quinta-feira, 30 de julho de 2009

A República já prepara mais um morto.


Na sequência da "requalificação" da Praça do Comércio, em Lisboa, que será uma das obras-emblema das Comemorações republicanas de 2010, o café Martinho da Arcada, mítico lugar das letras, poderá vir a sucumbir ao reordenamento local. É o toque de Midas, mas ao contrário. Os republicanos burocratas e e as suas megalómanas comemorações e evocações, em tudo o que tocam, estragam. Ou transformam em algo bem menos valioso do que o ouro. Ler aqui.

domingo, 26 de julho de 2009

Panfleto do PRP de 1922


Aqui está um exemplo da propaganda demagógica do partido republicano português, panfleto de 1922 onde se verifica a pobreza de ideias e o recorrente uso do insulto gratuito. Para ler em formato ampliado carregue Aqui

Constituição política da República Portuguesa de 21 de Agosto de 1911

Ao encontrar o arquivo digital da Biblioteca Nacional encontrei esta preciosidade, não é preciso ver muitas páginas para chegar à conclusão da profunda incongruência desta Constituição Repúblicana como se fosse a primeira alguma vez redigida ... enfim



Pode-se descarregar de graça e legal no seguinte endereço : http://purl.pt/6925/3/

Em 1905 Afonso Costa apela à revolução "à russa"

«A Rússia não quer mais autocracias, nem admite novas ilusões. Os acontecimentos seguem o seu caminho inexorável, com mais sangue, com mais violências, com mais ódios, visto que assim o querem os reaccionários imperialistas.»

Afonso Costa 1905


Photobucket

A família real Russa foi executada pelos bolcheviques depois da revolução de 1917, quando Nicolau II já tinha abdicado do trono. O czar, a mulher Alexandra, os cinco filhos: Maria, Tatiana, Anastasia, Olga e Alexei – o filho mais novo e herdeiro do trono – estavam nos montes Urais, em Iekaterinburg e foram executados a tiro a 17 de Julho de 1918, por um esquadrão na cave da casa de um comerciante.
Lenine após o Regicídio de 1908 em Portugal (que vitimaria o Rei e o Princípe herdeiro) lamentaria em artigo que o assassinato não se tivesse estendido à restante Família Real Portuguesa.
Em 1905, Afonso Costa vive no Porto, onde advoga. Por falta de saúde, suspende os seus cursos na Universidade de Coimbra. Várias vezes é proposto deputado, mas fracassa nas urnas. Exerce papel de relevo na reorganização e orientação do Partido Republicano.
Em 1905-06 a revolução estala na Rússia. Amotina-se o couraçado Potemkin, dão-se recontros em S. Petersburgo e noutras'cidades entre revolucionários e forças repressivas. Em todo o mundo republicano a emoção é grande. Afonso Costa, que então publicava no jornal de Lisboa O Mundo uma crónica semanal, a «Nota Vermelha», escreve:
«A Rússia não quer mais autocracias, nem admite novas ilusões. Os acontecimentos seguem o seu caminho inexorável, com mais sangue, com mais violências, com mais ódios, visto que assim o querem os reaccionários imperialistas.
Já os chefes radicais e socialistas dão aos seus partidos a palavra d'ordem, que é nítida e completa: tomarem os camponeses posse das terras, apoderarem-se dos haveres e dinhei-ros do Governo que existam nas administrações locais, levantarem-se em massa contra qualquer arbitrariedade ou prepotência, e pedirem aos soldados, mandados contra eles, que não disparem contra o povo, antes se coloquem ao lado dele.
Eu sei que há pessimistas, que contam com revolução na Rússia para 30, 40 anos; mas são só os que não conhecem nem sequer estudam a situação de todas as classes russas, incluindo a militar, e só excluindo os infamíssimos e bárbaros cossacos!
Em pouco tempo, quem viver verá a República Russa! Assim seja também a República Portuguesa!»


Sem comentários!

O papel dos militares durante a República-a eterna revolução redentora

Photobucket

«Nos conturbados 16 anos da I República, regime que algum do nosso estóico idealismo nos pintou como se Portugal fosse então a doce terra do pão e do mel, o Partido Democrático — partido eleitoralmente dominante, partido das clientelas do Estado e da empregomania — fracassou rotundamente na sua ainda assim patriótica intenção de republicanizar os militares. Republicanizar e democratizar as Forças Armadas pelo sistema miliciano, de inspiração suíça, coarctando os militares nos quartéis, felizes e impolíticos. Políticos para defender a República, impolíticos para atacá-la. Depois da Grande Guerra e da carnificina da Flandres, o Exército português, numericamente engrandecido e moralmente dizimado, apontou inexoravelmente as espingardas ao peito do regime.

Os militares invadiram a ribalta política sem apelo nem agravo. De 1917 a 1926, nos 26 governos empossados, 12 foram chefiados por militares; inúmeras altas patentes partilharam os louros e o Estado, mais os holofotes do Parlamento; dos quartéis brotaram legiões de salvadores da Pátria.(...)A ditadura militar brotou, nos anos 20, do fracasso da esquerda portuguesa.Não foi o revanchismo dos monárquicos nem o suborno dos monopólios que por si só liquidaram a I República — mas foi sobretudo a incapacidade da esquerda para promover e executar um projecto nacional, que concretizasse as enormes esperanças saídas do 5 de Outubro de 1910. Clamar o contrário é meter a cabeça na areia como a avestruz, é reduzir a política a um patético trocadilho teológico, é tomar o efeito pela causa — é não aprender com os traumas do passado....Ler o resto aqui»
José Freire Antunes in "História" nº1, pag 26-31 (Historiador,Jornalista em 1978 foi Adjunto Político do Primeiro Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, entre 1989 e 1994, Deputado na X Legislatura e autor de: -A Desgraça da República na Ponta das Baionetas, 1978)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Propaganda Republicana: O Marquês de Pombal Democrata e Inimigo da Inquisição


O centenário do estadista, em 1882, ruidosamente festejado pela família “democrática”, assinalou a entronização oficial do Marquês de Pombal como herói inspirador do Partido Republicano Português. Em dezenas de festejos, conferências e homenagens, explicava-se ao público que a governação do Marquês não devia ser avaliada pelo carácter brutal e cruel das medidas tomadas, mas sim pelo alcance libertador que tiveram as mesmas: Leia o resto no site Centenário da República

Na imagem: Lançamento da 1ª pedra do monumento ao Marques-de-Pombal

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ética... Monárquica!

