A prática de regicídio parece ser uma constante no comportamento daqueles que pretendem derrubar as monarquias. Que eu saiba, república alguma jamais foi implantada por votação impoluta. Llembro o caso italiano, em 1946, em que a contagem foi interrompida quando as regiões mais fiéis à Casa de Sabóia começaram a inclinar o prato da balança para a manutenção da chefia de Estado dinástica, ou lembro, ainda, o caso grego, em que os ditadores militares fizeram um plebiscito absolutamente viciado. Recentemente, a abolição (até ver) da monarquia nepalesa saíu de um arranjo visando oferecer aos maoístas a participação no governo daquele país dos Himalaias. Ao povo nepalês foi negado o direito de decidir. Matar reis, exterminar por atacado famílias reais, parece ser a especialidade dos inimigos das monarquias.
Ontem, um celerado quis matar a família real holandesa. Parece não haver novidade, porquanto o século XX oferece interminável sucessão de crimes de sangue contra famílias reais: Humberto I de Itália, D. Carlos I de Portugal, Jorge I da Grécia, Francisco Fernando da Áustria, Nicolau II da Rússia, Alexandre I da Jugoslávia, Faisal II do Iraque, Sisavang Vatthana do Laos, Lord Louis Mountbatten of Burma. Os inimigos da monarquia sabem-na popular e entranhada na consciência e afectos do povo, pelo que a "propaganda pelo facto" - expressão cunhada pelos anarquistas do século XIX - constitui o único meio para virar a página e impor o facto consumado irreversível. Há semanas, no último dia das barricadas vermelhas em Banguecoque, fui ao acampamento dos republicanos tailandeses e travei interessante diálogo com um seguidor de Thaksin, professor do ensino secundário e ardente defensor da república. Falou-me despreocupadamente sobre as suas convicções e, ao terminar a sua exposição, deixou cair um sintomático "até seria melhor se a família real desaparecesse". Sabemos o que isso quer dizer. Desaparecer quer dizer "assassiná-los a todos, sem excepção". Estes republicanos são uns bons safados !
Miguel Castelo-Branco, in Combustões, 2-5-2009
19 comentários:
E ainda falam da hereditariedade e de sangue Real. Os vampiros são eles e ao que por vezes parece corre-lhes no sangue.
Ainda não me lembrei de moder as outras pessoas.
Mas digam-me uma coisa, se os republicanos fossem vampiros, então vocês ja teriam sido mordidos... certo?
No entanto, têm liberdade para terem um blog na net, e vários espaços de net, reunem-se sem terem a PIDE a vigiar e até levam o vosso doutrinador a Roma para o beija mão ao Vaticano.
Sinceramente, que querem mais?
Reunam as assinaturas todas e candidatem o vosso Duarte Pio à presidência da república. Ou é imcompatível??? Ou têm medo do resultado?
Ó caríssimo, pela parte que me toca, ironizei alguns republicanos, não todos. Se isso não está perceptível, fica agora.
Quanto à liberdade é discutível. Não há PIDE, mas há outras.
O que quero mais? Muita coisa.
À presidência?O Rei?Gosto da sua ironia acéfala, ou então sou demasiado estúpido para perceber o que li, ou você acabou de inventar a pólvora.
Adorei o seu comentário.
Tem toda a razão.
Somos uns imbecis.
Parabéns.
Acéfala???
Olhe que não é assim.
Ou o Duarte é demasiado sangue azul para se submeter ao voto popular?
Os vossos presidentes é que de vez em quando lhes dá para quererem ser reis. Quer exemplos:
- o vosso heróis Bonaparte que tanto bem fez a Portugal.
- o Yuan -shi-Kai que depois de ser presidente da China, se proclamou imperador.
- o vosso ex-colega Ahmed Zogu, presidente da Albânia, que "lhe deu" para se proclamar rei Zog I
- o vosso amado Luís Napoleão, que de repente lhe bateu na consciência e se metamorfoseou em Napoleão III.
- o pateta do Sidónio que por pouco se proclamava rei. Já se fazia tratar por "presidente-rei"...
- o vosso amigo descolonizador Jean Bedel Bokassa, que entre uma dentada num fígado e uma negociata com o presidente da França, se transformou em Bokassa I.
- um tal Iturbide que de presidente do México, acabou por se proclamar imperador.
- já agora, a dinastia Soares que teve início com o ex-reverendo João Soares (capelão do exército de Sua majestade e que proferia uns distintos sermões laudatórios ao rei), continuou com o dr. Mário e segue com João II? Se o Soares se proclamasse rei, decerto a cor da sede mudava logo para azul bebé.
