É um discurso vulgarizado aquele que dá hoje à pena o jornalista André Macedo, pessoa de responsabilidade, director do jornal online Dinheiro Vivo num comentário ao Diário de Notícias: Se vencer a Nova Democracia será mais do mesmo - um horror para os gregos, uma pesadelo para os outros europeus - embora a Zona Euro ganhe tempo para tentar aquilo que ninguém discutiu até hoje: uma Europa federal, integrada, com um parlamento representativo e fiscalizador de (hélas!), um Governo supranacional. Já sei: seria um espécie de casamento forçado, um casamento de caçadeira. E então?
E então? Hipotecar formalmente um pouco mais da soberania Nacional por um prato de lentilhas e uma caçadeira encostada à nuca é o preço da saída da crise? Além de claramente definidos os limites dessa "união política", a colocar-se, ela terá imperetrivelmente de ser sufragada. Caso contrário será mais um passo firme para adensar a salganhada que constitui esta desgraçada Europa desenhada à revelia dos povos nos gabinetes de Bruxelas por sociólogos, ex-hippies, trotskistas e comunistas arrependidos. Chamem-me lírico ou idealista, mas pela parte que me toca não aceito a hipoteca de nem mais um milímetro da minha Nação, uma extraordinária invenção que nem oitocentos anos de História conseguiram implodir.
Declaração de interesses: sou dos que terei mais dificuldade a sobreviver à queda do euro - não possuo heranças, bens imóveis nem contas off-shore. Na minha casa, governa-se uma família de seis almas, um dia de cada vez, sem “ordenados” ou “empregos”, apenas à custa muita tenacidade a angariar trabalho para uma micro empresa sobrevivente a uma permanente extorsão fiscal.
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