sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Ao jeitoso 2010


Em jeito de momentos de 2010 a rosca vai para as Comemorações do Centenário da República. Nem com 10 milhões de euros o povo se abeirou, festejou ou se apercebeu do que comemorávamos, senão de que o poder instituído queria que comemorássemos à força este regime; ou seja, uma utopia do que eles queriam que a dita República tivesse sido, mas não foi, não é, nem será. Mas mais. Este 2011 inicia-se com uma aragem triste e sombria para os filhos de Abril. Nunca Portugal viveu uma década com tantos recursos e tantos desperdícios. O novo milénio abriu com a bocarra do socialismo moderno, mas passados dez anos nada mais se vê que a trampa da linguagem falsa dos que nos geriram. Foi assim há 100 anos. É assim agora. Portugal é o melhor exemplo do que é a falácia dos votos, do que é a "democracia", do que é a mentira na política, do que é a deturpação da História, do que são as conveniências ladras-partidárias e, principalmente, o melhor exemplo para explicar porque este tipo de regime faz soltar a diarreia.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Uma surpresa republicana em fim de festa

Os festejos tinham de acabar em grande! Faltava a contrtação do ano. Muito ispirada na vasta cultura do candidato Alegre, a República releu a Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e regressou de lá com outro presidenciável: o Sr. Coelho!
Quem não o conhece, sempre agarrado ao seu relógio, contando minunciosamente o passar dos minutos e segundos?
Malgrado a sua lendária pontualidade, o Sr. Coelho chegou da Madeira já um pouco tarde. Talvez devido às sacudidelas atmosféricas que se têm feito sentir. Perdeu os debates entre os candidatos.
Deixe lá, Sr. Coelho... nós perdemos o circo. Perdemos muito mais.

Como eles dizem, nunca esquecer


Em jeito dos momentos de 2010 realço a partida deste inumano. Até acho estranho não estar na galeria dos homens da República, neste ano de, fiasco, centenário.

República - uma questão de maquilhagem...


Daqui a 20 e poucos dias vamos eleger um Presidente da República que, no nosso regime político, tem poderes mínimos. No entanto, alimentamos este filme das possibilidades de um Presidente, quase tão onírico como a relação das mulheres (e cada vez mais homens) com os cosméticos.

Ana Sá Lopes no jornal i na integra aqui

A triste cavaqueira


Assisti ontem ao debate entre dois candidatos ao emprego de presidente da república. Abri os ouvidos sem parcialidades e encostei-me a suspirar por uma boa disputa política. Não defraudei as minhas expectativas, quero dizer, saiu tudo como previsível. O candidato Alegre jorrou o conhecido léxico grossista: combate, luta, disputa, política ideológica, estado social, confronto, "dá-se mal com os confrontos", destruição do estado social, BPN, "em democracia não há vencedores antecipados"... e outras frases mastigadas que tais. O candidato Silva jorrou a contrapartida do léxico: "mentiu aos portugueses", protecção, isenção, "último caso", "jurei a constituição", disputa, "está tudo na minha página da presidência", confiança e outras frases ressequidas que tais. O que sobrou muito espremido do debate foi a inépcia e a ausência de ideias para Portugal, mesmo que o cargo de "presidente" seja um cargo pessarosamente de embrulho e comprometido com a estrutura partidária/mental do candidato.
O regime republicano sobrevive porque a teia de compromissos e avenças cai em pirâmide de Belém até aquém. Portugal precisava de uma voz de esperança. De uma voz de alento, apontadora, para um rumo que colhesse despertares. Uma voz Independente que falasse em futuro com os ecos do passado. Não é na República que encontraremos ensejos. Pena que a maioria não veja para além da mentira e da ilusão.

Eleições presidenciais


Bem vistas as coisas, os debates televisivos e as próprias eleições presidenciais, são sintetizados por este video magistral: mudem o nome dos candidatos para "Farfalho", "Funini", "Katuki", "Marakaté" e claro está, "Kunami". Tudo fruta no mesmo estado de conservação.

Cronologia da república - 2ªedição - 30 de Dezembro

  • 1919


Greve da Carris

  • 1922

É fechado o jornal “A Provincia” de Castelo-Branco

É fechado o jornal “A Beira” de Viseu






Fontes

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um telegrama

Maestro Manuel Ivo Cruz



Uma imagem que a Censura do regime não deixou passar. O Maestro Manuel Ivo Cruz foi a sepultar no cemitério da Lapa. Um fiel de sempre, levou consigo a Bandeira Nacional.

F.C.P. ainda mais azul e branco



No final deste ano das fracassadas comemorações da "República", o clube azul e branco renovou o contrato com o bisneto do Senhor Visconde de Guilhomil, como treinador da equipa de futebol. Sabendo-se que o Sporting "já é nosso" há muito tempo e o Benfica está bem infiltrado, a coisa vai andando...

Cronologia da república - 2ªedição - 29 de Dezembro

  • 1921


Explosão de bombas na juventude sindicalista




Fontes

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cronologia da república - 2ªedição - 28 de Dezembro

  • 1911


O bispo de Lisboa, da Guarda e do Porto são desterrados por dois anos

  • 1922

Protesto contra a detenção de sindicalistas






Fontes

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Quando o regime esquece os direitos das mulheres

Carolina Beatriz Ângelo


Nascida na Guarda em 1877, médica, cirurgiã, activista política, membro da Liga das Mulheres Repúblicanas, foi a primeira mulher em Portugal a exercer o direito de voto. A exposição foi seleccionada e aprovada pela Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República - CNCCR, e fará parte integrante do conjunto de iniciativas promovidas por esta comissão.