Em Dezembro de 2008, na Bélgica, o então primeiro ministro Yves Leterme apresentou ao Rei Alberto II a sua demissão, e a do seu governo, devido, principalmente, às dúvidas suscitadas pela intervenção do Estado belga no banco Fortis (que se encontrava em risco de falência).
Em Abril de 2009, no Reino Unido, o então presidente do parlamento (Câmara dos Comuns) Michael Martin anunciou que se iria demitir devido ao escândalo das despesas pessoais de deputados suportadas por dinheiros públicos (embora o próprio não tivesse sido um dos beneficiários).
Em Julho de 2009, no Japão, o então primeiro ministro Taro Aso anunciou a antecipação das eleições legislativas – e, logo, a sua demissão prematura e a limitação do mandato do seu governo – na sequência da derrota do Partido Liberal Democrata nas eleições municipais de Tóquio.
Pelo menos três pontos em comum podem ser encontradas nestas notícias: todas se referem a Monarquias democráticas, todas se referem a demissões de políticos importantes... e todas se referem a motivos aparentemente fúteis para a demissão desses mesmos políticos (isto é, nada há que indique que eles tenham cometido crimes). Só que... são motivos aparentemente fúteis... na perspectiva portuguesa. Do estrangeiro, de outros países, vêm sempre bons exemplos... mas que aqui são seguidos muito selectivamente!
Deixando de lado a aparente inamovibilidade de incompetentes que ocupam importantes cargos públicos de nomeação por confiança política (como o governador de um certo banco nacional, ou o presidente de um determinado organismo europeu de cooperação judicial...), no nosso país, para um ministro se demitir ou ser demitido, quase que é preciso «bater na avó», ou então chegar ao «limite máximo de dez asneiras, sendo a última fazer um par de cornos para um deputado» - como aconteceu com Manuel Pinho. E o actual primeiro ministro de Portugal, nesse aspecto, parece um «Zé(zito) Sempre em Pé»: diploma pela Universidade Independente, casas na Guarda, resíduos da Cova da Beira, Freeport, pressões sobre jornalistas, promessas não cumpridas, insultos a opositores, negócios obscuros (computador Magalhães, Fundação para as Comunicações Móveis, Porto de Lisboa/Liscont), mentiras (o «estudo da OCDE» que não era da OCDE, entre outras...) – cada um destes casos seria suficiente para derrubar um ministro, um primeiro ministro, talvez até um governo inteiro, num país verdadeiramente civilizado, decente... ou seja, monárquico! Ou nem seria preciso tanto, como se viu pelos exemplos vindos da Bélgica, do Reino Unido e do Japão; nestes países o que conta é a Ética Monárquica.
Em Portugal, porque não há vergonha e a impunidade é (quase) lei, o que conta é a «ética republicana» - uma expressão que em si própria é uma contradição. E que, recorde-se, foi (re)lançada por António Costa num conflito com Ricardo Sá Fernandes quando ambos eram membros do segundo governo de António Guterres. «Ética republicana» que também «explica» o acordo que o actual Presidente da Câmara Municipal de Lisboa assinou com José Sá Fernandes, para manterem os «tachos»... perdão, para defenderem a capital da - «o horror»! – Direita!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

A Centenária desonestidade: o aproveitamento de Antero


Nesta azáfama propagandística das capitosas delícias da implantação da república, tem sido frequente o recurso aos grandes nomes do pensamento e da literatura do Portugal oitocentista. Se o descaramento não atinge Camilo, Herculano e Garrett, a ostensiva manipulação de outros como Oliveira Martins - ministro de um governo de D. Carlos I -, Eça - representante diplomático da Monarquia -, Ortigão - abnegado amigo do rei -, ou Fialho, procura amalgamar estas personalidades na massa informe onde pontificaram Bernardino, Teófilo (1), Almeida, Junqueiro, Leão e uma infinidade de Costas, uns mais conhecidos que outros.

De uma total e deliberada desonestidade, é a persistente usura de Antero de Quental, alternando o aproveitamento em benefício de uma certa ideia de "socialismo", com a da república. Jamais se tem em conta o anacronismo desta reivindicação e há que não esquecer os modelos sociais, políticos e económicos de então, onde a Alemanha surgia bastas vezes caracterizada como uma Monarquia imperial-socialista que aliás servia como exemplo a um sempre céptico Oliveira Martins. É evidente o forte pendor de uma corrente que originaria o actual SPD e trilhando o mesmo caminho, aquele que seria o Partido Socialista Português - visto pelo rei como o futuro da alternância no poder - da primeira década do século XX, dava indícios do enraizamento de umpartido operário perfeitamente consentâneo com a realidade urbana de Lisboa e do Porto. Desta forma, não nos surpreenderá o fero ataque movido pelo prp/pd de Afonso Costa que nele viu - na senda daquilo que Antero dizia - o inimigo primordial das instituições impostas por um minoritário, conservador e bastante exclusivista núcleo representado pelos republicanos. A Monarquia ensaiou de facto a democracia e os acontecimentos de 1908-10 não só impediram a sua consagração, como praticamente anularam durante décadas o legado do Estado liberal.

A uma Comissão que pretende fazer História, recomendar-se-ia no mínimo, um pouco de discernimento, honestidade e sobretudo, de pesquisa desapaixonada factos.


Aqui ficam em breves linhas, alguns desbafos de Antero:


I - in Carta a João Lobo de Moura, possivelmente de finais de 1873.

"Creio que teremos a república em Portugal, mais ano menos ano: mas, francamente, não a desejo, a não ser num ponto de vista pessoal, como espectáculo e ensino. Então é que havemos de ver o que é atufar-se uma nação em lama e asneira. Falam da espanha com desdém - e há de quê - mas eles, os briosos portugueses, estão destinados a dar ao mundo um espectáculo republicano ainda mais curioso; se a república espanhola (2) é de doidos, a nossa será de garotos. - A grande revolução, meu caro, só pode ser uma revolução moral, e essa nãos e faz de um dia para o outro, nem se decreta nas espeluncas fumosas das conspitações, e sobretudo não se prepara com publicações rancorosas, de espírito estreitíssimo e ermas da menor ideia prática".

II- In Carta a João Lobo de Moura, Lisboa 18 de Março de 1875.

"Há já república em frança. Isto não altera muito sensivelmente o estado das coisas: entretanto os nossos jacobinos criaram com isso grande ânimo, e andam alvoroçados. Querem também uma República. Talvez a tenham; mas, se assim for, duvido que gostem dela. Imagine uma República em Portugal! Entretanto pensam nisso com grande confiança, e é certo que o partido republicano engrossa a olhos vistos. Quando os republicanos forem maioria, tratarei de me fazer anti-republicano, porque fui sempre amigo de me achar em minoria".

III - In Carta a Oliveira Martins, Lisboa 10 de Outubro de 1878.

"Aqui pretendem uns centros republicanos, soi-disant socialistas, apresentar a minha candidatura por Alcântara. Respondi que achava equívoca a expressão republicano-socialista e como este equívoco praticamente me parece perigoso, só aceitaria a dita candidatura com o carácter exclusivamente socialista, com toda a reserva de questão política e em completa isenção do movimento republicano actual".

(1) Refere-se a Teófilo Braga e não ao jumento homónimo que foi pertença do filho de Camilo, Jorge Castelo Branco, assim baptizado em mofa do caudilho republicano.
(2) A efémera, caótica e desastrada I república espanhola (Fev. 1873-Dez. 1874)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mudar a Constituição!

O longo, maçador, complicado e desajustado texto constitucional, tem servido para manter as orgulhosas certezas daqueles que o tendo violentamente combatido nas Constituintes de 1975-76, acabaram por se trasmutar nos seus mais estrénuos defensores. As explicações são muitas, sobressaindo o peso da pulsão nostálgica de um certo mundo que decorridos poucos anos desapareceria como se de um obsoleto e bélico artefacto imprestável se tratasse.

Alberto João Jardim tem bastas vezes discutido o articulado constitucional, nele vendo - com razão - a sua conformidade com o tradicional pendor centralizante herdado do Estado pombalino. Os críticos continentais ao grande sucesso da autonomia regional madeirense, apontam o facto da enxurrada de fundos comunitários que possibilitaram a transformação do arquipélago em algo bastante diferente daquilo que o território peninsular à primeira vista nos oferece. Cidades bem cuidadas, património valorizado, infraestruturas úteis que beneficiam a vida de todos, muita limpeza e aquele certo ar de destino de luxo que tem um imediato paralelo naCôte d'Azur francesa. Por muito que isto custe aos maledicentes, a Madeira parece ser um território distinto, enfim, estrangeiro.

