sábado, 30 de abril de 2011

O Euro 2004 e Casamento Real Inglês de Príncipe William e Kate Middleton

É em momentos como os que vamos presenciar amanhã com o Casamento Real do Príncipe William e Kate Middleton que se pode ver a diferença de vivências em países monárquicos democráticos e republicas democráticas. Em Portugal a última manifestação de patriotismo no nosso país foi o Campeonato Europeu de futebol de 2004, todos andavam com as Bandeiras portuguesas de todas as formas e tamanhos desde os mais ricos até aos pescadores no Tejo ao acompanharem a selecção nos seus humildes barcos. O símbolo nacional era usado não para reafirmar os valores da história da nossa pátria mais na maioria só exclusivamente para apoiar a selecção de futebol, acabou o campeonato e o patriotismo ficou na gaveta.
Acabou o Euro 2004 mas muitas bandeiras nacionais ficaram nas janelas, perderam cor, romperam-se … aliás inúmeras são as fotos na internet do tratamento patriótico às mesmas. Eu pergunto o que um militar que serve o nosso país pensa quando vê uma bandeira “dessas”, dá-lhe vontade de servir um país que nem sequer honra a sua identidade ?
Vejamos o que vai acontecer amanhã em Londres com o Casamento Real Inglês de Príncipe William e Kate Middleton, bandeiras do Reino Unido por todo o lado. Os ingleses orgulhosamente usam a sua bandeira para celebrar um evento que para além de um mero casamento entre duas pessoas é um evento de união e de reafirmar uma identidade que embora muitos não gostem nos outros cantos do mundo fazem parte da história da humanidade. Não vão ver depois bandeiras descoloridas, bandeiras rotas, bandeiras esquecidas … Temos que aprender muito com os ingleses sobre o respeito e a identidade nacional. São acontecimentos como estes que ajudam um Povo a acreditar em si e avançar perante os momentos mais difíceis, não são recados por facebook que aliás ninguém na família real britânica o faz.
Resumindo o Casamento Real Inglês está a gerar milhões de libras dinamizando a economia, não foi preciso construir estádios de futebol que hoje alguns pensam que mais valia serem demolidos pelo prejuízo que dão. A Instituição Real está em constante renovação e ainda bem que a inglesa cada vez mais responde às aspirações do Povo, não me parece que os Estádios de Futebol façam cá o mesmo. É só fazer contas, claro que nem todos podem ser príncipes, mas nem todos podem ser presidentes e nem todos jogaram no Real Madrid.
Amanhã veremos ingleses orgulhosos com a sua bandeira, dos ricos aos mais pobres, em Liberdade e em Democracia mas respeitando a sua identidade.

Rui Monteiro
28/04/2011

Dedicado aos invejosos

Umas tantas palavras sensatas, bastam.

Cronologia da república - 2ªedição - 30 de Abril

  • 1912


Prisão de dois funcionários públicos

Encerramento de uma fábrica em Lisboa

  • 1913

Prisão de vários soldados

Prevenção na marinha e em vários quartéis

  • 1914

Tentativa de assalto a um quartel em Amarante

  • 1915

É fechado o jornal “A Tarde” do Porto

Dissolução de várias câmaras municipais

  • 1916

Greve dos ferroviários

  • 1918

É fechado o jornal açoriano “A república”

  • 1924

Greve dos motoristas

É decretado o estado de sítio em Lisboa, com a suspensão da constituição





Fontes

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Missão casamento



O casamento do ano... O casamento do século... Um casamento tirado de um "conto de fadas"... A gente vai ouvindo de tudo. Estas e outras parolices a cargo dos nossos enviados especiais da RTP, da SIC, da TVI.



Em boa verdade, escapa-me o porquê de tais missões. A festa não era portuguesa, pertencia aos britânicos. E estes, sim, - aproveitaram-na em pleno. No maior entusiasmo. Na alegria de um povo inteiro que se sentiu convidado para uma comemoração acima de tudo simbolizando a continuidade da sua identidade nacional.


Foi o que se viu nas ruas de Londres. Alguém imagina, cá pela Tortuga, semelhante euforia no casório de um filho ou filha, neto ou neta de qualquer dos passageiros presidentes desta atrasada República?



Será que os britânicos gostam da ditadura hereditária - ou não será antes que já é tempo de nos irmos libertando de certos preconceitos?

Cada povo tem aquilo que faz por merecer

É um acontecimento fulcral na vida duma Instituição Real, símbolo de renovação, de esperança e de continuidade da Nação. O casamento é uma demonstração viva da profunda, inexplicável, da unidade entre todo um povo. Parabéns a SSAARR Os Duques de Cambridge, futuros Reis do Reino Unido, da Grã Bretanha e Irlanda do Norte, etc.

Santa Raivinha Anti-Monárquica

Calculo as cólicas, cãibras estomacais, ranger de dentes e erupções que hoje acometerão por esse mundo fora o grande partido da inveja anti-monárquica. Hoje, a Santa Liga da micro burguesia dos "direitos" e das "conquistas" do "somos todos iguais" estará indisposta. Mais abespinhada, a multidão de patetas endinheirados que se perguntarão "o que é que eles têm a mais ?" "Com que direito, só por serem príncipes, merecem tanta atenção ?" Há dois ou três anos, em Banguecoque, frequentando alguns meios "farang", sobretudo americanos, angustiados pela monarquia tailandesa deles não querer saber para nada, apercebi-me da real expressão do anti-monarquismo da maioria dos ditos republicanos. Trata-se, pura e simples, de inveja: inveja por terem dinheiro e não poderem comprar um lugar na Casa Real, inveja por saberem que a monarquia está acima dos negócios, dos lóbis e até da macaqueação snob - isto é, Sans Noblesse - que dá pelo nome de "alta sociedade".

Cronologia da república - 2ªedição - 29 de Abril

  • 1913


Tiroteio em Lisboa

  • 1915

Afonso Costa depõe no processo por abuso de poder contra Manuel de Arriaga e Pimenta de Castro

  • 1919

Greve dos funcionários da câmara municipal de Lisboa

  • 1921

É fechado o jornal “A Imprensa de Lisboa”






Fontes

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Assine esta petição



Pela instauração de uma Monarquia Constitucional em Portugal.

Catarina, Kate (de Bragança)



A 21 de Maio de 1662 casou-se com Carlos II, aquela que até hoje, seria a última Rainha da Grã-Bretanha com o nome de Catarina. Desde cedo se lhe referiam como Kate, tal como agora é popularmente conhecida a futura consorte de Guilherme de Gales. O casamento foi cuidadosamente tratado e se para Portugal significou a garantia da independência em boa hora restaurada no 1º de Dezembro de 1640, para os britânicos marcou decisivamente, o momento da ascensão imperial que levaria a Union Jack a todo o planeta. Não será muito ousado afirmar que essa segurança proporcionaria a Portugal, a manutenção de um império ultramarino que chegaria ao nosso tempo e hoje significa a presença da língua portuguesa em quatro continentes.


