sábado, 12 de julho de 2008

a república dos gangs e do porte de arma




À noite, sento-me muitas vezes diante do computador e faço o clic para um programa de jogos de táctica e de estratégia, com cenários de campanha e outros, menos interessantes, de guerrilha urbana. É um passatempo como outro qualquer e oferece a vantagem de aprender qualquer coisa.

 

Este fim de semana iniciou-se com um tiroteio como há muito não se via em Portugal. Parecia termos recuado à ominosa 1ª república dos Costas e dos Bernardinos, onde bairros e profissões gostosamente se massacravam a tiro, fazendo do lazer uma escola de partisans para o que o porvir do regime propiciasse. 

 

Existem centos de milhar de armas "de caça" legalizadas e o governo parece disponível para estudar a hipótese de uma certa liberalização do porte de armas de fogo, ditas de defesa pessoal. Continuo a pensar que as armas devem ser privilégio exclusivo das forças policiais e de defesa da soberania, ou sejam, as forças armadas.

 

Sou totalmente contra actividades que impliquem a chacina de animais, onde malucos e disfuncionais descarregam variadas frustrações, no abate de seres indefesos e essenciais à preservação do equilíbrio de uma natureza já muito devastada pelo bicho homem. Ilegalizava a caça, pura e simplesmente. Desarmava os pretensos "combatentes das coutadas", esvaziava os arsenais particulares. Cada rusga das forças de segurança, implica a captura de vultuoso material de guerra, onde não faltam metralhadoras ligeiras, espingardas e pistolas militares e por vezes, granadas ofensivas. Não teremos que esperar muito para surgirem os primeiros LOW ou TOW.

 

Vivemos um período eivado de incertezas. Em cada casa as dificuldades económicas são o reflexo daquilo a que se passa na macro-economia nacional. As mentes andam turvas, o tom do vozear popular atinge já as fronteiras ida insurreição latente. O descrédito das instituições do Estado é total e do primeiro titular dos órgãos de soberania, até ao mais ínfimo subsecretário de Estado, todos são amplamente confundidos numa amalgama de desrespeitoso desprezo, sem que se vislumbre remédio para o mal.

 

Liberalizem ainda mais o porte de arma. Verão no que dá.


1 comentário:

Anónimo disse...

So o senhor soubesse o que implica ter licença de uso e porte de arma - e carta de caçador - não diria tais disparates.
Talvez prefira a posse ilegal de armas, não?
Para si, bandidagem tem armas legais, pelos vistos...

Liberdade é responsabilidade, caro.
Ou também defende o nanny-state?