sábado, 24 de dezembro de 2011

Apesar de tudo, amanhã será Natal

(Excerto duma crónica publicada hoje no jornal i)

Se considerarmos a racionalidade a prática da boa interpretação da realidade, podemos atribuir ao século xx, o do advento das repúblicas, das independências e das “igualdades”, o cognome de “O irracional”. O conhecimento e a aptidão tecnológica definitivamente não conferiram racionalidade ao ser humano: para não nos determos em demasia nos três maiores monstros do século passado, Mao Tsé-tung, José Estaline e Adolf Hitler, aos quais, por junto, se pode atribuir a responsabilidade de quase 200 milhões de vítimas, observe-se o caso do jovem norueguês Anders Breivik, que dominava técnica suficiente para fabricar as bombas que fez explodir em Oslo. Continuar a ler »»»»

sábado, 17 de dezembro de 2011

Nos 50 anos da invasão



O Aviso Afonso de Albuquerque cumpriu plenamente a missão que lhe estava confiada. Nas águas de Goa defendeu Portugal e honrou a nossa história. Oxalá um dia possamos ver as unidades da Armada redimirem aqueles tiros há um século disparados diante da Necessidades, voltando a hastear a verdadeira bandeira e repondo a legitimidade roubada. Não precisam de muito, apenas de uns tiros de salva, com pólvora seca.

As bandeiras fornecemos nós.

Entrevista de Ribeiro Teles

Já fundou partidos ligados à terra e em defesa da monarquia. Há ligação entre estas duas causas?

Há sempre uma ligação. A nossa história é uma construção através de um regime monárquico e essa ligação à história e à continuidade perdeu-se. E nesse sentido há de facto um recuo enorme, que permitiu depois uma visão diferente do futuro. Quando a monarquia existia havia sempre um futuro na sequência da dinastia.

É essa a vantagem que vê na monarquia?

É essa a grande vantagem. Isso dá um somatório de uma cultura que é muito difícil de arrancar. Só à força é que se arranca. É o que está a suceder. Há a saudade dessa continuidade.

Os portugueses têm saudades da monarquia. Acha isso?

Dessa continuidade com certeza, porque isto é um país inventado e construído. Construído com as condições que tinha de mar, de terra, de solos e inventado pelo género português.

O caminho teria sido outro com uma monarquia?

Tínhamos seguido um caminho mais paralelo dos países escandinavos.

Os reis não são eleitos. Não é um bom argumento a favor da República?

Os reis são eleitos todos os dias.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Palhaços, saltimbancos, malabaristas


É risível a posição dos artistas da política sobre os desígnios da história. Para os palhaços do circo republicano as revoluções, "deles", foram fruto de uma razão divina e de popular bem se sabe que o "povo" foi metido à posteriori no meio da contenda, para dar aquele ar. Dizer que o feriado do 5 de Outubro é uma data simbólica é verdade. Um verdadeiro símbolo ao terrorismo, um símbolo ao regicídio, ao sectarismo, à segregação politica. Os saltimbancos. Porque razão não é feriado no dia 23 de Janeiro, dia da instauração da Monarquia do Norte? Não é um dia histórico, onde se fez, também, história? Estou farto de pregadores malabaristas.


domingo, 11 de dezembro de 2011

O Natal, o vazio e a tralha dos imensos carnavais

Admitindo que os efeitos festivos das decorações natalícias nas ruas da cidade, podem contribuir para o Espírito que a quadra encerra, confesso que não sou seu incondicional aficionado, antes pelo contrário. Em plena crise financeira, a sua notória ausência não me incomoda: o mais das vezes, o seu efeito ostentatório resulta na tendência para a adulteração da festa do nascimento de Jesus, como mais uma pândega do calendário pagão.
Lisboa tem este ano, sob os auspícios do Zé “que faz falta”, dos esfregões 3M, da Câmara Municipal e mais 150.000 euros, em vez das habituais iluminações, sete “instalações” foram concebidas por “verdadeiros artistas da modernidade" para assinalar a quadra, de que afinal nenhum lhe conhece o sentido. Não consta que nalguma ”instalação” se encontre uma única menção ao nascimento de Jesus: na Praça do Chile são molhos de chapéus-de-chuva iluminados, junto ao Parque Eduardo VII exibe-se um conjunto de repugnantes gaiolas em forma de árvores de Natal entulhadas de lixo “para reciclar”. Nos ajardinamentos centrais da Rotunda foram espetados uma série de “sinais de trânsito” reflectores que anunciam a “Lapónia”, o “Bacalhau”, a “Neve”, o “Peru”, o “Pai Natal” e toda a vasta gama de iconografia mundana referente às festas. Este absurdo puritanismo laicista está também patente num anúncio da TV ao jogo da lotaria em que o apresentador enumera uma séride de tradições do Natal português evitando olimpicamente referências a Jesus ou ao presépio, mas mencionando uma inexistente “Noite do Galo”, como alusão disfarçada à Missa do Galo.
Através da abordagem mediática e demais tralha publicitária que invade as nossas casas através da imprensa, rádio e televisões, constatamos a tenacidade do regime tornar o Natal uma festa pagã. Afonso Costa por estes dias se não ardesse no Inferno, chocalharia veemente os seus ossos exultando no caixão: todas as festas perfilhadas pelo todo-poderoso Estado Laico, se vão assemelhando cada vez mais, a uma série de variantes do Carnaval: sejam elas protagonizadas pelo Pai Natal, por simples foguetório e embriaguez, por brasileiras desnudadas a tiritar de frio, coelhinhos de chocolate ou até sardinhas assadas. O motivo e finalidade comum é a simples alienação num tanto quanto possível desregrado folguedo.

~o~

Voltando ao essencial, não desisto de apregoar que, ultrapassada a perspectiva infantil, o Natal não é magia mas dum Milagre que se trata… a diferença é profunda e o fenómeno não requer luminárias ou artifícios. Porque esse incomensurável Milagre de Deus encarnado no humilde Menino acontece no coração das pessoas. Um Menino Jesus que Se nos entrega para derrotar a nossa soberba com o seu Amor, chegando desta forma tão próximo de nós que “podemos tratá-lO por tu e manter com Ele uma relação íntima de afecto profundo, como fazemos com um recém-nascido*”.
É a preparação para este Natal, na intimidade do Presépio em que cada um de nós possui a graça de participar a 25 de Dezembro, que me concede a mim uma profunda paz e a sensação mais parecida com felicidade que conheço e que se me exige dar testemunho.
Porque a felicidade é incompatível com o egoísmo e o júbilo impele-nos a partilhá-la, entristece-me que a república laica tenha expulsado o Menino Jesus desta magnânima festa, e a sua mensagem seja tão militantemente censurada. Finalmente, urge perguntar: quem ganha com tudo isto, quem fica de facto a perder?

* In "Pensamentos sobre o Natal" de Bento XVI, 1ª edição da Lucerna - Novembro de 2011.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Das Partes do Sião, na Biblioteca Nacional de Lisboa



O Dr. Cavaco Silva deve andar muito ocupado com os incontornáveis assuntos das curvas de défice, acções na bolsa, tricas para a próxima cimeira do fim de semana e outros assuntos que envolvem números. Por acaso, este número 500 que agora se evoca, passa completamente ao lado do republicano regime que é a negação da História deste país. Pode Belém alegar questões de protocolo, mas a sapiência velha de séculos ditaria a quebra dessas normas, precisamente quando a Tailândia é um país com quem Portugal deve cultivar os profundos laços que unem os dois povos. Belém não percebe, nem as suas dúzias de assessores se preocupam com questões alheias aos negócios. Na comemoração do V Centenário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a Tailândia, não se viu o seu locatário - fez-se representar pelo General Rocha Vieira, pessoa merecedora de todo o nosso respeito - e de S. Bento, nem vivalma na Biblioteca Nacional. Da Secretaria de Estado da Cultura, afundada em "ralações insuperáveis" que dia a dia debita em programas de entretenimento televisivo, nem sequer um "chófer" despejou um longínquo representante governamental.

Antes assim, pois na inauguração da exposição "Das Partes do Sião", a BNL recebeu quem devia. Em primeiro lugar, o sucessor de D. Manuel I, o Rei que com Ramatibothi II do Sião, assinou esta nossa outra "velha aliança" que já tem meio milénio. O Duque de Bragança compareceu e plenamente representou o Estado que já fomos. As regimentais carcaças esfomeadas pela manjedoura faltaram, mas os interessados que se deslocaram à BNL, puderam contar com a afabilidade daquele a quem já se acostumaram a chamar de Rei.
Em boa verdade, há que referir o nome do general Rocha Vieira, o derradeiro governador-geral do nosso já extinto império e como sempre, fez-se o pleno quanto a entidades culturais e fundações privadas - daquelas que não beneficiam de dinheiros públicos -, académicos e interessados na preservação daquilo que Portugal ainda é. Apesar de tudo, restou aquilo que importa: a dignidade.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sim, senhor comendador.

