o tempo que atravessamos, tal colagem até pode fazer sentido…

O Centenário da República na Janela Indiscreta


A Plataforma do Centenário da da República foi o destaque da semana da Janela Indiscreta (Antena 1) de Pedro Rolo Duarte (republicano, bem sabemos). Nós que não somos ingratos, sensibilizados, agradecemos a atenção.

Ouvir a crónica aqui

Cronologia da república - 6 de Fevereiro

  • 1913

O capuz penintenciário é abolido aos 600 presos políticos em Lisboa

  • 1914

É fechado o jornal açoriano "O Diário"

  • 1916

Revolta de populares no Porto

  • 1919

A assembleia da república, autoriza o governo a utilizar todos os recursos militares e financeiros, contra a revolta monárquica

  • 1922

Polícia de Segurança do Estado passa chamar-se de Polícia de Defesa Social

Cerco a Lisboa pelo exército

  • 1923

A polícia invade a sede da confederação geral dos trabalhadores

  • 1925

A associação comercial de Lisboa é encerrada por ordem do governo

Fontes: aqui

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Centenário

Vai linda a festa...

A república e a democracia

O grande problema da I República de 1910-1926 foi saber-se se era um regime aberto a todos os portugueses, ou só para alguns. Os líderes do dominante Partido Republicano Português de Afonso Costa, situado na esquerda radical, achavam que devia ser só para os militantes do seu partido, que monopolizavam o governo e todos os empregos no Estado. Recusavam o princípio da alternância no poder (“na república não se governa para a direita”) e qualquer desvio à linha anti-católica. Outros republicanos – como os presidentes Manuel de Arriaga e Sidónio Pais e o próprio “fundador da república”, Machado Santos – quiseram, pelo contrário, fazer uma “república para todos os portugueses”, isto é, conciliadora com a igreja católica e aberta à participação livre no espaço público de quem não era militante dos partidos republicanos ou não tinha ideias de esquerda. Por causa disso, Arriaga foi deposto em 1915, e Sidónio e Machado Santos, assassinados (em 1918 e em 1921 respectivamente).

Rui Ramos daqui

Cronologia da república - 5 de Fevereiro

  • 1912

É fechado o jornal "A folha da tarde" de Lisboa

No Arsenal, os implicados nos tumultos de Lisboa, são interrogados

Afonso Costa é nomeado professor catedrático da Faculdade de Ciências de Lisboa

  • 1920

É fechado o jornal "O Rebelde" de Beja

  • 1922

É fechado o jornal "Correspondência" da Covilhã

É fechado o jornal "O Democrático" de Évora

Fontes: aqui

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Portugal - Fábrica de Buícinhas

O Carlos Barbosa de Oliveira publica um excerto de uma conversa no ar, transmitida pela Antena 1 num programa chamado Portugal dos pequeninos onde uma jornalista entrevista crianças.

Na referida emissão a jornalista pergunta a um fedelho de 11 ou 12 anos o que faria se fosse rico, a conversa avançou para coisas deveras preocupantes:

"
Comprava uma metralhadora e uma shot gun" - respondeu o fedelho descontraidamente
"
E para que é que tu querias a metralhadora?" - perguntou a Jornalista
"
Para matar todas as pessoas de que não gosto."
"
E quem é que tu matavas primeiro?" - pergunta a Jornalista.
"
O Sócrates", responde o fedelho.
"
Porque é que não gostas do Sócrates?"
"
Porque ele me obriga a estudar e eu detesto…"

NOTA: Importa salientar a fraca qualidade da Jornalista (Sónia Morais Santos) que deveria ter parado a entrevista assim que o Buícinha falou em armas e não fazer perguntas imbecis como quem queria ele matar.

Mas este tipo de comportamento não me surpreende num país, onde pessoas tidas como respeitáveis acham o assassínio político justificável, como ainda recentemente fez uma tal professor Universitário presidente de uma organização qualquer de "Livre-Pensamento", ou o Doutor Louçã faz amiúde.

Assim vai a nossa triste República

Também publicado no "Nova Floresta"

A implantação da República...

