Neste dia, 25, atiram-se foguetes, fazem-se entrevistas, dá-se largas à expressão "Anti-fascismo" (bálsamo imortal para os fãs dos amanhãs que não se calam), ouvem-se os "históricos", medalhados e por medalhar, exige-se alegria pela revolução dos cravos, exige-se compreensão pelo MFA, exige-se o "unanimismo" pelas "Conquistas" de Abril. Podem exigir, mas a minha consciência não está do lado da consciência dos heróis-escroques. Parte desses camaradas foi à revolução pela ganância de fazer outra ditadura, tal qual, ela por ela! Os camaradas que querem que levemos ao colo tiveram, cada um, a sua razão e o seu quinhão para se terem colado ao "movimento". A prova está à vista. Os camaradas, socialistas, comunistas, sociais democratas, seguiram o seu caminho, deixaram-se fotografar para a posteridade, nos dias quentes e, após o saque, estão em fuga da própria caricatura nestes dias frios. Querem ver heróis? Peçam um passo em frente de quem assuma o percurso... todo... Até hoje ninguém se moveu.
De facto, o 25 de Abril trouxe "liberdade". Liberdade para os "políticos" fazerem política. A outra liberdade tem desaparecido. Tem desaparecido a liberdade do sorriso, da esperança, de amar sem medo, sem medo de sair, de morrer, a liberdade de ser só sem ter que responder a matilhas ou a milícias correctivas. Desapareceu a liberdade de exigir valores. Também desapareceu a vergonha; essa anda livre e ao desbarato.
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