Ora temos de ter em conta que esta mulher ousou votar nas primeiras eleições republicanas a 28 de Maio de 1912 aproveitando as indefinições existentes no enunciado da Lei. Aproveitou uma cláusula da Constituição de 1911 onde só podiam votar "chefes de família" não especificando o sexo. Na sequência da controvérsia, é aprovada pelo senado em 1913 a Lei Eleitoral da República (nº 3 de 3 de Julho) onde pela primeira vez num texto legislativo se determina expressamente o sexo dos cidadãos eleitores masculinos.
O mais caricato no meio disto tudo é a Comissão do Centenário comemorar um dos mais flagrantes golpes da república contra os direitos das mulheres, já não chegam os cartões de Natal com a república ou até mesmo os spots publicitários da CNE a fazer propaganda ao Centenário. No meio deste nevoeiro de hipocrisia o Povo cada vez mais tem noção do que está realmente em jogo, não é a república mas sim Portugal que foi esquecido.

Fontes AQUI e AQUI

Local : Museu da Guarda, Entre 24-06-2010 e 31-12-2010

O jornalismo de soquete e o Colar com pernas


O jornal Público dá nota do desencanto da Câmara de Ovar em não saber do seu colar da "Ordem de Torre e Espada" que lhe fora atribuída, em 1920, pelo "povo" desta vila ter defendido a "República" contra os "revoltosos monárquicos" (reparem na expressão "revoltosos" como se fossem uns aliados do diabo a lutar contra o "bem"). Ora a verdade pia fino. A infantaria afecta aos republicanos destruiu a linha de comboio e pôs-se a andar para Aveiro onde montou uma barricada. Não houve confrontos em Ovar e o verdadeiro terrorismo que se vivia a norte era consumado pelas milícias republicanas que tudo faziam para implantar a "ordem" à força da porrada num distrito que foi um dos mais massacrados pelo regime do Afonso Costa. Basta ler a epopeia que foi a escrita no "Jornal de Aveiro" (até 1913), do Homem Christo, para se saber como o "povo" aderia à causa republicana. O caricato, para além de se querer colar a adesão do "povo" à destruição das linhas férreas (como fez a propaganda do regime em 1920), é que depois do colar ser posto ao peito do capitão Zeferino deu de frosques e ninguém mais o viu. Escafedeu-se. Seria uma peça valiosa boa para vender na feira? Estará em casa de algum indefectível e ladrãozeco republicano a dizer: isto é meu, isto é meu? Ou foi mandado para o estrume e entrou em estado de decomposição?

Cronologia da república - 2ªedição - 27 de Dezembro

  • 1924


É fechado o jornal “A defesa” de Évora




Fontes

sábado, 25 de dezembro de 2010

Parasitismo no Centenário, património a leilão



“Neste país” – é assim que hoje em dia, os portugueses chamam à sua pátria -, existe sempre uma verba qualquer para comprar miserável sucata a prazo, como um Mercedes ou BMW, destinado a uma qualquer irrisória excelência. Simultaneamente, um desastre que ninguém quis comemorar, tem custado milhões sobre milhões, devorados em festas, parasitas do "Esquema", publicações que poucos adquirem e "templates" a martelo, numa cega-rega de chupismo sem peias. No entanto, adquirir belas obras que enriquecem o nosso património e garantem um hipotético renascer da nossa auto-estima, é coisa difícil. Na Sotheby’s de Nova Iorque, vai a leilão este belíssimo quadro que retrata um grande português do Oriente. A base de licitação está fixada entre os 80.000 – 100.000 Dólares (EUA). Não haverá por aí um mecenas capaz de oferecer a Portugal esta prenda de Ano Novo?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Cronologia da república - 2ªedição - 24 de Dezembro

  • 1910


Pastoral alerta para o desrespeito republicano para com 5 milhões de católicos

  • 1911

Destruição de um jornal católico em Viseu

  • 1912

É fechado o jornal “Imparcial” de Guimarães





Fontes

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

República natalícia


"Numa análise das receitas e despesas previstas por cada uma das candidaturas, nota-se que apenas Manuel Alegre e Francisco Lopes contam com financiamento partidário. O candidato apoiado pelo PS e pelo BE prevê uma receita partidária de 500 mil euros, enquanto o comunista espera receber 270 mil euros do PCP.
Apoiado formalmente por dois partidos, PSD e CDS-PP, Cavaco tem zero euros na rubrica orçamental de "contribuição de partidos". O mesmo se passa com os independentes Fernando Nobre, Defensor Moura e Botelho Ribeiro. De acordo com a lei, as candidaturas podem ser financiadas por via das subvenções do Estado, de donativos e angariação de fundos.
Do lado da despesa, é curioso referir que o orçamento de Cavaco é o único que tem a maior fatia de gastos em comício e espectáculos. As outras candidaturas atribuem maior peso aos meios de propaganda."

Fora os outros gastos... os candidatos não vivem com crise, têm muita gente que lhes adianta por conta dinheiro e têm o dinheiro dos contribuintes que mesmo que não concordem com esta choldra pagam os candidatos, as candidaturas, as veleidades pessoais dos candidatos, as mesadas dos antigos chefes-das-forças-desarmadas, e não bufam...

Não era o Nobre, era o Rei...