... é um detalhe quando a comparamos com o que significou a Revolução Liberal. Há um país antes de 1820, ou mais exactamente antes de 1832-34, e outro depois. Na República não mudam os paradigmas, com o triunfo da Revolução Liberal mudou tudo na relação dos portugueses com o Estado. Como disse Almeida Garret, foi nessa altura que um Portugal Velho acabou e começou um Portugal Novo. Todas as instituições, algumas delas seculares, desapareceram. Até acabou a velha relação das pessoas com a terra, que não correspondia à ideia de propriedade individual e absoluta dos dias de hoje. O mapa dos concelhos é todo alterado, na prática destruiu-se um poder municipal que vinha desde o nascimento do país. É também então que começa realmente a separação de poderes. Mas a "maior revolução social da história portuguesa", como se lhe referiu Alexandre Herculano, também destruiu as condições para um equilíbrio entre o Estado e a sociedade que permitisse a modernização, no contexto de uma sociedade tradicional que vai evoluindo sem destruir.

1832-34 é o nosso 1789, a nossa "revolução francesa"?

Oliveira Martins foi o primeiro a dizê-lo. O Portugal Velho acabou de uma maneira abrupta, violenta, com uma guerra civil, tornando inviáveis todos os arranjos que estavam implícitos na Carta Constitucional. A possibilidade de uma evolução à inglesa, em que houvesse sempre os pólos de poder alternativos e concorrentes ao Estado de que falava Tocqueville, desapareceu também nessa altura. Outro aspecto que sublinhamos, e que muitas vezes foi desvalorizado, é a importância da questão religiosa, que não teve a ver com poderes ou determinismos económicos mas derivou de haver muita gente que estava disposta a matar ou a morrer em defesa da Igreja, tal como outros estavam dispostos a matar ou a morrer em defesa do anti-clericalismo. (...)

Rui Ramos ao Público - para ler na integra aqui

Leitura obrigatória


Mártires da Pátria


A liberdade e a republica


A “tolerância” de Afonso Costa consistiu numa guerra de morte à Igreja católica, sujeita a uma “lei de separação” que visava de facto o contrário: a sujeição do clero e dos católicos à prepotência e arbítrio de um Estado hostil. Críticos e oposicionistas ficaram sujeitos à violência dos gangues armados do PRP, que em 1911 trataram de destruir (dizia-se então “empastelar”) todos os jornais ditos “monárquicos” em Lisboa.

Rui Ramos daqui

Cronologia da república - 4 de Fevereiro

  • 1914

Por lei é aberto um crédito para finalizar o monumento a erguer a Luís de Camões em Paris

Manifestação em Lisboa contra o governo de Afonso Costa

  • 1922

Por decreto, a Polícia de Segurança do Estado passa a designar-se por Polícia de Defesa Social

  • 1923

Manifestações em Évora contra o preço do pão

Fontes: aqui

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

O sufrágio universal e a república


A “democracia” do PRP assentou na redução do eleitorado através da negação do direito de voto aos analfabetos: durante a monarquia, puderam votar 70% dos homens adultos em Portugal; com a I república, essa percentagem reduziu-se a 30%.

Rui Ramos daqui

Cronologia da república - 3 de Fevereiro

  • 1911

Venda ao desbarato do património da casa real

O chefe do governo espanhol, nega o seu envolvimento nos assuntos republicanos

  • 1916

É fechado o jornal "O Alarme" de Tomar

Fontes: aqui

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A república e a mulher

A I República foi ainda o primeiro regime a excluir expressamente as mulheres da vida cívica, ao negar-lhes por lei o direito de voto. Nas colónias de África, seguiu uma política dura e racista, que em 1915 chegou ao genocídio das populações do sul de Angola. Afonso Costa forçou ainda a entrada de Portugal na I Guerra Mundial (1914-1918). Em dois anos, houve quase tantos mortos como nos treze anos de guerras coloniais entre 1961 e 1974. É com este regime que a nova democracia portuguesa se quer identificar em 2010?

Cronologia da república - 2 de Fevereiro

  • 1911

É fechado o jornal de Lisboa "O Dia"

  • 1915

Pimenta de Castro liberaliza o culto católico

  • 1917

É fechado o "Jornal de Coimbra"

  • 1918

O tenente-coronel Ferreira Martins, comandante interino do CEP, pede a demissão

  • 1926

Insubordinação da escola prática de artilharia de Vendas Novas

Fontes: aqui

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A MORTE SAIU À RUA

A morte saiu à rua num dia assim

Naquele lugar sem nome para qualquer fim

Uma gota rubra sobre a calçada cai

E um rio de sangue dum peito aberto sai


O vento que dá nas canas do canavial

E a foice duma ceifeira de Portugal

E o som da bigorna como um clarim do céu

Vão dizendo em toda a parte o rei morreu!


