sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O nojo


Enquanto as notícias vagueiam pelo folclore da eleição presidencial eu reservo-me ao nojo neste período que se avizinha. São candidatos a si. Não são candidatos pelo país. Primeiro eles, os candidatos, depois o partido deles, dos candidatos, depois os rapazes deles, que se sentam à mesa dos candidatos, depois o discurso deles, da ideologia mastigada em rascunho, dos candidatos, depois o povo, os outros, os ouvintes, os pedintes, do cortejo, da plateia, que acena, que se contenta, pela participação de cruz. Eu não, tiro licença, sem licença, de nojo.


6 comentários:

joshua disse...

Estado de nojo-luto é pouco, caro João.

JSM disse...

Mensagem certeira, mais do que certeira. Revejo-me nela.

Nuno Castelo-Branco disse...

Que tal fazermos uma "campanha pelo nojo", isto é, apelando à abstenção?

Anónimo disse...

"Que tal fazermos uma "campanha pelo nojo", isto é, apelando à abstenção?"

É uma boa ideia, desde que os habituais 25-30% de abstenção sejam deduzidos ao sucesso da campanha.

João Amorim disse...

Quase aposto que vai ser das eleições menos "concorridas".

Nuno Castelo-Branco disse...

Caro anónimo. Já contamos com esses 25%. Refiro-me é a passarmos a barreira dos 50%. Isso é que era!