Ouvimos recorrentemente ser proferida de forma grandiloquente a expressão "ética republicana", designadamente nos discursos dos mais altos responsáveis do regime em que vivemos. No entanto, estes glosadores de Frei Tomás têm uma concepção muito própria da ética.
Como se tem visto nestes últimos dias, e com a devida salvaguarda da presunção de inocência, há quem pareça utilizar o sector empresarial do Estado e empresas ainda ligadas a este de forma criminosa, visando enriquecer rápida e vorazmente. Na verdade, não era verdadeiramente segredo para ninguém que a contratação pública de obras, prestação de serviços e até equipamentos militares tem sido uma das maiores vítimas da apregoada "ética republicana", mas é surpreendente ir constatando a aparente facilidade e desfaçatez com que se contorna ou mesmo viola a lei.
Quando são os responsáveis máximos de empresas estatais ou participadas do Estado, alguns deles em "pousio" da política, a darem estes exemplos, estamos conversados quanto à "ética republicana". É também este descalabro ético que tem de levar à reciclagem verdadeiramente mais urgente: a do regime serôdio em que vivemos.
1 comentário:
Muito pertinente, caro Luís.
Enviar um comentário