sábado, 24 de dezembro de 2011

Apesar de tudo, amanhã será Natal

(Excerto duma crónica publicada hoje no jornal i)

Se considerarmos a racionalidade a prática da boa interpretação da realidade, podemos atribuir ao século xx, o do advento das repúblicas, das independências e das “igualdades”, o cognome de “O irracional”. O conhecimento e a aptidão tecnológica definitivamente não conferiram racionalidade ao ser humano: para não nos determos em demasia nos três maiores monstros do século passado, Mao Tsé-tung, José Estaline e Adolf Hitler, aos quais, por junto, se pode atribuir a responsabilidade de quase 200 milhões de vítimas, observe-se o caso do jovem norueguês Anders Breivik, que dominava técnica suficiente para fabricar as bombas que fez explodir em Oslo. Continuar a ler »»»»

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nos 50 anos da invasão



O Aviso Afonso de Albuquerque cumpriu plenamente a missão que lhe estava confiada. Nas águas de Goa defendeu Portugal e honrou a nossa história. Oxalá um dia possamos ver as unidades da Armada redimirem aqueles tiros há um século disparados diante da Necessidades, voltando a hastear a verdadeira bandeira e repondo a legitimidade roubada. Não precisam de muito, apenas de uns tiros de salva, com pólvora seca.

As bandeiras fornecemos nós.

Entrevista de Ribeiro Teles

Já fundou partidos ligados à terra e em defesa da monarquia. Há ligação entre estas duas causas?

Há sempre uma ligação. A nossa história é uma construção através de um regime monárquico e essa ligação à história e à continuidade perdeu-se. E nesse sentido há de facto um recuo enorme, que permitiu depois uma visão diferente do futuro. Quando a monarquia existia havia sempre um futuro na sequência da dinastia.

É essa a vantagem que vê na monarquia?

É essa a grande vantagem. Isso dá um somatório de uma cultura que é muito difícil de arrancar. Só à força é que se arranca. É o que está a suceder. Há a saudade dessa continuidade.

Os portugueses têm saudades da monarquia. Acha isso?

Dessa continuidade com certeza, porque isto é um país inventado e construído. Construído com as condições que tinha de mar, de terra, de solos e inventado pelo género português.

O caminho teria sido outro com uma monarquia?

Tínhamos seguido um caminho mais paralelo dos países escandinavos.

Os reis não são eleitos. Não é um bom argumento a favor da República?

Os reis são eleitos todos os dias.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Palhaços, saltimbancos, malabaristas


É risível a posição dos artistas da política sobre os desígnios da história. Para os palhaços do circo republicano as revoluções, "deles", foram fruto de uma razão divina e de popular bem se sabe que o "povo" foi metido à posteriori no meio da contenda, para dar aquele ar. Dizer que o feriado do 5 de Outubro é uma data simbólica é verdade. Um verdadeiro símbolo ao terrorismo, um símbolo ao regicídio, ao sectarismo, à segregação politica. Os saltimbancos. Porque razão não é feriado no dia 23 de Janeiro, dia da instauração da Monarquia do Norte? Não é um dia histórico, onde se fez, também, história? Estou farto de pregadores malabaristas.


domingo, 11 de dezembro de 2011

O Natal, o vazio e a tralha dos imensos carnavais

Admitindo que os efeitos festivos das decorações natalícias nas ruas da cidade, podem contribuir para o Espírito que a quadra encerra, confesso que não sou seu incondicional aficionado, antes pelo contrário. Em plena crise financeira, a sua notória ausência não me incomoda: o mais das vezes, o seu efeito ostentatório resulta na tendência para a adulteração da festa do nascimento de Jesus, como mais uma pândega do calendário pagão.
Lisboa tem este ano, sob os auspícios do Zé “que faz falta”, dos esfregões 3M, da Câmara Municipal e mais 150.000 euros, em vez das habituais iluminações, sete “instalações” foram concebidas por “verdadeiros artistas da modernidade" para assinalar a quadra, de que afinal nenhum lhe conhece o sentido. Não consta que nalguma ”instalação” se encontre uma única menção ao nascimento de Jesus: na Praça do Chile são molhos de chapéus-de-chuva iluminados, junto ao Parque Eduardo VII exibe-se um conjunto de repugnantes gaiolas em forma de árvores de Natal entulhadas de lixo “para reciclar”. Nos ajardinamentos centrais da Rotunda foram espetados uma série de “sinais de trânsito” reflectores que anunciam a “Lapónia”, o “Bacalhau”, a “Neve”, o “Peru”, o “Pai Natal” e toda a vasta gama de iconografia mundana referente às festas. Este absurdo puritanismo laicista está também patente num anúncio da TV ao jogo da lotaria em que o apresentador enumera uma séride de tradições do Natal português evitando olimpicamente referências a Jesus ou ao presépio, mas mencionando uma inexistente “Noite do Galo”, como alusão disfarçada à Missa do Galo.
Através da abordagem mediática e demais tralha publicitária que invade as nossas casas através da imprensa, rádio e televisões, constatamos a tenacidade do regime tornar o Natal uma festa pagã. Afonso Costa por estes dias se não ardesse no Inferno, chocalharia veemente os seus ossos exultando no caixão: todas as festas perfilhadas pelo todo-poderoso Estado Laico, se vão assemelhando cada vez mais, a uma série de variantes do Carnaval: sejam elas protagonizadas pelo Pai Natal, por simples foguetório e embriaguez, por brasileiras desnudadas a tiritar de frio, coelhinhos de chocolate ou até sardinhas assadas. O motivo e finalidade comum é a simples alienação num tanto quanto possível desregrado folguedo.