Os noticiários têm passado constantes imagens do movimento em torno do enlace daquele que num futuro ainda distante, será o monarca do nosso mais antigo - talvez o único, constante, teimoso e verdadeiro - aliado. A esmagadora maioria entusiasmar-se-á por um espectáculo que segundo os cânones ingleses, surge como uma obra de cinema avidamente seguida por dois mil milhões de espectadores. Se uns tantos criticam o evidente dispêndio de somas destinadas a uma organização que zela para que tudo surja impecavelmente disposto e apresentado, muitos já pasmam com o caudal de ouro que entra nos cofres do Estado. Materialmente, a Monarquia consiste num esplendoroso negócio para a Grã-Bretanha e em qualquer loja de rua amontoam-se souvenirs que podem atingir preços exorbitantes, adquiridos por coleccionadores em todo o mundo. É certo que se o kitsch e a irreverência são parte integrante no conjunto da oferta, há que notar a extraordinária qualidade de peças que vão desde as faianças à joalharia, vestuário e acessórios. O famoso By Appointment of H.M. The Queen, consiste numa inesgotável fonte de receitas para o Exchequer e paralelamente, nota-se a existência de uma próspera indústria que dá trabalho a um importante contingente de cidadãos. A Monarquia é sinónimo de Grã-Bretanha e de Commonwealth e o fraquíssimo e quase caricato "movimento republicano", não passa de uma curiosidade ao nível de anedota cockney.

Para incredulidade dos observadores do continente, a Coroa goza de um imenso prestígio dentro e fora das fronteiras do país, pois soube ser nas horas difíceis, o essencial esteio daquela união popular que permitiu vencer todas as adversidades, por mais gravosas que pudessem apresentar-se. A uma jornalista espantada dizia a Rainha Isabel, a mãe da actual monarca, que "os londrinos esperam ver-me sempre firme e bem apresentada, eles querem ter a certeza de que a Rainha está ali, que não teme nem foge". Se as palavras não foram precisamente as mesmas que aqui deixamos, foi esta a mensagem transmitida. Londres vivia os meses terríveis do blitz imposto pela Luftwaffe e a constante presença de Jorge VI e de Isabel nas ruas de Londres, levaria Hitler a considerar a soberana, como "a mulher mais perigosa da Europa". Para os britânicos, canadianos, neo-zelandeses, australianos, sul-africanos, jamaicanos e tantas outras populações daquilo que conhecemos como Commonwealth, o Palácio de Buckingham foi o centro de uma certa ideia de um mundo livre que para sempre queriam preservar. Os símbolos contam e pelo que se vê, estão longe, muito longe de desaparecerem. Um exemplo é a evidente alegria que varre todo o país, onde os entusiastas colocam ombro a ombro britânicos, as comunidades imigrantes e muitos milhares de turistas que acorreram à capital do Reino Unido.

Amanhã veremos uma cerimónia sem igual, um eco que o passado também já viu desfilar pelas ruas de Lisboa. Imagens de bom gosto, de um imenso orgulho de mostrar ao mundo aquilo que a Grã-Bretanha tem de melhor. Algumas carruagens, talvez bem modestas se compararmos com a quase acintosa qualidade e requinte daquelas que mal conservamos no Museu dos Coches, serão o foco de todos os olhares e mostrando a quem quiser ver, a não cedência perante modas efémeras ou à ausência de convicções de uns tantos ressabiados que diante dos televisores, não deixarão de proferir uns tantos ditos jocosos. Não perdendo sequer uma imagem, contentar-se-ão no ensimesmar de rancores e porque disso estamos seguros, de uma inveja larvar que é bem um sintoma de vários desesperos e desgraças que geralmente recaem sobre as pobres cabeças que dizem governar.

As Monarquias servem sobretudo nos momentos difíceis. Hoje o Reino Unido aproveita esta oportunidade e durante horas a fio, beneficiará de uma publicidade comparável a um evento de nível mundial, estimulando a economia, arrecadando cabedais para o tesouro público e enchendo de contentamento negociantes, políticos e populares que anseiam por melhores tempos. As guerras, as discórdias partidárias, o difícil equilíbrio de poderes ou as crises económicas, causam perturbações à segurança dos Estados e assim sendo, a necessidade de referências comuns torna-se imperiosa. Não é um chefe de partido ou um exaltado mas efémero caudilho, quem conseguirá concitar a quase unânime aquiescência que aqueles momentos exigem. Os ingleses sabem-no bem, enquanto nós, portugueses, fazemos os possíveis para não reconhecer essa evidência. É que bem vistos os factos, também temos a "nossa Commonwealth", ainda tímida e hesitante, mas não menos promissora. Se quisermos.

Cronologia da república - 2ªedição - 28 de Abril

  • 1912


Tumultos em Timor-Leste

  • 1913

Machado Santos ao responder a acusação de bandido de Brito Camacho, diz que os deputados devem os lugares aos revoltosos da federação radical republicana

  • 1915

É fechado o jornal “O Rebate” de Castelo-Branco

  • 1917

Salazar toma posse como assistente na faculdade de Direito de Coimbra

  • 1918

É fechado o jornal “O Intrépido” da Covilhã

Eleição para a assembleia da república (primeira por sufrágio universal e directo) e para a presidência da república. Os partidos: democrático, evolucionista e unionista apelam à abstenção. Sidónio Pais é eleito presidente da república com 69% dos votos. Nas legislativas o partido nacional republicano ganha 108 lugares (70%). Os monárquicos também ganham 40 lugares (24%). Os independentes 5 lugares, os católicos 5 lugares. Um deputado socialista é eleito para a assembleia. O partido nacional republicano ganha a maioria em todos os círculos, menos o de Arganil, onde triunfam os monárquicos

  • 1919

Greve dos metalúrgicos

Greve dos funcionários da carris

  • 1922

Prisão de 200 operários

  • 1926

Protestos contra o governo






Fontes

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 27 de Abril

  • 1913


É fechado o jornal “O Dia” de Lisboa

É fechado o jornal “A Nação” de Lisboa

É fechado o jornal “O Intransigente” de Lisboa

É fechado o jornal “O Socialista” de Lisboa

É fechado o jornal “O Sindicalista” de Lisboa

O jornal o mundo culpa os monárquicos pelo golpe da federação radical republicana

É encerrada a casa sindical

Revolta promovida pela federação radical republicana

  • 1923

Atentados bombistas em Lisboa

Greve dos corticeiros

Greve dos trabalhadores das moagens

Greve dos trabalhadores dos têxteis

  • 1924

Movimento revolucionário contra o governo





Fontes

terça-feira, 26 de abril de 2011

Como encher os cofres públicos



Os ingleses têm experiência, sabem o que fazem e são profissionais exímios. Os cofres do Estado vão enchendo, as fábricas não têm mãos a medir, o património do Estado está perfeitamente restaurado e é com orgulho exibido, os hotéis abarrotam de turistas e encontram-se lotados num raio de 300 km em redor de Londres.

