segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Um tumor....


Ninguém celebra uma dor de dentes, uma otite aguda, um panarício ou uma escrófula. A república resume-se a isso: um acidente que não foi debelado a tempo por um bom antibiótico ou por lancetamento de hábil bisturi. Ficou. O tumor não matou, mas calcificou. É um abcesso que se vai cobrindo com os piedosos paninhos perfumados ou disfarçado com cosméticos, mas não pertence ao corpo em que se instalou.


Miguel Castelo Branco in Combustões