Quando, a propósito das desvantagens da monarquia, me atiram com os títulos e a nobreza, lembro-me sempre dos comendadores republicanos. Podia começar pelas elites clientelistas da república, pelas dinastias republicanas e laicas como os Soares, os Sampaio, os Almeida Santos, etc, mas lembro-me sempre das ordens e das comendas que os Presidentes distribuem generosamente entre jogadores de futebol e amigos do regime, como a que foi entregue a "Joe" Berardo. Este senhor comendador vem agora cuspir no prato onde comeu (e come, avidamente). Ao menos aquela nobreza liberal de oitocentos ganhava um título por construir fábricas de transformação de lanifícios e por trazer dinheiro do Brasil. Hoje a principal condição para receber uma comenda é ter-se notabilizado pelo roubo na alta finança. Não se admirem se daqui a uns dias o senhor Sócrates ou o senhor Vara levem com uma medalhinha no peito. Pelos altos e valorosos serviços prestados à República.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Cão que ladra não morde e se rosna tem medo

Nos últimos tempos não tenho comprado o Público, coisa que talvez justifique a minha surpresa ao encontrar hoje em destaque, a ¼ de página (na 3) com caracteres de corpo grande a seguinte parangona: “Amadeu Carvalho Homem historiador e republicano, dirige uma pergunta ao pretendente ao trono, a propósito da celebração de mais um aniversário da Restauração, a 1 de Dezembro”: “SE UM DIA FOSSE REI DE PORTUGAL, NÃO ACHARIA BIZARRO (NO MÍNIMO) QUE O TRATASSE POR SUA MAJESTADE?” (a vermelho no original).
Porque mantenho alguma crença na inteligência humana, custa-me acreditar que esta opção editorial não tenha um justificado enquadramento que me escapa. De resto, a mesma pergunta com que nos desafia o historiador poderia aplicar-se a outros tratamentos honoríficos ou convencionais, que mais do que um sentido estrito correspondem apenas a uma tradição protocolar: Sentir-se-á o Presidente da República mesmo “Excelente” (Excelência) e o Senhor Reitor mesmo “Magnífico”, (Vossa Magnificência)?
Finalmente como um mal nunca vem só, a imbecil questão ficará sem resposta, dado que o destinatário dela como consta na manchete introdutória é D. Duarte Nuno Duque de Bragança, que faleceu aos 69 anos, há mais de 34 anos.
Pela minha parte sou levado a concluir que o destaque dado a tão boçal provocação só se justifica pela insegurança e receio que a Instituição Real por estes dias parece inspirar aos republicanos ou simplesmente a gente de limitada craveira. É sabido que a primeira razão do cão ladrar e arreganhar os dentes é o “medo”, fenómeno que deveria levar os monárquicos a ter algum orgulho na sua Causa, que afinal algum trabalho vai fazendo…

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Restauração da Independência 2

Ao contrário dos maçons que por já por aí uivam e acirrados rosnam salivando ódio com a ameaça da extinção do 5 de Outubro, o modo conformado com que a Igreja concede na eliminação de duas importantes festas religiosas, coincide com a maneira polida característica das forças mais tradicionalistas, que também se resignam com o fim do feriado da Restauração da Independência. De facto o mundo não acabará por isso, mas o fenómeno encerra em si um terrível simbolismo: quem é que por estes dias quer saber verdadeiramente dessa coisa extravagante chamada soberania, ou ainda desse capricho da “independência”?

De resto, ontem à noite, quase setecentos portugueses entre os quais muitos jovens juntaram-se no Centro Cultural de Belém numa evocação aos heróis que há 371 anos instauraram a “Dinastia Portuguesa” da Casa de Bragança em torno do Chefe da Casa Real Portuguesa. Com a habitual leitura da mensagem de S.A.R. tratou-se duma sóbria manifestação de sentido pátrio e solidariedade olimpicamente ignorada pelos média, demasiado ocupados com o exercício de bajulação ao decrépito regime encarnado por Mário Soares que promovia uma vernissage na sala ao lado com o lançamento do seu livro.
Porreiro pá!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Restauração da Independência

(...) Portugal atravessa uma das maiores crises da sua longa vida. Crise que, disfarçada por enganosas facilidades, foi silenciosamente avançando assumindo hoje consequências dolorosas para as pessoas, famílias e empresas.

A soberania de Portugal está gravemente ameaçada. A História, na crueza dos seus factos, revela-nos que, sempre que o País ficou enfraquecido, aumentou a vulnerabilidade à perda da sua Independência. (...)

(...) A dúvida que hoje se coloca não é a de que País vamos deixar aos nossos filhos mas sim que filhos devemos deixar ao nosso País. (...)
Perante a herança que as próximas gerações vão receber, é nosso dever, no mínimo, contribuir para lhes facultar as melhores ferramentas para o seu futuro e o de Portugal: educando-os e formando-os com respeito pelos princípios da honra, da responsabilidade e do amor à Pátria.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ainda a supressão dos feriados


A procissão vai no adro mas os insultos já se ouvem. Então este governo quer acabar com o feriado de 5 de Outubro? Que coisa grave! Acabar com o feriado mais importante para os maçons, jacobinos e auto-herdeiros do terrorismo republicano? Nem pensar! Ainda me admira é não terem proposto acabar com o 10 de Junho o tal que era apelidado de "Dia da Raça". Ai que ranço de pessoas! Esta "direita" é mesmo faxista. Imagino o jogo de bastidores para demover o governo a tal desfaçatez. Cuidado Passos Coelho a carbonária-maçónica ainda lhe dá um tiro pelas costas...!

Nota: acabei de ouvir numa rádio (séria!) um comentador a dizer que o 5 de Outubro representa a "Liberdade"!!!! Com junkies destes não há metadona que chegue para sossegar a traça da ignorância.


Que raio de fado!

Fado!
Que raio de fado!
Parece um destino
Mal encomendado!

Fado
Que nunca me esquece
E só me aborrece
Sempre o mesmo fado!

Fado
Se fosses diferente
Menos conformado
E mais insolente!

Fado
Triste cantoria
Da nossa agonia
Que raio de fado!

Maçons e jacobinos

(...) A discussão, que o governo colocou ao nível da economia, vai para além da necessidade de aumentar a produtividade e está a transformar-se num debate ideológico. O escritor e ex-eurodeputado do PSD Vasco Graça Moura diz ao i que o 5 de Outubro "é um feriado que assinala um regime de ignomínia e de uma violência extrema". "Não tem nenhum valor", acrescenta.

Graça Moura – que pertenceu à Comissão de Honra da candidatura de Cavaco Silva – acusa de "demagogia" aqueles que apelam a Belém para se insurgir contra a decisão governamental e atribui a contestação a "maçons e jacobinos".

E porque o fado é património da humanidade vamos lá a cantar a nossa sina:

Lá vai uma,
Lá vão duas,
Três Repúblicas a voar.
Uma à bomba,
Outra à força,
Outra de quem mais roubar

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Até parece o portuguesinho a enfardar alegremente na República


É um concurso mas tem tanto da vida real. Da nossa. Vivemos num regime republicano que não presta mas em que a maioria pensa que se chegou através da "civilização". A verdade é que foi um regime que nos foi imposto, tal como neste filme, à marretada. Olhem para eles, para nós, a sofrer e a rir com a carinha de que se estão a transformar em Titãs, premiados a ambrósia. Por cá damos o corpo ao flagelo e ainda recebemos dívidas.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pai tirano

O pai do partido socialista, pai da Constituição, pai da III República, pai do descalabro pós-25-Abril, ex-presidente da república apela à "rua árabe"! Rico republicano, de laico a muçulmano. Para que quer um ex-chefe de estado republicano uma "revolução árabe" nas ruas? Não lhe chegam os estragos que a revolução republicana, e socialista, tem feito nos bolsos, nos miolos, na moral e na ética dos portugueses?? Há! são saudades da Primavera...

sábado, 19 de novembro de 2011

Faça-se Justiça


Há momentos felizes que nos trazem verdadeiras referências sobre a realidade para lá da imagem. Não podia ser mais oportuna a junção destes dois portugueses na fotografia exposta. Eles representam tudo quanto eu penso da Justiça na República Portuguesa. Não digo em Portugal mas na República da Liberdade, de Abril, do "Portugal não pode parar". De gabardine, o advogado de Duarte Lima, um reputado advogado e político, um daqueles que teve o mérito de "nascer pobrezinho e agora ser muito rico" e que desde 1995 recebe uma pensão vitalícia por ter sido, quase, 12 anos deputado, agora acusado de coisas que demorarão o seu tempo a provar. Do outro um VIP-do-bairro, ou não viessem quase todos os VIP de bairros ou de "ilhas" escondidas nas traseiras de casarões. Um representa a inércia e o figurino da "respeitabilidade" a que todos temos direito, principalmente, do respeito à justiça a 10 Km hora, ou como quem diz, à lentidão processual que "todos merecem", uns mais lentos e arrastados que outros. Do outro um ilustre que se fez à custa de aparecer na TV, sempre à procura do espelho-câmara que o transporte e nos transporte a nós para a verdadeira dimensão deste país-República, sem subterfúgios ou disfarces. Temos assim, duas caras da mesma sociedade, uma que aparenta outra que se mostra como é. Não podemos ser injustos ao ousarmos pensar que o "emplastro" faz figura de ridículo. Ridículo é o que representa a defesa de larápios, ridícula é a figura de uma Justiça que não resolve, que se atrasa, que se imiscui por interesses, ridícula é esta República sectária que continua a dizer que é válida mas que nos cospe com uma ética que nos faz sentir que somos tratados como emplastros.