Mais emprego, mais vendas para todo o mundo, uma colossal promoção do Reino Unido em todo o planeta. A unidade do país está mais forte que nunca e os britânicos estouram de entusiasmo. Eis a verdade do casamento real.

Por cá, ficamo-nos com os discursos garante-buchas dos do costume. Em suma, não aprendemos.

Que filme

Quem como eu nasceu antes desse ano de 1974 sabe que o 25 de Abril é por estes anos um sucesso internacional em 3D. O bilhete já foi mais barato, a película já esteve em melhor estado mas com a nova tecnologia socialista as várias dimensões de Abril são um espectáculo.

Ler o resto aqui

Cronologia da república - 2ªedição - 26 de Abril

  • 1912


Tumultos no liceu Rodrigues de Freitas no Porto

  • 1913

Protesto pela falta de trigo

Manifestação da federação radical republicana

  • 1914

É fechado o jornal “O Povo” de Lisboa

  • 1915

Dissolução da câmara municipal de Évora

  • 1920

É fechado o jornal “O Democrata” dos Açores

  • 1925

É fechado o jornal “O Marão” de Vila Real

  • 1926

Cunha Leal incita o exército a salvar a república






Fontes

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Abril mágoas mil

Neste dia, 25, atiram-se foguetes, fazem-se entrevistas, dá-se largas à expressão "Anti-fascismo" (bálsamo imortal para os fãs dos amanhãs que não se calam), ouvem-se os "históricos", medalhados e por medalhar, exige-se alegria pela revolução dos cravos, exige-se compreensão pelo MFA, exige-se o "unanimismo" pelas "Conquistas" de Abril. Podem exigir, mas a minha consciência não está do lado da consciência dos heróis-escroques. Parte desses camaradas foi à revolução pela ganância de fazer outra ditadura, tal qual, ela por ela! Os camaradas que querem que levemos ao colo tiveram, cada um, a sua razão e o seu quinhão para se terem colado ao "movimento". A prova está à vista. Os camaradas, socialistas, comunistas, sociais democratas, seguiram o seu caminho, deixaram-se fotografar para a posteridade, nos dias quentes e, após o saque, estão em fuga da própria caricatura nestes dias frios. Querem ver heróis? Peçam um passo em frente de quem assuma o percurso... todo... Até hoje ninguém se moveu.
De facto, o 25 de Abril trouxe "liberdade". Liberdade para os "políticos" fazerem política. A outra liberdade tem desaparecido. Tem desaparecido a liberdade do sorriso, da esperança, de amar sem medo, sem medo de sair, de morrer, a liberdade de ser só sem ter que responder a matilhas ou a milícias correctivas. Desapareceu a liberdade de exigir valores. Também desapareceu a vergonha; essa anda livre e ao desbarato.

Cronologia da república - 2ªedição - 25 de Abril

  • 1911


Afonso Costa considera que as religiões estão condenadas ao desaparecimento

O grão mestre da maçonaria vaticina o fim dos seminários em Portugal

Tumultos em Carrazeda

Tumultos no Porto

Manifestações de desempregados em Lisboa

Em Freixianda, propagandistas eleitorais são apedrejados

  • 1915

É fechado o jornal “Notícias do Norte” de Braga

  • 1917

Governo nº10 da república presidido por Afonso Costa. (231 dias) O terceiro governo de Afonso Costa vai sofrer as consequências da fome, peste e guerra. Este gabinete é enquadrado pelas aparições de Fátima

  • 1919

Greve de corticeiros

  • 1920

Tumultos entre o exército e a população em Beja. São efectuadas 21 prisões

  • 1923

Atentado à bomba em Lisboa

Em Aljustrel, os operários abandonam o trabalho, em protesto pela falta de abastecimento de trigo

  • 1924

Greve dos padeiros






Fontes

domingo, 24 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 24 de Abril

  • 1912


É fechado o jornal “O Diário do Porto”

