sábado, 17 de dezembro de 2011

Entrevista de Ribeiro Teles

Já fundou partidos ligados à terra e em defesa da monarquia. Há ligação entre estas duas causas?

Há sempre uma ligação. A nossa história é uma construção através de um regime monárquico e essa ligação à história e à continuidade perdeu-se. E nesse sentido há de facto um recuo enorme, que permitiu depois uma visão diferente do futuro. Quando a monarquia existia havia sempre um futuro na sequência da dinastia.

É essa a vantagem que vê na monarquia?

É essa a grande vantagem. Isso dá um somatório de uma cultura que é muito difícil de arrancar. Só à força é que se arranca. É o que está a suceder. Há a saudade dessa continuidade.

Os portugueses têm saudades da monarquia. Acha isso?

Dessa continuidade com certeza, porque isto é um país inventado e construído. Construído com as condições que tinha de mar, de terra, de solos e inventado pelo género português.

O caminho teria sido outro com uma monarquia?

Tínhamos seguido um caminho mais paralelo dos países escandinavos.

Os reis não são eleitos. Não é um bom argumento a favor da República?

Os reis são eleitos todos os dias.

3 comentários:

George Sand disse...

Gosto muito do Arq. Ribeiro Telles. Sempre teve uma visão serena sobre as coisas.
Aproveito para vos desejar a todos, um Feliz Natal

César disse...

«Os reis não são eleitos» é a afirmação sofismática com que se pretende insinuar uma suposta menor democraticidade dos estados cuja Chefia do Estado é «incarnada» pela Institução Real, apenas por esse facto e pelo que ao republicanos convém realçar das regras sucessórias. Prezo-me de não ser analfabeto em matéria de direito constitucional e estou à vontade para garantir a «pés juntos» que esse nexo é ABSOLUTAMENTE FALSO, como, em última linha, acaba por ser até tecnicamente falso que os reis não sejam eleitos. Tendo apenas presente a actual Constituição espanhola de 1978 que, aprovada em referendo pela quase totalidade dois terços dos eleitores espanhóis que foram às urnas - é obra! -, não contém limites materiais de revisão (como cá, sabem?), desde logo permitindo implantar a República mantendo o mesmo quadro constitucional.
Nela se determina DEMOCRATICAMENTE que «o Rei é o Chefe do Estado», bem como o respectivo estatuto, competências e modo de sucessão, incluindo a designação pelas Cortes Gerais de quem haja de suceder quando esgotadas as linhas sucessórias da dinastia reinante, donde resulta claro que apenas o arco temporal da intervenção eleitoral é potencialmente mais alargado do que nas «democráticas» e quantas manipuladas eleições presidenciais. No Rei Juan Carlos confluem, recordemo-lo, em matéria de legitimidade, decerto, a sucessão do Estado «franquista» e a legitimidade historico-dinástica do expresso reconhecimento pelo pai, o Conde de Barcelona, mas também a legitimidade constituinte, e constitucional, decorrente do sufrágio universal. Agora, lembram-se de como o Bush Filho foi «eleito» a primeira vez, com menos votos do que o candidato do Partido Democrático? Parece que, em Portugal, em 1958, o Alm. Américo Thomaz não mais foi do que precursor de tão avançado sistema...

Anónimo disse...

O QUE É DEVERAS PREOCUPANTE É NESTE PAÍS PESSOAS COM TÍTULOS DE DOUTOR, ENGENHEIRO ,ADVOGADO, ETC , ESCONDEREM-SE ATRÁS DESSES TÍTULOS, PARA INFERNIZAREM QUEM TRABALHA POR CONTA DE OUTREM, TENHO VISTO AQUI E NOUTROS SITES, O CASO PARECE - ME ILEGAL DO DESPEDIMENTO COLECTIVO DE 112 PESSOAS DO CASINO ESTORIL, COM FAVORES DE ESTADO, ISTO MOSTRA QUE NUNCA ESTE PAÍS SE ENDIREITA COM ESCUMALHA DESTA QUE SE ESCONDE ATRÁS DE TÍTULOS, PARA FAZER MAL A QUEM QUER QUE SEJA.
O MAIS GRAVE É A FALTA DE INVESTIGAÇÃO E DE JUSTIÇA, QUE NESTE CASOS DEVIA PUNIR QUEM SE APROVEITA DE CERTOS CARGOS A SEU BELO PRAZER PREJUDICANDO O ELO MAIS FRACO.

ISTO TEM O NOME DE COBARDIA, FALTA DE CIDADANIA E UM ACTO CRIMINOSO CONTRA A HUMANIDADE.