Foto: DN, © Nuno Pinto Fernandes / Global Imagens


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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lei de Talião

A ser verdadeira a notícia publicada hoje no Correio da Manhã de que, além da eliminação acordada com a Igreja dos feriados Assunção de Maria e Corpo de Deus, o governo propõe o fim dos feriados de 5 de Outubro e do 1º de Dezembro, tal aparenta ser uma medida que visa reciprocidade, no contraponto de duas sensibilidades políticas marcadas na nossa cultura; no fundo para assim calar as hostes com uma espécie de lei de Talião: nem “tradicionalistas” nem “progressistas” (e desculpem-me estes equívocos chavões) se ficam a rir. Esta solução aparentemente equitativa esconde um grave engano, já que, sendo consensual que a revolução de 5 de Outubro dividiu profundamente o país, é inegável que a restauração da independência uniu os portugueses em torno dum projecto de independência e soberania, hoje mais do que nunca ameaçado. A decisão de acabar com o dia da Restauração encerra um enorme simbolismo: quem é que por estes dias quer saber verdadeiramente dessa coisa extravagante chamada soberania, ou ainda desse capricho da “independência”

A ser verdade, foi-se o merdoso feriado 5 de Outubro

A serem verdadeiras as notícias, sobre o fim de dois feriados civis e dois feriados católicos, esta República cortou a bôla em partes iguais. Aparentemente. Foi-se o merdoso 5 de Outubro de 1910, feriado importante para os republicanos-maçons, foi-se o 1º de Dezembro, um feriado importante para todos os Portugueses com espinha e para os monárquicos. No fundo, as cabeças pensadoras do regime tiveram receio de cortar o dia sagrado dos sindicalistas, o dia sagrado dos comunistas-anti-fascistas- e-outros-que-tais-com-curriculum-de-1/2 página, os dias mais importantes dos católicos. Quem vai ficar a berrar sem um dia "sagrado" é a maçonaria. Os patuscos que celebrem a data nas suas lojas e que abram para saldos e rebaixas a ver se o povo lhes compra qualquer fundamentozito.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Feriado a remover



O Público está a proceder a uma sondagem quanto aos feriados a abolir. Sugerimos que todos participem, escolhendo o 5 de Outubro como coisa dispensável. Poderão visitar o site neste link e votar em conformidade.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

República que fede


Nesta centenária República que fede, implantada pelo terrorismo, dá-se tempo de antena e corteja-se entrevistas a um terrorista. Mais, amplia-se o arroto de um terrorista que vive sustentado com uma reforma paga pela República.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Eu apoio o Otelo se for para derrubar a República!



Porra, camarada, Direita?? Mas então para ti, camarada, os anos em que os socialistas andaram a cantar os amanhãs, e os depois de amanhã, e a gastar à tropa forra foram anos de Direita?
Apoia a Monarquia, camarada, porque fazer a mesma bosta que fizeram em 74 não leva a nada.



sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tem razão


Hoje, no DN, António Reis, grão-mestre maçon, diz que "Os autores têm de estar mais atentos às coisas que escrevem"! Isto a propósito de uma critica que fez a autores de manuais escolares (que escreveram sobre a pré-história). Tanta razão. E o que dizer, então, sobre os historiadores parciais que assobiam a implantação da República? Será que o facciosismo dos historiadores só é visível quando se escreve sobre matérias com milhares de anos?

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

sábado, 29 de outubro de 2011

A ler no Expresso de hoje



Todos reconhecem os inestimáveis serviços que a nossa amiga Augusta Menezes quotidianamente tem prestado à Causa, no seu blog Família Real Portuguesa. Como alertei há uns dias neste post, é imperiosa a colaboração de todos para o progressivo esclarecimento dos portugueses. Sendo um inegável facto o recrudescer da simpatia pela instauração da Monarquia em Portugal, a mensagem tem encontrado eco em toda a sociedade e já chega aos mais importantes jornais do país. A prova disso, é a coluna que hoje mesmo Fernando Madrinha deixou no Expresso do oportunamente republicano Sr. Balsemão.
Já se contrapõe abertamente o exemplo do Rei D. Carlos I, à péssima, abusiva, inconsciente e absurda prestação do Presidente em exercício e dos respectivos antecessores-colegas na capitosa reforma

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Para a rotunda Vasco


O camarada Vasco anda com tusa de mais revoluções, vai daí, sente-se roubado, expoliado, acossado, ressabiado – só agora!. Uma dica para não perder a conta do viagra que deve andar a tomar; traga a sua "associação" para a rua e faça um golpe de estado! Acabe com "eles"... ... Derrube o regime e restaure a única alternativa de alto a baixo, a Monarquia. Mas não faça como os seus camaradas, que se venderam às oportunidades e faça justiça aos roubos que vê cometidos contra o povo, vá para a rotunda. Olha para eles em 1910, 1928, 1974... tão indignados que eles estavam, a tropa fandanga, tão vendidos que eles foram a troco de quem lhes prometeu mais, a favor da República dos mentirosos.

sábado, 22 de outubro de 2011

Mudar

Nestes dias em que tanto se critica a austeridade eu lembro-me dos anos em que a visão da maioria das pessoas era de "crescimento". Portugal era um paraíso, entretinha-se a refinar as suas teorias das vitórias Abrilistas e a projectar um futuro lindo e terno regado pelos milhões da Comunidade, conforto conseguido pelo herói anti-fascista Soares. Os políticos da altura (que hoje, mais velhos, se regalam com o conforto da massa conquistada e do poder instalado) falavam como evangelistas, falavam dos seus sonhos como dos nossos se tratassem. Talvez por isso, nem um só momento dei de atenção a tais homens que na altura pensava serem apenas interesseiros mas que agora chamo de ralé. Acho lastimável a impunidade e a leveza com que olhamos para os actos políticos, para a anestesia a que fomos votados, mas não me admira. Um país que esqueceu e não condenou o assassinato covarde de um chefe de estado não pode crescer saudavelmente. O sentido crítico foi vendido às mentalidades dominantes, de uma forma tão corrupta, moralmente, como a corrupção material. A história está perante nós e pergunta-nos constantemente: como chegamos aqui? Neste momento, devemos olhar para nós e perguntar onde pára a nossa consciência, depois devemos reflectir porque devemos acreditar mais nos outros do que em nós e exigir aqueles que nos fizeram promessas, à nossa custa, os resultados. Os tempos pedem-nos uma mudança radical desde o regime ao sistema. O que vejo é que poucos querem mudar. Poucos questionam a República: "há problemas mais importantes", dizem. Não se fala de mudança mas de constança, não se olha para trás. Vem aí as greves, as indignações, as manifestações pela não mudança. São sinónimos da mentalidade instalada pela propaganda da república, do vício da passividade, da preguiça física e mental, do desejo da permanência dos subsídios gratuitos. Vem aí a luta, mas ao invés dos que lutam com consciência pátria esta será uma luta feita pelos que estão a favor de uma doença que os fará enterrar.



quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Altos voos



Não seria uma excelente ideia se "certa gente" começasse a dar o exemplo e prescindisse deste tipo de ataques pequeno-burgueses?

domingo, 16 de outubro de 2011

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Mais um "Instituto" verde-tinto

Diz o patrão desta "sociedade": “Vai ser uma escola de valores e de princípios que é necessário aprofundar” e vai promover cursos, publicações e conferências, acrescentou o advogado e gestor empossado como figura máxima do GOL, obediência com cerca de 2000 membros distribuídos por cerca de 90 lojas (estruturas autónomas) em todo o país. “O Instituto dará um conhecimento mais pedagógico à sociedade do que é a maçonaria”, afirmou.
Perceberam? Sempre que a coisa descamba e o barco está a ir ao fundo esta "sociedade" balança-se para o frenesim. Será que neste Instituto Português de Estudos Maçónicos também se vai ensinar a balear chefes de estado e a colocar bombas em manifestações ou será apenas um edifício de aprendizagem e colocação para o chupismo dos recursos públicos?