  • 1915

Dissolução das câmaras municipais de Setúbal e Sobral de Monte Agraço

  • 1920

Intensa fuga de capitais

  • 1924

O presidente da associação de armadores é ferido a tiro em Lisboa







Fontes

sábado, 23 de abril de 2011

Os republicanos

«É certo que o PS ainda não é o partido da "formiga branca", as milícias radicais que atemorizavam os adversários políticos nas ruas da Lisboa da I República, mas nas suas tropas não faltam hooligans modernos, hoje travestidos de bloguers anónimos que pontificam em sites como o Câmara Corporativa e deixam o seu ódio e ameaças vertidas pelas caixas de comentários da imprensa online. Sócrates também não teorizou, como Afonso Costa fez em Santarém em Novembro de 1912, o assalto dos militantes do partido aos lugares no Estado, mas os seus homens estão por todo o lado, ocupando postos na administração e nas empresas públicas, formando o grosso do exército fiel e dependente que foi agarrar nas bandeirinhas de Portugal para a celebração de Matosinhos. Há um século, os republicanos sabiam que nunca poderiam, em eleições livres e abertas, ganhar uma maioria, pelo que trataram de fazer uma lei eleitoral que fez diminuir o número de eleitores por comparação com os tempos da Monarquia Constitucional. Hoje não é possível mudar as leis eleitorais mas é possível afastar os eleitores das urnas. É por isso que os socialistas, que sabem que não podem ganhar em circunstâncias normais, tudo estão a fazer e tudo farão para que a 5 de Junho a abstenção seja a mais elevada possível, única forma de alimentarem a esperança que os votos do seu núcleo duro sejam suficientes. Já seguiram a mesma táctica nas Presidenciais, e com sucesso, pois trata-se de um recurso tão simples como rasteiro: fazer crer que são todos iguais naquilo que os políticos têm de mau, isto é, na mentira, no compadrio e no nepotismo. Criarão os casos que forem necessários não para provar que Sócrates não é mentiroso, pois aí não teriam sucesso, mas para dar a entender que todos os demais são igualmente mentirosos. Não podendo fazer esquecer os casos da licenciatura, do Freeport, da Cova da Beira, das casinhas na Guarda ou da casona na Rua Braamcamp, tentarão descobrir uma qualquer Casa da Coelha ou um simples pionés desviado. Como os republicanos de Afonso Costa, há muito que ao grupo de Sócrates lhe é indiferente as regras democráticas ou o prestígio do regime. Pior: neste momento interessa-lhes mesmo o desprestígio do regime e a descrença na democracia. Frases de aliados, como as do bastonário da Ordem dos Advogados, a pedir uma "greve à democracia", provam-no. Não temos hoje a violência física dos carbonários ou da "formiga branca", mas instalou-se um clima de violência moral alimentada por uma propaganda insana e insulto fácil. Nas eleições de Junho de 1915, que consagraram a ditadura dos "democráticos" de Afonso Costa, só votaram 280 mil dos seis milhões de portugueses; nas eleições de 5 de Junho quantos menos portugueses votarem (à semelhança do que se passou nas Presidenciais), mais hipóteses tem o partido de Sócrates de sobreviver. E a verdade é que o aumento irreal do número de indecisos nas sondagens que vão sendo conhecidas - um aumento que contraria o que é habitual em semanas pré-eleitorais - mostra que o estratagema pode estar a ser bem sucedido. Sócrates não anda nos velhos carros eléctricos, e por isso não se verá forçado a saltar por uma janela com medo do povo, como um dia sucedeu ao também odiado Afonso Costa, mas tal como o seu remoto antecessor também viu na instrumentalização de uma crise internacional a sua oportunidade. O chefe republicano impôs a entrada, desnecessária, de Portugal na I Guerra para assim conseguir a hegemonia definitiva dos radicais entre os diferentes partidos republicanos, congeminando o governo da União Sagrada; o caudilho socialista imaginou que de PEC em PEC iria conseguir amarrar a oposição ao seu navio à deriva. Costa reunia a "família republicana", Sócrates tratava de cumprir o sonho mexicano do "partido indispensável" e irremovível do poder. Os custos para o país dos delírios de Afonso Costa foram imensos - potenciados, para mais, pelo clima de violência que marcou a I República. Os custos para Portugal dos erros, da obstinação e do populismo de Sócrates já estão a ser muito pesados - e verdadeiramente não se sabe se o país está mesmo determinado a pôr-lhes fim. Até porque há em Portugal uma preocupante menoridade democrática: em mais de 150 anos de eleições, só uma vez um primeiro-ministro em funções foi derrotado. Aconteceu com Santana Lopes, e por muito menos do que hoje deveria ser suficiente para afastar Sócrates. Só que ele não liderava um partido com raízes longínquas no republicanismo da propaganda. Mesmo assim, apesar de todas as imensas diferenças entre as duas épocas, a simples permanência do estado de bancarrota então e agora deve fazer-nos meditar sobre onde desembocaram as manobras de Afonso Costa e seus seguidores.»

José Manuel Fernandes, Público

Cronologia da república - 2ªedição - 23 de Abril

  • 1912


Conflitos com operários em Vila Nova de Gaia resultam em prisões e feridos graves

Na greve operária do Porto há tiroteio e rebentamento de bombas

  • 1915

Dissolução de várias câmaras municipais






Fontes

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Socialistas



Sem qualquer comentário, um comentário de hoje, a ler aqui:

"De Lisboa socialista a 22 de Abril de 2011 às 18:00
Como socialista de sempre, rendo-me ao óbvio. Não temos ninguém à altura para entusiasmar a população nesta hora trágica. O regime deve mudar e colocar como símbolo, aqule que todos sabemos ser um homem bom, honesto, modesto e pouco dado a exibicionismos. Já percebi que não é preciso ser de direita ou aristocrata para se ser monárquico. Vou passar-me para a monarquia. Uma pena D. Duarte não ter hoje 40 anos, mas inda poderá ser o pai da nação. Direi isso mesmo na minha sede do Rato."

Cronologia da república - 2ªedição - 22 de Abril

  • 1911


Guerra Junqueiro considera Afonso Costa uma pessoa perigosa

  • 1913

Campanha internacional de protesto contra a situação dos presos políticos em Portugal

Eusébio Leão, embaixador na Itália, desmente as afirmações da duquesa de Bedford, acerca da situação dos presos políticos em Portugal

  • 1915

Prisão dos vereadores da câmara municipal de Lisboa

 
 
 
Fontes

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 21 de Abril

  • 1915


É fechado o jornal “O Imparcial” de Braga

  • 1918

É fechado o jornal “O Tempo” de Coimbra

  • 1925

É fechado o jornal “A Capital” de Lisboa






Fontes

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Presentes!



O actual Parlamento acaba da pior forma o seu mandato, mas nem tudo são más notícias.

Confirma-se: as listas apresentadas pelos Partidos às eleições parlamentares de 5 de Junho, contam com uma enorme quantidade de candidatos monárquicos, bastantes dos quais em lugares elegíveis. Dezenas! Alguns são bem conhecidos, enquanto outros, por razões óbvias, são "nossos", mas ainda obrigados a manter um sigilo que não devia existir.

Todos os Partidos do chamado "arco governamental", um dos Partidos da esquerda parlamentar, o MPT, o PPM e o PCTP, apresentam candidatos favoráveis à instauração de uma Monarquia Constitucional.

Sinal dos tempos.

Cronologia da república - 2ªedição - 20 de Abril

  • 1911


Guerra Junqueiro considerou a lei da separação da igreja do estado como estúpida por ferir o sentimento religioso português

  • 1912

Incidentes em Macau

  • 1913

Protestos em Aveiro

A Maçonaria distingue Afonso Costa com o grau 30 de cavaleiro Kadosch

  • 1915

Amnistia a todos os presos políticos

  • 1916

O governo declara o estado de sítio na ilha terceira

O governo manda submeter à censura toda a correspondência postal para o estrangeiro

O governo manda submeter à censura todas as comunicações telegráficas com o estrangeiro

  • 1920

No julgamento do caso “Monarquia do Norte” Guerra Junqueiro defende um dos implicados

  • 1921

Greve na Universidade de Coimbra






Fontes

terça-feira, 19 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 19 de Abril

  • 1911


Distúrbios no colégio das missões ultramarinas em Cernache do Bonjardim

  • 1912

A Índia pede ao ministério das colónias reforço militar

Duelo à espada entre Egas Moniz e Norton de Matos

  • 1918

Salazar toma posse como catedrático da faculdade de Direito de Coimbra com dispensa de prestação de provas

Obtêm de igual modo o grau de doutorado em Direito

  • 1924

É fechado o jornal “A Actualidade” de Braga






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segunda-feira, 18 de abril de 2011

Centenário da Lei da Separação

Na próxima Quarta-feira, 20 de Abril, comemoramos o centenário de uma das maiores guerras culturais da Primeira República: a Lei da Separação entre a Igreja e o Estado. Símbolo histórico da laicidade em Portugal, contribuiu mais do que qualquer outro acontecimento para o erro de transformar a laicidade em questão religiosa, para citar o insuspeito Fernando Rosas. Se por laicidade entendermos a neutralidade do Estado em matéria de religião, a "separação" republicana foi antes uma perseguição oficial à religião católica. Por outras palavras, a Lei da separação entre a Igreja e o Estado foi, em muitos aspectos, uma lei de submissão da Igreja ao Estado.