O Duque de Bragança presidente? Não aceitaríamos, nem que tivesse 90% dos votos. é que com a participação escassíssima que as presidenciais têm (menos de 52% dos eleitores), 90% são quase NADA. E o senhor D. Duarte não é atreito a corrupções!
O Rei submeter-se ao "voto popular". As coisas que se lêem nas caixas de comentários...
Sr. Ricardo, deixe lá a Monarquia, já vimos que tem vastos conhecimentos na área. Continue a sua odisseia políticopartidária neosocialista, boa viagem e boa sorte.
Oh Malta no Nepal não foi o príncipe real que matou a gangada toda?
Wegietal primeiro toma a dose diária e depois vem cá falar sem ser a ressacar.
Estou a ver...
Ou é Rei imposto ou não é.
Isso cá de eleições para eleger alguém não é com vocês...
Ainda se intitulam democráticos, mas nem com 90% de votos aceitavam um Presidente.
Vocês contradizem-se de todas as possíveis maneiras, para além de considerarem que o Duarte Pio é uma personalidade indigna de se submeter a eleições.
Quanto a corrupção... são bem conhecidas as histórias da Monarquia... dos golpes palacianos, das execussões e das prisões arbitrárias.
Quanto ao Nepal... o exemplo dado pelo Wegie é real... pena que o vosso argumento seja tão pobre quanto isso.
Ricardo, você é míope ou de compreensão lenta. Não tente esgrimir argumentos com quem não lhe está para aturar a mediocridade intelectual que se vê. Cinja-se à sua concepção política e às suas brincadeiras de berço na JS.
Ó Ricardo:
Não é «execussões» mas sim «execuções». Seria de esperar que todos os republicanos soubessem escrever correctamente a palavra que designa a sua actividade favorita.
Quanto ao que aconteceu no Nepal, doidos há em todos os países e em todas as posições sociais... Mas digamos que nós aqui, na Plataforma, tendemos a preferir as monarquias europeias contemporâneas e de matriz cristã. Dificilmente encontrará neste espaço alguém que defenda, por exemplo, a monarquia saudita.
E não vou entrar muito pela discussão ridícula sobre o tema «um Rei não é eleito»; a não eleição de um Rei, ou de uma Rainha, pode e deve ser, precisamente, a melhor garantia da sua isenção. E o soberano deve ser sempre confirmado, ou não, pelos representantes dos cidadãos, e, se não tiver capacidades para o cargo, pode ser substituído. Além de que existem sempre eleições livres e justas para os parlamentos, para as autarquias... Bem melhor do que aquilo que acontece em países como Cuba e a Coreia do Norte, onde as eleições não são livres nem justas, e onde existem autênticas «monarquias» dissimuladas e não democráticas: no primeiro o irmão mais novo sucedeu ao irmão mais velho, no segundo o filho sucedeu ao pai...
Octávio dos Santos:
O meu lema é para dois pesos duas medidas, pena que os monarquicos não pensem assim.
O senhor diz que dificilmente um monarquico portugues defenderá uma monarquia do género saudita, mas também dificilmente um republicano portugues defenderá uma república do género norte-coreano. Aliás, mais depressa o faria um monárquico, precisamente porque a Coreia do Norte se parece tanto com uma monarquia absolutista.
Há, quanto á escolha democrática do regime (por eleições) tenho-lhe a dizer que não me recordo de nehum país onde uma eleição dessas tenha dado a vitória á monarquia, por isso não sei porque tanto defendem isso quando alias as sondagens vos dão cerca de 10% das intenções de voto.
Brasil e Itália fizeram essa eleição e deu em vitória da República.
Espanha não o fez e por culpa disso os espanhois (maioritariamente republicanos) são obrigados a aturar um rei educado por Franco, que talvez por isso, manda calar outro chefe de estado que foi convidado precisamente por Espanha.
Naturalmente, os srs. monarquicos deste site aprovaram essa atitude muito pouco educada da parte de um rei, e que provocou um embaraço diplomático a Espanha. E os srs. aprovaram-na só porque o dito chefe de estado insultado era um presidente. Se fosse um rei ficariam calados e asobiavam para o ar.
Miguel Barroso:
Grande democrata que me saiu.
E da próxima, argumente... se tiver inteligência para isso.
Octávio dos Santos:
Coloque um pouco mais de substância no que escreve. Palavras ocas não servem de muito.
Já agora, uma monarquia cristã, fixe, com inquisição e tudo o mais?
Mais, falam da Coreia do Norte, mas aquilo é uma verdadeira Monarquia. O poder passou do Pai para o filho e parece que vai chegar à terceira geração. Melhor exemplo de monarquia é esse.