Assim sendo, é natural a pretensão de obter algumas vantagens formais que se coadunem com uma dignidade regional há muito assumida e secretamente invejada por outros. Quando há uns meses o Duque de Bragança levantava a hipótese de numa nova Monarquia as regiões passarem a constituir um Reino Unido com Portugal, a proposta encerra vastas possibilidades, até para o conjunto dos países insulares de língua portuguesa no Atlântico. A sempre apregoada solidariedade nacional - que em muitos casos significa nada mais senão o termo "caridade" no sentido pejorativo -, não tem conseguido coadunar a necessária distribuição equitativa de fundos, com a imprescindível libertação de peias que podem ser interpretadas como vexatório padrão de posse colonial. Na realidade, o estipulado pela Constituição de 1976 estabelece uma forte dependência formal em relação à Metrópole e a própria existência do chamado Ministro da República, não passa de um caricato disfarce da autêntica figura representativa dos antigos Governadores-Gerais das províncias ultramarinas. O que os autonomistas pedem, é pouco, quase nada, embora os media a soldo do conglomerado financeiro-político sediado em Lisboa, queiram fazer crer do contrário.

A.J. Jardim mencionou ontem um aspecto bastante incómodo para o status quo da política portuguesa, propondo a proibição do comunismo e a inclusão de um preceituado conforme aquele que a mesma Constituição de 76 prevê em relação às organizações de índole fascista. Embora tal definição seja de difícil adequação a qualquer grupo que sensatamente acautele a sua existência, esta norma jamais foi cabalmente cumprida, apenas servindo para ciclicamente ameaçar alguns extremistas nas barras dos tribunais, mesmo correndo-se o risco de Portugal poder ser apontado como um país onde de facto existem presos políticos.

Alberto João Jardim encontrou uma infalível forma de ser ouvido. Com uma simples frase, parece ter aderido ao necessário debate - que um muito amplo sector simpatizante da instauração da Monarquia iniciou - para uma profunda revisão de uma Constituição que poderá continuar a sua histórica existência, mas adaptada a uma realidade nacional que há muito ultrapassou velhos dogmas, preconceitos ou programas de outros tempos.

Esquecendo-se a pitoresca proibição comuno-fascista, muito mais humilhante, abusiva e perniciosa é a imposição da forma de representação "republicana" do Estado, sem que o próprio conceito de república seja perfeitamente compreendido por um povo que desde a Fundação da nacionalidade, jamais deixou de viver numa verdadeira República. O atraso económico e educacional, o abismo de desigualdade que fatalmente minará o regime e os perigos decorrentes da miragem federalista europeia - com fortíssima componente pan-espanhola na Península -, impõem uma séria discussão, sem condições, da viabilidade da mudança do regime.


THE KING LEAVES HIS CAPITAL


1910 October 5th New York Tribune

Great Britain May Aid Manuel if He Applies for Protection--Spanish Minister Calls on Republican Leaders.
Portugal has been proclaimed a republic. According to the latest Lisbon advices, Theophile Braga, a noted Republican leader, is the new President. The "Portuguese Marseillaise" is the new national anthem, and the emblem of monarchy on the palace has been replaced by the flag of Red and Green, the colours of the Republican party.
That there was fierce fighting in the streets of Lisbon is confirmed by dispatches from all quarters. Disorders at Oporto have been repressed by the troops, many regiments of which are said to be still loyal to the King.
King Manuel, the Queen mother and the Queen Dowager are reported to have taken refuge in the palace at Mafra, a short distance out of Lisbon. They may now be on a British warship bound for Gibraltar. At least they are considered to have reached a place of safety.
London advices State that by a treaty of alliance Great Britain is bound to afford protection to the King of Portugal, it this is “dully applied for." The French newspapers are urging the government of France not to permit intervention, even if Spain too is threatened with an overthrow. The French Cabinet will meet to-morrow to deliberate on the Portuguese situation and the advisability of sending a warship to Lisbon.
A significant incident, according to the Lisbon dispatches, was the visit paid by the Spanish Minister to the Republican leaders after the fall of the palace and the flag of the revolution was hoisted on the Town Hall.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

O site oficial das comemorações do 5 de Outubro: Tal como o símbolo, expressão do vazio.

O vazio do Republicanismo, é visível no site oficial das comemorações da implantação da Republica. Chamam a nós monárquicos: retrógrados, absolutistas e outros adjectivos. Apesar disso tudo, graças ao esforço individual de várias pessoas está online uma plataforma aberta a população em geral, que, problematiza o sentido destas comemorações. Através do blogue, há a possibilidade de fazer-se comentários livremente. Ao alcance de qualquer internauta.
No site oficial, as participações estão sujeitas aos contactos com a comissão. E isso, trás todo o tipo de selecção de informação, que, se considere “inadequada”.
Na navegação pelo site, encontramos uma preocupação da comissão em agir junto das escolas e universidades, numa apologia messiânica, que tão bem caracteriza o Republicanismo. E depois disso? Nada.
Em breves palavras, penso que caracteriza-se muito bem o significado dessa “revolução lisboeta”.

Estão com Medo - Cavaco e António Costa trocam impressões sobre 5 de Outubro




O Presidente da República e o presidente da Câmara de Lisboa trocaram hoje impressões sobre as cerimónias do 05 de Outubro, que irão decorrer em plena campanha eleitoral para as autárquicas, para tentar preservar as comemorações de «qualquer polémica».

«Estivemos a trocar impressões como é que devíamos evitar que as cerimónias do 05 de Outubro fossem um momento que fossem perturbadas pelo clima eleitoral», adiantou o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva.

Recordando que as próximas cerimónias do 05 de Outubro irão decorrer em plena campanha eleitoral para as eleições autárquicas, que estão marcadas para 11 de Outubro, e apenas uma semana depois das eleições legislativas, agendadas para 27 de Setembro, António Costa explicou que o objectivo é evitar «qualquer polémica em matéria eleitoral».

«Estivemos também a ver como é se tinha resolvido no passado», acrescentou o socialista António Costa, que se irá recandidatar ao cargo de presidente da Câmara de Lisboa.

Fonte : Diário Digital

Vá lá, um mero exercíciozinho...


Tantos anos, que bom fazer as contas! Vá lá, nem tantos anos assim, mas... e se pudéssemos discernir quantos presidentes desta república tivemos que fossem – por assim dizer – isentos ("supra" partidários), eleitos pela sua condição isenta, branca como a neve, – .... exigidos.... por este povo para serem, enfim, os "dignos" representantes deste país, desculpem república? Quantos presidentes desta república exemplar nos são exemplo para desejarmos continuar a ser República???