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Adoentados

Os dados dizem que o nº de pessoas que se deslocam às urgências tem estado a aumentar. Estes dados parecem reflectir, depois de uma redução acentuada entre 2006 e 2009, que a crise está a tirar as pessoas dos seguros médicos e dos consultórios particulares. Como não há médicos suficientes nos centros de saúde o povo dirige-se para os hospitais. Esta migração tem duas consequências, faz aumentar a despesa pública (deste SNS bem gordo e sedento) e faz aumentar o tempo de espera para aqueles que realmente se encontram de verdadeira urgência médica. Com a saúde não se brinca, dizem, apenas com a nossa saúde mental e moral. A "Crise" tem destas crises. A nossa, da República, já dura há muito. Somos um povo adoentado.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um sonho de 5 de Outubro

Ontem, tive um sonho de 5 de Outubro. Pelo almoço, um repasto de sonho (que bem dirige estes eventos a minha prima Rosarinho!) com dezenas de familiares numa quinta de família, em Mansores. Ao jantar, em casa de uma das minhas tias, um jantar de aniversário, de uma outra tia, com os meus irmãos e a nossa descendência. Ao deitar um sonho peculiar! Ainda antes da meia-noite desse dia, sonhei que estava a dar uma entrevista na televisão (sonho inédito)! Falava e falava contra os corruptos que nos governavam, dos terroristas que implantaram a República, da escumalha que apoiava o terrorismo como forma de implantar um estado de "direito", das anedotas de "presidentes" que tivemos na I e II república, dos presidentes saídos da corruptela partidária do pós-25 de Abril, dos esquemas e falcatruas que o regime permite, do autismo de que padece o cidadão português. Já alto no sonho, disse para o ecrã que ia para a rua e que o povo se me juntasse para um golpe de estado!!! Vi-me na rua, de megafone, a comandar uma multidão vestida de branco (!) a derrubar a república e a ver a monarquia renascer naturalmente (apareciam bandeiras brancas com o escudo real ao centro nas varandas dos prédios), sem tiros apenas com palavras de ordem e a dirigir centenas de pessoas apressadas; os militares também estavam fardados de branco (!), dezenas de prisões erguiam-se; o sonho parou quando eu estava a ditar a lista dos governantes que iam a julgamento sumário pelo estado da nação, todos, sem excepção. Espevitei, acordei. Foi o cansaço, com certeza, ia precisar de várias semanas para alinhavar a lista. Que sonho de 5 de Outubro.

Um 5 de Outubro de todos os portugueses

Há três anos consecutivos que a Causa Real vêm disputando o palco político proporcionado pelo 5 de Outubro com considerável sucesso, sempre granjeando entrevistas e reportagens nos telejornais, imprensa e rádios nacionais. Este ano, os monárquicos militantes concentraram-se em torno do Chefe da Casa Real Portuguesa na cidade de Coimbra, onde perante a sinistra crise de soberania nacional, homenagearam o espírito heróico do seu rei fundador por ocasião do 868º aniversário da assinatura do tratado de Zamora.

Reportagem tvi aqui

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Falando em "marquises"...



Após um patético e encomendado intróito grasnado por uma menina muito ao estilo da propaganda do Dr. Goebbels, tivemos o prato forte da ora.
Num razoável e decerto inconsciente exercício de autocrítica com laivos quase maoístas, o Mr. Deficit de serviço contabilizou as oportunidades colocadas em termos de empréstimos sobre as "nossas" mesas ministeriais. Sem proferir uma única palavra relativa à sua ruinosa gestão como primeiro-ministro, o já avançado avô do défice das contas públicas veio dizer-nos que ..."durante alguns anos foi possível iludir o que era óbvio" e viveram-se ..."tempos de ilusões". Num auto-bofetão, acrescentou ainda alguns anos perdidos na ..."letargia do consumo fácil e na ilusão do despesismo público e privado".

Num discurso normalmente escrito por um serviçal disponível entre as grosas de assessores pagos a expensas do contribuinte - eufemisticamente conhecido como Erário Público -, acaba por enterrar quase trinta anos de carreira intensa e exclusivamente política, liquidando de uma penada, as manigâncias pretensamente económicas que abusivamente asfaltaram o país de norte a sul, descalcificando os cofres que abarrotaram de verbas colocadas à disposição pela "Europa" (Alemanha). Coortes de futuros consagrados meliantes arrastados para os lugares chave do poder, centos de milhar de novos funcionários públicos entrando pela porta de serviço do(s) Partidos(s), uma inaudita emergência de yuppies de cabelos compridos e bem oleados de gel, a barulhenta jeepalhada que substituiu tractores e os tais dois pequenos apartamentos T3 de algarvios investimentos que refundiram em betão, aquela traineira da faina outrora familiar. A todo este ridente progresso, acrescente-se o bem cavaquista ímpeto demolidor dos centros urbanos à mercê da cupidez imobiliária, as digestivas brincadeiras bolsistas, os negócios explosivos das amizades escusas, a total e subserviente cedência diante da prepotência estrangeira e pior que tudo, a completa rendição perante os espanhóis. Esta ultrajante República, consegue a proeza de numa brisa de pouco mais de duas décadas, liquidar a presença económica portuguesa no antigo Ultramar e os dados oficiais hoje trauteados pela televisão estatal, remetem as nossas trocas comerciais com os PALOP, ao ínfimo patamar de 1%, ao qual acrescenta-se mais uma unidade no que se refere ao Brasil. É um desastre praticamente irreparável, um verdadeiro Alcácer Quibir sem o remédio que há 350 anos era possível para a ambicionada cura: a posse do conhecimento das redes do comércio internacional de então, a presença pluricontinental e sobretudo, a vontade do querer fazer e de garantir a independência, por muito improvável que ela parecesse.

O nosso Mr. Deficit carrancudamente nos avisa acerca do "vivermos acima das nossas possibilidades" e quase parafraseando Salazar - o reconhecidamente inatingível alter ego -, apela à "austeridade digna", rejeitando-se os "gastos desmesurados" e insistindo no patriótico dever de consumirmos aqueles produtos que ele próprio fez um dia desaparecer das prateleiras dos mercados.

"Valor republicano da austeridade digna", balbucia. Assim sendo, comece ele próprio a dar o exemplo, prescindindo de 50% da lista civil e da criadagem engravatada repescada nos recônditos clubísticos dos interesses de onde ele próprio um dia saiu para a ribalta que nos encadeia e exaure. Siga o exemplo do vizinho João Carlos e passe a consumir uns módicos 8 milhões anuais. Já é muito e chegam e sobejam para este desastroso marquisamento mental a que submeteu este país.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Contra a resignação, por aquilo que nos une!


Todos a Coimbra 5 de Outubro 15,00 junto à sala do Capítulo da Igreja de Santa Cruz em na homenagem ao nosso rei fundador. Contra a resignação, por aquilo que nos une: Portugal

Que grande pivete


Amanhã, no dia 5 de Outubro, patuscos e mentores da republicanite vão orar a favor da causa republicana. Vão repetir o mesmo discurso do ano passado, do ano anterior e dos anteriores. No meio da festa, por certo, vazia de adeptos, vão falar da "Liberdade", dos "Direitos" como filhas da República e vaticinar muita saúde e amigos também. É notório que todos os anos, falam da desnudada como sendo a era primogénita da pátria, como se Portugal tivesse começado nesse dia a sua obra. Realmente, começou. ... a obrar! Fujam da latrina-república. Que grande pivete... ...!

sábado, 1 de outubro de 2011

A República esburacada


Para que não hajam dúvidas convém esclarecer que, o "buraco" de 6 mil milhões de euros nas contas da ilha da Madeira significam 6 mil milhões gastos aquém do orçamentado!! Gastos que foram pagos, em vias de pagar ou em risco de não serem pagos (o que representa, igualmente, prejuízo material). E, como obscenamente diz o governador do arquipélago, o "buraco" – indecoroso e a descoberto – da República é bastante maior. Convinha que o jornalismo, de chinelo, tenha pudor e dê o mesmo tratamento aos governantes do continente que dão a João Jardim e os classifiquem com os mesmos epítetos! Que rica vala comum os recentes políticos escavaram.