Gostei do discurso de ontem do candidato FERNANDO NOBRE. Sobretudo na parte final, quando se propôs ser um «árbitro isento e livre», e invectivou os portugueses - «Vocês são livres!».
Fernando Nobre, realmente, passou sempre ao lado da vida partidária, é um homem descomprometido com esse lado da Política. Tem autoridade moral para criticar os - nas suas palavras - «politicos profissionais».
Não obstante, o sistema não lhe consentirá seja vitorioso nesta luta pela Chefia de Estado.
E tudo seria diferente se, em vez de lidarmos com eleições presidenciais, os portugueses - por sua livre opção - contassem desde sempre com um Chefe de Estado, simultâneamente um chefe nacional.
Alguém nascido com a incumbência de os servir. De viver sempre como um «árbitro isento e livre», garante supremo da liberdade dos portugueses.
UM REI!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Natal no ano do Centenário da República



De bolo-rei a bolo Arriaga

Temos assim que o bolo-rei atravessou com êxito os reinados da Rainha D. Maria II e dos reis D. Pedro, D.Luís, D.Carlos e D. Manuel II. Com a República, houve alguns problemas que depressa foram ultrapassados.
Vieram depois sem novidade o Estado Novo de Salazar e Marcelo Caetano e a Revolução de 25 de Abril de 1974.

Cinco dias depois da Revolução do 5 de Outubro de 1910 eram já centenas os padres e freiras detidos. O ministro da Justiça e Cultos, Afonso Costa, dirigia pessoalmente interrogatórios a ponto de os seus adversários repescarem, para lha atirarem à cara, a alcunha de “mata frades” dada a Joaquim António de Aguiar.
Ainda em Outubro abolia-se o juramento religioso nos atos civis, suprimia-se a Faculdade de Teologia de Coimbra, extinguia-se o ensino da doutrina cristã nas escolas primárias e terminava-se com os feriados em dias santificados. A única exceção era o Natal, que passava a chamar-se Dia da Família.

Em boa verdade, os piores tempos para o bolo-rei foram os que se seguiram à proclamação da República, em 5 de Outubro de 1910. Meses depois, em 7 de Janeiro de 1911, o Diário de Notícias não fazia as coisas por menos: «O bolo-rei tende a decair ou desaparecer-Terá de ser substituído?» Poderá parecer estranho, mas a proclamação da República pôs em risco e existência do bolo-rei, na altura já considerado tradicional.
Tudo por causa da palavra rei, «símbolo do poder supremo», dizia o Diário de Notícias, que numa lógica que hoje nos faz sorrir, acrescentava na sua notícia-comentário: «Ora, morto este símbolo, o bolo tinha de desaparecer ou tomar o expediente de se mascarar para evitar a guerra que lhe podia ser feita.»
Em face disto, que fizeram os industriais de confeitaria? Partindo do princípio de que o negócio é negócio e política é política, seguiram naturalmente a segunda via, ou seja, continuaram a fabricar o bolo-rei, mas sob outra designação.
Os menos imaginativos passaram a anunciar um bolo que dava pelo nome de ex-bolo-rei, mas a maioria preferiu chamar-lhe bolo de Natal e bolo de Ano Novo.
A designação de bolo nacional era talvez a melhor, uma vez que remetia para a confeitaria que introduziu o bolo-rei em Portugal e também para uma certa ideia relacionada com Portugal, o que fica sempre bem em períodos revolucionários. Não contentes com nenhuma destas soluções os republicanos mais radicais chamaram-lhe bolo Presidente e até houve quem anunciasse… bolo Arriaga! Não se sabe como reagiu o primeiro presidente da República, Manuel de Arriaga, mas convenhamos que a homenagem dos confeiteiros não foi a melhor.

Fonte aqui

A república para os republicanos

O Estado continuou a ser a principal forma de organizar a influência política. Por exemplo, os empregos de notário, conservador do registo predial e oficial do novo registo civil, criado na sequência da Lei da Separação, eram de livre nomeação do ministro da Justiça, e por sua vez muitos dos auxiliares de livre escolha dos titulares dos cargos. Formaram-se pirâmides de patronos e clientes, com o vértice em Lisboa e a base na província. No congresso do PRP de Braga, em Abril de 1912, a maioria dos inscritos já eram funcionários públicos. (...) Como ser maçon pareceu uma boa credencial a quem procurava posições e benefícios, o número de iniciados nas lojas do Grande Oriente dispararam de 2733 para4341 em 1913.

A república para os republicanos, pp 592 por Rui Ramos In História de Portugal, Esfera dos Livros 2009

Publicado também aqui

república para os republicanos


O Estado continuou a ser a principal forma de organizar a influência política. Por exemplo, os empregos de notário, conservador do registo predial e oficial do novo registo civil, criado na sequência da Lei da Separação, eram de livre nomeação do ministro da Justiça, e por sua vez muitos dos auxiliares de livre escolha dos titulares dos cargos. Formaram-se pirâmides de patronos e clientes, com o vértice em Lisboa e a base na província. No congresso do PRP de Braga, em Abril de 1912, a maioria dos inscritos já eram funcionários públicos. (...) Como ser maçon pareceu uma boa credencial a quem procurava posições e benefícios, o número de iniciados nas lojas do Grande Oriente dispararam de 2733 para4341 em 1913.

A república para os republicanos, pp 592 por Rui Ramos In História de Portugal, Esfera dos Livros 2009

Publicado também aqui

Tabus de...



Um blog a ter em conta. Urgentemente.