O fim confesso das suas duas centenas de artigos - reactualizando o velho programa do Estado moderno, identificado por Tocqueville, de esvaziar as comunidades intermédias entre os indivíduos e o poder central - era destituir a Igreja de personalidade jurídica, convertendo-a em mera associação de direito privado. Em consequência, todos os bens das dioceses e das paróquias foram nacionalizados. (Recorde-se que os bens das ordens religiosas já tinham sido nacionalizados em Outubro de 1910, quando estas foram extintas, o que significa que em meio ano a Igreja portuguesa perdeu todo o património.) Para sustentar o clero, foi instituída uma pensão a requerer ao Ministério da Justiça, o que perpetuava a tradição regalista de tratar os padres como funcionários públicos. Ao mesmo tempo, proibiam-se quaisquer dádivas dos fiéis para a manutenção do culto ou dos clérigos, uma vez que a Igreja não podia ser proprietária. A Lei impunha também grandes limitações ao culto público, exigindo que as autoridades civis regulamentassem missas, procissões e até o toque dos sinos. Finalmente, criava as famigeradas comissões cultuais para administrar as paróquias, comissões nomeadas pelo poder local e das quais o respectivo pároco estava excluído, o que na prática entregaria aos peões do Partido Republicano a vida religiosa dos católicos.

Em suma, a Lei era "uma declaração de guerra à Igreja", como lhe chamou Vasco Pulido Valente, e a Igreja reagiu em conformidade. No mês seguinte, o Papa Pio X publicou uma encíclica e o episcopado português um protesto colectivo em que condenavam sem apelo as pensões do Estado e as comissões cultuais. Paradoxalmente, ou talvez não, os dois pontos que a Igreja recusava em absoluto eram aqueles que permitiriam a sua sobrevivência administrativa e económica no novo regime. O choque era frontal. Em resposta, o Governo puniu com o desterro todos os bispos do Continente. Em 1912, à excepção da Madeira e dos Açores, não havia em Portugal uma única diocese com bispo residente. E o culto católico, embora raramente suprimido, tornara-se ilegal para a Igreja ou para o Estado na quase totalidade das paróquias, umas porque tinham comissão cultual, outras porque não tinham.

A Igreja, no entanto, venceu a guerra. Nas cerca de 4 mil paróquias do país, só em 300, sobretudo de Lisboa e do Sul, se nomearam comissões cultuais, muitas vezes sem entrar em funções, e só cerca de 10% dos padres, maioritariamente nas mesmas zonas, aceitaram a pensão governamental, sendo punidos com a suspensão a divinis, ou seja, com a interdição canónica de celebrar o culto. A Lei da Separação tornar-se-ia mesmo um dos grandes pomos de discórdia entre os republicanos, com os moderados a insistirem na sua revisão, mas só em 1918, no consulado de Sidónio Pais, seria revista e só em 1940, pela Concordata, revogada.

É verdade que a Lei da Separação "abriu um espaço novo de liberdade para a Igreja", como disse o Papa Bento XVI quando nos visitou há um ano, mas essa liberdade foi conquistada pelo clero português ao recusar a dependência económica e administrativa do Estado. Foi a luta da Igreja contra a tutela estatal que fez a verdadeira separação. A laicidade entre nós deve tanto à ideologia republicana como à resistência católica a uma lei iníqua.

Pedro Picoito, Crónicas da Renascença 17/4/2011

Cronologia da república - 2ªedição - 18 de Abril

  • 1911


O governo destitui o bispo de Beja das suas funções episcopais

  • 1924

Greve dos funcionários públicos

  • 1925

Golpe militar de Filomeno da Câmara

O governo declara o estado de sítio em todo o país, suspendendo a constituição

António Sérgio é a favor da ditadura fascista






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domingo, 17 de abril de 2011

Uma parábola imoral

Era uma vez um homem pequeno e magrinho, mal tratado pelos anos e privações, de pele curtida pelo sol e pelo mar, que parava todos os dias à porta da tasca daquela rua, de palito na boca e olhar nostálgico, na expectava de algum frete que lhe rendesse uns copos que inflamassem uma boa noite de cavaqueira. Chamava-se Portugal e consta que tinha envergonhadas origens fidalgas, e que em tempos vivera histórias e aventuras de pasmar.
Em frente à tasca, ficava uma magnífica mansão, onde morava uma esbelta senhora chamada Europa que ele há muito observava e seguia de esguelha, num mal disfarçado enlevo. Atraia-o o seu porte elegante e sofisticado que o enchia de arrebatado e secreto desejo.
Certo dia quando a Senhora elegante chegava a casa dumas proveitosas compras, baixando os óculos escuros para o nariz observou mais demoradamente no outro lado da rua o homem de aparência tisica, encostado à parede da tasca, aspirando uma beata sôfrega. Foi nesta sequência que o motorista, após receber indicações da senhora, se dirigiu ao velho jarreta com um cartão, que o convocava para uma visita à bela mansão, naquele mesmo dia à hora do chá.

