Acabei de ler ontem «Leva-me Esta Noite», o mais recente livro da minha amiga Cristina Flora. Uma narrativa que, embora ficcional, também aborda um assunto... real: o roubo, em 2002, de parte das jóias da Coroa Portuguesa de uma exposição num museu em Haia, na Holanda.
Além, óbvia e principalmente, dos ladrões, a culpa pelo sucedido foi: das autoridades culturais e policiais dos Países Baixos – que, além de não terem implementado as mais eficazes medidas de segurança, terão mostrado pouco interesse e empenho na resolução do caso; e de quem autorizou, em Portugal, a cedência de tesouros nacionais tão valiosos sem - confirmou-se depois – estar devidamente assegurada a sua protecção. E de não muito valeu a indemnização que se recebeu e o que se fez posteriormente com ela.
Este foi mais um exemplo do desinteresse, do desleixo, da displicência com que frequentemente as instituições da república tratam as heranças da Monarquia. A não ser, claro, quando aquelas precisam destas para «comemorar» o centenário do golpe de 5 de Outubro de 1910... admitindo, implicitamente, que nada de muito importante, justificativo de ser «celebrado», aconteceu nestes últimos cem anos. O «novo» Museu dos Coches e a «renovação» da Praça do Comércio, e respectivos «cortejos» de dúvidas e de suspeições, constituem dois exemplos recentes e bem conhecidos desse abuso.
Além, óbvia e principalmente, dos ladrões, a culpa pelo sucedido foi: das autoridades culturais e policiais dos Países Baixos – que, além de não terem implementado as mais eficazes medidas de segurança, terão mostrado pouco interesse e empenho na resolução do caso; e de quem autorizou, em Portugal, a cedência de tesouros nacionais tão valiosos sem - confirmou-se depois – estar devidamente assegurada a sua protecção. E de não muito valeu a indemnização que se recebeu e o que se fez posteriormente com ela.
Este foi mais um exemplo do desinteresse, do desleixo, da displicência com que frequentemente as instituições da república tratam as heranças da Monarquia. A não ser, claro, quando aquelas precisam destas para «comemorar» o centenário do golpe de 5 de Outubro de 1910... admitindo, implicitamente, que nada de muito importante, justificativo de ser «celebrado», aconteceu nestes últimos cem anos. O «novo» Museu dos Coches e a «renovação» da Praça do Comércio, e respectivos «cortejos» de dúvidas e de suspeições, constituem dois exemplos recentes e bem conhecidos desse abuso.
1 comentário:
Esta estorieta é simplesmente grotesca:
1. Emprestam-se jóias inestimáveis, algumas delas de grande valor simbólico e que foram ostentadas por D. Maria I no dia da aclamação.
2. Saem do país as ditas peças originais, em vez de cópias, tal como os ingleses costumam fazer.
3. Um museu com um sistema de alarme apropriado. Entram os meliantes, soa o alarme, partem-se as vitrinas e foge-se à vontade. numa sala contígua, os guardas dizem que nada ouviram. Estranho... Por mero e assumido preconceito, tratando-se dos famigerados holandeses, podemos ser tentados a pensar em conluio dentro do próprio museu.
4. Recebemos uma ridícula indemnização que naturalmente devia ser usada para adquirir peças de joalharia - ou outras - que nos leilões vão surgindo e que pertenceram à família real. Não! O dinheiro reverte para não se sabe bem que entidade que decide a bel-prazer o que com ele fará.
Há uns tempos, o meu pai alertou a tutela acerca de uma peça - uma aigrette - de brilhantes que pertencera a D. Amélia e ia a leilão, com uma base de licitação de 25.000 Euros. Telefonou, enviou mails, falou pessoalmente com a "tutela". Resultado? NADA!
- peças outrora pertencentes aos reis D. Manuel e D. Augusta Vitória, foram há tempos a leilão e o príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen alertou o Estado português. Resultado? NADA!
O que podemos nós esperar de um departamento de "Cultura" que tem como sede um edifício parcialmente arruinado? E que assim continue, dado o conhecido afã em tudo se transformar em réplicas do Centro Comercial do Martim Moniz. Até porque um dia poderemos vir a precisar do edifício, ou pelo menos, da parte poente para instalar uma "certa Instituição".
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