segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Provar do mesmo prato....


Pois. Uma das armas dos republicanos até 1926 foi a injúria. Era vê-los, de prosa porca na boca a dizer tu ta e meia do chefe de estado, da família Real, depois dos seus correlegionários e demais chefes de chinelo. A imprensa, então, não podia ser mais sensacionalista do que a de hoje, ou melhor, a de hoje é mais latrina do que alguidar. Quando em Junho de 1903 foi assassinada a família real sérvia, escreveu o José Alpoim: «Foi uma limpeza!» Quando foi impresso o "Marquês da Bacalhoa" os jornais exortavam "em Lisboa vende-se a sorrelfa" [escrita por um autor conhecido por o "Lêndea" (imaginem porquê?)]. Pelos vistos o respeitinho continuou, continua, e agora temos um presidente da república – em comunicado – a exigir respeito por si e pelo cargo face a notícias, colagens e bocas nos jornais... é caso para dizer que pelos vistos provar do mesmo prato servido aos últimos chefes de estado, do antigo regime, não é lá muito saboroso... 

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Pior, João, muito pior. Com dúzias de assessores, não houve UM único capaz de dizer ao dr. Cavaco que sua excelência não devia dar... cavaco! Que erro crasso!

Quanto ao Marquês da Bacalhoa, o tal Lêndea era o conhecido Miquéque, que acabou por suplicar o perdão de D. Amélia lá para os anos 20. Se eu fosse reles e comesse num penico, podia dar-me ao regabofe de escrever uma coisita que faria empalidecer o "tal bacalhoa". E hoje teria matéria prima para uma colecção de tomos mais extensa que a Enciclopédia Britânica. Mas não, não sou "republicano".