Agradeço nomes (não vale dizer Ronaldo...):



terça-feira, 14 de julho de 2009

Mortandade, Rapacidade, Calamidade

Passam hoje duzentos... e vinte anos sobre o início «histórico», «oficial», da Revolução Francesa – a Tomada da Bastilha. Se não fosse a circunstância de ser também o dia do aniversário de uma das minhas filhas, esta data seria para mim completamente infame e odiosa.
Sim, eu abomino a Revolução Francesa; considero-a a «Mãe de Todas as Catástrofes Contemporâneas»; os seus efeitos perniciosos estenderam-se até às duas guerras mundiais. E quem pode negar que a guilhotina de Paris é antepassada directa, a «avó», da câmara de gás de Auschwitz? Trata-se do início do conceito de assassinato industrial, em série, em massa! Assassinato industrial que foi a principal «actividade» de um bando dos mais torpes criminosos que a História já conheceu, que depressa deixaram cair as máscaras e mostraram que o lema «Liberdade, Igualdade, Fraternidade» significava, na verdade, «Mortandade, Rapacidade, Calamidade». Acredito sinceramente que muitos dos «progressos» que supostamente resultaram para a Humanidade devido à Revolução Francesa aconteceriam sempre, de uma maneira ou de outra, mais tarde ou mais cedo, e sem a (muita) destruição e (muito) derramamento de sangue que ela causou, directa ou indirectamente, em França e em muitos outros países... incluindo Portugal.
Poder-se-á sempre perguntar: então e a Inglaterra? Lá também não se cortou a cabeça a um Rei (Carlos I) um século antes de Luís XVI e de Maria Antonieta (que de «tiranos» pouco ou nada tinham) terem «perdido» as suas? Não foi a «Velha Albion» também uma república? Sim... mas por pouco tempo. Onze anos bastaram aos britânicos para perceberem que o «outro» regime, dito «puritano», era – para não utilizar uma palavra mais forte – uma porcaria. E acompanharam a entronização de Carlos II com a execução, muito lenta e muito dolorosa (desentranhados, enforcados e esquartejados), de vários dos carrascos do pai que ainda estavam vivos... além de desenterrarem, pendurarem e decapitarem o cadáver de Oliver Cromwell, tendo a sua caveira ficado exposta em Londres durante décadas! (Confesso que dificilmente discordaria de um tratamento semelhante aplicado a alguns facínoras «tugas»...) Antes da Guerra Civil a Grã-Bretanha já era uma democracia, depois da Restauração mais democracia foi... muito, muito mais do que a «França revolucionária» alguma vez chegou a ser.
A maior e mais grave consequência da Revolução Francesa no nosso país foi a Guerra Peninsular, ou seja, as invasões francesas. E desde 2007 que se assinalam os (mais de) 200 anos desse funesto acontecimento... que nos trouxe muita «Mortandade, Rapacidade, Calamidade». A efeméride não tem tido uma grande cobertura, um grande destaque, ao nível nacional. E merecia! Cerimónias foram feitas, por exemplo, em Amarante, no Porto e em Évora, mas a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, que se saiba, não as apoiou nem nelas participou. Por ficar fora do seu «âmbito (temporal) de acção»? Isso não é desculpa porque a «renovação» da Praça do Comércio e a «deslocalização» do Museu dos Coches s(er)ão apresentados, ao que tudo indica, como peças fundamentais dos 100 anos da golpada de 1910.
Porque é que as atrocidades cometidas por Junot, Soult, Massena e companhias não têm sido mais veementemente recordadas e denunciadas, porque é que o sofrimento, a resistência e a coragem dos portugueses de então não têm sido mais entusiasticamente recordadas e homenageadas? Por isto: os «libertadores» de Napoleão Bonaparte eram os filhos dilectos dos revolucionários de 1789, republicanos e assassinos de reis, que mais tarde seriam também uma grande inspiração para os criminosos que constituíam a Carbonária e o Partido Republicano Português. Que ninguém duvide: embora não o admita publicamente, a República Portuguesa festeja – mesmo que só «intimamente» - a Revolução Francesa e não a ida da Corte de D. Maria I e de João VI para o Brasil.

REBELS REPORTED CHECKED

1910 October 5th New York Tribune

Revolution Was Decided Upon Only on Monday Night.

Lisbon. Oct. 5. — A report was circulated late to-night that the revolutionists had been checked and were retiring in the direction of Monsanto.

The revolution was decided upon only at 8 o'clock Monday night, at the urgent Insistence of Admiral Reis. The government had ordered the cruiser Don Carlos to leave port the following day.
This tardy decision prevented profiting by all the elements favourable to the revolution. Some of the positions by the revolutionists in Lisbon have been reinforced as a precaution against possible attacks by troops which have not yet adhered to the republic.
President-elect of Brazil Marshal Hermes Fonseca has delayed his departure and remains in Lisbon.
The yacht Amelie has put out to sea with the Duke of Oporto, who embarked at Cascaes. It is believed that the yacht is going to take aboard other members of the royal family at Peniche or Ericeira.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Luís Barata

...junta-se a nós na Plataforma do Centenário da República para enfrentar os meses de infame propaganda republicana que se adivinham no horizonte. Luís Barata é jurista de formação com percurso profissional pela magistratura e aqui publicará também Coisas Reais. Seja bem vindo, caríssimo Luís!

MAY MEAN CIVIL WAR

1910 October 5th New York Tribune

Correspondent Says Army and People Show Spirit of Loyalty.

London. Oct. 5 - According to Madrid dispatches the garrisons at Oporto and other large towns in Portugal remain loyal, and there is likelihood of the Lisbon coup d’état being followed by civil war.
The British Foreign Office late to-night received a telegram from the British Consul at Oporto stating that all was quiet.
A "Times" correspondent who has just returned to London from Lisbon remarks that a strong loyalist spirit was shown by the populace and army during the festivities in connection with the celebration of the centenary of the battle of Busaco, and says that if the King has escaped and his entourage shows resolution it is almost certain that they will be able to make a fight against the Republicans, who really only dominate Lisbon. All depends on the officers in charge of the forces outside of Lisbon.
Civil war, the correspondent adds, between the capital and the country is a probable outcome of the present situation, and if it should occur there seems no reason why the republic, backed by a Lisbon mob, should be able to dominate the rest of the country.

domingo, 12 de julho de 2009

WHERE IS KING MANUEL?

1910 October 5th New Yorrk Tribune

London Hears He Is in Dozen Places at Same Time.

London, Oct. 5 — Where is King Manuel?

While it is definitely known that the revolutionaries have won the day in Lisbon and a republic has been proclaimed, there is considerable mystery as to the fate of the fugitive sovereign. At one and the same time he is reported to have fled to a dozen different places. According to the British Minister at Lisbon he is at Mafra, eighteen miles northwest of Lisbon.
This news, if true, “The Morning Post” thinks, has considerable importance. Mafra is palace, a church and a barracks, all in one vast building. It is situated among the mountains and the loyalty of the garrison would create a difficult situation for the King's enemies.
The army is distributed in small garrison towns throughout the country which may not follow Lisbon's lead. Oporto, for example, is traditionally jealous of the capital, and as the King has been very popular there a provisional government is not yet entitled to count upon the northern city's support.
But the peasantry is not likely to be very agitated by any change in the form of government so long as they can live under reasonably fair conditions.
There is reason to fear that the outbreak in Portugal may have reflex action in Spain, although in many respects the positions of Spain and Portugal are very different. For instance, the power of the clergy in the latter country is by no means so important as that of the clergy in Spain.
It is reported that the King's open partiality for a famous French actress, on whom he showered jewels, hastened the crisis.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

E-mail enviado à Comissão de Comemoração de um acto terrorista

Caros Amigos

Para vosso conhecimento :

de : José Tomaz de Mello Breyner
para : comissao@centenariorepublica.pt

data10 de Julho de 2009 21:30
assunto : Como é possivel?
enviado porgmail.com 21:30


Boa Noite

Gostaria de saber como é possivel este País ir comemorar brevemente uma data tão triste e tão vergonhosa? Como escreve Nuno Castelo Branco :

Jamais ousando enfrentar a proverbial coragem física de D. Carlos, os republicanos optaram pelo dedicado e imaginativo serviço de sapa a cargo dos chamados "publicistas", fazendo circular milhares de folhetos e literatura de cordel com claras alusões a membros da Casa de Bragança, num laborioso processo que mais tarde seria imitado por Lenine. Num outro nível, o dos geralmente estrangeirados intelectuais dos círculos literários lisboetas, as afrontas somavam-se em textos mais cuidados, sem que por isso se perdesse o sentido de uma violência inaudita, que provindo de certa gente ganhava auras de maior respeitabilidade e perigo. Nada de estranho nesta nossa sociedade da "informação a todo o custo".
Sabemos o que uma inextricável situação de abuso de imprensa, impunidade pelo apelo à subversão da Lei pela violência verbal e física, fez desabar sobre a sociedade portuguesa: um sangrento golpe de Estado que liquidou o regime e conduziu a um infindo rol de brutalidades, volatilização de liberdades pessoais e colectivas, ruína económica e esmorecimento de um espírito cívico que lentamente se consolidava ao longo de décadas de normalização de um regime constitucional perfeitamente adequado à Europa daquela época. A final reacção ao estado de coisas - à chamada Demagogia que transformara Portugal num lugarejo idêntico à Albânia dos nossos dias -, mais tarde impôs um regime que se prolongou pela maior parte do século XX e cujo percurso e consequências todos conhecemos.


