quinta-feira, 19 de novembro de 2009

De 1902 – mais dados que agradeço sejam tidos em conta pela Comissão oficial do Centenário - II


No seguimento do artigo anterior, a carta publicada por José Pereira de Sampaio, mais conhecido por Sampaio Bruno, onde este se afasta do partido republicano, trouxe desenvolvimentos – à boa maneira republicana cuja ética, que agora se quer comemorar(!), viria a ser aplicada no regicídio e no golpe de estado de 1910:

Hontem, por volta das 9 horas menos um quarto da noite, sr. José Pereira de Sampaio descia, só, tranquillo e socegadamente a rua de Sá da Bandeira, d'esta cidade. Atravessou a rua, vindo da tabacaria Gonçalves, o dr. Affonso Costa, acompanhado de vinte individuos, aproximadamente. Subito, o dr. Affonso Costa, dirigindo-se ao sr. José Sampaio, berrou-lhe: – Ah, seu canalha! E, levantando a mão armada de um "box de ferro", assentou-lhe uma forte pancada na cabeça. Logo, os indivíduos que acompanhavam o dr, mettendeo-se na contenda, agarram os dois, mas permittindo que o dr. Costa continuasse aggredindo violentamente o sr. José Sampaio. (...)

Jornal Voz Publica, 12 de Janeiro de 1902

Nota: Para os distraidos este dr. Costa, na República, foi parlamentar (1911-26), Ministro da Justiça (1910-11), Ministro das Finanças (1913-14 e 1915-17), Presidente do Ministério (1913-14, 1915-16 e 1917), não esquecendo que exortou o atentado terrorista a um chefe de estado (D. Carlos), foi mação do Grande Oriente Lusitano Unido, iniciado (1905) na loja O Futuro (Lisboa), com o nome simbólico de Platão e chegou a estar indigitado para as funções de Grão-Mestre do GOL.

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