Candidaturas republicanas

«Rui Patrício - A vida conta-se inteira» é um título recente da jornalista Leonor Xavier e uma leitura interessante sob muitos pontos de vista. Trata-se da biografia, elaborada em forma de entrevista, do então mais jovem ministro dos Estrangeiros na Europa. Juntamente com Moreira Baptista, quem acompanhou Marcello na célebre viagem de chaimite, desde o Quartel do Carmo até ao da Pontinha.
Memórias à parte, fica este curioso apontamento: em uma deslocação do Ministro Patrício a Paris, em 1971, onde se encontrou com o Presidente Pompidou, ouviu-se lá longe a voz épico-lírica da Rádio Argel, clamando «como podia o porta-voz de De Gaulle na Resistência francesa prestigiar um ministro fascista
Mesmo a mim, fraquíssimo em vidências, parece-me evidente quem foi o patriota locutor...

Cronologia da república - 2ªedição - 22 de Dezembro

  • 1912


António José de Almeida recebe insultos e vaias de apoiantes de Afonso Costa

  • 1914

O parlamento é encerrado

  • 1923

O parlamento é encerrado

  • 1925

O deputado Pinheiro Torres defende o fascismo como solução





Fontes

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Outro tempo



"Querer ressuscitar o que passou é tarefa impossível. Passou, morreu."

Aos meus Amigos

Nuno Castelo Branco,
Daniel Nunes Mateus,
Nuno Rezende,
João Amorim,
e outros mais:
Longe de mim a intenção da mensagem patriarcal (Nuno, João, conhecemo-nos o suficiente, que diabo!). Somente já não vou acompanhando o blogue com a frequência de outros tempos. Eu, mais velho uns anos.
Por isso, e por o compromisso que assumi, vai aí um grande abraço.
Não é desculpa minha. Mas deve ter algum valor: não tenho escrito porque não sei escrever. Isto é: a Cabra já se calou. Ora, que acrescentar além de uma realidade - já arrebanhada pelo pastor, ordeira e sossegada?
A malandragem esgotou a massa. Não dá nem para os foguetes. Comemos toda a pobre mioleira da tropa do "Almanaque". Para eles, coisos-públicos, o tema agora é a crise financeira. O desemprego, outros dramas.
Temos outros blogues... O verbo não é assim tão extenso...
A minha solidariedade, acima de tudo.
A merda da República é que, tão institucionalmente calada, não me dá tema. Só por causa da minha parca imaginação.
Um abraço, amigos de sempre.
JAM

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Como amar a República em 10 passos.



Quase no final deste ano de frenesi comemorativo, que resultou em centenas de laudatórios livros de luxo (repare-se que a diferença entre luxo e lixo é apenas de uma vogal), julgamos ser já possível atribuir o prémio da pior edição pró-republicana. Trata-se, segundo a nossa opinião, de Tudo o que sempre quis saber sobre a Primeira República em 37 mil palavras, do sociólogo Luís Salgado de Matos. A obra foi editada pelo Instituto de Ciências Sociais, com o patrocínio da Comissão do Centenário. É um pequeno manual sobre como amar a I República em 10 passos. Lidas as 37 mil palavras, concluímos que a Primeira República foi um dos piores períodos pelo qual já passaram Portugal e os Portugueses, mas é isso que torna aqueles dezasseis anos tão especiais e tão importantes. A um determinado momento, o autor presenteia-nos com esta pérola justificativa: segundo ele havia violência entre 1910 e 1926 porque toda a gente era violenta, porque os pais batiam nos filhos e isso era normal. Para Luís Salgado de Matos, a bandalheira é um estado de espírito republicano, portanto. Bem haja às cátedras em que se sentam autores como este. Desconfio que depois do Estado do Estado, do Estado da Justiça, e do Estado da Democracia, a Sociologia deve ser um dos caminhos mais rápidos para a ruína deste país.

Submarinas reticências



O grande ilusionista profissional que é o sr. Cavaco Silva, diz ter "aprovado com grandes reticências", a lei nº66/XI, respeitante aos gastos nas campanhas eleitorais.

1. O citado diploma entra em vigor no dia 1 de Janeiro de 2011

2. A campanha eleitoral para as presidenciais, tem o seu início no próximo dia 9 de Janeiro de 2011.

3. O artigo 16º, parece claramente abranger a campanha eleitoral para a presidência.

Alguém poderá explicar o que se passa? A que se deverão as tais "reticências"?

Aproveitando as prerrogativas institucionais, o supracitado cavalheiro, prestou-se ontem a um tragicómico espectáculo bem montado junto dos sem-abrigo. Convenientemente ensanduichado por franjuda "betada" do gabinete de campanha, o sempre boca-meio-aberta/atarantado recandidato, regressou aos tempos do choradinho e na verdade, ele, mais que ninguém, deve fazê-lo. A maior parte da esfomeada e friorenta assistência, consiste nos "derivados" - como agora se usa dizer, tudo é "derivado" - do seu brilhante exercício como primeiro-ministro dos tempos das vacas-gordas.

Entretanto, o BPN - outro "derivado" dos áureos exercícios cavaquistas -, banco dos "amigos presidenciais", vai custar mais 500.000.000 de Euros aos contribuintes, ou contas mais explícitas, um submarino que seria bem necessário à Armada.

Reticências à parte, ainda estamos à espera de uma atitude semelhante à deste Senhor que em azada hora exigiu ao seu primeiro-ministro, o NÃO AUMENTO da dotação outorgada à Chefia do Estado.

Cronologia da república - 2ªedição - 20 de Dezembro

  • 1912


Manuel de Arriaga pede ao governo clemência para com o clero e a abolição do barrete dos presos políticos

  • 1914

É fechado o jornal “A justiça” da Covilhã




Fontes

sábado, 18 de dezembro de 2010

Os co-irresponsáveis



No debate com o Dr. Nobre, o recandidato Dr. Cavaco teve a gentileza de lembrar, não ser co-responsável por tudo aquilo que se tem passado em Portugal. Tem razão, pois responsabilidade é coisa difícil de se lhe atribuir, dado o seu palmarés de governante de há um quarto de século.