Acham que perante tudo isto há alguma coisa para comemorar? Por mim deviamos era tentar que a data passasse o mais despercebida possivel pois é uma data que envergonha qualquer pessoa séria e de bem.

Se quiserem informar-se melhor sobre o que os Senhores se propoêm celebrar, se quiserem informar-se sobre o que foi a 1ª Republica, podem visitar esta página : http://centenario-republica.blogspot.com/ ou mesmo esta : http://www.centenariodarepublica.org/centenario/ .

Quanto à publicidade façam favor de a fazer porque como diz João Távora, administrador destas 2 ultimas páginas :

Resta-nos a satisfação de verificar que sempre que a Comissão das Comemorações se manifesta publicamente nos grandes meios de comunicação a respeito do seu Portal, o numero de visitas à nossa modesta plataforma na Internet disparam.


Ás vezes tenho vergonha de ser Português, pois só neste País de bandalheira se celebra com pompa e circunstância um acto de terrorismo como foi o 5 de Outubro de 1910. Como não conseguiram ganhar nas urnas, usaram as balas para imporem a sua vontade. Os Senhores ao comemorarem e promoverem as comemorações desta data são coniventes com os terroristas.

Com os melhores cumprimentos

José Tomaz Pereira de Mello Breyner

De pequenino...

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Perderam a vergonha



Durante as últimas décadas de vigência do regime da Monarquia Constitucional, a liberdade de expressão consagrada pela Lei, acostumou os agentes políticos - nos quais se inclui a imprensa - a uma total irresponsabilização daquilo que era dito ou escrito. A censura apenas existia a posteriori e as consequências eram praticamente nulas. Esta situação de perigosa lacuna quanto à defesa do bom nome - a honra, qualidade que se confundia com a credibilidade de qualquer homem público - desencadeou um sem número de episódios que minaram mortalmente o regime. A difamação e o arrastar pelo lodaçal da infâmia de um ou outro político, conduziu ao constante aumento da parada, num jogo onde as instituições acabaram por soçobrar às mãos de uma ínfima minoria que fez da violência e ousada ilegalidade, uma arma contra a qual o articulado legal pouco ou nada podia. A Coroa acabou fatalmente por se transformar no alvo mais apetecido, porque a sua situação de total exposição que a Carta consagrava, fazia o pleno nas manobras estratégicas enveredadas pelos partidos rotativos que se digladiavam pelo poder. Se a Monarquia parlamentar praticamente foi liquidada pelo Regícídio de 1908, o processo que desembocou no crime foi longo, feroz, sem tréguas. Não existiam regras claras, nem limites e o prp de tudo se serviu para destruir o regime que em derradeira instância era garantido pela Coroa, obviamente consubstanciada na figura do monarca.

Jamais ousando enfrentar a proverbial coragem física de D. Carlos, os republicanos optaram pelo dedicado e imaginativo serviço de sapa a cargo dos chamados "publicistas", fazendo circular milhares de folhetos e literatura de cordel com claras alusões a membros da Casa de Bragança, num laborioso processo que mais tarde seria imitado por Lenine. Num outro nível, o dos geralmente estrangeirados intelectuais dos círculos literários lisboetas, as afrontas somavam-se em textos mais cuidados, sem que por isso se perdesse o sentido de uma violência inaudita, que provindo de certa gente ganhava auras de maior respeitabilidade e perigo. Nada de estranho nesta nossa sociedade da "informação a todo o custo".

Sabemos o que uma inextricável situação de abuso de imprensa, impunidade pelo apelo à subversão da Lei pela violência verbal e física, fez desabar sobre a sociedade portuguesa: um sangrento golpe de Estado que liquidou o regime e conduziu a um infindo rol de brutalidades, volatilização de liberdades pessoais e colectivas, ruína económica e esmorecimento de um espírito cívico que lentamente se consolidava ao longo de décadas de normalização de um regime constitucional perfeitamente adequado à Europa daquela época. A final reacção ao estado de coisas - à chamada Demagogia que transformara Portugal num lugarejo idêntico à Albânia dos nossos dias -, mais tarde impôs um regime que se prolongou pela maior parte do século XX e cujo percurso e consequências todos conhecemos.

Está a tornar-se normal o recurso ao enxovalho público da gente do poder. Seja em qualquer inauguração num espaço aberto ou nos jornais, os epítetos dirigidos aos homens do regime vai subindo de tom e a falta de formal respeito parece volatilizar-se no éter de todos os descontentamentos. O que se torna incompreensível, é este afã na promoção de um espírito de esterqueira geral em que a situação se transformou, exactamente pelo constante acicate dos agentes políticos de serviço e dos seus óbvios satélites e assalariados da comunicação social. Há uns poucos anos, assistimos ao deprimente espectáculo do "Chefe do Estado dos republicanos" insultar publicamente um elemento da sua própria segurança, desfaçatez logo imitada pelo seu sofrível sucessor no cargo. O mau exemplo perfeitamente explícito por aqueles que deviam guardar ciosamente aquela certa distância que sacraliza as instituições, conduz a situações que de tão repetidas, são já encaradas com uma certa normalidade. Da rua ou do cortejo de carros do Estado, passou-se facilmente ao Parlamento, onde as sessões demonstram a um público atónito, a baixíssima categoria dos actuais poderosos, que pedra a pedra vão capciosamente demolindo demolindo o regime. E este facto torna-se tão mais estranho, porque é da total responsabilidade daqueles que dele têm vivido e à sua sombra prosperado. O ..."afinal eles não valem nada!", torna-se cada vez mais numa frase que soa a perfeito figurino de futuro epitáfio.

Perdeu-se a vergonha e hoje vale tudo. Sabemos o que se segue e confiando na lição que uma breve leitura num qualquer sucinto manual de História aconselha, ainda irão a tempo de corrigir o desastroso caminho que conscientemente desbravaram. É que todos temos a consciência que o regime da 3ª república - que parece chegar a um inglório fim -, é aquele que mais similitudes tem com aquele outro da Monarquia Constitucional, trucidado à mão de um punhado de sanguinolentos aventureiros.


Eles andam aí!!!

