quarta-feira, 8 de abril de 2009

O guarda republicano prossegue o ardina


(Caricatura publicada nã revista humorística “Papagaio Real”, em 1914)

O ardina foi uma inesperada vítima da república. Nisso distingue-se de outras classes de vítimas, cujo sacrifício fora antecipadamente anunciado. Alguma violência era já de esperar e estava programada muito antes da implantação do regime. Se alguns visionários do calibre de Eça de Queirós previram com décadas de antecedência o carácter turbulento e sanguinário da república portuguesa, qualquer observador da propaganda republicana, por pouco arguto que fosse, poderia prever que a extinção da monarquia traria consigo a perseguição aos institutos religiosos, a demissão do corpo diplomático, de oficiais do exército e dos servidores da Casa Real, a humilhação e expulsão dos jesuítas, etc. Mas nem os mais argutos prognósticos previram que a república, depois de proclamada, viria a criar tão conflituosas relações como as que criou com todos os agentes da imprensa, desde os orgulhosos directores de jornais até aos mais desprotegidos vendedores de rua. Leia o resto aqui»»»

5 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

Para não falarmos do desastre que foi a ausência de bons quadros no exército. Na I Guerra Mundial, foi o que se sabe.

Anónimo disse...

Caro Nuno,

Penso que a ausência de bons quadros não foi a questão maior para o relativo desastre na Primeira Guerra Mundial (políticamente, a participação na guerra trouxe alguns benefícios). No próximo dia 09 de Abril relembra-se a memória da Batalha de La Lys, será justo lembrar aqueles que nela faleceram. E relembrar a disparidade da relação de forças (portugueses - 20 mil homens - alemães 120 mil).

Cumprimentos

JT

Anónimo disse...

Caro João Távora,


Terei todo o gosto em fornecer-lhe bibliografia sobre a temática da liberdade de expressão na I República. Existem diversos trabalhos académicos sobre a relação da República com a imprensa. Infelizmente, vivemos numa sociedade cada vez mais acelerada que olha para o passado como algo cada vez mais distante. Talvez aos olhos de muitos, a monarquia seja algo que já foi e que não existe outro regime que se adapte à sociedade actual sem ser a democracia liberal. Contudo, penso que a sua visão seja um pouco «estadonovista» o que é pena.

Cumprimentos,

JT

Nuno Castelo-Branco disse...

JT
Estou sempre de acordo em honrar aqueles que se sacrificaram pelo país, mesmo que de forma inglória, como em La Lys. Estamos habituados a este "não sei porquê" proibicionista de relembrar certas datas. Noutros países - Reino Unido, por exemplo - o Dia do Armistício é celebrado com toda a dignidade. Mas há que recordar que a Inglaterra foi uma vencedora no conflito, o mesmo não se podendo dizer do fraquíssimo desempenho português. Esta é a verdade, por mais dura que seja.

Anónimo disse...

Caro Nuno,


Em Portugal, existe o culto ao soldado desconhecido, que é uma forma de sublinhar a homenagem a tantos "desconhecidos" que combateram naquele conflito. O Nuno terá que ver que a verdadeira batalha travou-se no jogo de relações internacionais entre Portugal e as restantes monarquias europeias. Portugal salvaguardou a sua relevância política face a Espanha e conseguiu manter as suas colónias. Duas vitórias políticas importantes, que na verdade não apagam totalmente o desastre da Batalha de La Lys. Contudo, segundo alguns especialistas, qualquer que fosse o sector atacado, teria poucas hipóteses de suster a vaga alemã.

Cumprimentos,

JT