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Venha o Rei

Hoje estive a dirigir a montagem de uma importante exposição. E, na vicissitude dos vários problemas surgidos, lembrei-me deste regime republicano! Tal e qual. Foi, corta e substitui. Não basta falar das peças, há que mudar o tabuleiro! Sem preconceitos; com projecto.
A mudança que o país precisa não se faz só por mudanças de roupagem. Mudam-se as vontades, mudem-se os tempos e modos de regime. Caia a República, mude-se a orgânica, faça-se a lavagem da esterqueira, esprema-se a "democracia" e vamos a ver o que isto dá!!! Por muito que os falsos "Moisés" nos queiram levar para a margem das falhadas "virtudes",  a travessia deste deserto só se fará com a esperança. Por algo novo,  transformador e egrégio.

Bater no ceguinho

Não gosto de unanimismos. Assim, foi pasmado que assisti ontem ao debate entre jornalistas na SIC Notícias sobre a inédita entrevista ao presidente da república: nenhum dos convidados fez o mais pequeno esforço por disfarçar a sua antipatia para com o personagem, sendo que os esgares de ressentimento de António José Teixeira pareceram-me até despudorados. Deste fenómeno de unanimidade do “quinto poder” que se evidencia há muito, pelo menos desde que se começou a adivinhar a inevitável a reeleição de Cavaco, o que me aflige mesmo é a dificuldade dos jornalistas tirarem daí as devidas ilações: o modelo semipresidencialista remete-nos para uma mistificação a respeito dos poderes e isenção do cargo. Um mito benigno para os da sua facção, maligno para os seus detractores, trágico para a Nação. Ou seja, a falta de uma Chefia de Estado orgânica é bem mais grave quando o país se acerca do olho do furacão e carece como nunca dum sólido símbolo de unidade.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Sóquete tigela

A imprensa de sóquete tigela teima em colocar epítetos em numerosas personagens. Vive-se a moda de enunciar as pessoas por um só nome ou apelido {Freitas, o Esteves, Carvalhas} – como se toda a gente reconhecesse a "figura" como "representante" desse nome –, vive-se a mediana de apresentar as pessoas por uma suposta "qualidade". No que toca ao "jet Set", então, a coisa é caricata. Um conhecido travesti é apelidado de "Conde" – "o" Conde –. Sei que para muitos, dos que escrevem e dos que lêem, colar um Conde, ou afim, à "qualidade" (pela falta dela!) de certas pessoas é motivo de regozijo, de deixar espuma e satisfação nas entranhas. É algo que lhes está nos ossos, herdado, certamente, pelos sonhos do igualitarismo de cacete. 
Nem todos têm de entender/perceber de história, da história das sociedades, das regras de nobilitação do antigo regime, mas desfigurar um título colando-o ao sabor dos complexos é falta de cultura e de gosto. Toda a gente quer ser qualquer coisa, um degrau acima, a República agradece e distribui os baptismos com  Donas, com Senhoras Donas, com Doutôras, os Stôres, os Senhores engenheiros, os "Reis", da bola, da música e variedades. "Ó Rica" sociedade de meia, não, sóquete tigela.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Heroico ato

Um ato do ativo ator Joaquim, cheio de ação e efetiva conceção, e de excecional tato mental, fez com que o público tivesse uma reação coletica de profunda estupefação pelo introito. Joaquim adotou uma postura seleta e vai daí de jiboia, cato e boia na mão atirou uma joia para a plateia – os que o veem nesta atitude  de correção e exata postura enchem de palmas o noturno teatro. Que excecional talento deste ator, de tão bom aspeto, que também é arquiteto, diretor, colecionador, confecionador e um reto e seletivo cidadão, curiosamente, batizado no Egito nesse distante verão de 1960. Ele é uma autentica autoestrada de estoicismo e há de, um dia, chegar a presidente da agroindustria local. Podem crer os que me leem e os que me releem.


*prosa escrita ao abrigo do "acordo (!) ortográfico" desta abastardada III República

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fuga de Peniche


O Professor, licenciado, João Serra, que preside actualmente à Guimarães2012, capital europeia da cultura, amigo, instalado e ex-chefe da casa civil do ex-presidente Jorge Sampaio, vai em Peniche proferir uma conferência sobre a Republica (e que local tão simbólico para a II República)! O que nos poderá dizer este "Grande Oficial" da "Ordem da Liberdade" sobre o republicanismo? A nós nada. Sobre Republicanismo tudo. De facto, a República instalou-se pelo "republicanismo", ou seja, pelo "saber estar na República"!! É um "Grande" tema. Oportuno. As minhas orelhas já estão a ferver ainda o inflamado tema não foi proferido. Aos homens e mulheres que prezam a Liberdade de ideias e convicções, fujam. Quais camaradas, fujam. Fujam de Peniche.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Comemoração da Fundação da Nacionalidade - Coimbra 5 de Outubro 2011

A Causa Real e a Real Associação de Coimbra organizam no próximo dia 5 de Outubro nessa cidade um programa de comemorações da fundação da nacionalidade, ocorrida com a assinatura do Tratado de Zamora, um diploma resultante da conferência de paz entre D. Afonso Henriques e seu primo, Afonso VII de Leão e Castela a 5 de Outubro de 1143.
Do programa da efeméride consta uma Missa Solene seguida de homenagem ao Rei Fundador, pelas 11h00 na Igreja de Sta. Cruz, seguindo-se pelas 15.00hs na sala do capítulo uma alocução de S.A.R. o Senhor Dom Duarte aos presentes, após a qual será recebido na Câmara Municipal de Coimbra.

Transportes a partir de Lisboa

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

... e vão 7


Esta mania de eleger as "maravilhas" tem tanto de patético como de pernicioso. Por um lado denota o perfil feirante das mentes proponentes das "maravilhas", por outro tem o perigo de comprimir um todo de características e conhecimento numa nota de enciclopédia. Pior, faz-nos tender a resumir numa emoção o "objecto" que vai a "votos"!! Se a democracia faz com que os políticos eleitos o sejam, muitas vezes, por minoria, esta ideia de levar a "democracia" sobre todas as coisas tem o seu quê de diurético. Mas, foi para isto que também se fez o "25 de Abril"...
Uma ideia para os senhores promotores destas eleições: elegerem as 7 mer_avilhas da coisa pública nacional-republicana.* 

* Nesta altura de crise, para resfriar os custos, pode-se aproveitar, até, o logo das comezainas de garfo e faca, tem tudo a ver; falta só acrescentar uma desnudada ou um barrete.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Paiva Couceiro, um herói português

Será apresentado na próxima quarta-feira, 14 de Setembro, às 18h30, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo «Paiva Couceiro, Diários, Correspondência e Escritos Dispersos», do historiador Filipe Ribeiro de Meneses (Dom Quixote). situado A cerimónia será presidida pelo secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.

No mesmo dia será assinada – pelos netos – a doação ao Estado português do Arquivo Pessoal de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro (1861-1944), capitão de artilharia, explorador, combatente e administrador colonial, e um dos líderes das tentativas de restauração monárquica, após a implantação da República. No total são cerca de 40 caixas contendo mais de cinco mil documentos inéditos abarcam o período de1892 a 1956.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Os estrangeiros podem vir em equipas comprar as nossas empresas mas já não são bem vindos a dar pontapés na bola


"O Presidente da República, Cavaco Silva, condecorou nesta terça-feira a selecção portuguesa de futebol de sub-20 que se sagrou vice-campeã no Mundial da categoria, que decorreu na Colômbia". – Os jogadores foram empossados "cavaleiros" da Ordem do Infante Dom Henrique, e para a equipa técnica a "Comenda" da Ordem do Infante Dom Henrique. Bem, não vou fazer comentários sobre a contradição que é esta República distinguir cidadãos, quando propala a igualdade de punhos cerrados, muito menos sobre a mercê de "Cavaleiro", mas não me posso deter sobre os comentários que o Presidente fez sobre o número de jogadores estrangeiros a jogar em Portugal. – Então o Sr. Presidente não gosta dos feitos dos nossos jogadores que jogam no estrangeiro? Então não somos um país moderno? Que vocemeçês quiseram globalizado? Invadido por tudo quanto é marcas? Invadido por tudo quanto é gostos e desgostos? Invadido por tudo quanto é conceitos e tiques do estrangeirismo? Vocemeçês não passam a vida lá fora a estender a mão e a pedir para os de fora virem investir (comprar) o que é nosso? Se tudo o que temos é maioritariamente forasteiro porque raio não podemos ter jogadores de aquém e além mar a dar uns pontapés numa bola?