~o~

Voltando ao essencial, não desisto de apregoar que, ultrapassada a perspectiva infantil, o Natal não é magia mas dum Milagre que se trata… a diferença é profunda e o fenómeno não requer luminárias ou artifícios. Porque esse incomensurável Milagre de Deus encarnado no humilde Menino acontece no coração das pessoas. Um Menino Jesus que Se nos entrega para derrotar a nossa soberba com o seu Amor, chegando desta forma tão próximo de nós que “podemos tratá-lO por tu e manter com Ele uma relação íntima de afecto profundo, como fazemos com um recém-nascido*”.
É a preparação para este Natal, na intimidade do Presépio em que cada um de nós possui a graça de participar a 25 de Dezembro, que me concede a mim uma profunda paz e a sensação mais parecida com felicidade que conheço e que se me exige dar testemunho.
Porque a felicidade é incompatível com o egoísmo e o júbilo impele-nos a partilhá-la, entristece-me que a república laica tenha expulsado o Menino Jesus desta magnânima festa, e a sua mensagem seja tão militantemente censurada. Finalmente, urge perguntar: quem ganha com tudo isto, quem fica de facto a perder?

* In "Pensamentos sobre o Natal" de Bento XVI, 1ª edição da Lucerna - Novembro de 2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Das Partes do Sião, na Biblioteca Nacional de Lisboa



O Dr. Cavaco Silva deve andar muito ocupado com os incontornáveis assuntos das curvas de défice, acções na bolsa, tricas para a próxima cimeira do fim de semana e outros assuntos que envolvem números. Por acaso, este número 500 que agora se evoca, passa completamente ao lado do republicano regime que é a negação da História deste país. Pode Belém alegar questões de protocolo, mas a sapiência velha de séculos ditaria a quebra dessas normas, precisamente quando a Tailândia é um país com quem Portugal deve cultivar os profundos laços que unem os dois povos. Belém não percebe, nem as suas dúzias de assessores se preocupam com questões alheias aos negócios. Na comemoração do V Centenário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a Tailândia, não se viu o seu locatário - fez-se representar pelo General Rocha Vieira, pessoa merecedora de todo o nosso respeito - e de S. Bento, nem vivalma na Biblioteca Nacional. Da Secretaria de Estado da Cultura, afundada em "ralações insuperáveis" que dia a dia debita em programas de entretenimento televisivo, nem sequer um "chófer" despejou um longínquo representante governamental.

Antes assim, pois na inauguração da exposição "Das Partes do Sião", a BNL recebeu quem devia. Em primeiro lugar, o sucessor de D. Manuel I, o Rei que com Ramatibothi II do Sião, assinou esta nossa outra "velha aliança" que já tem meio milénio. O Duque de Bragança compareceu e plenamente representou o Estado que já fomos. As regimentais carcaças esfomeadas pela manjedoura faltaram, mas os interessados que se deslocaram à BNL, puderam contar com a afabilidade daquele a quem já se acostumaram a chamar de Rei.
Em boa verdade, há que referir o nome do general Rocha Vieira, o derradeiro governador-geral do nosso já extinto império e como sempre, fez-se o pleno quanto a entidades culturais e fundações privadas - daquelas que não beneficiam de dinheiros públicos -, académicos e interessados na preservação daquilo que Portugal ainda é. Apesar de tudo, restou aquilo que importa: a dignidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sim, senhor comendador.

