terça-feira, 7 de agosto de 2012

Compexos


A maioria dos defensores da República vibram o argumento da perpetuação de uma "família" no poder e dizem "Por que razão alguém, só porque sim, há-de ser o representante máximo de um país?". Ora a questão está desfocada. Não se trata de ser o "máximo" mas sim ser um representante "isento" e alheio às convenções e "negócios" do poder. O que separa, hoje, as Repúblicas das Monarquias é a forma de representação de estado, digo, a forma promiscua, corrupta e os negócios de poder que envolvem a "corrida" ao emprego "máximo" de um país, tudo isso envolvido na miragem mentirosa de que qualquer um pode ser presidente!! – basta ler as leis das repúblicas para se perceber que a partidocracia mina a estrada, nunca construída, para o povo se sentar no penico tão desejado. Mas há outro detalhe, muito importante, que desenha o carácter e a cultura dos anti-monárquicos, é a confusão de que um monárquico descende da, ou defende a, "nobreza". Não há nada a fazer. Quem assim pensa nunca teve uma causa, nunca teve uma convicção. No fundo, o anti-monárquico, típico, insinua por complexo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro,

Convido-o a ler as declarações que o rei D. Carlos deu ao jornal "Le Temps" de Paris:

"Aquilo não podia seguir. Então dei a João Franco os meios para governar. Fala-se da sua ditatura: mas os outros partidos, os que mais gritam, pediram-me também a ditatura"
(...) "João Franco era o homem que eu desejava" (...) "Estamos de acordo, completamente de acordo. Trabalhamos armonicamente. Merece toda a minha confiança" (...) "Tudo corre às mil maravilhas. Esta situação durará, e é preciso que dure para o bem do país. Faremos eleições no momento oportuno, sem obedecer às intimidações..."
"O pais aprovará a politica de João Franco. Restabeleceremos o equilibrio do orçamento e extinguiremos o deficit"

Seria assim que a "familia" no poder, com o encorajamento da partidocracia, e alheada de todas as convenções e negociatas, resolveria a nossa situação de hoje.

P.S. Estas declarações estão acessíveis nas páginas da revista espanhola "VIDA INTELECTUAL" 1908, com um artigo da autoria de Juan de Tavares. O blogue http://manuel-bernardinomachado.blogspot.pt/ tem as paginas digitalizadas deste artigo.

Nuno Castelo-Branco disse...

Tenho uma resposta muito simples à questão deixada por um colega do Aventar:

- Just because!

Quanto ao comentário acima, apenas sublinho o facto de D. Carlos ter pretendido alijar a partidocracia que cita e que destruía o regime, encontrando uma fórmula que permitisse ao país um sistema "à inglesa", com uma mais aproximada relação entre os eleitos e os eleitores. O Rei tentou e pagou por isso.