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Desertores


No mundo (à parte) do futebol, o seleccionador "nacional" disse que o jogador Ricardo Carvalho era um "desertor". Desde logo a imprensa escrita e falada convocou as autoridades intelectuais e morais para debater este epíteto. Eu sei o que significa Desertor. O Ricardo Carvalho lá teve as suas razões, eu diria que foi mal educado, mal criado, mal humorado, deselegante, pretensioso, incumpridor, mas desertor é uma expressão que remete para um contexto uns andares bem acima do condomínio relvado onde vinte e poucos se entretêm a correr e a ganhar muito dinheiro e tempo de antena. Desertar pode estar associado a Covardia, pode estar associado a Traição. Um desertor também é alguém que foge, mas entre fugir e abandonar há muitas diferenças e o medo – enquanto emoção indutora da fuga – não é desculpa pláusivel se o corpo mental do indivíduo for constituído por princípios e valores éticos e afectivos. Depois há a Coragem; nas minhas quatro décadas de vida aprendi que a coragem cruza-se com o carácter e que apenas parte dela é submetida na massa muscular.
No Portugal real eu conheço desertores, porventura bem amados pelo povo, bem amados pela conveniência da "situação", desculpados pela ocorrência das historietas, desertores desculpados pelo regicídio, pela "república", desculpados pelas "revoluções", pelos cravos, pelas rádios argelinas, pelas "descolonizações", pelo pântano, pela tanga. Se a esses o povo chama "heróis" porque haveria o Ricardo Carvalho ser um desertor?

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A obra da República

A ver.

Se continuassem a ser impressas brochuras como esta, de 1919, ao invés de trinta e tal páginas teriamos umas milhares só para relatar o descalabro dos últimos seis anos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Elites


No decurso da pergunta do Miguel Castelo Branco, "Há elites em Portugal?" eu digo que há e que houve. Elites que não no campo político. Pensando bem, desde o séc. XVIII que a política só atraiu gente menor, interesseira e criou escola no Liberalismo. Olhar para as elites políticas é olhar para um ocupado espaço vazio de gente. Fora da vida política, a que interessa mas que também está sobre a alçada da gente que governa, existem elites composta por cidadãos íntegros e distantes da choldra. O nosso problema não é só a falta de gente que imponha credibilidade é a noção, martelada pela propaganda do igualitarismo, que recita ao povo a lenga-lenga dos direitos, do direito às vagas das cadeiras do poder. Depois, o povo hipnotizado pelo romance desta democracia republicana não distingue o odor do trabalho do odor do roubo. Não distingue o público do privado. Não distingue honra de pretenciosismo. Nunca vislumbraria uma elite porque para o povo esclarecido "elite" é algo que já devia ter sido esmagado numa qualquer revolução.


sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Sai uma tónica para esta República

Os jornais andam pródigos em comentar as medidas e mais "medidas" que o FMI e este governo andam a fazer. A mais notória é a tónica do "fechar". Fechar "organismos", fechar escolas, fechar hospitais, fechar empresas municipais, fechar "um ciclo"... Se fecham é porque não devem estar abertas, em uso, não deviam ter aberto; são, porventura, dispensáveis. Esta é a tónica da República: abrir e fechar, à custa da despesa, porque pela despesa se "fecha e se abre"... a seguir. Tenho pena é que, estes "eleitos", não cheguem à conclusão que também devem fechar as Procuradorias, os Supremos disto e daquilo, os Governos Civis (estão já foram), as Chupadorias e toda a artilharia de presidências que se implantou nos últimos cem anos ao som dos tambores "é tudo nosso". No fundo estão a reconhecer a tónica da República e do que esta é e se tornou, uma imensa avença de interesses que borbulham nos brindes sigilosos, uma extensa promiscuidade entre Pátria, Estado e propriedade privada, entre serviço e carreirismo.

sábado, 20 de agosto de 2011

A arte dos artistas


Um artista português de nome Nuno Oliveira vai passar três dias numa gaiola (desenhada por si) na companhia de sete galinhas e sob o efeito de sedativos para demonstrar ao mundo a experiência "sonho que somos iguais"! Para quem pretender ir ver, é na Bienal de Cerveira (podem ir e visitar a vila que é muito bonita, passear e voltar que a performance acaba só no Domingo).
Não está disponível no catálogo mas este artista devia incluir na ficha técnica, da sua performance, a qualidade da molécula que vai mandar para o cérebro e a posologia que vai ingerir. Também, devia incluir na ficha técnica a raça dos galináceos, idade e peso e, por fim, a idade legal a partir da qual se pode ver a performance e se esta é discernível para espectadores só com a escolaridade obrigatória.
Quanto ao "sonho" deste intelectual, temo que nem as galinhas nem os Xanax o ajudem a acordar para a realidade, aliás, é graças a este e muitos outros artistas que eu me sinto tão diferente.


* Fiquei a saber que a seguir a esta performance a artista colombiana Triny Prada vai fazer arte e vai cozinhar as sete galinhas, anteriormente engaioladas, num repasto que será oferecido ao público presente!!... a "arte" dos "artistas" não pára...
... porque é que estas duas performances fazem-me tanto lembrar a arte política que se pratica na República Portuguesa?


sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Uma República dos Ateus

O "Presidente" da Associação Ateísta Portuguesa diz hoje numa entrevista ao DN que acha muito bem a manifestação dos ateus, laicos, homossexuais e "indignados" em Madrid e que, se pudesse, gostaria de ter ido. Também eu gostaria de ter ido, para manifestar a minha fé. Depois diz que em Portugal os ateus devem manifestar-se contra os poderes da Igreja ( visto que "existem cada vez menos católicos"), contra os privilégios das Misericórdias. Para este "Presidente" o Estado devia assumir tudo e retirar "os benefícios que a Igreja goza em campos como a educação e saúde". O que este "Presidente" não disse era se, caso a Igreja fosse expulsa ao estilo do tempo e modo do "mata-frades", a sua associação (e os associados) passaria a oferecer sopa, roupa e carinho às milhares de famílias e abandonados que recorrem (e sempre recorreram) às instituições de inspiração cristã. Coitados dos desesperados na "República dos Ateus"...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Só um pobre de espírito pode dizer que Portugal é pequeno


Banguecoque, 10 de Junho de 2011. Crianças da comunidade luso-descendente de Santa Cruz de Thonburi. As Necessidades que abram os olhos !

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Propaganda republicana

A propaganda política é coisa antiga, não tem mal e não é novidade. Curiosa é a faiança da foto, que descobri em casa de um amigo, um brinde propagandístico “republicano”, cujo ideário do partido, como se sabe, se fundava algures entre o nacionalismo e... o anticlericalismo radical. Ler mais, aqui.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Nós os monárquicos temos um azar... somos uns tipos mais passivos, mais simpáticos, mais bonacheirões, portanto não gostamos de revoluções...

Ser monárquico é uma maneira diferente de ver o país, e sobretudo de estar no país. Mudando o regime pode-se mudar qualquer coisa, sobretudo a mentalidade das pessoas. (...) Não há nenhum país monárquico que tenha pedido ajuda ao FMI, todos os países que recorreram à ajuda financeira são repúblicas.

Rodrigo Moita de Deus, numa luminosa entrevista ao Jornal i em parceria com o Canal Q na integra aqui.

Na hora de prestar contas

«Menos dinheiro, mais História" - este um curioso título na edição de hoje do JN. Com a notícia a explicar, logo depois, que afinal não fora dez, mas sim 8,5 milhões de euros dispendidos, o ano transacto, nas comemorações do centenário da República.
Uma verba óbvia, acessivel e compatível com o grau de riqueza da maioria dos portugueses...
Mas vamos ao importante. Há aspectos parcelares realmente até à data desconhecidos e do maior significado. Então:

- As seis (6!!!) exposições alusivas levadas a cabo por todo o País absorveram 59,2% do mencionado dispêndio. Total dos visitantes dos mencionados certames: 228.478 pessoas - menos do que a população da Amadora...

- Na edição de diversas publicações sobre o tema escoaram-se 5,3% desses famigerados milhões. Como se intitulavam elas? Quem as leu? Nas mãos de quem estão esses «principais legados da iniciativa»?

- Sobreleva-se o «envolvimento massivo das autarquias». Pessoalmente, de quase nada me apercebi. Salvo de algumas corajosas e pedagógicas realizações de Escolas Secundárias, onde se confrontaram em debate convidados monárquicos e republicanos. (Fui, de resto, participante, como defensor do lado de cá). Com manifesta vantagem de argumentos e adesão do público relativamente à Instituição Real.