Quando, a propósito das desvantagens da monarquia, me atiram com os títulos e a nobreza, lembro-me sempre dos comendadores republicanos. Podia começar pelas elites clientelistas da república, pelas dinastias republicanas e laicas como os Soares, os Sampaio, os Almeida Santos, etc, mas lembro-me sempre das ordens e das comendas que os Presidentes distribuem generosamente entre jogadores de futebol e amigos do regime, como a que foi entregue a "Joe" Berardo. Este senhor comendador vem agora cuspir no prato onde comeu (e come, avidamente). Ao menos aquela nobreza liberal de oitocentos ganhava um título por construir fábricas de transformação de lanifícios e por trazer dinheiro do Brasil. Hoje a principal condição para receber uma comenda é ter-se notabilizado pelo roubo na alta finança. Não se admirem se daqui a uns dias o senhor Sócrates ou o senhor Vara levem com uma medalhinha no peito. Pelos altos e valorosos serviços prestados à República.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Cão que ladra não morde e se rosna tem medo

Nos últimos tempos não tenho comprado o Público, coisa que talvez justifique a minha surpresa ao encontrar hoje em destaque, a ¼ de página (na 3) com caracteres de corpo grande a seguinte parangona: “Amadeu Carvalho Homem historiador e republicano, dirige uma pergunta ao pretendente ao trono, a propósito da celebração de mais um aniversário da Restauração, a 1 de Dezembro”: “SE UM DIA FOSSE REI DE PORTUGAL, NÃO ACHARIA BIZARRO (NO MÍNIMO) QUE O TRATASSE POR SUA MAJESTADE?” (a vermelho no original).
Porque mantenho alguma crença na inteligência humana, custa-me acreditar que esta opção editorial não tenha um justificado enquadramento que me escapa. De resto, a mesma pergunta com que nos desafia o historiador poderia aplicar-se a outros tratamentos honoríficos ou convencionais, que mais do que um sentido estrito correspondem apenas a uma tradição protocolar: Sentir-se-á o Presidente da República mesmo “Excelente” (Excelência) e o Senhor Reitor mesmo “Magnífico”, (Vossa Magnificência)?
Finalmente como um mal nunca vem só, a imbecil questão ficará sem resposta, dado que o destinatário dela como consta na manchete introdutória é D. Duarte Nuno Duque de Bragança, que faleceu aos 69 anos, há mais de 34 anos.
Pela minha parte sou levado a concluir que o destaque dado a tão boçal provocação só se justifica pela insegurança e receio que a Instituição Real por estes dias parece inspirar aos republicanos ou simplesmente a gente de limitada craveira. É sabido que a primeira razão do cão ladrar e arreganhar os dentes é o “medo”, fenómeno que deveria levar os monárquicos a ter algum orgulho na sua Causa, que afinal algum trabalho vai fazendo…

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Restauração da Independência 2

Ao contrário dos maçons que por já por aí uivam e acirrados rosnam salivando ódio com a ameaça da extinção do 5 de Outubro, o modo conformado com que a Igreja concede na eliminação de duas importantes festas religiosas, coincide com a maneira polida característica das forças mais tradicionalistas, que também se resignam com o fim do feriado da Restauração da Independência. De facto o mundo não acabará por isso, mas o fenómeno encerra em si um terrível simbolismo: quem é que por estes dias quer saber verdadeiramente dessa coisa extravagante chamada soberania, ou ainda desse capricho da “independência”?

De resto, ontem à noite, quase setecentos portugueses entre os quais muitos jovens juntaram-se no Centro Cultural de Belém numa evocação aos heróis que há 371 anos instauraram a “Dinastia Portuguesa” da Casa de Bragança em torno do Chefe da Casa Real Portuguesa. Com a habitual leitura da mensagem de S.A.R. tratou-se duma sóbria manifestação de sentido pátrio e solidariedade olimpicamente ignorada pelos média, demasiado ocupados com o exercício de bajulação ao decrépito regime encarnado por Mário Soares que promovia uma vernissage na sala ao lado com o lançamento do seu livro.
Porreiro pá!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Restauração da Independência

(...) Portugal atravessa uma das maiores crises da sua longa vida. Crise que, disfarçada por enganosas facilidades, foi silenciosamente avançando assumindo hoje consequências dolorosas para as pessoas, famílias e empresas.

A soberania de Portugal está gravemente ameaçada. A História, na crueza dos seus factos, revela-nos que, sempre que o País ficou enfraquecido, aumentou a vulnerabilidade à perda da sua Independência. (...)

(...) A dúvida que hoje se coloca não é a de que País vamos deixar aos nossos filhos mas sim que filhos devemos deixar ao nosso País. (...)
Perante a herança que as próximas gerações vão receber, é nosso dever, no mínimo, contribuir para lhes facultar as melhores ferramentas para o seu futuro e o de Portugal: educando-os e formando-os com respeito pelos princípios da honra, da responsabilidade e do amor à Pátria.

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