As quadrilhas não lhe sahiram ao caminho pela sua tyrannia, falsa tyrannia como havemos de provar; mas por elle (El Rei D. Carlos) se ter resolvido, emfim, a defender a todo o transe as chaves do thesouro. Perdoaram-lhe todos os crimes. Não lhe perdoaram essa virtude. Morto elle, a corõa, no dia seguinte, rendeu-se a assassinos. O poder cahiu na lama. O principio e a força da auctoridade, já tão abalados, extinguiam-se de todo. E desde essa hora solemne quem reinou em Portugal não foi D. Manuel, filho e successor do rei assassinado. Foi a carabina do Buiça. Podia mais este assassino, do fundo da sua sepultura, que a lei, o direito, o sceptro, a policia, o exercito, todas as forças moraes e materiaes d'uma monarchia que ha quasi oito seculos vivia.
Homem Christo, 1912
Sem comentários:
Enviar um comentário