- O relatório conclui pela valia do aprofundamento do estudo dos antecedentes da I República e das «primeiras revoltas contra a ditadura do Estado Novo». Neste ponto, se calhar não apresento discordâncias - a República passou 48 dos seus 100 anos a lutar consigo mesmo.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

De José Mattoso



"Filósofo, místico e referência ética nacional, são três os adjectivos com que definiria esta personagem ímpar da nossa vida cultural. Já foi monge e, perante a perplexidade da vida, considera Deus, como aquele que “preenche todo o vazio e responde a todas as perguntas” e critica acidamente os valores prevalecentes, afirmando: “o domínio da técnica não garante o exercício da sabedoria”.
Embora acreditando nas virtualidades do 25 de Abril, nem por isso, se revê nos seus frutos: “incapazes de resolver problemas relacionados com a organização social e económica, os políticos desenvolveram estratégias de ataque pessoal e de descrédito, que ainda hoje dominam a luta pelo poder”. E elege duas figuras como paradigmas nacionais: Alexandre Herculano e Dom Duarte, não se esquecendo de Camões, “épico” demais para o seu gosto e Fernando Pessoa, que considera “demasiado paradoxal”.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Os mandatários da campanha de Aníbal Cavaco Silva informaram que só gastaram 1,79 milhões de euros, metade do que a lei permitia gastar e que desse montante 89% foi suportado por "Donativos". Só. Se auferirmos as contas dos outros candidatos, a campanha global não deve ter andado longe dos 10 milhões de euros. Na verdade, para eles é pouco. Só parece muito para aqueles que acham que o dinheiro dos impostos não devia andar a pagar as candidaturas a um emprego (bem pago) de um cidadão (alinhado por um partido político). Mas a República é isto!! Todos dão mesmo não querendo dar... donativos.

sábado, 16 de julho de 2011

Otão de Habsburgo

Vai hoje a sepultar, aquele que foi o maior austríaco do século XX. Debalde procuraremos revolver a memória, tentando encontrar um único nome de um homem de Estado que oriundo daquele país, pudesse significar algo que escape ao nanismo político deste tempo. Otão foi único, fez a diferença e as homenagens que hoje lhe são prestadas em Viena, são a prova do seu legado.

sábado, 9 de julho de 2011

A República e o terrorismo

Hoje alguns jornais diários trazem na capa um sinal de assombro por Portugal estar a ser infestado por terroristas. Não sei se é dos jornalistas ou da época mas de onde virá a ideia que Portugal é um país de boa cidadania e civilidade? Convinha, a toda a sociedade, rever o conceito de "Terrorismo" porque para mim, por exemplo, esta República foi instaurada através do terrorismo e não vejo os "historiadores" a assumir os termos numa leitura idónea do processo. Não fosse a política de anestesiamento do Estado Novo e esta República já há muito teria no seu estado natural este "estado de coisas"; diria que, as décadas de 30 a 60 foram uma excepção nos últimos cem anos de República. Com a devida escala, a corrupção grassa hoje tanto quanto na I República e a desordem e o banditismo não está aquém. Para já, ainda não vemos a GNR a colaborar em assaltos mas vemos um "fechar de olhos" que a todos revolta, quando se trata de fazer cumprir uma lei que está do lado dos direitos da escumalha. Na minha família relatam-se os desacatos e assaltos constantes que as quintas sofriam a seguir a 1910, os assaltos a Igrejas, os fogos postos e o colaboracionismo das "autoridades". Umas décadas mais tarde, eu próprio vi, alguns "avós" destes carjakers de capús e óculos da moda, a ocupar terrenos e a retirar marcos delimitadores de confrontações de propriedades – com arma na mão – enquanto gritavam pelo "povo unido". O crime e a impunidade avançam de acordo com o molde que a natureza dos regimes permitem. Um dia, ainda vão dizer que boicotar a actividade da malta de caçadeira em punho é atentar contra a Liberdade!
Se temos terrorismo e crime organizado em Portugal? Temos. De fato-e-gravata e de fato-macaco. E não são do IRA.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A república da boçalidade

Acontece que estes modernos tempos de igualitária república "democratizaram" uma casta de gente mesmo “importante”, que se reproduz como coelhos de aviário, com supostas e ocultas ligações ao poder. Há momentos testemunhei aqui na rua aquela cena clássica que já todos um dia testemunhámos, em que um palerma enfarpelado, junto ao seu carro topo de gama mal estacionado, intimida um jovem polícia com um “você sabe com quem está a falar?!”.
Presumo que esta vulgar fórmula bem portuguesa da intimidação, atravessando os tempos até aos nossos dias, tenha origem no advento dos celebres “cidadãos limpos”, do devorismo liberal, cuja cartola, casaca e polainas não chegavam para os distinguir na sua intrínseca incorruptibilidade e inopinado poderio social.
Pela minha parte, que iniciei a minha vida profissional na hotelaria, mundo em que experimentei quase todos os papéis quase sempre em contacto com público, confesso que ainda hoje me revolta visceralmente este “guião” de profunda arrogância com que se identifica um tuga endinheirado… quase sempre um pobre diabo, afinal. Se não perante a lei, certamente perante Deus.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Amanhã, em S. Vicente de Fora



Durante décadas aprendeu a renegar tudo aquilo em que acreditava, almejando substituir aquele que fora o seu mentor. Governou Portugal, não teve coragem e não conseguiu uma transição como aquela que anos mais tarde se verificaria em Espanha. Por vezes intrigando e noutras procurando dramatizar, frequentemente minimizou os problemas da guerra e do desenvolvimento. Partiu para jamais voltar, vivo ou morto. Deixou bem expressa a sua vontade: voltar para Portugal? Nunca! Este português de nascimento foi Marcelo Caetano. Hoje o seu legado é palpável, pois o actual regime rotativo, é dominado pelos herdeiros que deixou em todos os postos relevantes do poder. A ANP é um resumo do PS e do PSD.

D. Maria Pia de Sabóia foi Rainha e chegando a este país na adolescência, aqui para sempre quis ficar. Sem a vontade ou a capacidade introspectiva daquela que seria a sua nora, conseguiu concitar a quase unanimidade do país, rendido ao seu sentido do dever e tão importante quanto a obrigação, à forma como soube praticar o seu ofício. Não foi dada a actos cuidadosamente ponderados e que visavam o futuro e o bem comum e em contraste com D. Amélia de Orleães, amava a etiqueta, os grandes actos públicos, possuindo aquele sentido de oportunidade que aqueles poderiam significar. Nos actos públicos, por vezes tornava-se numa expontânea e o povo amava-a por isso mesmo. Não se tratava da mera vaidade pessoal de quem se vira alçada a uma posição de discutível vantagem, sendo Portugal um país de escassos recursos e onde a estabilidade política era sempre posta em causa pelas paixões partidárias e efabulações de uma grandeza que não voltou. A Rainha talvez possa ser considerada como alguém que compreendeu a necessidade de uma proximidade com a população, sendo esta receptiva a demonstrações de atenção que de outra forma jamais chegariam. Passando o óbvio anacronismo, D. Maria Pia foi uma Rainha moderna nas relações públicas do Estado e hoje não estranharíamos a sua visibilidade e o cuidado que punha nas suas aparições públicas. Desde o estudar de tons da indumentária e as manifestações de respeito e deferência para com os mais humildes, até ao preciso local onde se ajoelharia em acção de graças - num momento cronometrado ao segundo e que conseguia um "inesperado" raio de sol que rasgava os vitrais e lhe iluminava a ruiva cabeleira -, a Rainha parece ter compreendido a psicologia das multidões. Será desnecessário mencionar as bem conhecidas obras de benemerência, o bom gosto que deixou nas residências onde viveu, ou o seu apego aos preceitos constitucionais que um dia a levariam a desabridamente enfrentar um espantado e prepotente marechal Saldanha.

D. Maria Pia quis ser portuguesa e soube sê-lo. No seu retrato oficial dispensou jóias e apenas se embelezou com as cores nacionais, bastando-lhe isso para mostrar quem era. Ao contrário de Marcelo Caetano, não intrigou para derrubar potenciais adversários, não enviou rapazes para a guerra, não mentiu e não quis fugir. Mais importante ainda, na hora da morte pediu que o seu leito fosse deslocado, de modo a que o seu derradeiro olhar partisse em direcção à sua pátria adoptiva, o distante Portugal.

Passam cem anos desde a sua morte. Exige-se uma reparação à mulher que não culpou o país pelo assassinato do filho e do neto, pelos enxovalhos a que a baixa política panfletária submeteu o marido e a ela própria. A 5 de Outubro de 1910, perguntava espantada porque razão partia, sabendo que em Portugal estaria segura, acontecesse o que acontecesse. Conhecia a população que aprendera a ver naquela Rainha uma grandeza passada e teve aquele sentido do servir que após a sua presença no pináculo do Estado, apenas a sua nora conseguiu durante algumas décadas manter incólume.

