É em momentos como os que vamos  presenciar amanhã com o Casamento Real do Príncipe William e Kate  Middleton que se pode ver a diferença de vivências em países monárquicos  democráticos e republicas democráticas. Em Portugal a última  manifestação de patriotismo no nosso país foi o Campeonato Europeu de  futebol de 2004, todos andavam com as Bandeiras portuguesas de todas as  formas e tamanhos desde os mais ricos até aos pescadores no Tejo ao  acompanharem a selecção nos seus humildes barcos. O símbolo nacional era  usado não para reafirmar os valores da história da nossa pátria mais na  maioria só exclusivamente para apoiar a selecção de futebol, acabou o  campeonato e o patriotismo ficou na gaveta.
Acabou o Euro 2004 mas muitas bandeiras nacionais ficaram nas janelas,  perderam cor, romperam-se … aliás inúmeras são as fotos na internet do  tratamento patriótico às mesmas. Eu pergunto o que um militar que serve o  nosso país pensa quando vê uma bandeira “dessas”, dá-lhe vontade de  servir um país que nem sequer honra a sua identidade ?
Vejamos o que vai acontecer amanhã em Londres com o Casamento Real  Inglês de Príncipe William e Kate Middleton, bandeiras do Reino Unido  por todo o lado. Os ingleses orgulhosamente usam a sua bandeira para  celebrar um evento que para além de um mero casamento entre duas pessoas  é um evento de união e de reafirmar uma identidade que embora muitos  não gostem nos outros cantos do mundo fazem parte da história da  humanidade. Não vão ver depois bandeiras descoloridas, bandeiras rotas,  bandeiras esquecidas … Temos que aprender muito com os ingleses sobre o  respeito e a identidade nacional. São acontecimentos como estes que  ajudam um Povo a acreditar em si e avançar perante os momentos mais  difíceis, não são recados por facebook que aliás ninguém na família real  britânica o faz.
Resumindo o Casamento Real Inglês está a gerar milhões de libras  dinamizando a economia, não foi preciso construir estádios de futebol  que hoje alguns pensam que mais valia serem demolidos pelo prejuízo que  dão. A Instituição Real está em constante renovação e ainda bem que a  inglesa cada vez mais responde às aspirações do Povo, não me parece que  os Estádios de Futebol façam cá o mesmo. É só fazer contas, claro que  nem todos podem ser príncipes, mas nem todos podem ser presidentes e nem  todos jogaram no Real Madrid.
Amanhã veremos ingleses orgulhosos com a sua bandeira, dos ricos aos  mais pobres, em Liberdade e em Democracia mas respeitando a sua  identidade.
Rui Monteiro
28/04/2011
 
 
 
3 comentários:
Não te rales, imagina a farra que será dentro de um ano, quando passarem os 60 anos de Isabel II no trono. Então é que "os do costume" desmaiam duros de raiva.
Nuno, a Fernanda Câncio perguntou-me se a Rainha Isabel II não devia abdicar devido à sua idade. Sabes o que lhe disse ? "a constituição republicana portuguesa não impede que Mário Soares se recandidate com 90 anos !"
Não percebem, Ruca. A questão, ou melhor, o conceito de dever, esse contrato entre o soberano e a nação, é coisa tão distante como um buraco negro. E a Fernanda Câncio não é ignorante, há que dizê-lo. No entanto, 130 anos de propaganda fizeram muitos estragos.
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