De facto, o Dr. Cavaco é tal como muitos outros, um ilustre co-irresponsável.

Com "o ar" mais sério deste mundo, aconselhamos a cívica abstenção.

Cronologia da república - 2ªedição - 18 de Dezembro

  • 1917

Afonso Costa é encarcerado em Elvas

  • 1918

Depois do assassínio de Sidónio Pais a junta militar do Porto pede um governo autoritário

  • 1923

Governo nº 42 da república, presidido por Álvaro de Castro. (203 dias) Gabinete composto por democráticos, seareiros e independentes.



  • 1925

Afonso Costa: “A raça dos sebastianistas e messiânicos têm pululado, de sorte que agora já alguns me quereriam para ditador”




Fontes

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Blogue revelação e Blogue do ano



E se viessem todos dar uma ajuda ao Estado Sentido e ao Corta-Fitas aqui, à TVI?

Cronologia da república - 2ªedição - 16 de Dezembro

  • 1911


É fechado o jornal “Vitalidade” de Aveiro

  • 1918

Botelho Moniz pede a restauração da pena de morte

Canto e Castro é eleito como presidente da república pela assembleia com a abstenção dos deputados monárquicos

  • 1921

Governo nº29 da república, presidido por Cunha Leal. (53 dias) Gabinete de concentração partidária

  • 1922

É fechado o jornal “República” de Setúbal

  • 1923

É fechado o jornal “A Justiça” de Viseu





Fontes

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

No dia em que só alguns são livres

As eleições para o emprego de presidente da república portuguesa foram marcadas para o dia 23 de Janeiro, "Dia Mundial da Liberdade". Coincidência ou não, creio que não, porque para o espírito "anti-faxista" que vive, qual Alien, no peito dos portugueses a palavra "liberdade" tem uma "conotação" especialíssima e mais significado que todas as palavras juntas inclusive a palavra Verdade e, como sabem, não existe um "Dia da Verdade", era bom. Ficou então para o Dia Mundial da Liberdade. O "Dia" a seguir se calhar não dava jeito pois seria o "Dia Mundial das Zonas Húmidas", a 2 de Fevereiro, ou então no outro "Dia" a seguir, o "Dia Mundial do Doente", dia 11 de Fevereiro, e doentes já andamos nós quanto mais lembrarmo-nos das maleitas da republica! Nesse "Dia da Liberdade", porém, alguns não serão livres, antes pelo contrário, muitos ficarão a meditar sobre se alguma vez lhes será permitido votar pelo sufrágio de uma república imposta pelo terrorismo. Ironia; convocar os votos para o dia em que se comemora a "Liberdade" numa república sem Liberdade de escolha, que impõe a proibição constitucional de opinar sobre o regime.

Numa República das Bananas

Eles pensam que somos bananas e vão-nos abananando....

Cronologia da república - 2ªedição - 15 de Dezembro

  • 1913


Afonso Costa, ministro das finanças, é eleito reitor da FDL. Nomeação vista como uma submissão ao regime republicano pela comunidade académica

O conselho superior de instrução demite-se

  • 1914

Tumultos em Tarouca

  • 1917

Prisão de Bernardino Machado




Fontes

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A Eutanásia

Aqui e ali, ouço umas vozes entusiasmadas com mais uma fractura exposta: a eutanásia; nome de menina! Já lhe imagino um busto com as mamas ao léu e um barrete à francesa. Os "éticos" pedem que caminhemos para o negócio da liberalização da eutanásia, com despesas a facturar pelos extremistas, os primeirinhos do aborto livre, esse aborto ironicamente celebrado pelos que não aceitam a pena de morte mas que até dão uma ajuda no suicídio assistido. Pois então que venha essa droga "libertadora" e depressa. A ver se o cadáver vai de vez e dá lugar a outra vida renascida. Beba lá um copinho disso, senhora República. Vai mais um? Até nunca.


Cronologia da república - 2ªedição - 14 de Dezembro

  • 1918


Assassínio de Sidónio Pais. Fim de uma longa suspensão da constituição.

Segundo Damião Peres e Francisco da Cunha Leal está lançada as bases do que este designa por Nova República Velha, marcada pela ditadura do partido democrático

O governo assume a totalidade do poder




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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

D. Isabel de Herédia na apresentação do livro de Áura Miguel

Realiza-se hoje, dia 13, pelas 12 horas, na Aula Magna da Faculdade de Medecina da Universidade do Porto, a apresentação do livro "O Papa e Portugal", da autoria da jornalista Áura Miguel.
A Administração do Hospital de S. João enviou os seus convites, ao público em geral, informando que S. A. R. a Duquesa de Bragança, D. Isabel de Herédia, também comparecerá ao evento.

Cronologia da república - 2ªedição - 13 de Dezembro

  • 1915


G.N.R é atacada em Pevidem

  • 1916

Tentativa revolucionária de Machado Santos

As garantias individuais são suspensas

É declarado o estado de sítio

São efectuadas várias prisões

  • 1923

É fechado o jornal “Democracia Nova” de Setúbal

  • 1924

É fechado o jornal “O Povo” dos Açores





Fontes

domingo, 12 de dezembro de 2010

Esta noite, Na TVI



Hoje, S.A.R. o Duque de Bragança, é entrevistado no programa "De Homem para Homem", na TVI24, às 23,00H.

