segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Os "relatórios" da República, ontem e hoje

Esta preciosidade, rara, editada em 1919 por um Inspector da Judiciária chamado Eurico de Campos devia ser lida pelos nossos meninos contemporâneos logo na escola primária. Aqui, neste livrinho de 46 páginas, ficamos a perceber o que moveu a "implantação" da República, o que motivou e ainda motiva os republicanos e ficamos, igualmente, a saber o que valem os relatórios de investigação na república.
Este "autor" viria a ser preso após o atentado que vitimou o Sidónio Pais, aliás, este relatório foi escrito na prisão. Enquanto "inspector", Eurico de Campos mandava libertar cidadãos que eram presos, concerteza, por praticarem actos bondosos (onde é que eu tenho visto isto...), muitos dos quais semelhantes ao acto bondoso que vitimou o seu "amigo" Sidónio.
E diz o autor assim: "(...) E se aos presos dei imediata liberdade; se puz de parte denuncias; se afastei denunciantes e rasguei mandactos de captura, fi-lo apenas dominado pela justiça e pelo desejo de bem servir a república; visto que êles, tinham um unico crime: o "crime" de serem republicanos! Denuncias e denunciantes foram acolher-se no gabinete do comissário (...) forçando-me a intrometer nos serviços do comissário e obrigando-me a que me impozesse e evitasse desta forma muitas prisões preventivas e a deportação como "vadios" de muitos homens de trabalho, cujo único crime era serem bons e dedicados republicanos."

Não preciso de informar que para o autor o assassino de Sidónio (também de nome Costa e que nos interrogatórios se dizia maçon!) foi comandado pelo "braço monárquico".
Está agora explicado a bondade do regime para com os delinquentes assim como a amnistia presidencial que a República concedeu aos dedicados republicanos das FP25!


Livro: arquivo da Casa Amorim de Carvalho, Porto

4 comentários:

Maria Menezes disse...

Grande descoberta!Parabens! Uma república assasina e mentirosa! E como diz o ditado, anda a mentira enquanto a verdade não chega...

Anónimo disse...

"concerteza" é um erro. Com certeza.
Agradeço que emende e não publique este reparo.

Luís Bonifácio disse...

Claro que o "Costa" que matou Sidónio só podia ser comandado por um "braço monárquico" ele até dormiu no dia anterior na Casa do grão-mestre da Maçonaria - Magalhães Lima.
Claro está que para a polícia republicana isso foi apenas uma mera coincidência. o pobre do Dr. Magalhães Lima iria lá saber que um andrajoso trabalhador rural do Alentejo ia a Lisboa matar o presidente eleito.

JSM disse...

'Um país de costas'... E continua.