Esta manhã fui alertado por um amigo que estava no ar no Rádio Clube Português uma entrevista à Professora Fernanda Rolo a respeito das actividades da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (uff!) pelo locutor de serviço Nuno Domingues. Tenho a dizer que me impressionou a subserviência manifestada pelo entrevistador: ignorando o regime terrorista a que deu origem a revolução de 5 de Outubro, e que a maior parte dos países evoluídos da Europa são monarquias, o pivot limitou-se a estender o tapete à Senhora Doutora para uns valentes minutos de publicidade gratuita. Ficámos a saber alguma coisa sobre o novo portal da Comissão de festas na Internet e sobre o ambicioso programa que a Comissão está a delinear para as escolas: publico com o qual a Comissão nutre um particular carinho (sic). Protejam bem os vossos filhos então, pois a velha estratégia da mentira mil vezes repetida continua em voga.

Resta-nos a satisfação de verificar que sempre que a Comissão das Comemorações se manifesta publicamente nos grandes meios de comunicação a respeito do seu Portal, o numero de visitas à nossa modesta plataforma na Internet disparam.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Perguntas Proibidas 2 de Julho - Centenário da República, programa para ouvir

Perguntas Proibidas 2 de Julho - 1ª Parte

Download this episode (25 min)
Vasco Pulido Valente escreveu recentemente sobre o Centenário da República: «Não devia haver comemorações nenhumas. É um episódio triste da história portuguesa e não devia haver comemorações nenhumas. Para todos os efeitos foi uma ditadura. A ditadura não nasceu do vácuo, nasceu da República!» Tomando por mote esta ideia, Ricardo Gomes da Silva conversou com Carlos Bobone e João Távora, sobre a face oculta da I República e os esforços actuais para dourar a pílula de um regime amargo que, no domínio social e económico, foi uma "passadeira vermelha" para o Salazarismo!

Perguntas Proibidas 2 de Julho - 2ª Parte

Download this episode (25 min)
Vasco Pulido Valente escreveu recentemente sobre o Centenário da República: «Não devia haver comemorações nenhumas. É um episódio triste da história portuguesa e não devia haver comemorações nenhumas. Para todos os efeitos foi uma ditadura. A ditadura não nasceu do vácuo, nasceu da República!» Tomando por mote esta ideia, Ricardo Gomes da Silva conversou com Carlos Bobone e João Távora, sobre a face oculta da I República e os esforços actuais para dourar a pílula de um regime amargo que, no domínio social e económico, foi uma "passadeira vermelha" para o Salazarismo!

"Não discutimos a Nação!"



... - dizia o Senhor Presidente do Conselho da II República Portuguesa, António de Oliveira Salazar. E dizem os organizadores das festividades que comemorarão, em 2010, os 100 anos sobre a instauração do regime republicano. Não discutem a Nação que lhes passou um cheque de 10 milhões de euros em tempo de crise, nem discutem o regime que os amamenta com o saudável leite da ideologia burguesa. Ou não fosse o cabecilha desta organização um banqueiro. Artur Santos Silva preparou, aliás, um programa muito interessante para estas lautas festas que fazem lembrar, em muitos aspectos, as comemorações do Estado Novo: República e Lusofonia, Arte e Espectáculos, Jogos do Centenário, República nos Media, Edições e Exposições do Centenário, Portal Centenário da República e Georeferenciação e Fluxos de Comunicação. Se substituirmos a Lusofonia por Império, o Portal pelas luxuosas publicações editadas pelo Secretariado Nacional de Propaganda, de resto tudo, ou quase, tudo é decalcado de cérebros muito semelhantes aos da Revolução Nacional. Aliás, a formatação ideológica a partir das escolas parece ser um ponto assente no programa desta Comissão: rever, revisitar e reformatar a imagem da República de forma a servir um Estado moderno é o objectivo principal. («As actividades previstas incluem exposições, encontros científicos, roteiros municipais, jogos e concursos e actividades nas escolas», Público, 08-07-09). Num país onde a Escola já quase não tem contacto com a História do seu país, onde os estudantes não saber situar cronologicamente os acontecimentos e as figuras que o antecederam; num país onde os museus não têm orçamento para quase nada, nem para conteúdos educativos, gastar 10 milhões em propaganda republicana é imoral e muito pouco ético. Incorrendo no risco de parecer imparcial, diria que é um crime. Mas estas coisas, que vão sendo hábito numa sociedade pouco transparente e habituada à impunidade, não espantam saindo da boca, mãos e cabeça de banqueiros. Fico realmente admirado que uma pessoa de consciência, saber e intelectualidade como a Dr. Raquel Henriques da Silva (que, mais do que ninguém, conhece o Estado da Cultura em Portugal) assine por baixo desta fantochada.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

È, também, pela tolerância que a monarquia se deve distinguir da república



João César das Neves
DN 6 de Julho de 2009

No passado dia 22 de Junho, pela primeira vez desde 1875 um presidente francês discursou no Parlamento. Nicolas Sarkozy aproveitou a oportunidade para uma intervenção inteligente e inspirada sobre o momento político (www.elysee. fr/documents) . Admitindo a gravidade e a incerteza que nos rodeia, deu uma visão positiva, garantindo que "nada será como dantes (...), a crise torna-nos mais livres para imaginar um novo futuro". Está convencido de que "o mundo depois da crise será um mundo onde a mensagem da França será mais bem ouvida e mais bem compreendida (...). O modelo francês tem de novo a sua hipótese".

Que mensagem e modelo são esses? Pouco adiante, Sarkozy mostrou que se trata da mais tacanha intolerância e incompreensão. Muito aplaudido, o Presidente afirmou: "A burka não é um símbolo religioso, é um símbolo de servidão, é um símbolo de abaixamento. Quero dizer solenemente, ela não será bem-vinda no território da República."

A tolerância só tem significado quando enfrenta algo intolerável. Para aceitar o que consideramos admissível não é preciso esforço. Claro que a tolerância tem limites e há muita coisa que não devemos permitir: crime, abuso, injustiça. A discriminação das mulheres e, pior ainda, a sua servidão e abaixamento são evidentemente intoleráveis. Mas o Parlamento e Presidente franceses não estão a tratar da opressão feminina. Aliás, parecem bastante indiferentes aos efeitos que as suas palavras e acções poderão ter sobre as pobres mulheres que dizem defender. Como passarão a viver as raparigas muçulmanas se a burka for proibida em França? Certamente Sarkozy não sabe a resposta.

Aquilo que tem vindo a ocupar os legisladores franceses é um símbolo, como admitiu o Presidente. Um símbolo que ele afirma não ser religioso mas ter um significado particular. Evidentemente, esse não é o significado que o mesmo sinal tem para quem o usa. Existe escravidão explícita no mundo muçulmano, mas esses não usam burka. Para um árabe a escravidão tem outros símbolos.

O mais curioso na posição de Sarkozy e dos deputados é não entenderem que a sua é precisamente a mesma posição que fez nascer a burka. Se substituirmos "dignidade da mulher" por "decência feminina" e "abaixamento" por "deboche", é fácil imaginar um qualquer responsável afegão a justificar literalmente nos mesmos termos a recusa do traje ocidental. Evidentemente que não concordamos com essa conclusão, mas tolerância é aceitar aquilo com que não concordamos. As autoridades muçulmanas ao imporem a burka mostram falta de tolerância. Tal como as autoridades francesas o farão se vierem a proibir a burka.

Mais irónico é este debate realizar-se à volta de uma questão de vestuário, precisamente o tema onde a liberdade de costumes se começou a expressar na contemporânea. Há cem anos não passava pela cabeça de ninguém que um homem sério saísse à rua sem chapéu e bengala ou que as damas mostrassem o tornozelo. Fardas e uniformes eram omnipresentes em todas as classes. Os filhos dessa geração afirmaram a sua autonomia precisamente pela sua aparência exterior. Cabelos compridos, roupa desalinhada, calças de ganga, minissaias pareceram como combates importantes no caminho da liberdade. Agora os franceses, ao proibirem a burka, pensam estar no mesmo combate. Mas as batalhas antigas eram contra as proibições, não pela imposição de novas proibições.