Esta noite, Na TVI

Cronologia da república - 2ªedição - 12 de Dezembro

  • 1914


Governo nº6 da república presidido por Vitor Hugo Azevedo Coutinho. (44 dias) Gabinete constituido só por membros do partido democrático. Isso leva a que os deputados do partido unionista e Machado Santos renunciem aos respectivos mandatos.



  • 1915

É fechado o jornal “A Justiça” de Setúbal




Fontes

sábado, 11 de dezembro de 2010

Cronologia da república - 2ªedição - 11 de Dezembro

  • 1911


Greve no Funchal

O julgamento de um monárquico no Tribunal das Trinas é marcado com protestos

  • 1917

Governo nº 12 da república presidido por Sidónio Pais. (376 dias) O gabinete é constituido por civis

  • 1925

Após a renúncia de Manuel Teixeira Gomes, Bernardino Machado é eleito presidente da república. Chega-se a propor-se um golpe palaciano e fazer eleger-se o presidente, não através do parlamento, mas por sufrágio directo com recurso a plebiscito. (modelo que Salazar utilizará em 1932) Propõe-se o nome de Gago Coutinho




Fontes

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

No Combustões, um texto oportuno



A tela que maior entusiasmo concitou este ano na National Galery de Londres foi Charles I Insulted by Cromwell's Soldiers, pintada por Delaroche em 1836 ou 1837. Havia sido dada por perdida durante o Blitz de 1940-41, mas foi redescoberta algures na Escócia em 2008, voltando triunfalmente à casa de origem. O quadro mostra Carlos I, Rei de Inglaterra, sentado e absorto na leitura de uma qualquer obra edificante. À direita do soberano, já deposto e no cativeiro que lhe foi imposto no fim da chamada Segunda Guerra Civil, um soldado do Parlamento sopra-lhe no rosto o espesso fumo de cachimbo. À esquerda, um outro soldado, visivelmente embriagado, parece zombetear da desgraça do Rei, erguendo-lhe a taça das libações. Atrás dos dois foliões, dois militares puritanos assistem à ignóbil brincadeira sem intervirem.

No fundo, mais que a desdita de um homem humilhado por dois canalhas cheios de ódio, retrata o drama cósmico da inversão das polaridades, do triunfo do mal sobre o bem, do eclipse das virtudes da magnanimidade, da serenidade e da caridade. Aquilo que vulgarmente vejo nas exibições de ódio contra a monarquia e os monárquicos não passa disso: ódio a tudo o que não se compreende, ódio àquilo que não se pode ter nem pelo dinheiro, nem pelo atrevimento, excitação incontrolável dos sentidos na destruição de pedestais. É o ódio do plutucrata, príncipe do Reino de Mamona, dos condes da banca e marqueses dos supermercados, mais os seus caudatários, jograis-intelectuais em busca do dobrão de ouro atirado por esmola no fim das actuações. Tudo se resume a isso: despeito, eterna adolescência moral e uma quase certa revolta contra o berço onde se naceu. Não deixa de ter piada que é o povo chão quem melhor compreende os reis. O povo chão ama os reis. O mesmo não acontece com a burguesia, sobretudo a alta, que subiu a choques de punhal, bem como a novíssima, despenteada mental, a das Kátias e das Vanessas, dos futebóis, das gestões e das férias nas repúblicas dominicanas.

No Combustões

Obrigado, poeta, por me fazeres sentir um jovem

Um dos candidatos ao emprego de presidente da república sobe o tom da campanha. Atira com Camões. Olha os Lusíadas. Não cita os poemas mas diz que sabe quantos "cânticos" são e acha-se melhor que o rival porque ele sabe o que o outro não sabe. Sobe ainda mais o tom; meio tom, não exageremos: diz que se for ele a conseguir o emprego de presidente deste regime vai instigar os jovens à rebeldia, à insubmissão, à luta: "Não aceitem esta situação". Bem diz.
Obrigado, poeta, por me fazeres sentir jovem, é que eu pensava nisso mesmo, na insubmissão contra este regime imposto pela tirania. É pena achares – não levas a mal que eu, jovem, te trate por tu? – mas tenho pena que só vejas o "conformismo" naquilo que te interessa para manteres a conformidade das coisas, nessas coisas em que eu, jovem, não me conformo.


Vitória real



Em política, não existem coincidências.

Desde há alguns dias, a comunicação social tem noticiado as declarações do Duque de Bragança, referindo-se à disposição do Brasil ajudar Portugal a combater a crise económica e financeira. Enquanto alguns ignoraram totalmente a hipótese, houve quem tivesse exercido o seu "direito de troça" e ainda ontem, o nosso colega Portugal dos Pequeninos - que acusa D. Duarte de ócio! - desferiu um dos seus habituais ataques, talvez maçado pela evidente vacuidade e circunspecto mutismo de um re-candidato a certas "cooperações estratégicas" entre-palácios.

Os noticiários dizem que o governo do ainda presidente Lula da Silva, parece disposto à ajuda e que o sr. Teixeira dos Santos foi pragmático, ouvindo in loco a notícia daquela possibilidade. A compra de títulos de dívida, consiste na primeira fase e se existir vontade e competência no trato, poderemos chegar muito longe. Bem vistas as coisas, o governo português beneficia da diplomacia paralela da Casa Real, sem que isso implique qualquer tipo de despesa para os contribuintes. Gostem ou não gostem os detractores, engulam a evidência e aproveitemos a oportunidade.