Não bastará uma simples e discreta trasladação à "maneira da 2ª República". Exige-se mais, pois tratar-se-á da justiça reparadora. O regresso da rainha D. Maria Pia a Portugal, deverá ser um grande momento de reconciliação dos portugueses consigo próprios, no exemplo da soberana que tendo nascido estrangeira, soube ser mais patriota que muitas consideradas luminárias de tempos passados e do presente. Como em todos os momento difíceis, quer-se grandeza e o sentido da plena compreensão da nossa História. Apenas isso.

Amanhã, 5 de Julho de 2011, será um dia de reparação. Em S. Vicente de Fora, naquele lugar onde um dia será definitivamente recolhida, reunir-se-ão aqueles que não querem nem podem esquecer. Nesta hora de todas as ameaças, o exemplo de D. Maria Pia serve de lição. Saibamos merecê-la.

domingo, 3 de julho de 2011

Municipalismo: uma Causa Real

Este estranho fenómeno que constitui a Nação Portuguesa, um irredutível povo num pobre território sitiado no extremo ocidental da Europa, teve a sua génese, expandiu-se e desenvolveu-se, da Idade Média à diáspora dos Descobrimentos, até ao regime parlamentar constitucional, alicerçado em duas fundamentais e resilientes instituições que organicamente se equiponderavam: a Instituição Real e os Municípios.
A primeira, uma fórmula politicamente isenta e unificadora dum Estado disputado pelos eternos partidos (nas suas diversas fórmulas de “partes” na corrida pela governança) foi barbaramente derrubada entre 1908 e 1910, tendo sido substituída por uma tosca ficção de isenção e desapego, conhecida por “presidente”.
A segunda Instituição, os Municípios, o último reduto da autonomia local, contra a macrocefalia do Estado, prepara-se para ser violentamente atacado pela tecnocracia dos gabinetes da Praça do Comércio.
Pela minha parte, não me parece que a desregulação, o caciquismo ou o despesismo municipal se possam resolver com um novo mapa autárquico desenhado e régua e esquadro: acontece que, no caso de se fundirem duas autarquias de dez mil habitantes que empreguem cada uma metade dos seus eleitores, a despesa camarária em assistencialismo ou emprego artificial simplesmente duplicará. Na mesma proporção das rotundas, fontanários ou ruas desertificadas. A matriz que proporcionou a nossa Nação, essa continuará a ser metodicamente desmantelada pelo prato de lentilhas que hoje é o mito duma federação europeia. Esta não é uma causa para o Sr. Fernando Ruas nem do Bloco de Esquerda ou de Direita: esta deverá ser uma Causa Real.

sábado, 2 de julho de 2011

Iconografia republicana

Os ditadores Oliveira Salazar e Franco. Homens da mesma moeda, sustidos pela verde-rubra. A lembrar a Segunda República.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Um discurso importante

«Tem vindo a crescer em Portugal um sentimento de insegurança quanto ao futuro, sentimento avolumado por uma crise internacional, económica e social, de proporções ainda não experimentadas pela maioria dos portugueses. São momentos em que importa colocar perguntas à Democracia que desejamos. Admitindo-se que a situação concreta é grave, torna-se necessário encará-la de frente, antevendo todos os aspectos em que os portugueses experimentam dificuldades.
Os tempos de crise vão-nos trazer privações mas também vêm exigir reflexão. Este é o momento de olharmos para o que somos. Para este país tão desaproveitado. Para a sua costa atlântica com Portos tão ameaçados, para uma fronteira tão vulnerabilizada, para um património cultural tão desaproveitado.
Temos de perguntar até onde deixaremos continuar o desordenamento do território, que levou a população a concentrar-se numa estreita faixa do litoral, ocupando as melhores terras agrícolas do país e esquecendo o interior, reduzido a 10% do PIB.
Temos de perguntar à economia portuguesa por que razão os bens de produção são despromovidos perante os “serviços”, o imobiliário, e ultimamente, os serviços financeiros. O planeamento das próprias vias de comunicação se subjugaram a essa visão.
Temos de perguntar até onde o regime democrático aguenta, semana após semana, a perda de confiança nas instituições políticas e uma atitude de “caudilhização” do discurso.
Temos de perguntar até onde continuaremos a atribuir recursos financeiros a grandes naufrágios empresariais, ou a aeroportos e barragens faraónicas que são erros económicos.
Temos de perguntar até onde o sistema judicial aguenta, sem desguarnecer os direitos dos portugueses, a perda de eficácia e a morosidade crescente dos processos.
Temos de perguntar se não deveríamos estabelecer um serviço de voluntariado cívico em que os desempregados possam prestar um contributo à comunidade.
Temos de perguntar até onde as polémicas fracturantes que só interessam a uma ínfima minoria política, não ofendem a imensa maioria das famílias, preocupadas com a estabilidade pessoal e económica.
Temos de perguntar como vamos aproveitar o ciclo eleitoral que se avizinha, a começar pelas eleições europeias, onde será desejável que apareçam independentes que lutem pelos interesses nacionais.
Temos de perguntar se nas relações lusófonas, estamos a dar atenção suficente às relações especiais que sempre existiram entre Portugal e o Brasil.
Para ultrapassarmos as dificuldades, precisamos de todos os nossos recursos humanos em direcção a uma economia mais “real”, mais sustentada, mais equitativa, uma economia em que respirem todas as regiões a um mesmo “pulmão”.
Apesar de tudo, o nosso sector bancário fugiu das estrondosas irresponsabilidades dos congéneres mundiais. Saibam os Governos regulamentar os apoios para as empresas grandes, médias ou pequenas mas que sejam produtivas.
Em regime democrático, exige-se processos e discursos ditados pelo imperativo de responsabilidade. A equidade e integridade territorial só poderão ser obtidas com a participação de todos, e com sacrifícios para todos.
Estamos confiantes que somos capazes de fazer das nossas fragilidades as nossas maiores vantagens. Onde outros tiveram soluções muito rígidas que falharam, nós venceremos promovendo os portugueses que lutam por um país de imensas vantagens competitivas.
Mostremos como somos um grande País, uma Pátria em que todos cabem porque acreditam na Democracia. Portugal precisa de mostrar o seu projecto para o século XXI. Pela minha parte, e pela Casa Real que chefio, estou, como sempre, disponível para colaborar.»

Dom Duarte de Bragança - Discurso de encerramento no I Congresso Marquês de Sá da Bandeira, em 03 de Março de 2009.

domingo, 19 de junho de 2011

Dinheiro. República

"PRESENTES LUXUOSOS
Luciana e Djaló não se cansam de trocar mimos. Recentemente, o jogador do Sporting decidiu surpreender a mulher e ofereceu-lhe um Porsche Panamera. Lucy retribuiu com um Audi R8."

Assim canta uma notícia no pasquim da profundidade da República Portuguesa, o "Correio da Manhã". Penso, às vezes, quais as principais características da nova sociedade instalada. Ódio e inveja são duas das principais. Não há jornal que não aponte a cor do dinheiro e o cole ao luxo, embrulhando os detentores com os mais hilariantes adjectivos. No novo mundo, principalmente o território do socialismo cantante, é VIP quem aparece na TV e nas revistas cor-de-rosa e é rotulado quem tem dinheiro; às vezes sinto que há um desconto para quem tem dinheiro mas tem uma tatuagem, se tiver duas, se calhar, está perdoado. Se o sujeito, ou sujeita, tiver dinheiro mas usar gravata está feito. É um pulha, com "amigos" na sucata ou no phoder. Também há outro perigo maior que o dinheiro: o nome de família. Por isso só convém assinar ou referir um só apelido não vá o jornalista chamar fascista ou colar a personagem ao lado de um jogador de futebol ou vedeta de strip. Nunca, muito menos, referir qualquer história familiar, a menos que seja de familiares com percurso no terrorismo carbonário ou profissões mecânicas. Por último, e à laia desta notícia acima referida, devo dizer que a república portuguesa evoluiu imenso desde 1910! Realmente, vê-se pelo manto da inveja e ciúme que cobre este país que a escadaria da ascensão social e da igualdade por decreto foi uma empreitada nunca conseguida pelo regime terrorista. Os jornaleiros lá tentam, os políticos de caserna lá tentam, os doutores e engenheiros lá tentam, mas o país real está bem à vista; as estatísticas não mentem. Não basta pôr verniz, colar diplomas ou divulgar ordenados chorudos para que a sociedade se disfarce e se julgue sentir cumprida.
Por outro lado, o que mais me choca nesta notícia é a colagem do amor ao "benefício" do dinheiro. Como se um Porsche Panamera fosse, nesse contexto, mais válido que uma flor.
Somos, de facto, uma República. Todos iguais, todos candidatos naturais à presidência. Uma sociedade que vive educada a ser cheia de amor "à Djaló". Pode ser que um dia este povo, que não se cansa de querer mimos, ofereça, de presente, a presidência da república à Luciana.