O problema é mais vasto do que parece. Como Sarkozy com a burka, o Parlamento Europeu e o Governo português estão empenhados há anos em limitar a vida a fumadores, automobilistas, pais e cidadãos com as melhores intenções. Esquecem que todas as ditaduras, mesmo ferozes, sempre se justificaram com o bem dos cidadãos. Salazar, Franco, Mugabe, Chávez e até Hitler, Estaline, Mao e Pol Pot sempre disseram estar empenhados numa sociedade melhor. O mal deles não era cinismo e hipocrisia, nem estava tanto nas finalidades, mas na arrogância e tacanhez que o seu caminho implicava. As tais sociedades ideais nunca apareceram. Só ficou o sacrifício da liberdade.

João César das Neves

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Aliança Luso-Britânica: um benefício mútuo




"Quando somos aliados de alguém, tal pressupõe uma série de vantagens, obrigações e deveres de entreajuda e respeito mutuo. Isso tem acontecido desde que ela foi assinada em 1373? "

Esta é uma questão pertinente que no post anterior o Daniel deixa à reflexão de todos. O seu texto põe claramente em causa os resultados práticos da Aliança Luso-Britânica, mas esta terá inevitavelmente de ser analisada ao longo dos séculos de vigência. Assim e sucintamente, destacaria alguns pontos fundamentais:

1. Numa aliança entre Estados não existem por regra, motivos de índole sentimental ou filantrópica. O interesse prevalece e a aliança luso-inglesa serviu no seu início, como enquadramento de ambos os países no campo mais vasto do conflito que ocorria na Europa ocidental e que ficou conhecido como a Guerra dos Cem Anos. Dois países inevitavelmente marítimos, dada a exiguidade territorial e a situação geográfica, Portugal e a Inglaterra enfrentavam duas potências continentais, a França e uma Castela que já ambicionava unificar a Península sob a sua égide. Não podemos alhear-nos do espírito da época, onde as questões sucessórias faziam parte da chamada "grande política" internacional. Durante a Guerra da Independência, a aliança serviu plenamente os interesses portugueses, até porque não existia um desequilíbrio muito marcado entre os dois signatários. Uma população escassa que se via obrigada a encontrar nas actividades marítimas o seu sustento e a defesa da integridade política, tornou possível - senão inevitável -, o mútuo acordo.
2. Durante o período dos Descobrimentos, a Inglaterra enfrentou graves problemas internos, simultaneamente prosseguindo a rivalidade com a França, onde o poder real afirmava-se em detrimento de senhorios feudais, num processo de unificação que ameaçava a política inglesa na zona do Canal da Mancha e Aquitânia. Enquanto isso, Portugal afirmava-se no mar, conquistava posições reconhecidas de jure e de facto pela Santa Sé, a entidade suprema que sancionava a legalidade da posse de novos territórios que entravam agora na órbita de uma Cristandade em expansão. A aliança inglesa secundarizou-se, especialmente num momento em que a coroa portuguesa seguiu a prudente e necessária política de afastamento dos conflitos bélicos na Europa. Há que ter em conta a aproximação de Londres à Península, através do casamento de Henrique VIII com Catarina de Aragão, o que tornou o monarca inglês cunhado de D. Manuel I e genro dos Reis Católicos. Temos assim, o perfeito quadro de três potências que se afirmam no mar, sendo uma delas simultaneamente, detentora de um importante património terrestre que a evolução da política interna inglesa em direcção ao protestantismo, tornaria inimiga: Castela.


3. A União Ibérica. O fecho dos portos portugueses ao comércio com as nações do norte, na sua maioria protestantes, selou definitivamente o fracasso da União de coroas entre Portugal e Espanha, pois os interesses portugueses - comerciais, políticos e sobretudo, aqueles que respeitavam ao património ultramarino -, passaram a ser gravemente prejudicados pela política continentalista e imperial de uma Espanha que se tornou inimiga de ingleses, holandeses, nórdicos e franceses. A depredação da nossa esquadra, o assalto às possessões ultramarinas, o fecho dos nossos portos que durante um século tinham fornecido as gentes do Báltico e do Mar do Norte com os apetecidos produtos exóticos africanos e orientais, criaram uma situação que tornou inevitável o regresso à situação anterior a 1580.

4. Restauração da Independência em 1640. Foi a época de ouro da Aliança, especialmente por Portugal significar um ponto de apoio importantíssimo para os ingleses e simultaneamente, a garantia do final sucesso do advento da dinastia de Bragança e da total independência do nosso reino. A luta no mar, o controlo pleno da parte mais substancial do Império, a recuperação do Brasil com a derrota da Holanda e o estabelecimento de um formal suporte diplomático após o casamento Stuart-Bragança, serviu ambos os signatários. Sem a Inglaterra, Portugal possivelmente teria sucumbido diante dos tercios de Madrid e sem Portugal, a Inglaterra não teria encontrado os portos essenciais que apoiaram a construção da sua nova hegemonia e o almejado princípio do equilíbrio continental europeu.

5. O século XVIII. Uma vez mais, a Aliança funcionou num sentido benéfico para ambos os países. Se o tratado de Methuen garantiu a penetração dos lanifícios britânicos em Portugal e tornou bastante clara a prevalência inglesa no nosso país, possibilitou a segurança da soberania nacional no brasil, África e no que restava no oriente. Portugal jamais foi obrigado a participar activamente nos conflitos que devastaram a Europa durante o século - Sucessão da Áustria, da Polónia, Guerra dos Sete Anos, etc - e apenas tivemos uma curta e episódica intervenção durante a chamada Guerra Fantástica, durante a qual a Inglaterra não deixou de assistir as necessidades portuguesas com a segurança da Royal Navy e o envio de competentes chefes militares que reorganizaram o exército português (Conde de Lippe).

6. 1789-1815. Um período longo e difícil, durante o qual Portugal foi obrigado a intervir, devido sobretudo à política absorcionista de Madrid, que inicialmente hostil à revolução, acabou por regressar à órbita francesa. O génio de Napoleão consistiu no principal problema que os ingleses tiveram de enfrentar no Continente e a única possibilidade portuguesa, consistia - como se verificou - na manutenção da Aliança. Significava isto, a manutenção do essencial que era a independência política e com ela, a guarda e garantia do Império. Portugal foi de facto um aliado fiável a partir de 1808, embora no período imediatamente anterior, tivesse sido obrigado a uma política aparentemente hesitante, dado o esmagador poderio terrestre de uma França que contava ainda com o concurso espanhol em terra - na nossa fronteira - e no mar (a terceira frota a nível mundial).

É certo que nesta época, já a Aliança não podia ser encarada num pé de igualdade, dada a enorme distância que separava Portugal de uma Inglaterra que vivia o pleno arranque da 1ª Revolução Industrial e cuja frota dominava todos os mares, quantitativa e qualitativamente. Na época, a Inglaterra já era de facto uma potência global, numa escala que apenas poderá ser comparada aos EUA dos nossos dias.

