sábado, 28 de fevereiro de 2009

A PSP censurou o 1º livro depois de 1974, Pornographie ! Vamos censurar a República ?

Auto-retrato de Gustave Courbet

"O líder parlamentar do PS condenou esta quarta-feira a apreensão cautelar de vários exemplares de um livro com a foto de um quadro de Gustave Courbet, em Braga, por suposta divulgação de pornografia, considerando que a actuação da PSP violou o direito à liberdade de expressão, refere a Lusa."

Fonte : http://diario.iol.pt/politica/gustave-courbet-livro-psp-feira-braga-ps/1045361-4072.html

Já agora porque não a PSP apreender a República Portuguesa ? aquela jovem que vemos de há 100 anos para cá com o peito ao léu ? Não será também pornografia ?

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Cortina de fumo: a "4ª república"



O visível estertor do regime da 3ª república, oferece-nos a vantagem de seguir com algum interesse, os argumentos apresentados pelos defensores do status quo e daqueles outros que não pretendendo alterações de monta, propõem a urgente operação cosmética que iluda o generalizado sentimento da necessária mudança.

No semanário Expresso da última semana, Henrique Raposo contesta as posições do vitalício constitucionalista Vital Moreira, o sempre conhecido e estrénuo defensor dos postulados a Constituição de 1976. Tal como Jorge Miranda, concebe-a como coisa sua, digna de figurar no albúm de recordações da juventude, mesmo quando ao tempo era deputado do estalinista PC de Cunhal e decerto sonhava com um articulado constitucional bem diverso daquele que conforma esta democracia burguesa.

Diz Vital Moreira que a Constituição possui instrumentos de freio e contrapesos sólidos no que cerne aos poderes instituídos pelo texto, evitando-se os excessos da personalização e o défice da reflexão institucional. Desta forma, parece considerar o poder presidencial de dissolução parlamentar, como o mais decisivo contrapoder no sistema. Aqui, fazemos notar - sem quaisquer pretensões, porque somos leigos na matéria, mas nem por isso cidadãos pouco atentos -, a completa anomalia que significa a necessidade de existência de um contrapoder, especialmente quando é fatalmente dirigido contra aqueles que a maioria da população elegeu como seus representantes. Temos pelo reconhecimento desta desnecessária realidade, a assunção da fragilidade do próprio regime, forma híbrida de compromissos firmados num período de transição.

Entramos assim, na plena discussão daquilo a que eventualmente alguns se prepararão para chamar de 4ª república, onde o móbil do contencioso previsível reside na claramente messiânica presidencialização do regime, ou pelo contrário, na própria reivindicação dos actuais poderes do p.r. pelo 1º ministro, com o evidente reflexo no parlamentarismo puro e consequente caducidade do período ainda vigente, no qual o p.r. é eleito através do sufrágio universal.

Os argumentos de princípio geralmente aceites, tal como a necessidade institucional de evitar a personalizaçãp da política, estabelecem os limites impostos pelo próprio conceito de democracia, que se vale sobretudo das suas instituições consagradas em texto constitucional e não em fulanismos de enigmáticos contornos políticos num certo momento. A experiência da 1ª e da 2ª república parece ter feito escola no campo da teoria, mas o contraponto imposto pela realidade de um país que viu a normalidade constitucional cerceada por um hiato de quase sete décadas - 1910-75 -, prova a inequívoca e constante tentação da derrapagem no caudilhismo que só a escassa qualidade - há que assumi-lo - e carisma dos homens públicos, tem impedido a instalação de uma nova situação de hegemonia de um hipotético one man show.

Entre todos os argumentos discutidos, surge bastante clara a partilha do poder por parte dos dois principais partidos rotativos, embora por precaução tal não seja inequivocamente explícito, remetendo-se apenas os dois comentadores, para modelos conformadores do edifício estatal, sem contudo se mencionar uma única vez uma verdade que é por todos conhecida e que aliás, pretende encontrar uma outra fórmula que lhe permita manter-se indefinidamente.

No período de declínio da popularidade de uma dada maioria, é recorrente o apelo da "opinião pública" ao p.r., para proceder em conformidade com o momento político - signifique isto o que significar -, dissolvendo o Parlamento. Desta forma, os mandatos de quatro anos saídos de eleições para a a.r., são mera baliza temporal que confirma para o exterior a democraticidade do sistema, sem que este limite de vigência de uma maioria possa ser encarado como o próprio cerne da existência da reclamada democracia do regime. Dois anos, três anos, no máximo, eis o palmarés invariavelmente apresentado pela 3ª republica, no que respeita à durabilidade dos executivos e respectivas maiorias que os suportam. Comparemos o nosso caso com o da monarquia vizinha e tiremos as conclusões necessárias.

Ao contrário de países como a Dinamarca, onde a simplificação extrema do regime passou pela presidencialização dos poderes do 1º ministro e reserva para o Chefe do Estado - a rainha Margarida II - as incumbências consideradas como históricas, a república portuguesa reflecte na sua orgânica, o profundo conflito de interesses partidários que a conformam, tendo criado uma miríade de instituições que alegadamente servem de fiscalizadoras daquilo que a Constituição estatuta como Lei. Desta forma, foi criado o Tribunal Constitucional, o Procurador Geral da República, o Provedor da justiça, a Autoridade para a Concorrência, o Banco de Portugal e porque não considerá-lo?, o Conselho de Estado. A verdade é que todas estas instituições dependem fortemente da personalidade de quem nomeia o seu titular, neste caso o p.r. e na maior parte das vezes, o próprio partido que detém as rédeas do poder governamental. A reclamada independência dos órgãos face ao poder político de momento, é desta forma uma falácia, pois em regra, os juízes conselheiros são frequentemente, correntes de transmissão do partido a que pertencem, exercendo as suas funções, sem que exista a mínima possibilidade de escrutínio popular às individualidades que encarnam certos princípios políticos ou um dado conceito de organização da sociedade. Os seus poderes são tão vastos que se ergueram hoje aos de fazedores da moral pública vigente, imposta por desconhecidos e tacitamente aceite pela massa amorfa de eleitores despojados de escolher estes legisladores de secreto ou inacessível areópago.

Curiosamente, Henrique Raposo aponta claramente para a necessidade de uma revisão dos pressupostos que envolvem os poderes presidenciais, parecendo querer atribuir ao temporário inquilino de Belém, a possibilidade de nomeação vitalícia de juízes do Tribunal Constitucional, sob a condição de prévia fiscalização parlamentar. Deste modo, ficamos assim totalmente á mercê de uma qualquer mexicanização do sistema, pouco importando qual seja o partido que colha a benesse propiciada pelo p.r. em exercício, que poderá muito bem num dado momento, coincidir com a maioria governamental. Teríamos assim uma garantida eternização no controlo da coisa pública, pois os mecanismos de pressão ou recompensa estariam firmemente detidos pelo conluio partidista p.r/a.r. Em compensação, Raposo aponta para a necessidade do p.r. "abrir mão" do poder de dissolução parlamentar, mero sofisma que salva as aparências, uma vez que com essa magna concentração de potestades, torna-se completamente desnecessário. Ficamos ainda sem saber qual o desenho pretendido para a nova lei eleitoral, mas prevê-se uma séria tentativa de hegemonização rotativa pela concentração de círculos e óbvio prejudicar de minorias que seriam desta forma excluídas de assento parlamentar. Noutros tempos, a isto chamava-se chapelada eleitoral e o exemplo da 1º república é eloquente.

