O jornal Público dá nota do desencanto da Câmara de Ovar em não saber do seu colar da "Ordem de Torre e Espada" que lhe fora atribuída, em 1920, pelo "povo" desta vila ter defendido a "República" contra os "revoltosos monárquicos" (reparem na expressão "revoltosos" como se fossem uns aliados do diabo a lutar contra o "bem"). Ora a verdade pia fino. A infantaria afecta aos republicanos destruiu a linha de comboio e pôs-se a andar para Aveiro onde montou uma barricada. Não houve confrontos em Ovar e o verdadeiro terrorismo que se vivia a norte era consumado pelas milícias republicanas que tudo faziam para implantar a "ordem" à força da porrada num distrito que foi um dos mais massacrados pelo regime do Afonso Costa. Basta ler a epopeia que foi a escrita no "Jornal de Aveiro" (até 1913), do Homem Christo, para se saber como o "povo" aderia à causa republicana. O caricato, para além de se querer colar a adesão do "povo" à destruição das linhas férreas (como fez a propaganda do regime em 1920), é que depois do colar ser posto ao peito do capitão Zeferino deu de frosques e ninguém mais o viu. Escafedeu-se. Seria uma peça valiosa boa para vender na feira? Estará em casa de algum indefectível e ladrãozeco republicano a dizer: isto é meu, isto é meu? Ou foi mandado para o estrume e entrou em estado de decomposição?
3 comentários:
E quem é que se rala com uma das ordens "mutiladas"? A partir de 1910, só valem aquelas que foram criadas após tal data e no nosso lado, a de NS Vila Viçosa e de S. Miguel. Tudo o resto é "fake".
Epa! Espere aí um momentito...é fake para si, que não teve família no CEP (Corpo Expedicionário Português), destacados na lama desde 1916 a 1918, sem rendição de tropas frescas, o rancho era o que restava do das tropas inglesas e a aguentaram temperaturas de 20 graus negativos num dos piores invernos dos últimos 50 anos sem agasalhos, só com os uniformes de verão com que saíram de Portugal em 1916. Foi tão mau, que as baixas que tivemos a maior parte se deveram pneumonias e outras infecções. Enfiados nas trincheiras, a tentaram não serem comidos pelos ratos e mosquitos mais esfomeados do que eles próprios. O meu tio foi Tenente de Pelotão e ganhou a Ordem da Torre Espada no dia da batalha de La Lyz na Flandres, o dia em que os alemães atacaram precisamente os 40 km de frente defendida pelo CEP. Os que sobreviveram, ou fugiram ou foram capturados. O meu tio foi capturado, pois no meio da confusão da batalha ele e o seu pelotão fizeram o que podia ser feito tentaram salvar o máximo de soldados que poderam, para no final eles próprios serem feitos prisioneiros de guerra pelos alemães, situação que durou ate ao final, dia do armistício. Dia esse em que finalmente foram libertados das condições degradantes em estavam mantidos. Por esta bravura em batalha ganhou a Torre Espada. E diz-me que salvar vidas humanas, dar 2 anos da sua vida pela sua pátria assim e ainda viver prisioneiro durante 9 meses é fake? Olhe que eu também sou de família monárquica ferranha, mas parece-me que pelo menos fui educada com os valores nos sitios certos. Nem os mais sabios conseguem ver as pontas todas, não devemos julgar nem criticar, apenas fazer o melhor que pudermos, com o tempo que nos é concedido, o meu tio cumpriu o seu dever de cidadão, num regime republicano...creio que terminou uma vida grandiosa, bastante homenagens lhe foram feitas e continuam a ser feitas... você...você vive as custas do nome dos seus antepassados cavaleiros, antigos senhores da Vila de Portimão? Esquece-se que o titulo era e sempre foi atribuído por feitos e bens realizados à nação, e com grandes títulos e poder sempre vieram grandes responsabilidades? E se terem esquecido desse principio rolaram cabeças em França e pela Europa toda, e no final da 1ª Guerra a Europa levou uma viragem nos regimes quase todos vigentes. Depois de muitas gerações, esqueceram-se os antigos códigos de cavalaria e os princípios, Honra, Lealdade e Dignidade.
Cara anónima
O meu avô paterno esteve em La Lys no CEP e morreu de cancro devido a ter sido gaseado. Foi ferido 2 vezes em combate. Nunca aceitou condecorações dos que o mandaram para a morte. O que está em causa na notícia é o "desaparecimento" do colar, não o valor dele, e está claro que a homenagem dada em 1920 foi, objectivamente, um "pagamento" a favor do regime terrorista republicano.
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