7. 1815. Contra todas as probabilidades, Portugal sentou-se na Grande Mesa do Congresso de Viena, com uma categoria que a posse do Brasil lhe garantia. A transferência da Corte para o Rio, sob os auspícios e protecção dos ingleses; cobertura da política nacional na firme delimitação de umas já muito alargadas fronteiras do Brasil; a vitória total sobre a França, com a plena participação de um reorganizado, numeroso e pujante exército português, são alguns dos aspectos a considerar como essenciais para a natural consagração de uma independência que bem poderia ter sofrido as vicissitudes de outros pequenos Estados retalhados ou anexados por mais poderosos vizinhos. A Aliança serviu-nos plenamente e a contento de ambas as partes.

8. O Ultimatum. Consiste no sempiterno argumento republicano para atacar a Monarquia Portuguesa. De facto, viviam-se já em pleno as consequências decorrentes do estipulado pelo Congresso de Berlim que como sabemos, estabeleciam o primado da ocupação que firmava a Soberania, em detrimento dos já vagos e materialmente caducos "direitos históricos", que aliás Portugal jamais cumpriria no Brasil (Tratado de Tordesilhas, por exemplo). Neste momento, temos a presença perturbadora do PRP que acicata demagogicamente as gentes urbanas, num sentido claramente radical e de um nacionalismo próprio do século XIX, prenhe das consequências da revolução francesa de 1789 e que transformaria o mapa da Europa com o nascimento de Estados unificados. Uma vez mais pesou a ameaça da União Ibérica, artificiosamente gizada em Madrid e que pretendeu aliciar D. Luís I e D. Fernando II com a hipótese de uma formal "unificação inversa", com um protagonismo dinástico português que muito mal disfarçava o evidente beneficiário final: a Espanha.
A política partidária sofria a pressão de uma exaltada - embora muito minoritária - opinião pública, ciosa de prerrogativas, mas totalmente irrealista quanto às reais possibilidades do firmar da soberania nacional sobre vastíssimos territórios em África (o Mapa Cor de Rosa). A prudente política de D. Carlos I que muito bem via na Inglaterra a exclusiva garantia da manutenção de um Império certamente mais reduzido - e que acabou por se tornar no 3º mais vasto Império colonial europeu -, reencaminhou Portugal no sentido da Aliança que antes de tudo, servia para manter em "mãos amigas da Inglaterra", preciosos territórios que pela vastidão e situação geográfica, inevitavelmente eram pretendidos por alemães e franceses. Paradoxalmente, o fracasso dos sonhos de Barros Gomes, acabou por permitir o importante conjunto territorial que hoje forma os PALOP. Neste aspecto, há que reconhecer o essencial papel desempenhado pelo rei. É uma verdade histórica que se torna hoje impossível menosprezar.

9. As Guerras Mundiais. Se a IGM parece ter apenas servido para um muito desejado reconhecimento internacional de uma república portuguesa bastante desprestigiada pelos acontecimentos de 1908, 1910 e consequentes conturbados anos de violência, cerceamento de liberdades e garantias constitucionais e ruína económica, há que reconhecer que uma vez mais, a colocação de Portugal ao lado da Inglaterra, acabou por consagrar por algum tempo, a intangibilidade do património colonial. Isto, apesar da estrondosa e inapelável derrota da república em todas as frentes de batalha.

A II GM demonstrou uma vez mais, o pleno benefício mútuo de uma Aliança que desta vez, jamais pretendeu exigir de Portugal qualquer sacrifício de sangue. A neutralidade serviu para manter aberta uma preciosa via de comunicação marítima que ligava a Grã-Bretanha ao Ultramar, EUA e sobretudo, à crucial frente mediterrânica, essencial para a manutenção do esforço de guerra britânico. Portugal não foi invadido e arrastou a Espanha para uma neutralidade que em última análise, impediu uma vitória total do Eixo no Atlântico.

Nestas curtas linhas e de forma muito simplista, é esta a visão a reter da Aliança luso-britânica. Portugal é independente, não existe qualquer potência hegemónica no continente europeu e mais importante que tudo, temos hoje uma importante CPLP, facto histórico e bem real que pode ser considerado quase como um milagre na política internacional, dada a reduzidíssima dimensão territorial, política e económica da chamada pátria-mãe.

Como nota final, creio que o Daniel deve ter sido bastante influenciado pela Aliança Peninsular de António Sardinha, obra muito interessante mas totalmente desfasada das realidades que então e agora condicionam a política externa portuguesa. Termino com aquela frase usada por D. Carlos para enquadrar a actividade do Ministério dos Negócios Estrangeiros:

"Podemos estar de mal com todo o mundo, menos com a Inglaterra e o Brasil".

Hoje, o grande rei a isto acrescentaria os Estados Unidos e os países da CPLP.

Aliança Luso-Britânica o que temos lucrado?

Esta reflexão exprime unicamente o meu ponto de vista pessoal, sobre a mais antiga aliança do mundo ainda em vigor.
Quando somos aliados de alguém, tal pressupõe uma série de vantagens, obrigações e deveres de entreajuda e respeito mutuo. Isso tem acontecido desde que ela foi assinada em 1373? A meu ver, a aliança tem beneficiado mais os ingleses em detrimento dos Portugueses. Até atrevo-me a dizer, que a Inglaterra só invocou a aliança, sempre, para a satisfação dos seus próprios interesses. E quando não lhe convinha, traia-nos descaradamente. Ou não foi isso que aconteceu no ultimato inglês?
Hoje pergunto-me o que ganhamos em aliar-nos a um povo tão mesquinho, falso e interesseiro como são os Bretões? Para além do escárnio, poucas vantagens. Não nos esqueçamos que nos sujeitámos a ser invadidos pelos franceses por causa dos ingleses, participamos na 1ªGuerra Mundial, porque os ingleses permitiram, saímos a perder do tratado de Methuen, sem falar de outros factos históricos em que a aliança nunca nos beneficiou em nada, actualmente com o caso Maddie, em que os Ingleses tentam passar mais um atestado de incompetência à nossa Policia Judiciaria.
O que os Ingleses têm, que nós não temos? Estruturas politico- administrativas eficientes, porque, fora disso a superioridade dos Ingleses face aos Portugueses é questionável e debativel em termos culturais e civilizacionais.
Acho que devíamos repensar a quem devemos aliar. Alianças com a Espanha, ou com o Brasil poderiam ser mais proveitoso e vantajoso.

Centenário da república: o que celebramos?

Segundo um estudo a apresentar mais logo pela SEDES sobre a qualidade da democracia portuguesa, mais de dois em cada três eleitores consideram que não existe igualdade de tratamento dos cidadãos perante a justiça, enquanto 51% dos inquiridos afirmam-se insatisfeitos com a qualidade da democracia. Do Público.

Mais luz


É já amanhã Sábado 4 de Julho, pelas 16h30 a apresentação do romance "Espíritos das Luzes" do nosso Octávio dos Santos que decorrerá no Salão Nobre dos Paços do Concelho de Penamacor. Por não me ser possível (uma vez mais) comparecer à festa, aqui antecipo um abraço de parabéns ao autor.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

E se cada um de nós pudesse colaborar na elaboração de uma nova Constituição?

Sob os auspícios do Concelho de Fóruns do Instituto da Democracia Portuguesa (IDP), decorrerá no Museu das Comunicações, Átrio da Casa do Futuro, no próximo dia 11 de Julho o entre as 10.00hs e as 18.00hs o debate de lançamento do Constituição 2.0.
Esta iniciativa tem como objectivo a construção participada, através de ferramentas colaborativas e interactivas ao dispor dos utilizadores da Internet (twitter, blogue, facebook), de uma nova Constituição para Portugal.

Participe! Para inscrições e esclarecimentos visite Constituição 2.0 ou contacte a organização pelo endereço electrónico: democraciaportuguesa@gmail.com