Como facilmente se depreende, todas estas questões se resumem apenas a pontuais medidas paliativas que garantam o perfeito imobilismo obtido pelas sucessivas revisões constitucionais. O problema reside como sempre, na inequívoca - e até muitas vezes orgulhosamente assumida - filiação partidária do Chefe do Estado. Razão têm todos os primeiros ministros, quando desconfiam das verdadeiras intenções, ou da reserva mental do p.r., especialmente se este não pertencer ao seu partido. Os exemplos históricos dos contenciosos verificados durante os mandatos de Soares, Sampaio e Cavaco, apontam para o prejuízo que significa para Portugal, o uso do abusivo poder de dissolução que afinal, garante apenas a solvência da camarilha que circunda o gabinete presidencial. Fossem os actuais poderes do Chefe do Estado reservados para a pessoa do Rei de Portugal, então poderíamos confiar plenamente no maduro raciocínio e ponderação do excepcional acto que é a chamada "bomba atómica" constitucional, ou seja, a dissolução. É que a perfeita independência partidária, equidade no julgamento e sentir daquilo que é o verdadeiro e perene interesse nacional - ou colectivo, como preferirmos -, só pode ser propriedade de quem não depende de momentâneos contextos, modas ou de campanhas organizadas por poderes económicos que em princípio, deverão ser alheios ao condicionamento da formação dos gabinetes governamentais. E se a isto acrescentarmos o ponderoso reflexo do Conselho de Estado, temos as ferramentas ideais que permitem o equilíbrio do regime constitucional.

Com tantos juízes, procuradores, altos representantes da república e governadores chancelados por nomeação presidencial, governamental ou até partidária - num constante Tratado de Tordesilhas de partilha de sinecuras - cai assim definitivamente por terra, o extemporâneo e ridículo argumento da necessária elegibilidade de todos os detentores dos cargos públicos que como vimos, são invariavelmente nomeados bem longe das urnas do voto popular. A cortina de fumo do argumento urneiro é apenas isto e nada mais.

Os 7 pecados mortais da República

Quem proibiu os partidos ? Republica

Quem constituiu um partido único ? República

Quem instituiu uma pin-up como figura do regime ? República ... esta doí LOL

Quem instituiu a censura prévia na imprensa e aniquilou por completo a Liberdade de expressão ?
República

p.s. : até 1908 havia censura só depois de serem publicados os artigos, completamente diferente da censura prévia e do lápis azul

Quem criou campos de concentração como Tarrafal ? República

Quem criou polícias políticas de 1910 a 1974 ? personificadas na Formiga Branca e na PIDE ? República

Se o Estado Novo era uma Monárquia quem era a Rainha ? República

Por muito que tentem dar a volta à questão grandes figuras do Estado Novo eram republicanos convictos : Marchal Gomes da Costa era Maçon e republicano convicto assim como Óscar Carmona
Quem mandou assaltar o Grande Oriente Lusitano em 1926 foi um Maçon do governo.

Chega de demagogia republicana !

Antero Quental - Um profeta da República




CONTAM os jornais do Porto que naquela cidade se realizaram imponentes festejos ao ser inaugurada a nova sede doGrupo republicano recreativo Antero de Quental.

Nada, na verdade, mais recreativo do que pôr sob o patrocínio deste altíssimo nome um centro republicano! Eu tenho a vaga desconfiança de que os ilustres membros desta preclara agremiação não fazem ideia muito perfeita das obras e do pensamento de Antero de Quental. Homens de ilustração rudimentar, mal [133 – 134] soletrando alguns as primeiras letras, não venham dizer-me que serão esses os melhores devotos dos Sonetos ou os mais aproveitados leitores do ensaio sobre as Tendências Gerais da Filosofia na Segunda Metade do Século XIX.

Se me fosse permitido remover o sentido comum de uma palavra, para dentro dela despertar a antiga significação obliterada, eu diria que Antero foi um matemático, tal como na Grécia se entendeu este vocábulo.

Toda a sua preocupação consiste em apreender as relações entre o homem e a vida. É o enigma da vida que, acima de tudo, o preocupa. Assim a sua poesia traz sempre consigo, como uma chaga sangrenta, a marca abrasada da inquietação espiritual que o consome.

Antero não é grande poeta senão quando tenta ser grande filósofo. E se do filósofo teve todas as qualidades, não lhe faltaram também todos os defeitos. A sua poesia é abstrusa, difícil, deixando as mais das vezes profundamente oculto o seu [134 – 135] sentido íntimo. Não é leitura de agrado para multidões iletradas.

O que em Antero nos interessa, comove e alenta a nossa admiração, não é a palavra encantada, a graça da imagem ou a estrofe colorida. A beleza dos Sonetos  consiste na angústia moral em que se queimou a alma do poeta. Antero soube como ninguém explicar o coração de todos nós, mas não pode conseguir, quase  nunca, que ele, enternecido, batesse mais apressado dentro do nosso peito. A sua imaginação era viva, mas de asas tão curtas que, voando alto, era estreito o voo.

De si mesmo fugia, como se fosse um fantasma. Levado pelo vento de mil desejos impossíveis, não acertava consigo. Turbava-lhe a tristeza a consciência. E a dúvida de todas as coisas, o cansaço de tudo, deixavam-no agonizante nas encruzilhadas do pensamento...

Este lugar é uma trincheira de guerra, áspera e rude, e não se estendem por aqui as sombras sossegadas do jardim de [135 – 136] Academus, onde é gostoso divagar parolando sobre as quimeras da literatura. Desviemos, pois, os olhos para outro lado. E porque não se entende que versos como esses se aprendam para cantar nas tabernas, nem para acompanhar o fado pelas vielas, às latas horas da noite, seria para ver se as intenções políticas e sociais do poeta permitem fazer dele orago em capela republicana, se não viesse o número 29 do ano VIII da Revista de História(publicação louvada pelo Ministério da Instrução Pública em portaria de 9 de Dezembro de 1914) dar à estampa uma carta de Antero de Quental que, desapiedadamente, deita abaixo todas as ilusões sobre o seu republicanismo.

Ofereço-a à leitura da digníssima direcção do Grupo republicano recreativo Antero de Quental, e creio que não lhe será precisa longa meditação para em assembleia geral explicar aos seus veneráveis consócios que é necessário modificar o nome da associação, porque Antero de Quental era um descarado reaccionário!

[ 136 – 137] Por tal modo se preparou a República, que os melhores espíritos, os mais nobres e os mais livres, logo a temeram e detestaram. Eça de Queirós dizia apavorado, negando que Ramalho fosse republicano: “Em política tem-se dito que Ramalho Ortigão é republicano. Nada menos exacto. Ramalho, creio, teme a república, tal qual é tramada nosClubs amadores de Lisboa e Porto. A república em verdade, feita primeiro pelos partidos constitucionais dissidentes, e refeita depois pelos partidos jacobinos, que tendo vivido fora do poder e do seu maquinismo, a tomam como uma carreira, seria em Portugal uma balbúrdia sanguinolenta” (A Renascença); e João de Deus, ferido já o terno coração, escreveu: “Nas obras do Arcebispo de Paris, assassinado por uns carrascos, que não podem pertencer a partido nenhum, e a quem por isso não chamo comunistas, respira-se um ar puríssimo de liberdade, e até diria republicano, se a república, como aí se está apregoando, não nos [137 – 138] estivesse prometendo o mais tremendo despotismo” (A Cruz do Operário).

Antero de Quental deixou ferretado em muitos lugares o seu horror pela “fantasia republicana”, como lhe chamava na carta em que a Oliveira Martins anunciou o aziago folheto sobre a posição de Portugal perante a revolução de Espanha.