A acção do cada vez mais nosso Rei, parece ter sido um factor de inegável relevo.

Estamos mesmo assim: gastamos quase 20.000.000 de Euros com Cavaco Silva - não contando com os outros três ex -, para que permaneça calado e ocasionalmente surja em cimeiras, como mero apêndice de S.M. João Carlos I de Espanha. O caríssimo ocioso residente de Belém, cada vez mais se parece com um sucedâneo do senhor Moralles e uns tantos outros de quem poucos sabem pronunciar o nome.

Definitivamente, chegámos a uma fase de transição e a par da cada vez mais estranha Europa, ressurgem outras possibilidades bem ao nosso gosto. Às montanhas com cumes nevados, os portugueses sempre preferiram praias bordejadas por coqueiros. Fazem bem.

Cronologia da república - 2ªedição - 10 de Dezembro

  • 1916


É fechado o jornal “O Rebate” de Tomar

  • 1923

Revoltas militares

Revolta contra o governo de Ginestal Machado




Fontes

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Finalmente reconhecem!

Tudo parece tratar-se de um espectáculo. Com o patrocínio do Ministério da Cultura, da Câmara Municipal do Porto, de mais entidades. Da informação constante do cartaz, consta ainda uma extensa lista de autores que serão citados. Entre eles, Guerra Junqueiro.
E consta, como claramente se destaca, esta correctissima versão da bandeira republicana. De onde emerge uma macaca saudade de África e dos seus exóticos sabores de fruta.
Assim a modos da América do Sul. Inocultável...

Cronologia da república - 2ªedição - 9 de Dezembro

  • 1912


Distúrbios em Alijó

Confrontos em Lisboa

  • 1917

É fechado o jornal “A gazeta de Braga”

  • 1922

É fechado o jornal “Foz de Lima” de Viana do Castelo





Fontes

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

WIKITUGA


Com a leitura dos acontecimentos diários que emanam da República Portuguesa estou certo que este "sítio" se adiantou à verborreia do tal Assange: esta república há muito que é uma verdadeira Wikituga.

Queijinhos suíços



Os sacripantas componentes da Vereinigte Bundesversammlung suíça, elegeram o seu novo presidente de quem, aliás, ninguém ouvirá falar ou saberá pronunciar o nome.

Dos 246 membros da assembleia, votaram 223, ficando 23 parlamentares em casa, sem sequer se darem ao trabalho da "participação cívica".
A sra. Micheline Calmy-Rey obteve 106 votos, verificando-se também, a existência de 27 votos nulos e seis abstenções. Concluindo, em 246 eleitores, 106 são suficientes para qualquer república, por mais gaiteira que seja.

Vigarice por vigarice, falcatrua por falcatrua, com um bocado de perseverança, conseguiremos que o sr. Cavaco seja eleito por um "universo eleitoral" de menos de 50% dos portugueses. Em casa, diante da TV ou da play-station, há mais para fazer.

Cronologia da república - 2ªedição - 8 de Dezembro

  • 1917


Assalto ao jornal “O mundo” de Lisboa

Detenção de Afonso Costa no Porto

É fechado o jornal “República” de Setúbal

Adiamento do julgamento de Machado Santos

  • 1920

O jornal açoriano “ABC” é fechado

  • 1923

É fechado o jornal “O popular” de Braga

Carlos Rates defende uma ditadura de esquerda, contra à anunciada ditadura de direita





Fontes

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

D. Duarte, um Rei para a CPLP



No excelente blog que é o Bic Laranja, corre uma enorme polémica acerca do pedido da nacionalidade timorense, atempadamente enviado pelo Senhor D. Duarte às autoridades de Dili. Passando sobre umas tantas habituais e inócuas grosserias, a maioria dos comentadores - mais de 80! -, manifesta uma certa estupefacção pelo pedido real, dada a total incompreensão daquilo que é o direito sucessório à Coroa e a manifestação de um visionário projecto de uma portugalidade renovada.

Jamais qualquer londrino ou edimburguês questionou o facto de Isabel II ter a nacionalidade britânica e simultaneamente, ser canadiana, australiana, jamaicana, ou neo-zelandesa. O conceito da Commonwealth que tão bem tem servido uma imensa comunidade de povos e de interesses, normalizou este aspecto marginal da "nacionalidade". Antes de tudo, Isabel II é a soberana em título, como tal reconhecida representante da dita comunidade de valores e dos interesses que até hoje ditam a ainda forte presença britânica no mundo. Mais, Isabel II é o chefe da Commonwealth, onde pacificamente coexistem monarquias - entre as quais as acima citadas e outras que como Tonga, o Lesoto e a Suazilândia, têm soberanos próprios - e repúblicas como a África do Sul, a Índia, o Ceilão/Sri Lanka, ou a Tanzânia.

Arrepelam-se os cabelos, atira-se cinza do tabaco para a chávena de café e roem-se unhas em estupor pela "perda do Rei". Mas que perda? Onde está ela, que ninguém no seu perfeito juízo a vislumbra?

D. Duarte vê um Portugal maior e mais extenso que jamais, composto por uma miríade de povos livres e soberanos, mas voluntariamente unidos num interesse comum ditado não apenas pelo passado, mas pela necessidade do gizar de um futuro que hoje, nesta fase de acelerado desaparecimento de um mundo que durante tanto tempo conhecemos, urge erguer e garantir. O espaço atlântico, alargado ao Índico e às longínquas paragens do Pacífico ocidental, são a meta tentadora que é imperioso atingir. Incluir na CPLP a Guiné Equatorial, o Senegal, a Indonésia e quem pretenda revigorar ancestrais laços com a velha e quase desaparecida potência do alvorecer da globalização, consiste em primeiro lugar, numa enorme honra e distinção para os portugueses. Torna-se ainda mais importante, por dar total consistência ao nosso secular projecto nacional, por si só capaz de atrair a simpatia e o sentido de pertença de gentes de características tão díspares e separadas por oceanos e continentes.

