terça-feira, 12 de outubro de 2010

A malaposta republicana.


Foi em 1961 que se inaugurou o primeiro troço da auto-estrada Lisboa-Porto. Duas dezenas de quilómetros, desde a capital até Vila Franca de Xira. Seguir-se-ia, a norte, o pequeno troço até os Carvalhos. E durante décadas não aconteceu mais nada - porque não ocorrera ainda a desão à CEE e escasseavam os esmoleres.
Lembram-se? A EN1 atravessando sucessivamente S. João da Madeira, Oliveira de Azemeis, Águeda, Coimbra, Leiria... Lembram-se desse inferno? Já nos suspiros derradeiros do século XX!
Finalmente ganho o Toto-CEE, a obra lá se retomou, sendo concluida em 1991. Apenas há 19 anos as duas principais cidades portuguesas se encontram ligadas por uma auto-estrada!!!
A culpa é, claro, da longa noite monárquica - oitocentos anos em que nenhum rei se lembrou de mandar fazer... auto-estradas.

1 comentário:

Filipa V. Jardim disse...

Então se lhe juntarmos a "carreira" que saía à meia noite do Arco do Cego e chegava a Braga às sete da manhã...sendo que daí para a frente era tudo para pior. A Viana ia-se lanchar e a Vieira do Minho ia-se jantar. Com sorte. De comboio também era maravilhoso. Especialmente a travessia do Douro.Para os incautos lisboetas claro, que os nortenhos, espertalhões, apeavam em Gaia.Nada de aventuras com "testemunhos" e "tremeliques".
De carro, havia quem trouxesse farnel, livros para os meninos pintarem e aproveitasse para umas terriveis "sabatinas" aos rios e afluentes, normalmente indutoras de uma sesta prudente.