Tão inquieto sempre, sempre tão agitado por contrários sentimentos e ideais contrários, era nele constante o empenho de combater os nossos republicanos, - “raça pérfida”, no seu expressivo dizer – e tanto que por certo centro republicano foi oficialmente declarado traidor, e nos jornais do bando, O TrintaA República FederalEmancipação, que Teófilo Braga inspirava, grosseiros insultos lhe cobriam o nome.

“O pior que nos podia acontecer é sermos amanhã república” – anunciava em Julho de 73 ao seu dilecto confidente, o mago evocador da História da República Romana. E acrescentando, com justo conhecimento do comum sentir, [138 – 139] que Portugal não era republicano, advertia que “não o serão os declamadores e os pulhas que actualmente constituem a quase totalidade do grupo republicano quem logre converter o velho desconfiado que se chama o povo português” (Cartas Inéditas de Antero de Quental a Oliveira Martins, pág. 152).

Não se enganou o poeta. As armas afiadas “no laboratório merdoso do Teófilo”, conforme a enojada expressão anteriana, não podiam atingir a alma da nossa gente. A República, imposta por traiçoeiro tumulto, matem-se contra o geral querer, trazendo a nação amordaçada e agrilhoada. O povo repele o regime que lhe esconde o Céu e toma por crimes as suas virtudes.

A ajuntar ao que sabíamos, ei-la, a prometida carta de Antero, dirigida a João Lobo de Moura, íntimo amigo do poeta:

Meu caro Lobo – Pensei que me ia anunciar a sua estada em Lisboa e eis que me diz não saber ainda quando nem se será transferido. Gosto da resposta do [139 – 140] Barjona: tem um merecimento aquele rapaz, que o distingue no meio dos seus sodales; é a franqueza no cinismo; creio que por isso ficará na história do constitucionalismo português como uma espécie de M. de Calonne, sabe, aquele último e cinicamente espirituoso ministro de Luís XVI, que o Michelet nos descreve empurrando alegremente para o abismo a velha monarquia.
independência  de ordem jurídica no actual regime é uma coisa engraçadíssima. Mas quê, meu caro, o regime que está para vir, com a gente que o prepara, ainda nos há-de mostrar coisas mais bonitas. V. Faz lá a ideia dos republicanos portugueses! Tive ocasião de os tratar de perto este ano, e declaro-lhe que quase lhes fiquei preferindo o próprio Barros e Cunha, o próprio Melício, o próprio Santos Silva! Sabe V. Quem é que está hoje sendo um dos grandes repúblicos em Lisboa? Adivinhe... o Teófilo Braga! Redige um jornal intitulado O Rebate(traduza Le Rappel) em cujos artigos de fundo desenvolve o homem todos os recursos do estilo colhido nas antigas leituras do Piolho Viajante. Fala nesta choldra e outras amenidades de linguagem, e propõe-se enforcar toda a gente, começando desde já por enforcar a gramática, o senso comum e a decência. É uma espécie de Marat de soalheiro, que faz rir mas enoja, e enoja tanto mais quanto é lido, o que nos dá a medida da capacidade intelectual e moral do público republicano. Creio que teremos a República em Portugal, mais ano, menos ano; mas, francamente, não o desejo, a não ser num ponto de vista todo pessoal, como espectáculo e ensino. Falam de Espanha com desdém – e há de quê – mas eles, os briosos portugueses, estão destinados a dar ao mundo um espectáculo republicano ainda mais curioso; se a república espanhola é de doidos, a nossa será de garotos.
A grande revolução, meu caro, só pode ser uma revolução moral, e essa não se faz dum dia para o outro, nem se decreta nas espeluncas fumosas das conspirações, e sobretudo não se prepara com publicações rancorosas de espírito estreitíssimo e ermas da menos ideia prática. Quando nós virmos o Peniche e o Valadares, e o Teófilo e o Bonança ministros duma revolução compreenderemos tudo isto...
Mas alto! Isto não é artigo de fundo!....
...........................................
do c.
Antero

São suficientemente claros os termos desta carta, e até tão vivos por vezes, que juntar-lhe comentários seria apenas demorar a sua lição.

Quem procurou esmiuçar os escritos de Antero de Quental ou leu o exaustivo estudo crítico de António Sardinha, conhece a influência que sobre o espírito do poeta exerceram as doutrinas de Proudhon, a ponto de, escrevendo a Oliveira Martins, se chamar “arcade proudhoniano”.

[142 – 143] Ao terminar a carta, da qual apenas transcrevi a parte política, Antero declara ter relido ultimamente o famoso capítulo de Proudhon sobre a morte e que ele lhe fizera acudir ideias bastantes para compor com elas umaFilosofia da Morte, no gosto dos tratados de Séneca e de Cícero, mas com mais profundidade.

Confessando assim, incidentalmente, as repetidas leituras de Proudhon, Antero de Quental enchia de luz as linhas da sua carta. Ao dizer que a grande revolução necessária só pode ser uma revolução moral, Antero reconhecia que governar não é lisonjear as paixões do povo – é acordar as suas virtudes, fortalece-las e apoiar-se nelas.

Antero, cujo individualismo extreme podia ser servido para o encerrar na orgulhosa solidão dos ultra-românticos, tornou-se, debaixo do magistério de Proudhon, duro inimigo das ideias e dos sentimentos que deram alma e corpo à Revolução Francesa.

Quando se cuidava que as doutrinas de Rousseau eram um dogma intangível, [143 – 144] Proudhon, arredando de si as sugestões do tempo, escrevia contra elas a mais mordaz e penetrante crítica que o século XIX produziu. É sob a invocação de Proudhon que, para estudar os problemas da economia moderna e da filosofia da história, se juntam hoje, em França, na mesma sala, os escritores monárquicos e os doutrinadores sindicalistas. Os seus métodos de exame e os seus argumentos variam segundo a origem intelectual dos que ali se reúnem, mas idêntico pensamento os prende a todos: a crítica e o combate à democracia [parlamentar].

Admiravelmente descreveu Proudhon a grosseira máquina democrática dizendo que ela era un système politique, invente tout exprès pour le triomphe de la médiocrité parlière, du pédantisme intrigailleur, du journalisme subventionné, exploitant la réclame et le chantage; où les transactions de conscience, la vulgarité des ambitions, la pauvreté des idées, de même que le lieu commun oratoire et la faconde académique, sont des moyens assurés de succès; ou la contradiction et l’incon- [144 – 145] séquence, le manque de francise et d’audace, érigés en prudence et modération, sont perpétuellement à l’ordre du jour; un pareil système se refuse à la réfutation; il suffit de le peindre. L’analyser ce serait le grandir et quoi que fit le critique, en donner une fausse idée” (Contradictions politiques, pág. 222).

Como Proudhon, Antero de Quental é um mestre da contra-revolução sempre que se mostra liberto dos encantamentos de Michelet. Manter o seu nome na tabuleta dum centro republicano, é vergonhoso testemunho da mais rotunda e pedantesca ignorância.

Se querem, porém, conservar o título glorioso de Antero de Quental lá nessa “fumosa espelunca” do Porto, como ele chamava a semelhantes casas, não esqueçam então de escrever, à laia de divisa, no salão de festas, por cima da cadeira da presidência, aquelas palavras proféticas da sua carta: - “A nossa república é de garotos”.

Luís de Almeida Braga in Sob o Pendão Real, Lisboa, Edições Gama, 1942, pp. 133-145.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

O jacobinismo assenta-lhes tão bem!