Não teve mais sossego nesse dia: foi numa inaudita excitação que se dirigiu ao seu quarto miserável, numas águas-furtadas ali perto, para fazer a barba de 5 dias, com uma lâmina velha, uma fatia de sabão azul e um caco de espelho. Foi com o coração palpitante que Portugal mudou a camisa rota, esfregou as axilas, penteou os poucos cabelos que lhe restavam, pôs uma gravata ruça e um casaco escuro que herdara dum tio emigrante. Às cinco da tarde, quase a desfalecer de emoção, não sem antes passar o pente uma última vez na cabeça, tocou a campainha daquela porta intimidante, cuja sombra projectada para o interior conhecia de cor cada milímetro, de tantos anos de contemplação e cobiça. Mandado aguardar uns submissos instantes no grandioso hall da entrada, a criadagem conduziu-o de seguida a um faustoso quarto com banhos fumegantes, onde foi submetido a uma profunda operação higiénica com fundos comunitários. Foram-lhe depois entregues roupas limpas e uns sofisticados artefactos que ele não conhecia a utilidade, mas que rebrilhavam de novos e davam estilo.
Foi assim catita e bem cheiroso, tão subsidiado que até parecia um assessor ministerial, que o pobretana compareceu no salão onde a Senhora Europa, o recebeu com um misto de apreço e curiosidade mórbida. Em vez de o convidar a sentar, pediu-lhe que permanecesse ali mesmo, àquela distância, e puxando duma sineta de imediato respondeu um mordomo, a quem foi ordenado chamar a criançada ao salão. Imediatamente se ouviu um crescendo de passos descompassados, e duma desordenada correria logo o grupo se dispôs em composta formatura no ângulo oposto à decrepita criatura. Pareceu-lhe reconhecer alguns daqueles infantes cujo movimento observava há longos anos a entrar ou sair daquela grande casa, sempre crescendo bem nutridos e saudáveis, alguns até com aparência desportista. Aquela ali, esbelta e loura, de ar trocista chamava-se Finlândia, aqueloutra vaidosa e sedutora devia ser a França. Uma outra, mais encorpada, de cabelo ralo e com ar austero era certamente a tal Alemanha…
Foi então a Senhora Europa se levantou e agradecendo presença de Portugal para aquela solene ocasião, dirigiu-se autoritária às outras nações: “atentai minhas filhas, que é assim, decrepitas e inúteis, que ireis ficar se não cumprirdes o pacto de estabilidade!” De seguida ofereceu-lhe dois cigarros e dispensou o velho tísico, não sem que antes ele devolvesse o casaco de lã fina e os sapatos de pelica.

Cronologia da república - 2ªedição - 17 de Abril

  • 1911


O governo cria em Moçambique a Guarda Cívica

  • 1915

Proliferação pelo país de vários centros monárquicos

  • 1916

O governo civil de Lisboa é exonerado

  • 1922

Pacto de Paris no qual D. Manuel II aceita o sucessor indicado pelas cortes devido à falta de descendência directa

  • 1923

Greve das costureiras do Porto





Fontes

sábado, 16 de abril de 2011

Sem vergonha

Se os políticos soubessem o que querem, se soubessem do que falam, se soubessem como agir, não andávamos neste impasse. Dizem que eles estão impreparados. Eu digo que estão parados. Em nenhum encontro uma causa que não a vaidade do cargo, do emprego, do pretender entrar para uma "história". Coitados dos que não se revêem na linguagem falsa e dúbia desta gente, agora, sedimentada pelo aval de politólogos que tudo criticam ou aprovam. Coitados. Como podemos acreditar em políticos sem espinha, cabedal, coragem, sem luz, sem voz humilde. É por isso que tenho dó desta República, uma fabriqueta de gente ávida sem vergonha de se abeirar do Estado, sem escrúpulos de transformar o Estado numa vergonha.

Cronologia da república - 2ªedição - 16 de Abril

  • 1911


É fechado o jornal “O Concelho de Bragança”

  • 1920

Um comício no Porto é alvo de ataques terroristas




Fontes

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Menoridade

O sr. Soares disse aos jornalistas que não devemos ter medo do FMI porque o seu presidente era "Socialista"! Tal como ele, tal como o desgoverno irresponsável que nos tem orientado nos últimos anos. Eu, se fosse ao sr. Dominique Strauss Kahn, ou fugia desta ideologia ou metia um processo ao sr. Soares por hipotética comparação por arrasto. Depois, o sr. Soares, disse que não estava admirado com a atitude da Finlândia, por pensar duas vezes se nos quer apoiar na ajuda externa, porque esta era governada pela "extrema-direita". Esta demagogia bacoca e demagógica tem em si todo o conteúdo de menoridade moral e mental que nos têm impingido desde 1974.
Existem muitos Pilatos que se escondem atrás das ideologias para tudo obterem e a tudo se escusarem, à custa da simpatia clubista. Os portugueses não têm apenas uma crise económica às costas, bem vergadas, têm um caixão-sombra de complexos e mentiras nos miolos que os travam de serem livres. O Socialismo Abrilista, mais revolucionário menos revolucionário, mais à direita mais à esquerda, tornou Portugal num estado-parcial, num estado-patrão (muito mais patrão/promíscuo que o da I e II República), num estado-subserviente, num estado-corrupto, num estado-subsidiário, num estado-do-Partido, num estado-cobrador, num estado-Menor. Menor. Gigante, desporcionado, tão menor. E agora vem o FMI (do "Socialista") pedir para crescermos... ...

Cronologia da república - 2ªedição - 15 de Abril

  • 1915


Fernando Pessoa considera que as manifestações populares não são a favor de ninguém

  • 1917

É fechado o jornal “Alma Algarvia” de Silves

  • 1919

Greve geral em Viana do Castelo

  • 1920

Inicio do debate parlamentar da lei contra os bombistas

  • 1926

Na assembleia os deputados envolvem-se em rixas

É fechado o jornal “O Dia” de Lisboa





Fontes

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Brevemente......

Adaptação de um cartoon com mais de 35 anos do grande Vilhena

Cronologia da república - 2ªedição - 14 de Abril

  • 1918


Restabelecimento da censura de imprensa

  • 1920

Ataques bombistas em Lisboa

Ataques bombistas no Porto

Ataques bombistas em Faro

Ataques bombistas em Beja

  • 1926

Lutas entre deputados na assembleia da república





Fontes

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A verdadeira bandeira da 3ª República

Pela terceira vez na terceira república, o FMI encontra-se entre nós com a palmatória na mão. Uma presença assim, e agora que não temos império, podemos dispensar a esfera armilar. Como somos um país oficialmente laico, digo ateu, digo anticatólico, as 5 chagas estão a mais.
Como uma bandeira apenas verde e vermelha dá um "look" ferroviário, podemos colocar lá, a organização que nesta terceira república se tornou já uma constância - O símbolo do FMI!

Olha um esqueleto!!!



