terça-feira, 26 de maio de 2009

Nós os modernos...

A Tralha *

A propósito ainda do pedido de demissão de Michael Martin é interessante ver como o parlamento inglês apresenta uma pobreza tecnológica e até uma falta de conforto constrangedores quando comparados, por exemplo, com o parlamento português. Nenhum daqueles parlamentares britânicos exibe computadores durante as sessões até porque, à excepção dos joelhos, não teria onde colocá-lo. Mas questionam e discutem como compete a quem tem História e presta contas ao povo. Por cá exibem computadores, sempre ligados para dar um ar de ocupação, como os funcionários das repartições.

* Helena Matos no Público e retirado daqui

9 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

...é, os computadores para ver os resultados da bola, as transferências dos jogadores, ou "engatar" na net. Só pode ser!

Borgia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Borgia disse...

Não entendo como é que a pobreza tecnologica pode ser sinal de gloria para alguem.
Quem sabe alguns Deputados vêm aqui ao blog, buscar inspiração.
Seria interessante visitarem os parlamentos de outras democracias, para verem que estão mais avançados.
Estranho esse gosto pelos Ingleses que nos impuserem um Ultimatum em 1890. Cuja rainha Victoria ofereceu uma coroa a Gungunhana como premio pela luta contra os Portugueses ajudando assim Inglaterra a impor o Mapa Cor de Rosa.
A unica vez que Portugal teve a coragem de levantar a voz contra esse monarquia que espezinhou portugal foi com Salazar ao recusar entrar na guerra ao lado dos aliados.
Provou-se em Portugal que o facto de D. Carlos ser parente dos reis Ingleses (são todos primos uns dos outros é o que vale) foi mais um motivo para não agir para não afrontar os queridos parentes.
A vantagem republicana, é precisamente a de os Presidentes da Republica não terem laços de parentesco dinásticos que de quando em vez os coibem de tomar as medidas acertadas

Rui Monteiro disse...

Este Borgia deve ser da Associação de Ateiístas LOL

Volta Space, temos saudades :)

Jorge Santos disse...

Mais interessante que isso é ver como o Reino Unido, uma Monarquia, está crivado de politicos corruptos. E ainda se quixam os portugueses...

Borgia disse...

Nada disso.... Ateista Jamais....nem ateu tão pouco. Catolico e de boas familias. Nem tao pouco apoiante de grupelhos como o republica e laicidade. Apenas orgulhosamente republicano.

Nuno Castelo-Branco disse...