Vital Moreira no Parlamento na bancada do PCP

O Governo quer mudar a assistência hospitalar nos hospitais do Estado. O sistema actual parece ter inconvenientes para a paz pública. Num certo sentido, com esta medida, observa-se uma violação do princípio de separação da sociedade civil e das religiões: o Estado escusa-se a exercer qualquer poder religioso e as Igrejas qualquer poder político- ou seja, o Estado, ao invés de se cingir à esfera temporal, parece querer “espiritualizar-se”, impondo a anti-religiosidade à sociedade. Isto acontece porque usa o seu poder político para restringir, de uma forma incompreensível, o exercício da missão religiosa, considerando-a supersticiosamente como uma ameaça.O Estado é laico e não tem sentimento religioso, mas condicionar por preconceito a assistência espiritual de quem, por força da doença, está retido numa cama hospitalar pública é, em si mesmo, um sinal de intolerância.” Pedro Afonso, médico psiquiatra, Público de 1.10.07

Os capelistas anti-clericais, seja o dos Grilos, seja a dos enfados jornalísticos, sejam mesmo os que não compreendem a natureza das coisas, afirmando-se sabichões das comichões, são os saltões do costume: tudo o que lembre o período de séculos de influência da Igreja católica apostólica romana, é visto como uma ameaça ao laicismo que convocam e provocam.
Os herdeiros da ideologia de Afonso Costa, estão vivos e actuantes.
Mas, afinal, os jacobinos, são os antigos esquerdistas, antes de o termo ter sido cunhado. Vindos da Revolução francesa terminaram o seu breve reinado de terror, num Termidor que normalizou e conformou a sociedade e conduziu a Napoleão.
Os actuais jacobinos, são os novos revolucionários do costume e contestatários arreigados da tradição. No século propício, opunham-se à monarquia, reivindicando a república, por meios violentos. Hoje, sem grandes horizontes, depois da derrota da ideologia que herdaram, definham a reivindicar bandeiras avulsa.
O anti-clericalismo, é uma delas. Atacar igrejas, padres e símbolos de crença religiosa, é a nova bandeira do jacobinismo, à falta de outras e depois de falhar a ideia global de criação do Homem Novo. A ideia, por isso mesmo, é velha.
Michelet, dizia que alguns indivíduos já nascem jacobinos. Está-lhes no sangue, a atitude permanente de se arvorarem em sentinelas da virtude democrática, à sua maneira e que passa pela postura radical da destruição do adversário. Antes, pela perseguição e morte física, agora, depois da amenização de costumes, pela perseguição política, perseguida, no entanto, com o mesmo afã de intolerância radical.
Se procurarmos com atenção, nos mais activos jacobinos da época presente, encontraremos os mais activos perseguidores de inimigos de classe, do antigamente. A “burguesia”, conceito espúrio e ensombrado por séculos de equívocos, concentrava em si, o ódio de classe. Acabada a burguesia, por falência ideológica, subsiste o poder espiritual como inimigo inventado.
Os jacobinos de hoje, são os activistas de punho no ar e murro na mesa, de ontem. Sempre contra um putativo poder que lhes faz frente ao totalitarismo e agora com um alibi ideológico, depois de terem perdido o paradigma.
Hoje, mesmo com assento seguro no poder político, não esquecem o inimigo imaginário de sempre e que o motiva sempre para a luta radical.
Não acreditam? Leiam aqui.
Assembleia Constituinte, 16 de Julho de 1975
«Vital Moreira (PCP) - Se os projectos do PPD e do CDS fossem aprovados e promulgados seria impossível julgar em tribunal revolucionário os responsáveis pelo 11 de Março, o que está anunciado pelo Conselho de Revolução desde 12 de Março. E o mesmo acontece, estranhamente, com o projecto do PS. (Apupos. Aplausos)
Cabe aqui referir, entretanto, que essa posição não se limita aos projectos do PPD, do CDS e do PS. Ainda recentemente o grémio dos advogados, em reunião realizada em Coimbra, tomava a mesma posição, ao mesmo tempo que se preocupava com os réditos da profissão e com os vencimentos dos seus empregados, sem deixar de rejeitar uma moção de apoio ao Conselho da Revolução e de aprovar uma moção de apoio à intervenção do deputado António Arnault feita aqui há dias.Retomemos o fio. Se os projectos do CDS, do PPD (e também, estranhamente, do PS) fossem aprovados e promulgados…
Vozes: - Não apoiado!(Manifestações nas galerias)
Vital Moreira: -… Eu limito-me a pedir à Mesa que me seja descontado o tempo das interrupções.
Presidente: - O público não pode intervir, senão terei que mandar evacuar as galerias. Será descontado o tempo correspondente às interrupções.
V.M.: - Se os projectos do CDS, do PPD (e também, estranhamente, do PS) fossem aprovados e promulgados, não poderiam haver mais saneamentos, quer no aparelho de Estado, quer em instituições privadas. Se os projectos do PPD, do CDS (e também, estranhamente, do PS) fossem aprovados e promulgados…
Vozes: - Muito bem!(Vozes discordantes)
V.M.: - …Nas próximas eleições já teríamos a votar e a candidatar-se os ex-informadores da PIDE, os saneados, os ex-dirigentes da ANP e da UN, os ex-ministros de Salazar e Caetano.
Vozes: - Não apoiado!
Uma voz: - Desonesto!»-
in Cenas Parlamentares - Humor, agitação e ataques na Constituinte, de Vitor Silva Lopes.
Como refere o Dragão, num retrato perfeito do jacobinismo rompante:
Eles bem viram a casaca, mas a alminha de esbirro, essa, nunca muda. O fervor de meirinho, de beleguim às ordens serve de cabide permanente à casaca variável. A quadrilheirice é vital(ícia). Ontem como hoje, o instinto canino persiste. E porfia.Registe-se ainda que quando o Avô Cantigas, na sua fase heróica, refere, em tom depreciativo, os “ex-informadores da PIDE”, significava com isso apenas os ex-informadores que não eram militantes do PCP antes do dia 25 de Abril, nem correram a alistar-se nesse mesmo partido nos dias seguintes. E foram muitos. Julgo que o que o preocupava, à época, era, tão sòmente, uma minoria residual de não-contritos.
Fonte : Grande Loja do Queijo Limiano

domingo, 22 de fevereiro de 2009

As tetas mais apetecidas

Estas são as tetas da Vaca República


São as tetas que toda a gente quer mamar, mas esse previlégio está apenas reservado a alguns eleitos. A Liberdade, Igualdade e Fraternidade assim o exige.

