sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Vitória real



Em política, não existem coincidências.

Desde há alguns dias, a comunicação social tem noticiado as declarações do Duque de Bragança, referindo-se à disposição do Brasil ajudar Portugal a combater a crise económica e financeira. Enquanto alguns ignoraram totalmente a hipótese, houve quem tivesse exercido o seu "direito de troça" e ainda ontem, o nosso colega Portugal dos Pequeninos - que acusa D. Duarte de ócio! - desferiu um dos seus habituais ataques, talvez maçado pela evidente vacuidade e circunspecto mutismo de um re-candidato a certas "cooperações estratégicas" entre-palácios.

Os noticiários dizem que o governo do ainda presidente Lula da Silva, parece disposto à ajuda e que o sr. Teixeira dos Santos foi pragmático, ouvindo in loco a notícia daquela possibilidade. A compra de títulos de dívida, consiste na primeira fase e se existir vontade e competência no trato, poderemos chegar muito longe. Bem vistas as coisas, o governo português beneficia da diplomacia paralela da Casa Real, sem que isso implique qualquer tipo de despesa para os contribuintes. Gostem ou não gostem os detractores, engulam a evidência e aproveitemos a oportunidade.

A acção do cada vez mais nosso Rei, parece ter sido um factor de inegável relevo.

Estamos mesmo assim: gastamos quase 20.000.000 de Euros com Cavaco Silva - não contando com os outros três ex -, para que permaneça calado e ocasionalmente surja em cimeiras, como mero apêndice de S.M. João Carlos I de Espanha. O caríssimo ocioso residente de Belém, cada vez mais se parece com um sucedâneo do senhor Moralles e uns tantos outros de quem poucos sabem pronunciar o nome.

Definitivamente, chegámos a uma fase de transição e a par da cada vez mais estranha Europa, ressurgem outras possibilidades bem ao nosso gosto. Às montanhas com cumes nevados, os portugueses sempre preferiram praias bordejadas por coqueiros. Fazem bem.

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