Teu sangue, Rei, reclama outra morte igual

Só olho por olho e dente por dente vale

À lei assassina à morte que te matou

Teu corpo pertence à terra que te abraçou


Aqui te afirmamos dente por dente assim

Que um dia rirá melhor quem rirá por fim

Na curva da estrada há covas feitas no chão

E em todas florirão, as flores duma nação


Poema de José Afonso, com ligeiras alterações minhas que em nada afectam o seu sentido.

Barrete


Do barrete vermelho ao barrete preto, celebram-se 100 anos de barretes numa festa que vai de luto.

Um tumor....


Ninguém celebra uma dor de dentes, uma otite aguda, um panarício ou uma escrófula. A república resume-se a isso: um acidente que não foi debelado a tempo por um bom antibiótico ou por lancetamento de hábil bisturi. Ficou. O tumor não matou, mas calcificou. É um abcesso que se vai cobrindo com os piedosos paninhos perfumados ou disfarçado com cosméticos, mas não pertence ao corpo em que se instalou.


Miguel Castelo Branco in Combustões

31 de... insolvência


Ala para casa, bimbos! Não se comemoram os assassinatos politicos que advieram sucessivos à tosca republicanice instituída porque imposta como boa, sendo o que foi e ainda é: desastrosa, basta olhar para os jornais todos os dias e no como não dá em nada esses crimes político-económicos, uns após outros. Se quiserem comemorar a bancarrota da I República em ano de mais que certa bancarrota, tudo bem, façam favor, comemorem. Registamos a ironia de a República se comemorar em ano de Bancarrota, 2010. Sim, porque isto, desde há cem anos, tem sido um só rapar para «socialistas, laicos e republicanos», desastre ao descolonizar, avidez por ouro, dinheiro, marfim, decisões danosas. São eles, esses cromos estomacais, os novos ultra-frades mendicantes locupletando-se de fêmeas, de putos, quando ninguém está a ver, e das benesses do Regime e é graças a eles que hoje o Poder Socratino não olha rigorosamente a quaisquer subterfúgios nem estratagemas para se perpetuar, para se escudar dos seus próprios lixos e incompetências agressivas, para lançar uma nuvem de Merda Mediática que manobre com Mentira um povo iliterato e crédulo. A República está muito para além do roço ao crime. Nasceu do Crime e prossegue em conformidade. Para se perpetuarem, há pândega, vale tudo, é carnaval. Comemora-se a República de todos os desastres. Ninguém se incomoda. Não há vergonha na cara.

In Palavrossavrvs Rex

Celebrações da República


(...) o regime republicano português teve a sua génese na liberdade e democracia do regime Monárquico, que foram utilizadas para perpetrar um duplo crime de homicídio cobarde e brutal, o que não abona nada em favor dos republicanos. Até porque, de seguida, e uma vez agarradas as rédeas do poder, o regime republicano perseguiu selvaticamente todos aqueles que timidamente se lhe opunham, ceifando quem lhe passasse pela frente, roubando direitos há muito conseguidos, atropelando tudo e todos e formando o regime à sua medida. Em qualquer momento da Monarquia foram os republicanos da 1ª República melhor tratados, de forma mais digna, livre e democrática do que passaram eles a tratar os outros a partir do momento em que lhes foi passado para a mão o bastão. Ou o roubaram. Vasco Lobo Xavier no Mar Saldado »»»»

Regicídio - Hoje passam 102 anos


A Real Associação de Lisboa manda celebrar uma Missa hoje dia 1 de Fevereiro (2.ª feira), pelas 19h00, na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, ao Chiado, em Lisboa, sufragando as Almas do Rei Dom Carlos e do Príncipe Real Dom Luís Filipe e recordando e homenageando o Seu sacrifício ao serviço da Pátria.

Cronologia da república - 1 de Fevereiro

  • 1911

Vandalização do centro académico da Democracia Cristã em Coimbra

  • 1915

Invasão do ministério do fomento por grupos de desempregados

  • 1918

Manifestações pelo país inteiro

  • 1919

O exército é mobilizado, face a um rápido avanço de tropas monárquicas

  • 1920

É fechado o jornal "Noticias da Beira" de Castelo-Branco

  • 1922

É fechado o jornal "O Diário de Angra" dos Açores

  • 1926

Revolta de Almada

Fontes: aqui