domingo, 23 de janeiro de 2011

Cavaco reeleito por 25% dos eleitores...



São estes 59,57% de desdenhosos do sistema, os brilhantes resultados obtidos pela centenária. Há quem teça loas ao "grande sucesso" e como sempre, aí estão as desculpas para uma derrota que é clara e que a todos os candidatos partidários atinge. O "novo cartão de eleitor", os "problemas do recenseamento" - como se fosse a primeira vez que Portugal vai às urnas -, o "frio glacial", o "sol de inverno", a "irresponsável preguiça" e outras casualidades mais, aparecem como a trilha de atalho para um estrondoso fracasso. Agora, bradam contra aquilo que dizem ser uma "trafulhice organizada pelo governo, CNE e capangas a soldo"! Uma campanha miserável feito por e para gente de discutível dimensão, para um país caído no mais profundo descontentamento que desta forma ignorou todos os apelos. Esta derrota do Esquema é tão mais visível, quando se avizinha um futuro próximo cheio de incertezas e eivado de perigos. Portugal muito bem fez em ignorar os apelos dos seus cangalheiros, sejam eles nulidades vociferantes ou semi-mudos situacionistas por conta própria. O "grande homem, previdente e consciencioso salvador da Pátria", é "reeleito" por 25% do eleitorado. É esta, a representatividade republicana.

Ninguém, a não ser os monárquicos, fez ouvir a sua voz em constantes apelos à não participação. Mesmo assim, muitos de nós houve que se decidiram pela ficção da participação cívica, sendo nítida e perfeitamente escusada, a sua presença nas três primeiras candidaturas.

Muitos conseguiram aquilo que se pretendia, lançando um pacífico aviso aos que querem e mandam. Há cem anos, os precursores dos vencidos de hoje, utilizavam outro tipo de métodos, condenando uma instituição à indelével mácula original. Hoje, a nódoa vê-se como nunca.

Não haverá 4ª República presidencialista. O sistema habilmente armadilhado, prosseguirá o seu caminho para a total insignificância. De facto, quem venceu fomos nós. Os da campanha pelo basta!

A avalanche de ingressos nas Reais Associações, significa algo que há muito aqui avisámos.

1 comentário:

Paulo Selão disse...

Marcelo Rebelo de Sousa já pede obrigatoriedade de voto. Inteligente como de facto ele é, prevê certamente um ecatombe do regime e, ao mesmo tempo, quer-se precaver de uma elevada abstenção caso seja o candidato PSD daqui a um lustro, algo que é notório que ambiciona. Como o voto obrigatório matava dois coelhos (salvo seja) com uma única cajadada.