Existe um discreto sentimento de temor pela incerteza destes dias e a procura da segurança, induz à acção. Estando Portugal incluído em alianças colectivas de inegável poder no mundo, tal servirá para a aproximação de muitos países com difíceis problemas de afirmação e de progresso. Foi isso que o Duque de Bragança entendeu, ao viajar ininterruptamente por paragens onde Portugal deixou marca indelével. Preocupada com a sua irreversível decadência que ameaça a própria existência do Estado, a república deveria estar-lhe sumamente agradecida e entusiasticamente aderir ao projecto.

Melhor contributo, não seria possível deixar à posteridade. Estamos possivelmente, no começo de um novo tempo e o caminho parece tão evidente quão infalível.

* Há precisamente 35 anos e aproveitando a loucura que grassava em Lisboa, o regime de Suharto invadiu Timor-Leste. Quem não se recordará daquilo que D. Duarte representou para a Libertação daquele povo, hoje dono do seu território?

Não ver o óbvio


A principal questão na abordagem à substituição, urgente, deste decadente regime republicano prende-se, para mim, não somente com a figura do chefe de estado mas com a "arquitectura" funcional e operacional do regime. Observem esta bandeira, pode ser um bom exemplo ideacional. Óbvia, simples, estrutural e conjuntural. Assim deve ser o mapa de um estado eficaz, aberto, sem sombras, sem procuradorias, chupadorias, supremos isto, tribunais administrativos aquilo, sem constituições de cinco quilos, sem teias de promiscuidades e interesses pessoais, isto é, um Estado sem caprichos e enteados, sem tetas e capachos, que não levante a mínima dúvida, nem ao mais desatento, do que deve ser a separação entre Estado/Pátria e Parlamento/Governação.
Dizem-me que o Chefe de Estado é importante. Óbvio. Mas que valor tem um chefe se este é avençado de x em x anos, se foi escolhido por "critérios" partidocráticos, se se porta como um gerente de lápis na orelha a "contabilizar" o survedouro? Observem esta bandeira. Uma estrutura simples, leve mas sofisticada, exige um Chefe de Estado, transparente, isento, presente mas não impositor, representativo mas não comprometido, que contemple o passado colectivo e permita o presente-futuro. Um Rei. Não é óbvio?

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Cronologia da república - 2ªedição - 6 de Dezembro

  • 1913


Protestos de industriais do Porto e de Lisboa

  • 1914

É fechado o jornal “O Abrantes”

  • 1918

Tentativa de assassinato de Sidónio Pais por um maçon

  • 1924

O governo é autorizado pela assembleia a fornecer gratuitamente o bronze necessário para a construção da estátua do marquês de Pombal





Fontes

domingo, 5 de dezembro de 2010

Cronologia da república - 2ªedição - 5 de Dezembro

  • 1913


É fechado o jornal “A Democracia” de Coimbra

  • 1917

Revolta liderada por Sidónio Pais, para travar o envio de tropas para a 1ªGuerra Mundial

Tumultos e assaltos no Porto, Ermesinde, Rio Tinto e Gondomar




Fontes

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O nojo


Enquanto as notícias vagueiam pelo folclore da eleição presidencial eu reservo-me ao nojo neste período que se avizinha. São candidatos a si. Não são candidatos pelo país. Primeiro eles, os candidatos, depois o partido deles, dos candidatos, depois os rapazes deles, que se sentam à mesa dos candidatos, depois o discurso deles, da ideologia mastigada em rascunho, dos candidatos, depois o povo, os outros, os ouvintes, os pedintes, do cortejo, da plateia, que acena, que se contenta, pela participação de cruz. Eu não, tiro licença, sem licença, de nojo.


A república comemorada

A não perder este interessantíssimo e conclusivo artigo de Carlos Bobone sobre a historiografia da revolução republicana e a república idealizada. Onde ficamos a entender como os historiadores do regime ao fim de cem anos concedem no fracasso da revolução do 5 de Outubro, e que afinal existem tiranias bem intencionadas e as outras.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A República tem datas para esquecer?

(...) Em 25 de Novembro as forças de esquerda - militares primeiro, a componente civil à espera - tentam o assalto e são derrotadas, mais pela intimidação do que pelos combates. Cunhal terá percebido que iria perder e deixa cair a outra revolução que o colocaria - a si e ao PC - no poder em Portugal. Só aí se inicia verdadeiramente o processo democrático português.

Como é que uma data destas não é celebrada, nem sequer lembrada? Ainda por cima, o partido que mais lutou para ela acontecesse foi o maior partido da altura e o maior ainda agora; o PS. Não tem portanto origem partidária, este esquecimento.Não tem explicação este esquecimento.

Ou tem?

Pelo desígnio de Portugal

Uma Confederação de Estados Lusófonos.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Uma lição à República. Em inglês.



Video acabado de chegar, via Radical Royalist

Cronologia da república - 2ªedição - 1 de Dezembro

  • 1910


Greve dos funcionários do gás e electricidade do Porto

Os radicais começam a perseguição política no exército

  • 1912

É fechado o jornal açoriano “A Luta”

  • 1918

É fechado o jornal “O Norte” de Braga






Fontes