Será este, um dos milhares de esqueletos escondidos no tal armário?

terça-feira, 12 de abril de 2011

A "vergonha" que os faz corar

Uma conselheira do FMI diz que neste momento Portugal está a dar uma imagem de um país do 3º mundo! Cara Estela, não é de hoje. Só agora é que cora de vergonha? Portugal é um país abastardado à mais de 100 anos. Que imagem demos do país quando foi covardemente assassinado o Rei D. Carlos e o seu filho? Que imagem demos do país quando o inquérito desse crime foi sonegado? Não cora por isso? Que imagem demos do país quando nos primeiros 16 anos de república atingimos um défice das contas públicas sem paralelo nos tempos da monarquia constitucional? Que imagem demos do país ao enviar para a morte, em 1918, um corpo expedicionário cujos mancebos pouca ou nenhuma instrução tiveram e nem armamento condigno portavam? Que imagem demos do país com a anarquia e terrorismo social em que vivemos até 1926? Que imagem demos do país com a acomodação ao regime Salazarista? Que imagem demos do país quando os "heróis" que queriam libertar este país foram logo os primeiros a tentar impôr uma ditadura fresquinha à moda soviete? Não acha que na altura demos uma imagem de gente do 3º mundo? Que imagem demos do país ao encetarmos uma descolonização inconsciente e disparatada de que resultaram guerras civis e um acérrimo despotismo, que ainda hoje se mantém, nos países "libertos"!? Que imagem demos do país ao apresentar desde 1974, sistematicamente, um despesismo desmesurado da máquina do estado e de um brutal aumento da chulice partidária, da direita à esquerda libertária, aglutinadora dos recursos e concursos? Só agora devemos corar de vergonha? O ponto a que chegámos, cara Estela, é o ponto de onde saímos.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 11 de Abril

  • 1917


Ataques aos vendedores do mercado do Porto

  • 1919

Greve dos estofadores e decoradores de Lisboa

  • 1920

Greve dos trabalhadores da construção civil

Greve dos trabalhadores da indústria tabaqueira

Julgamento em tribunal militar de monárquicos pertencentes ao “Batalhão de Voluntários de El-Rei” de Braga






Fontes

domingo, 10 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 10 de Abril

  • 1920


Greve dos arsenalistas

  • 1921

Afonso Costa anuncia a contracção de um empréstimo externo para pagar a dívida externa

  • 1926

Afonso Costa é eleito presidente da assembleia da sociedade das nações





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sábado, 9 de abril de 2011

Cronologia da república - 2ªedição - 9 de Abril

  • 1911


É fechado o jornal “A Tribuna” dos Açores

  • 1915

Pela recusa em cumprir os decretos ditatoriais, várias câmaras e juntas de freguesia revoltam-se contra o governo

Greve geral em Viana do Castelo

Bombas sob uma procissão nas Caldas da Rainha

  • 1920

É fechado o jornal “O Portugal” de Lisboa

  • 1921

Amnistia do governo de crimes políticos ou religiosos

Amnistia do governo de crimes militares cometidos na 1ªGuerra Mundial

Greve de padeiros em Lisboa

No dia da celebração do soldado desconhecido rebentam várias bombas em diversos locais

  • 1922

Augusto de Castro fala num desejo geral de uma governação estável

  • 1925

É fechado o jornal “A Defesa do Povo” de Viana do Castelo








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sexta-feira, 8 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vitor Bento - Crise actual é só comparável com o período após implantação da I República


Vamos ser «os Trás-os-Montes da Europa»

«Para encontrar uma década de crescimento tão fraco, é preciso recuar a 1912/1921, período pós implantação da república»

O empobrecimento da última década deixou o país numa situação muito difícil. «Vamos ser para a Europa o que Trás-os-Montes é para Portugal», prevê o economista Vítor Bento, na conferência promovida pelo SOL, nesta sexta-Feira, no CCB:”A economia e o futuro de Portugal” que é também o título do estudo de Ernâni Lopes, a sair na próxima sexta feira (6)

(30 de Outubro de 2009)

Portugal insustentável

O presidente da Sociedade Intebancária de Serviços (SIBS), Vítor Bento, considera que Portugal dificilmente sairá da «armadilha de empobrecimento relativo» da última década. «Vamos ser para a Europa o que Trás-os-Montes é para Portugal: uma região empobrecida».

O economista considera que o endividamento do país entrou «numa espiral de insustentabilidade». Pelas suas contas, aos 66% de PIB de dívida pública, têm de somar-se 25% do PIB em dívida do sector empresarial não-financeiro e 15% em encargos com parcerias público-privadas.

«Gastámos a herança, tudo o que produzimos e retiramos um ano de rendimentos ao nosso filho», refere analogicamente.

«Para encontrar uma década de crescimento tão fraco, é preciso recuar a 1912/1921, período pós implantação da república e da passagem da 1ª guerra mundial», afirmou, durante a sua intervenção no CCB.

I Republica foi a pior crise da História económica portuguesa

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Economia Portuguesa, César das Neves- anotações do SomosPortugueses


Ler mais em Instituto da Democracia Portuguesa

O regresso da União Ibérica


Reconheço a minha perplexidade. Mas não se trata de uma atoarda nem de dizeres cáusticos lançadados (e escutados) aqui e ali. Parece ser verdade: cada vez há mais adeptos - portugueses ou espanhois - da sempre famigerada União Ibérica.


Essa a conclusão de um inquérito levado a cabo pela Universidade Complutense de Madrid e pelo Centro de Investigação e Estudos de Lisboa. Concretamente, dos nacionais abordados, 46% pronunciaram-se favorávelmente, em 2010. No ano anterior, a percentagem era de 39,8%. Esta última, sensivelmente idêntica à dos espanhois, na actualidade.


Acrescente-se que a aludida pesquisa, já agora, peca por defeito: omite a pergunta - Reino da Ibéria ou República Ibérica?


Porque quanto à capital do nóvel Estado, as hipóteses só podem ser duas (digo eu) - ou Braga, cujo Arcebispo sempre foi o Primaz das Espanhas; ou Santiago de Compostela, onde vão dar todos os caminhos da Cristandade peninsular.



Cronologia da república - 2ªedição - 7 de Abril

  • 1911

Tumultos no arsenal da marinha

  • 1917

Assaltos no Porto a vendedores de pão e hortaliças

  • 1918

É fechado o jornal “O povo de Santa Clara” de Coimbra

  • 1919

O governo extingue a polícia preventiva e cria o corpo de polícia da segurança do estado

  • 1922

Greve geral operária

  • 1923

O industrial Lambert D´Argent é vítima de um atentado

Encerrado o sindicato dos trabalhadores rurais em Santiago do Cacém

  • 1924

Greve dos funcionários dos transportes de Lisboa e Porto

quarta-feira, 6 de abril de 2011

O que Portugal há muito sabe



REPÚBLICA PORTUGUESA = LIXO!

Cronologia da república - 2ªedição - 6 de Abril

  • 1911


Para reprimir quaisquer protestos, devido a aplicação da lei de separação do estado e das igrejas, o cruzador adamastor patrulha a zona costeira, entre o Porto e Minho

  • 1912

Tiroteio entre soldados e populares em Braga, com várias prisões

  • 1913

Manifestação em Lisboa


  • 1925

Protestos de camponeses no Ervedal no qual resultam vários feridos





Fontes

terça-feira, 5 de abril de 2011

Às escuras desde 1910


Anda a imprensa e as gentes do futebol muito escandalizadas pelo "apagão" no estádio da luz. Eu estou escandalizado pelo apagão que Portugal sofre desde 1910 e ainda não vi o povo a queixar-se...