centenário da republica vai custar 155 milhões de euros

Pode parecer um exagero, mas de facto é a realidade visível: vários diplomas aprovados desde Janeiro do ano passado concorrem para transformar 2010 num ano memorável pelas piores razões. Já todos sabemos que o Decreto Lei 17/2008 de 29 de Janeiro prevê a criação da famosa Comissão Nacional (nomeada por decreto presidencial de 9 de Junho) e igualmente uma dotação orçamental de 10 milhões de euros para preparar as comemorações. Mas convém fazer uma ponte com outra sociedade criada pelo Governo: a Frente Tejo. As intervenções desta sociedade de capitais públicos abrangem operações de reabilitação e requalificação urbana na zona da Baixa Pombalina, na área compreendida entre o Cais do Sodré, Ribeira das Naus e Santa Apolónia, incluindo a reocupação parcial dos edifícios da Praça do Comércio e a reabilitação dos quarteirões da Avenida Infante D. Henrique situados entre o Campo das Cebolas e Santa Apolónia. Estão igualmente previstas operações de reabilitação urbana no espaço público da zona da Ajuda-Belém, compreendendo a construção de um novo Museu dos Coches e o remate do Palácio Nacional da Ajuda, com a construção de equipamentos colectivos. No total, o investimento atinge os 145 milhões de euros (56 milhões para a Baixa e 89 milhões para Ajuda-Belém.
O que é que isto tem a ver com os 100 anos da Republica? A justificação apresentada para as medidas excepcionais atribuídas à Sociedade Frente Tejo (5 milhões de dotação orçamental, a adjudicação de obras por ajuste directo tem como limite máximo um milhão de euros. O valor apresentado é 5 vezes superior!): ter as obras concluídas a tempo das comemorações do centenário da República! Ou seja, sociedade vai poder contratar empreitadas e adquirir bens e serviços por ajuste directo, sem concurso público, até 5,120 milhões de euros. Este valor é cinco vezes superior ao limite máximo de um milhão de euros previsto no referido Código dos Contratos Públicos, ao qual ficarão sujeitas todas a empresas públicas.
O meu espanto é total, o Executivo associa duas coisas totalmente diferentes... mas que se calhar não são: Para a vereadora Helena Roseta (CPL) "as medidas excepcionais deste género adoptadas para a Expo'98 ou para o Euro 2004 faziam sentido porque havia prazos a cumprir, o que não acontece neste caso. É que o centenário da República comemora-se na mesma sem as obras concluídas". Para bom entendedor fica a ideia de que o Executivo quer fabricar uma "expo 98" para o Centenário da República em plena baixa pombalina. Para que acha isto exagerado, convém lembrar as "ideias" da anterior proto-comissão de Vital Moreira.

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O recente decreto 43/2009 vai poder a fazer, não só adjudicações directas como vai poder passar a pagar a quem tiver "projectos e iniciativas" enquadradas no Centenário da República... ou seja vai haver uma massificação de iniciativas camarárias em torno do centenário, todas "espontâneas"!
Outro documento legal que já está na calha para o próximo mês, e onde o IDP está a desenvolver contestação, é o novo regime de bens públicos que vai permitir ao Estado até vender o castelo de Guimarães aos bocados sem que ninguém se possa opor. Ora este documento aprovado a semana passada em conselho de ministros vai passar a calcular a sustentabilidade financeira do património publico com base na área ocupada obrigando os ministérios (ou outras entidades) a pagar uma renda consoante a área ocupada. Em termos práticos vai permitir evacuar os edifícios adjacentes à Praça do Comércio para fazer desses edifícios espaços museológicos ou hotéis. O mesmo pensamento para tudo o que é património publico. Imaginem o palácio da Ajuda transformado em hotel de charme ou em museu da Republica!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O que é uma pin-up ? onde é que eu já vi isto ?


"Uma pin-up é uma modelo cujas imagens sensuais produzidas em grande escala exercem um forte atrativo na cultura pop. Destinadas à exibição informal, as pin-ups constituem-se num tipo leve de erotismo. As mulheres consideradas pin-ups são geralmente modelos e atrizes." Wikipedia


"Pin-up também pode se referir a desenhos, pinturas e outras ilustrações feitas por imitação a estas fotos. O termo foi documentado pela primeira vez em inglês em 1941; contudo, seu uso pode ser rastreado pelo menos até a década de 1890. As imagens “pin up” podiam ser recortadas de revistas, jornais, cartões postais, cromo-litografias e assim por diante. Tais fotos apareciam freqüentemente em calendários, os quais eram produzidos para serem pendurados (em inglês, pin up) de alguma forma. Posteriormente, posters de “pin-up girls” começaram a ser produzidos em massa.

Muitas “pin ups” eram fotografias de celebridades consideradas sex symbols. Betty Grable foi uma das mais populares dentre as primeiras “pin-ups”. Um de seus posters tornou-se onipresente nos armários dos soldados norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial. Outras pin-ups eram trabalhos artísticos, freqüentemente representando versões idealizadas do que alguns imaginavam ser a representação de uma mulher particularmente atraente. Um exemplo antigo do último tipo foi a Gibson girl (garota de Gibson), desenhada por Charles Dana Gibson. O gênero também deu origem a vários artistas especializados, tais como Gil Elvgren, Alberto Vargas, George Petty e Art Frahm.

A expressão “cheesecake” é sinônimo de “foto pin-up”. O mais antigo uso documentado neste sentido é de 1934[1], antecipando-se a “pin-up”, embora anedotas afirmem que a expressão estava em uso na gíria pelo menos 20 anos antes, originalmente na frase (dita sobre uma bela mulher) “better than cheesecake” (algo como um verdadeiro pitéu)." WIKIPEDIA

Se o Wikipedia o diz quem sou eu para o contrariar ? é mais que evidente e podem-se tirar várias conclusões sobre o contexto destas imagens há 100 anos ou mesmo antes ...


centenário em Setubal, começa a 19 de Abril deste ano

Comemorações do Centenário da República no Distrito de Setúbal

As actividades decorrerão ao longo de 2009 e 2010

O Instituto Politécnico de Setúbal, através da Escola Superior de Educação, juntamente com o Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, o Centro de Estudos Bocageanos e o Centro de Actividades Pedagógicas Alda Guerreiro decidiram criar uma plataforma comum para a comemoração do Centenário da República ao nível do Distrito de Setúbal.

Um dos primeiros objectivos desta iniciativa é realçar o modo como se verificou a difusão do republicanismo e a implantação da República na cidade de Setúbal e nos concelhos que constituem hoje o distrito.

De facto, Setúbal à semelhança de outras cidades e vilas do distrito anteciparam a implantação da República e desempenharam um papel político fundamental na instauração do regime republicano, agindo logo a 4 de Outubro de 1910, como se a Revolução já estivesse em curso.

Na realidade, desde o último quartel do século XIX que o movimento republicano se vinha desenvolvendo nesta região desde os concelhos ribeirinhos do Tejo e do Sado até ao concelhos mais a sul, já em pleno Alentejo Litoral.

Do mesmo modo, também a escolha da cidade de Setúbal para a realização do Congresso Republicano em 23, 24 e 25 de Abril de 1909, que decidiu a via insurreccional para implantar a República, representa outro marco histórico que justifica ser devidamente evocado e valorizado por parte da cidade e do distrito.

As instituições referidas constituíram-se em Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da República no Distrito de Setúbal e entendem que a forma de melhor honrar e preservar localmente essa memória passa pela associação às Comemorações Nacionais e simultaneamente pelo desenvolvimento de um programa próprio.

Com esse Programa pretendem as entidades organizadoras mobilizar vontades e saberes, quer dos investigadores, quer de várias instituições regionais e nacionais, nomeadamente autarquias, empresas, associações culturais, instituições de ensino superior, na perspectiva de potenciar a reflexão e a investigação científica, bem como alargar e aprofundar o debate científico e proporcionar conhecimento sobre esta temática a outros públicos da comunidade local e do distrito.

A Comissão Organizadora é constituída por Albérico Afonso, Helena Simões, Luísa Solla e Marta Alves (ESE/IPS), Alice Samara (IHC/FCSH), Daniel Pires (Centro de Estudos Bocageanos) e João Madeira (Centro de Actividades Pedagógicas Alda Guerreiro).

Ver Programa em PDF

Conteúdo do documento:

Do Tejo ao Sado - 100 anos da República
Programa para as Comemorações
do Centenário da República no Distrito de Setúbal


Colóquio – “O Congresso Republicano de Setúbal de 1909: O Republicanismo entre a revolução e a ordem” 18 de Abril de 2009 (local a designar).

