Na revista Visão desta semana podemos vislumbrar com particular admiração e pasmo a coerência ,nada linear, multidimensional da racionalidade dos membros que procedem à organização das Comemorações do Centenário da República...confusos?
Passemos às palavras da entrevistada, Fernanda Rollo (44 anos),Comissária das Comemorações do Centenário da República, doutorada em História Social e Contemporânea e professora do Departamento de História da faculdade de Ciências sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e co-autora (com Frenando Rosas) da História da I República Portuguesa:
à pergunta: "Mas a I República,especialmente, triunfou ou falhou?"
Resposta: " Sim, a República triunfou.A I República, porém ,falhou, desde logo nos propósitos fundamentais, ficando marcada por muitos aspectos negativos, nomeadamente o recurso à repressão.Soçobrou passados uns curtos anos 16 anos cheios de vicissitudes, findos os quais não conseguiu fazer vingar o essencial: Nem democracia nem igualdade.
Mas não deve ser desvalorizado o impacto de acontecimentos internacionais como a I Guerra Mundial."
Palavras para quê?...afinal os próprios defensores da relevância da revolução de 1910 atiram literalmente "a toalha ao chão", rendendo-se aos argumentos centenários de todos os portugueses que desde o 1º dia contestaram a legitimidade do 5 de Outubro.
Convém, contudo, ressalvar que não se trata de uma constatação óbvia nem de uma negação daquilo que tem sido a aplicação do republicanismo em Portugal.É antes uma clara afronta aos milhares de mortos na I Grande Guerra e a todos os portugueses afirmar que é relevante comemorar-se o centenário de um regime que "falhou, desde logo nos propósitos fundamentais", que "não conseguiu fazer vingar o essencial: Nem democracia nem igualdade." e mais hilariante e desconcertante...o único feito mais relevante é: "impacto de acontecimentos internacionais como a I Guerra Mundial."
Portanto comemoramos a entrada de Portugal na I Grande Guerra...é esse o grande legado da I República ?!
Convém perguntar ,com toda a legitimidade, qual é a verdadeira qualidade dos historiadores portugueses actuais, que de incoerência em incoerência, não tarda muito , acabam por dar a entender que estamos a comemorar em 2010 a Constituição de 1976
4 comentários:
Não tenha dúvidas!
Antes de mais, parabéns pelo excelente trabalho de informação que estam a prestar.
Há quem não queira ver, há quem queira continuar a intrujar, mas também há quem queira, e muito, saber a verdade, seja ela qual for, sem rodeios nem rendilhados.
Na sequência de diversos artigos aqui publicados, vocês têm apontado a falta de sentido de se gastar tanto dinheiro em celebrações de algo que, tendo acontecido há 100 anos, para além disso, pouco ou nada tem de se gabar. E muito menos, estourar 10milhões...
Sendo assim, já pensaram em promover alguma iniciativa para além do que fazem, e bem, aqui?
Por exemplo, uma petição pública ou outra acção cívica?
Grato pela atenção.
Nuno Gonçalves
Ficamos a saber que para a "madame-sob-a-alçada-do-Rosas", comemoramos uma das mais estrondosas derrotas militares da nossa história.
Não sei as contas que estão a fazer, mas não podemos festejar este ano o centenário da entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial pois Portugal apenas se envolveu na mesma em 1916.
Quanto a derrotas militares tivemos outras, mas não há problema pois S. Sebastião há-de voltar para nos salvar a todos. Amén.
Enviar um comentário