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Glória de João José Baldi (coro e 6 órgãos na Real Basílica de Mafra)

O Timbre


Uma das razões porque gosto tanto das vitórias do Futebol Club do Porto, para além do meu portismo, é o colorido que resulta das manifestações populares, essa visão de azul, desse eterno azul e branco português. Mesmo que não o faça conscientemente, quando o povo embandeira de azul e branco está a dar vida às cores de Portugal. Para mim é um regalo descansar o olhar do usual trapo com as cores do terrorismo carbonário. Depois, o Dragão alado. Que voe alto e que nos recorde as qualidades porque fizeram dele o timbre, medieval, das armas de Portugal.

sábado, 2 de abril de 2011

Se o Presidente apelar, os monárquicos serão os primeiros



Do suicidário jogo a que os partidos se têm entregado, pouco resta quanto ao respeito votado por uma população revoltada e em crescente desespero. O Sr. Cavaco Silva apela agora a uma necessária "união de todos" para vencer a crise. Não tem outra escolha.

Alguns compreenderão a necessidade do apelo desesperado, na urgência do acalmar de querelas estéreis e que pelo claro sinal de luta pela manutenção de privilégios quantas vezes imerecidos, não merecerá grande atenção por parte de um povo defraudado.

A crise económica, o suspeito desastre das contas públicas, a corrupção, a justiça que se tornou barregã de torpezas, a ruína de um modelo que jamais foi de crescimento e o descalabro financeiro, são encarados quase como se de fatalidades se tratassem num país habituado a escutar estórias, intrigas e boatos acerca do vizinho.

Se existe algo que os portugueses não suportam, é a intervenção estrangeira. Não aquela que se decide na penumbra de gabinetes de agências financeiras ou de bancos extra-fronteiras, mas a que hoje surge às escâncaras, sem pudor e orada numa tribuna parlamentar de um longínquo edifício imponente e bastante simbólico. Foram apenas duas ou três fazes cortantes, secas e ditas sem medida, sinal de desespero por uma situação que poderá atingir os mais profundos interesses daqueles que muito têm feito por aquilo que se designa de Europa. É justo reconhecê-lo, embora o dislate soe a declaração de supremacia, por estas latitudes inaceitável.

Cavaco Silva deseja apelar à unidade nacional? Pois faça-o sem demora e nem sequer precisará de procurar muito, para que as frases já por todos ansiadas, sejam proferidas com naturalidade, dado o momento. Não se trata da gravidade decorrente de uma derrota militar de penosas consequências, mas de remédio seguro. Esta é mesmo uma daquelas horas transcendentes em que será necessário colocar à prova, o sentido que ainda se pode dar à reivindicação da nacionalidade.

Bem poderão os políticos evocar Pombal, Fontes, Costa, Salazar, Soares, Eanes e tantos outros de transitória glória e decidido confinamento a um sector que a certo tempo, foi o vencedor de contenda interna e possível de dirimir por uma maioria, por muito escassa que ela fosse. Se Cavaco Silva optar pela evocação dessas pequenas crises, onde o armazém de mercadorias surge como a coisa primeira a salvar, pouco sucesso terá. Ninguém procurará assimilar como suas, as presidenciais palavras.

A nossa história teve outras crises, essas sim, de imorredoura memória e que para sempre suscitarão aquele sobressalto essencial, sem o qual as hipóteses de ressurreição, de antemão se condenam a um fracasso. Os nomes dos homens que encabeçaram os destinos do país naqueles momentos de morte anunciada, são conhecidos e ícones tão simbólicos daquilo que é Portugal, como a bandeira ou o hino.

Em 1941, um desesperado José Estaline não recorreu a Lenine, ao proletariado internacional ou aos militantes do partido, para acender a chama patriótica de gentes temerosas do seu despótico poder e famintas de uma liberdade que não conheciam. Estaline evocou a Santa Rússia de outrora, Pedro o Grande, Alexandre Nevski, Catarina II - uma alemã -, Suvorov e Kutuzov, os grandes vultos que eram o símbolo de uma Rússia que ele próprio, o ditador vermelho, ajudara a aniquilar. Os russos compreenderam o que estava em jogo. Definitivamente, não se tratava da sobrevivência do regime e dos apparatchiks que refocilavam nas benesses exclusivistas que o sistema lhes prodigalizava. Quando Estaline pronunciou os Grandes de outros tempos, foi com assombro que os russos souberam estar na iminência do total esmagamento da sua pátria. O que se seguiu ao apelo, é conhecido.

Sem exagero podemos dizer que Portugal está hoje num plano semelhante ao daquele dia em que se finou de adiantada velhice, o Cardeal-Rei D. Henrique I. Sem sucessor, ele próprio o exemplo de uma pátria exangue e farta de fumos tão inebriantes quão enganosos, era mais que nunca o visível corpo da pátria no seu próprio, naquela união que em tempos felizes, fora aparelho da força da unidade e do querer. Portugal foi-se, porque assim o quis, sem escolha ou ânimo para contrariar a fatalidade.

1385 teve D. João I e de um quase certo desabar da obra já centenária, surgiu um outro Portugal que em pouco mais de um século, para sempre marcaria as páginas da história mundial. 1640 teve aquele D. João IV que tudo arriscou e tudo nos conseguiu, erguendo um outro império bem diferente daquele que o precedera e que bem vistos os factos, ainda existe, pujante e vastíssimo.

Não sendo um Rei, mas um Presidente que jamais beneficiará daquele dito incansavelmente repetido por todos aqueles que procuram situar eventos num determinado tempo - ..."no reinado do Rei D...." -, Cavaco Silva encontra-se em clara desvantagem. Apesar disso, ao invocar alguns nomes, os portugueses finalmente perceberão o que em verdade está em causa: a existência do país.

Sabemos a quem poderá pedir um auxílio que jamais lhe será regateado.

O Discurso do Presidente

Sobre o discurso da dissolução na 5ª Feira: sóbrio, realista, pacificador. As palavras certas proferidas pela pessoa errada, que encontra anticorpos ou indiferença na grande maioria dos portugueses. Esse é o nosso maior drama, na conjuntura trágica a que chegámos, com o País ajoelhado perante a Europa, e a soberania penhorada aos credores por troca com uma ilusão de progresso. A falta que hoje nos faz hoje uma reserva moral, uma simbologia inspiradora, uma Instituição independente, ou uma "ficção" benigna, aglutinadora.
Ai Portugal, Portugal!