terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Encalhados num beco da História
António Ribeiro Ferreira com o amargurado cepticismo com que nos vem brindando nos seus editoriais do jornal i, hoje retoma en passant um assunto de vital importância para o nosso regime em acelerado estado de corrosão: a reforma do sistema político.
Porque no meu entender o parlamento é o órgão de soberania plural e democrático por excelência, onde salutarmente se deveriam confrontar as diversas facções representativas de interesses e ideias, é trágico concluirmos que a famosa reforma nunca irá para a frente pela simples razão de os aparelhos partidários, velhos, desgastados, corruptos, clientelares, fechados, máquinas de emprego público e de muita cacicagem, não quererem assinar a sua sentença de morte.
De resto desenganem-se os iludidos, que os restantes vértices do regime também são enfermos e não auguram nada de bom. Perante a borrasca que nos ameaça a todos, atente-se como se encontra comprometido o papel basilar da Chefia de Estado, não especialmente por causa da proverbial aselhice do actual inquilino de Belém, mas pela natureza fundacional do cargo. Se a sua legitimidade sufragada eleitoralmente, especialmente nesta conjuntura, impele à intervenção e confusão de narizes com o Executivo, a sua real falta de poderes denuncia a sua patética inutilidade. Compreende-se porquê os mais genuínos republicanos, vacinados pelo regime semipresidencialista que vigorava na monarquia constitucional, sempre dispensaram a figura do presidente, ou a tal “benigna ficção” como lhe chama Miguel Morgado.
Hoje como nunca, a crise brutal que mina transversalmente toda a sociedade civil, apela à autoridade de uma voz (ou silêncio), independente, que seja ao mesmo tempo, representante dele próprio e de todos os que o antecederam e do todo que somos como povo, resiliente realidade transgeracional com 900 anos de História. É trágico, mas o regime não oferece aquilo que nunca como hoje foi tão urgente: uma reserva moral a montante da espuma dos dias, figura independente e aglutinadora de motivação e esperança. Algo impossível a quem emergiu da guerrilha politica e da gestão dos clientelismos e ilusórias negociatas que conduziram o país ao presente abismo. Estamos de facto entregues à deriva e favores europeus, cujos ventos esperamos se nos revelem indulgentes para com a nossa miséria. Que jamais as guerras, regicídios ou revoluções dos últimos duzentos anos conseguiram mitigar.
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Discutir o regime
Tem razão o João Ferreira do Amaral quando conclui, aqui em baixo, que Portugal não precisa de um chefe de Estado que assuma o propósito de fazer difícil a vida ao governo. (...) Que sentido fará eleger, por sufrágio directo e universal, o chefe de Estado, que assim carrega uma legitimidade em tudo idêntica à de outros órgãos de soberania? Não faria mais sentido que o chefe de Estado estivesse revestido de uma legitimidade diferente e historicamente qualificada? Não seria preferível termos um Chefe de Estado independente e que fosse, a cada passo, mais do que ele próprio? Que fosse ao mesmo tempo, ele e todos os que o antecederam? É que muito mais importante do que o poder - necessariamente sempre limitado- é a autoridade. E a autoridade do Rei é dos mais preciosos activos políticos.
Nuno Pombo no 31 da Armada
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
A república "impossibilitada"
À falta de melhor explicação sobre a "impossibilidade", o cancelamento à última hora da visita do Chefe de Estado à Escola António Arroio, onde era esperado às 10.30 com uma manifestação à porta, é um terrível sinal dos tempos. Onde está por estes dias difíceis - em que tanta falta faz - a tal referência unificadora e apartidária dos portugueses, a tal “ficção benigna” da Nação, como dizia em tempos Miguel Morgado?
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
Liurai Portugal D. Duarte Varganza visita mai Timor-Leste
Liurai Portugal Dom Duarte Vargansa hasoru malu ho Prezidenti da Republika hodi koalia kona ba koperasaun entre Portugal ho Timor-Leste durante ne’e.
Enkontru ne’e hala’o Sesta-feira ne’e iha Palasio Prezidensial Nicolau Lobato, Dili, hafoin hasoru malu Liurai Portugal ne’e, Liurai ne’e hateten katak, hasoru malu ne’e koalia kona ba koperasaun nasaun rua durante ne’e.
Dom Duarte Vargansa senti kontenti hala’o vizita mai Timor-Leste tamba bele haree rasik Progresu dezenvolvimentu ne’ebe oras ne’e dadaun estadu Timor-Leste halo iha rai laran.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Isabel II
(...) É por isso que recordo uma mulher, 60 anos de trono, 16 países. Uma rainha. Um contrato de gerações, para além dos Estados. Um problema para quem não compreende a tradição. Nem a macropolítica. Não cabe numa folha Excel. Nem num regulamento de manga de alpaca feito notável da treta.
José Adelino Maltez, no Forte Apache
José Adelino Maltez, no Forte Apache
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
Venha daí o referendo
Se a Restauração vier, virá para aprofundar a liberdade e a união de todos os portugueses. Foram cem anos perdidos, de bagunça seguida de ditadura e ditadura seguida de bagunça. Que venha, pois, o tal REFERENDO.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Cheia ou vazia?
A carteira está cheia ou vazia? Se for a minha tem moedas, se for a dele tem notas verdes, se for da Maria tem as fotos de família, se for da República tem um grande buraco, impossível de cozer.
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