Cronologia – Lutando pela “Nova Aurora”
Organização de uma cronologia dos eventos protagonizados por republicanos entre 1880 e 1910 nos concelhos que constituem o actual Distrito de Setúbal. (Já foram constituídos grupos de trabalho em alguns concelhos do distrito que estão a fazer a pesquisa empírica para concretizar este projecto. Edição de uma publicação com a Cronologia estabelecida).

Projecto – “Recuperar a memória da I República”
O projecto tem o objectivo de iniciar um fundo documental digital sobre a I República. Com este projecto pretende-se apelar para a população em geral para que emprestem para digitalização documentos, fotografias e objectos para que se recupere a memórias sociais deste período. Neste projecto pretende-se envolver professores e alunos da Escola Superior de Educação de Setúbal bem como professores e alunos de outros concelhos que venham a aderir a esta iniciativa.
Do mesmo modo serão ainda envolvidos Arquivos Municipais e Bibliotecas
Municipais.
Já foram iniciados contactos com órgãos de comunicação social local (rádio e jornais) para discutir formas de participação neste projecto. Realização de um azulejo registando a memória do Congresso numa das ruas da cidade de Setúbal. Esta actividade é realizada com o apoio da Junta de Freguesia de São Sebastião.

História ao vivo

Esta actividade pretende envolver grupos de teatro e escolas do 1º e 2º ciclos do ensino básico. (Com o apoio da Junta de Freguesia de São Sebastião).

Exposições
Exposições Temáticas
Responsáveis Data Local
Alda Guerreiro e o Ensino Popular no Litoral Alentejano
CAPAG/ADECLA Jan.2009 ESE
Escolas
100 anos do Congresso do P:R:P FMS Abr 2009 ESE;
Escolas
Exposição Bibliográfica sobre o ensino na República CEB Set. 2009 ESE – B. de Portugal
Trabalho e quotidiano em Setúbal no início do séc. XX Mus.
Trabalho Casa Bocage
Maio/Out. 2010
M. Trabalho
Siglas: FMS – Fundação Mário Soares; CEB – Centro de Estudos Bocageanos; CAPAG – Centro de Actividades Pedagógicas Alda Guerreiro; ADECLA – Associação para o Desenvolvimento Educativo e Cultural do Litoral Alentejano; IHC – Instituto de História Contemporânea da FCSH; ESE – Escola Superior de Educação de Setúbal Edição de Catálogos das exposições
[II] Encontro de Estudos Locais.

Outubro de 2010

O Encontro de Estudos Locais, o segundo a ser organizado pela ESE de Setúbal, toma o Centenário da República como tema de fundo procurando mobilizar os estudiosos locais, durante 2 dias. Funcionará em Sessões Plenárias com conferencistas convidados e Seminários onde serão apresentadas e debatidas as comunicações que integrarão as seguintes áreas temática:
Setúbal: Eixos de Desenvolvimento; A escola, espaço de preservação, criação e transmissão; Memórias sociais, Património e identidade; História Local; Ambiente e Recursos Naturais; Literatura, Artes Plásticas e Estudos Artísticos; Cinema e Artes Dramáticas. Serão editadas as Actas do Encontro.

Outras Actividades

Ao longo de 2009 e 2010, ocorrerá um conjunto de Actividades paralelas, com destaque para exposições, workshops, ciclo de cinema e representações teatrais. Estas sessões decorrerão não só em diversas escolas do Instituto Politécnico de Setúbal, bem como em diversos espaços da cidade de Setúbal e de outras cidades do distrito, de acordo com parcerias que se venham a estabelecer com as câmaras municipais ou outras entidades do distrito.

Edição de uma Colecção de postais.

Edição de um “Caderno Diário” em Banda Desenhada sobre o Congresso de 1909 e o 5 de Outubro em Setúbal. (Com a colaboração e apoio da Junta de Freguesia de São Sebastião (Setúbal).


Setúbal 08 de Janeiro de 2009


bem haja

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Respeitinho, respeitinho, está-se em República


... mas então isto é um Carnaval, ou quê? Calem-se que se vai fazer 100 anos....


O meu pequeno contributo para a Comissão Nacional para a Comemoração do Centenário da República

Exmos srs. da Comissão de Celebração do Centenário da República

Gostaria de saber então se foi lapso de memória ou esqueceram-se do valor “fraternidade” da república ?
Gostaria de saber se também vão homenagear todos os chefes de estado republicanos de 1926 a 1974, se não o fizerem então é só de 1910-1926 / …./ 1974-2010 ? Não são cem anos.

Gostaria de saber também se vão homenagear os republicanos que foram assassinados desde Sidónio Pais até aos heróis do 5 de Outubro que foram assassinados em 19 de Outubro de 1921 :

- Carlos da Maia
- Almirante Machado dos Santos ( heroi republicano do 5 de Outubro )
- António Granjo ( Chefe do Governo morto pela espada de um GNR )

Gostaria de saber se vão homenagear então as seguintes figuras da República Portuguesa

- António de Oliveira Salazar
- Américo Tomaz
- Afonso Costa
- Marechal Gomes da Costa
- Marcelo Caetano

Não nos esqueçamos que a Democracia não nasceu na República, se antes de 1910 o Universo Eleitoral era de 950 mil votantes depois de 1911 e graças a um decreto de lei passaram a ser 400 mil eleitores. Só os chefes de família que fossem civis e soubessem escrever é que podiam votar.

De 1910 a 1974 não podiam votar ! :

- Militares
- Mulheres
- Analfabetos

Para finalizar, vão festejar a perseguição à Igreja de 1910 a 1926 ? O assassínio de padres e jesuítas ?

Vão festejar dos 100 anos os 64 anos de 1910-1974 sem direitos das mulheres ?

O Povo português não tem muito para celebrar, só tem é de pagar os impostos e ficar calado.

Obrigado pela atenção
Rui Monteiro

podem enviar um email para a comissão nos seguintes emails :

comissao@centenariorepublica.pt

ou

participar@centenariorepublica.pt

Lá está o primeiro chavão

A Comissão Nacional para a Comemoração do Centenário da República lançou ontem um spot e um site. Na cerimónia, o presidente da comissão, o banqueiro Artur Santos Silva, por quem nutro admiração, disse que não se vai mencionar a "monarquia" porque "em Portugal o regime não se discute". Disse bem. Não se discute! Isto leva-me a pensar que o Dr. crê no que diz e fala com a cassete-inconsciente no automático.
De facto esta frase é um dos motes que ecoam, azedos, desde 1910. Vamos lá a repetir: A REPÚBLICA IMPÕE. A REPÚBLICA IMPÕEM-SE.


*Imagem "picada" no sítio www.centenariorepublica.pt

a plataforma que vai comemorar os 100 anos da republica já tem spot televisivo

anúncio, spot televisivo

reparem como apagaram a "fraternidade" do ideário

bem haja

a lata não tem limites..a comissão pede documentos

A Comissão para o Centenário do Circo pede documentos ("materiais")... que tal darmos-lhes uma ajuda?