E o facto de rejeitarem de colocar o Duarte Pio em eleições só reforça a vossa visão Coreana da coisa.
Ricardo:
já lhe disse que não esgrimo argumentos com a sua mediocridade intelectual, não vale a pena, nem tenho paciência. Só argumento quando quero. Leve lá a bicicleta.
Se sou ou não democrata e tenho ou não inteligência, isso é problema seu, não meu.
Chame-me o que quiser.
Está no seu direito. E eu no meu.
Se se sentir bem por ter a última palavra escreva para aí...
PS - Não o conheço de lado nenhum para ter o dever de ser democrata consigo ou argumentar seja o que for.
PPS - Os personagens escatológicos como você não se sabem calar.
Não me parece que esta discussão tenha acontecido no seu blog. Devia coibir-se de vir aqui provocar, mas é livre de o fazer.
Miguel BArroso, não quero que chore nem que se enerve.
Mas acho piada que farta-se de fazer considerações sobre a intelectualidade dos outros, quando na realidade a sua não é mostrada. Será possivelmente devido à inexistência da mesma.
Quanto ao seu sentimento de desagrado de eu vir aqui chatear um bocadinho, deixe-me que lhe diga uma coisa, existe um post neste blog a lamentar que as discussões que acontecem na blogosfera não transpareçam para os mídia (um pequena contradição), logo querem que as dicussões nos blogues transpareçam para a TV, mas se algume vem discutir com vocês, mostram logo desagrado pela presença.
Isso também mostra o caracter como monárquicos. Não admitem sequer que se possa questionar a legitimidade de uma figura qualquer assumir o poder só porque é filho de A e B. Se isto é democracia...
Quanto à sua falta de intelectualidade, isso não é um problema meu... garanto-lhe, estou a marimbar se o senhor é inteligente ou burro.
Quanto ao meu blog, eu não sou o administrador do mesmo, apenas escrevo, mas sinta-se à vontade para ir lá. Será bem vindo.
Ricardo, já lhe respondi a tudo isso.
Ó Ricardo:
Quem tem estado a utilizar argumentos sem substância e palavras ocas é você, como o demonstram as inúmeras «post(as de pescadinhas de rabos nas boca)s» que você tem andado a despejar por aqui.
O meu raciocínio foi muito claro e substantivo: um Rei é à partida mais isento e garante mais e melhor a unidade nacional (e, logo, a base para um efectivo desenvolvimento) porque não é eleito, porque não provém de qualquer partido. Nesse sentido, recordemos o comportamento vergonhoso de Jorge Sampaio em 2004 e facilmente concluiremos, e concordaremos, que dificilmente – aliás, nunca! – um Rei desceria tão baixo para beneficiar, ilegitimamente, um partido de que (não) fosse originário.
Você não rebateu as minhas palavras porque não pode, porque não sabe, pelo que recorreu a criancices, a parvoíces, como a de invocar a Inquisição... sinceramente, isso é tudo o que tem? Os clichés, as frases feitas, os preconceitos? Você deve ser mesmo uma das muitas pobres «crianças» que personificam o insucesso escolar no nosso país; devem ter-lhe «ensinado» - e você, «ingénuo», acreditou – que antes de 5 de Outubro de 1910 vivíamos em pleno absolutismo obscurantista. Mas, olhe, prepare-se para o «choque»: antes daquela malfadada data havia mais liberdade e mais democracia – e isto é uma verdade i-n-c-o-n-t-e-s-t-á-v-e-l (e inconveniente...)
A minha referência é a Monarquia moderna, tal como é praticada pelos países mais progressistas da Europa, e também no Japão, cuja sociedade foi (re)construída segundo um modelo ocidental. E todos os ditadores devem ser combatidos, seja qual for o «formato» sob o qual se apresentem: Hugo Chávez não foi mandado calar-se por ser «republicano»; foi sim por ser um arruaceiro arrivista que insultou alguém que não estava lá para defender-se.
Numa Monarquia moderna não há o perigo de uma deriva totalitária; o mesmo não se pode dizer da república, como muito bem lembrou acima, com exemplos, o Nuno Castelo-Branco.
"recordemos o comportamento vergonhoso de Jorge Sampaio em 2004 " - Por isso é que vocês não qurem mais república...
Já deu para perceber tudo...
Mais uma vez, em que medida é que um Rei, tipo a figura típica do Duarte NUno garante o que quer que seja...
Sobretudo se não for eleito...
Já toda a gente lhe respondeu. Não lhe agrada a resposta, fique na sua e nós na nossa.
Há diferenças entre almas, e ainda bem que as há. Respeite as diferenças e siga em frente.
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