Caros Bórgia e Space
1. É evidente que o relacionamento entre dois Estados com diferentes capacidades quanto ao poder económico - e militar -, terão uma igualmente diversa gestão da dita aliança. No entanto, será perfeitamente extemporâneo analisar negativamente a Aliança Luso-Britânica, pois a ela devemos seguramente a nossa independência a partir de 1640. Mesmo contabilizando todos os sacrifícios - e foram muitos -, valeu a pena.
2. OUltimatum.
É um tema de recurso já há muito tempo. Há primeiramente que avaliar a situação interna portuguesa na época. O prp era furiosamente nacionalista, como muito bem sabe. Através da demagogia comicieira, da propaaganda e grandes tiradas delirantes acerca da possibilidade de novos Brasis em África, empurrou os partidos parlamentares para uma situação de coacção moral. A desastrada política avalizada pelo ministro Barros Gomes, fez o resto. Portugal não tinha capacidade financeira, demográfica ou militar para ocupar e exercer a soberania sobre o chamado Mapa Cor de Rosa. Simplesmente, é esta a clara verdade. Pelo contrário, se subsistiu um importantíssimo património colonial, isso deveu-se em grande media, ao facto do citado parentesco do rei D. Carlos com as casas reais da Inglaterra, Alemanha, Bélgica (etc) e ao expresso desejo inglês em manter em "mãos amigas", valiosos territórios que de outra forma teria forçosamente de partilhar com a Alemanha e a França.
A gritaria demagógica post-Ultimatum, fez o resto. Por pressão da rua, o Parlamento rejeitou o primeiro Tratado com Londres, que até nos concedia a livre passagem pelo Zambeze, ligando fluvialmente as duas colónias, ou sejam, Angola e Moçambique. Imagine o que teria sucedido mais tarde, no século XX, se Portugal tivessem essa enorme vantagem...
O nacionalismo furioso dos finais do século XX e a consequente demagogia e perfeito irrealismo em que a vida portuguesa mergulhou, trouxe-nos aquilo que bem sabe. O Estado Novo aproveitou fartamente aquilo que os republicanos criaram e disso qualquer historiador honesto tem a certeza. Sabemos o que depois sucedeu.
Quanto à rainha Vitória, deixe-me que lhe diga - sem querer ser pretensioso ou ofensivo - que as coisas não foram bem assim, até porque no R.U., o monarca não controla a política externa. Pelo contrário, Vitória procurou influenciar o governo de Salisbury, no sentido de contemporizar com o governo de Lisboa, mas os interesses da City londrina - onde pontificava um certo aventureiro Cecil Rhodes -, eram por demais poderosos para que a rainha pudesse de facto impor a vontade. A cobiça que na Europa grassava por Angola e Moçambique, era bem conhecida e apostava-se abertamente na divisão entre pelo menos, o R.U. e o II Reich. Neste capítulo, o monarca britânico pouco ou nada podia fazer, como muito bem sabe. É que no R.U., todas as acções governamentais - do Estado - são exercidas em nome da Coroa, algo para nós difícil de conceber, habituados como estamos a tratar o Estado por "eles". Grande diferença e que posso considerar - sem exagero - como sublime.

Nuno Castelo-Branco disse...

Continuando,

3. Os presidentes. Tem razão, Bórgia, em regra os presidentes não têm entre si - pelo menos na Europa - laços de parentesco. No entanto, bastas vezes possuem e ostentam outro tipo de laços bem mais problemáticos e bastas vezes lesivos do interesse do próprio país: laços políticos, de seita semi-religiosa e pior que tudo, económicos. Sabe bem ao que me refiro. Pior que tudo isto, frequentemente possuem um poder de tal forma lato que faz empalidecer a concepção do poder outrora atribuída ao chamado "absolutismo", aliás plenamente exercido pelo grande herói dos republicanos, o marquês de Pombal.
4. Salazar. Na verdade, fez um grande favor à Inglaterra que antes de tudo, pretendia ver a Península sem a presença de panzers alemães. Imagine o que teria sucedido com a chegada das Divisionen a Lisboa e a Gibraltar. Parece-lhe que seria possível impedir a vitória do Eixo no Mediterrâneo, com a consequente tomada do Suez e dos recursos petrolíferos do Médio Oriente?
Salazar praticou a política acertada no momento exacto, isso há que reconhecer. Sobretudo, fez a política da Inglaterra, garantindo também a posse das colónias. Nem podia ser de outra forma.
5. A corrupção inglesa. Existe, como se vê. A diferença relativamente a Portugal? Lá é severamente punida, quando provada, enquanto no nosso país, limitamo-nos a uns patéticos frentes-a frentes televisivos, sem consequências de maior.

Borgia disse...

Caro Nuno

Se quiser foto da Coroa oferecida pela rainha vitoria a Gungunhana, posso lha enviar. Está na mão descendentes do Mousinho. Já a vi...e não é ficção. Fala-me da Rainha victoria com Salisbury. E porque não com Disraeli? Em que a monarca punha e dispunha como bem queria numa aliança fez balancear o poder para o lado da monarca.
Dom Carlos tentou fazer o mesmo com Costa Cabral, o que lhe custou a vida.
A historia está pois cheia destas promiscuidades em que os reis não sabem estar a altura.
Com as republicas, resolvemos a coisa. Mandamos embora.
Com a monarquia...tivemos de fazer o mesmo. Mandamo-los embora.
Quanto a ligaçoões maçonicas como sugere, nao esqueça que Dom Pedro IV era maçom bem como o seu filho Pedro II do Brasil, bem com Reis Ingleses etc etc etc.