«Se tem materiais que queira partilhar connosco, e que tragam nova luz à investigação sobre o período da revolução Republicana e I República - objectos, documentos, fotografias, correspondência... ou memórias - contacte a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República
Palácio Foz - Praça dos Restauradores
1250-187 - Lisboa

Email: participar@centenariorepublica.pt Este endereço de e-mail está protegido de spam bots, pelo que necessita do Javascript activado para o visualizar

Número Verde: 800 20 1910 (Gratuito)»

pode-se ler isto aqui

bem haja

ás portas de Roma

Barbárie marcha sobre a civilização

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COMISSÃO NACIONAL PARA A COMEMORAÇÃO DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA

"A Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República tem por missão preparar, organizar e coordenar as comemorações do primeiro centenário da implantação da República Portuguesa …
Nesse sentido, além da presença das diversas instâncias de soberania e do envolvimento nas comemorações das Regiões Autónomas e das autarquias locais, bem como comunidades portuguesas no exterior, e outras instituições, importa criar condições para a mobilização e participação da sociedade portuguesa, especialmente as gerações mais jovens.
Uma das dimensões comemorativas será necessariamente virada para o conhecimento do ideário republicano, dos valores que legitimaram o novo regime e dos acontecimentos e protagonistas da sua história. Mas, como advertiu a Comissão de Projectos encarregada de definir o enquadramento das comemorações, há que evitar uma visão passadista, contrapondo-lhe uma preocupação prospectiva”


A página da Comissão Nacional para a Comemoração do Centenário da República está, desde já, online. Com notícias a consultar, eventos a propósito e de toda a utilidade, um curioso rol de efemérides periódicas que vai cobrindo todo este período, apresenta ainda o respectivo Programa das Comemorações, bem como os seus objectivos e linhas de acção. Vale, portanto, a sua consulta continuada, à medida que se avança para o ponto alto do Centenário.


A garantia foi ontem (18) dada por Artur Santos Silva, presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), durante a conferência de imprensa que serviu para apresentar o programa comemorativo.

Este responsável frisou que há que evitar uma “visão passadista”, contrapondo-lhe uma preocupação prospectiva, descobrindo elementos que possam ser úteis na construção do futuro do país.

Neste sentido, Santos Silva assegurou que nada será feito para “dividir os portugueses”, saudando como um facto “extremamente positivo” a presença de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, entre os membros da Comissão Consultiva da CNCCR.

O presidente da Comissão Nacional admite que a “questão religiosa” foi uma das que mais feridas abriu na I República, mas realça que dos contactos mantidos com responsáveis da Igreja fica a certeza de existir “o melhor espírito” em relação às celebrações.

A UCP, em particular através do seu Centro de Estudos de História Religiosa, é um dos parceiros de diálogo com que a Comissão conta para esta tarefa.

O início oficial das comemorações tem lugar a 31 de Janeiro de 2010, no Porto, mas algumas iniciativas terão lugar já durante 2009. A CNCCR dispões de um orçamento de 10 milhões de Euros, que visam promover a participação das escolas e universidades, manifestações culturais e desportivas, novas publicações e iniciativas científicas, entre outras.

A CNCCR assume desde já a importância de envolver as diversas instâncias de soberania, das Regiões Autónomas e das autarquias locais, bem como comunidades portuguesas no exterior, e outras instituições, mas destaca acima de tudo a necessidade de gerar a mobilização e participação da sociedade portuguesa, especialmente nas gerações mais jovens.

Artur Santos Silva espera que este ciclo comemorativo sirva para promover a reflexão colectiva sobre a identidade nacional, os valores da República e o desenvolvimento e o futuro das instituições políticas.

Neste período, indicou, pretende-se “reforçar a identidade nacional”, aprofundar o o debate em torno da “ética republicana do século XXI”, contribuir para “a renovação da relação entre a República e os cidadãos” e identificar “desafios que se colocam à sociedade portuguesa”, mobilizando de forma particular os os mais novos para a participação cívica.

O presidente da CNCCR diz que é essencial “ajudar a desenhar o que poderá ser a refundação da República”.

Esta Comissão vai manter-se em funções até 31 de Agosto de 2011, ano em que se celebra o centenário da primeira Constituição republicana, bem como a Lei de Separação do Estado e das Igrejas e ainda a criação das Universidades de Lisboa e Porto.

A Comissão (na foto), nomeada pelo Presidente da República, sob proposta do Governo, tem a seguinte composição: Artur Santos Silva, Francisco Luís Sarsfield Pereira Cabral, João José de Sousa Bonifácio Serra, Maria Fernanda Fernandes Garcia Rollo e Maria Raquel Henriques da Silva.

fonte:
http://www.agencia.ecclesia.pt/noticia_all.asp?noticiaid=69632&seccaoid=3&tipoid=119

http://arepublicano.blogspot.com/2009/02/comissao-nacional-para-comemoracao-do.html

Critérios republicanos

A Associação Portuguesa de Escritores, informou Octávio Santos organizador e co-autor da antologia de contos «A República Nunca Existiu!», que esta não é admissível ao Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco, atribuído pela APE e pela Câmara Municipal de Famalicão, pelo facto de ser uma obra colectiva.

Centenário da República: a comemoração da mentira e da vergonha nacional



De forma discreta e quase solitária, inaugurou-se hoje o programa das actividades comemorativas do Centenário da República. Como nota introdutória, convém desde já destacar o desperdício de fundos, no exacto momento em que a república se encontra já numa fase de cuidados paliativos sem remédio, parecendo estes 10 milhões de Euros um orçamento para solenes exéquias fúnebres. Quando comparamos esta soma com aquela outra, bastante inferior, destinada à cooperação portuguesa em Timor-Leste, podemos facilmente avaliar a seriedade das políticas que têm sido prosseguidas, onde o interesse nacional é relegado para a condição de coisa invisível e pouco útil à promoção deste ou daquele mesquinho fulanismo.

O primeiro contacto que os portugueses tiveram com a dita comemoração, consistiu num anúncio televisivo, onde sobre a bandeira da Carbonária, abusivamente alçada à categoria de pendão do regime, surgiam as palavras Liberdade, Igualdade, Cidadania e Democracia. Não se vislumbra facilmente o que têm estas palavras de ordem em comum com a dita alegada república de 1910, pois o país inteiro conhece bem as causas do seu alegremente celebrado enterro ao fim de dezasseis anos de misérias, felonias, nepotismos, violências, incompetência e vida vegetativa. Morreu sem sequer exalar um derradeiro flato, tal o estado de avançada decomposição orgânica em que o seu corpo se encontrava.

Mas o que irá na realidade esta Comissão comemorar?

- O radical cercear dos cadernos eleitorais, possibilitando a eternização do partido único do sr. Costa no poder? É esta a Igualdade?
- As levas de milhares de condenados e prisioneiros políticos que escandalizaram a Europa de então? É esta a Liberdade?
- A liquidação da imprensa livre, normalizando-a aos desejos da oligarquia no poder?
- A imposição de medidas vexatórias aos opositores políticos, obrigando-os a insígnias infamantes e de cariz neo-medieval?
- A massiva fuga de gente em direcção ao estrangeiro, fugindo à perseguição política, arbitrariedade dos novos senhores, fome e descalabro económico?
- A violência urbana, a chantagem física e moral sobre o país inteiro, com a organização de uma rede de caciques que impunham a ordem jacobina através do espancamento, assalto e sumário despedimento do posto de trabalho?
- A inaudita violência sobre o movimento sindical?
- A coerciva liquidação do Partido Socialista de Azedo Gneco, acusado de ser ant-republicano e de ter pactuado com a Coroa?
- Os sucessivos golpes de Estado, pronunciamentos militares e civis que levaram o país ao abismo de quase meia centena de governos em menos de 16 anos?
- A falência de todo o mirífico programa republicano de escolarização que aliás, seria sofrivelmente seguido de forma restrita e intermitente pela 2ª república?
- A estrondosa derrota do exército do senhor Costa e do senhor Bernardino em Moçambique, às mãos dos askaris do kaiser Guilherme II?
- A derrota do exército da república por escassas forças alemãs no sul de Angola?
- A vergonhosa participação na frente da Flandres, onde a coragem e abnegação de alguns não ocultou o laxismo, incompetência, miséria material, fraqueza anímica do chamado CEP?Derrotado pelos Sturmtruppen do kaiser, o exército da república viu-se reduzido à condição de faxineiro e besta de carga ao dispor dos Aliados britânicos. Sem honra nem glória. É este desastre militar sem precedentes na nossa História que a república quer comemorar?
- A rotineira série de assassinatos políticos que atingiram o mais elevado escalão dos homens do poder que tornaram vítimas um presidente, um primeiro-ministro, ministros, personalidades partidárias e militares? Vão comemorar a Formiga Branca? Comemorarão a Leva da Morte? Exultarão publicamente com os feitos da Camioneta Fantasma? É esta a Fraternidade?
- A imposição de severas limitações à igreja, num Estado que se dizia laico e respeitador dos direitos individuais? Vão comemorar os espancamentos de religiosos, a destruição e roubo de inúmeras obras de arte pertencentes a igrejas e conventos? Irão mostrar aos portugueses as vergonhosas fotos de violência exercida sobre prelados em pleno Rossio, com medições frenológicas e apresentação de características faciais que pretensamente denotavam o carácter facínora das vítimas?
- A liquidação do progresso económico conseguido ao longo da Monarquia Constitucional, atirando o país para o vórtice da inflação, extremo endividamento externo e ameaça de colocação das colónias sob mandato da Sociedade das Nações?
- A inauguração do campo de prisioneiros do Tarrafal que se celebrizaria muito mais tarde durante a 2ª república?
- A instituição da PVDE, logo PIDE/DGS que orgulhosamente ostentou na sua sede e no mastro principal, as cores escolhidas pelo senhor Costa e respectivos turiferários?
- O fim da liberdade de expressão, de imprensa e de pensamento, totalmente assumido pela 2ª república e devidamente homologado pelos seus sucessivos presidentes? Era esta a Liberdade?
- A longa e desnecessária guerra em África, quando o mais antigo aliado, a monarquia britânica, dera o exemplo com a organização da Commonwealth?
- A escandalosa, irresponsável e para sempre vergonhosa "descolonização" que humilhará gerações consecutivas de portugueses e atirou para as vascas da agonia, milhões de antigos cidadãos portugueses ultramarinos, então entregues à bestialidade ditatorial, cruel megalomania, criminosa incompetência e cruentas guerras civis que ceifaram milhões?
- A desastrosa negociação de adesão à CEE, mal planeada e sem acautelar os vitais interesses da população trabalhadora portuguesa? Como deixa a república a nossa agricultura? O que fez a república da nossa indústria, comércio, transportes marítimos, pescas, ordenamento territorial?
- A actual e aviltante situação de desigualdade jamais vista, onde os milionários que condicionam as rédeas do poder instituído, beneficiam de um estatuto de plena excepção? O que tem a república a comemorar no que respeita aos direitos de cidadania, quando qualquer um é alvo de escutas, perseguição por entidades que procuram sonegar rendimentos, uma taxação esmagadora e desproporcionada? É esta a cidadania?
- A abrupta, nítida, aviltante queda do estatuto de Portugal na sua autonomia de nação soberana que a república reduziu à simples e inédita condição de mera república-autónoma da Monarquia bourbónica espanhola? Como explica a república o facto de hoje Portugal se encontrar mais dependente do poderoso vizinho, se compararmos os dias de hoje com a situação vigente durante a desaparecida realidade da União Ibérica de 1580-1640? Não é esta república, o verdadeiro Cavalo de Tróia tão ansiado por quem sempre nos quis subjugar?
- Vai a Comissão do Centenário da República de 1910 comemorar o actual ruir do ensino em Portugal, cuja imagem hoje se encontra perigosamente desprestigiada e aviltada pela total ausência de um programa coerente e perene?

São estas, enfim, algumas questões a colocar à comissão que durante os próximos meses esmifrará 10.000.000 de Euros em banquetes, edições de livros de amigos ou viagens a pagar pelo contribuinte. Tudo em nome de uma enorme mentira que pela propaganda esmagou a ideia de serviço à Pátria, aviltou a cidadania, criou a desigualdade, cerceou a liberdade e tripudia da nossa História, ameaçando a própria sobrevivência da democracia e do Estado. Em suma, muito existe para lamentar e nada para comemorar. Esta dita comissão oficial, é um insulto ao povo português. Talvez o derradeiro.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Tanto para tão pouco

10 milhões de euros para as comemorações do centenário da república.

Uau! Vamos lá a comemorar



Comemorações terão ênfase por toda esta "branda" república!

O circo faz-se à estrada

Lisboa, 17 Fev (Lusa) -- O programa das comemorações do Centenário da República, que visa valorizar "a ética e a cidadania republicana" através de iniciativas a nível nacional, é apresentado quarta-feira em Lisboa pela Comissão Nacional, liderada por Artur Santos Silva.

Evocar historicamente os acontecimentos de 1910 e honrar a memória dos que se entregaram à causa da República são os principais objectivos destas comemorações, segundo o decreto-lei aprovado em Janeiro de 2008, que criou a estrutura organizativa das comemorações.
As comemorações decorrem entre 31 de Janeiro e 05 de Outubro de 2010, e podem estender-se até 31 de Agosto de 2011 para abranger o centenário da primeira Constituição da República.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Sampaio apela á defesa do modelo de Democracia republicana

Ex Presidente acha que uma sociedade republicana onde são todos iguais, se deve defender a Democracia as instituições..mas também (com ênfase , provavelmente queria dizer "principalmente") os partidos...porque é que eu não estou admirado de ouvir semelhante arrochada?

Um verdadeiro republicano que quando olha para a sociedade vê primeiro os amigos e só muito depois o resto dos desgraçados a que um bom republicano chama de "o povo",numa óptica de massa disforme de pessoas sem vontade nem opinião.
A verdadeira republica acha que os partidos são uma espécie de empresa publico-privada qie o Estado deve salvar ciclicamente da sua própria incapacidade para se gerirem


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Ex Presidente Sampaio apela à defesa da Democracia portuguesa assente nos valores republicanos ,uma sociedade feita de homens livres e iguais, mas também defender os partidos...!?...ver o video

Então, se um partido não tem ideias, projectos e só vive para as suas necessidades próprias, numa óptica de favorecimento mafioso..deve a Sociedade protege-los?

De quê?...de eles próprios?..elegemos os partidos só porque fazem parte do "património"?...já agora o Governo italiano deve apoiar a Mafia

Um verdadeiro Presidente ou ex Presidente nunca faria semelhante afirmação.São os partidos que se devem regenerar por eles próprios ou perecer como qualquer associação de cidadãos falida de ideias e vontades

a ética republicana de 1910 em toda a linha!


bem haja

domingo, 15 de fevereiro de 2009

“Isto é do Povo” - Calma aí!

Quando se defende para Portugal uma Monarquia Parlamentar e Democrática, é porque, obviamente não se concorda com o regime actual, mas sobretudo, não se consegue perceber a lógica da chamada “Transição para a Democracia”, entre 1974 e 1976.

Quando se deu o Golpe dos Capitães a 25 de Abril de 1974, o chamado também Movimento das Forças Armadas, que por acaso até tinha jurado fidelidade à Constituição do regime anterior - e não estou aqui a defender o regime anterior - propuseram-se dar a Liberdade, a Democracia, acabar com a “questão de África” - descolonizar, portanto. Chamava-se a estes propósitos a política dos 3 D´s - Desenvolver, Democratizar e Descolonizar.

E vou pegar nesses três pontos, nesses três propósitos para tentar chegar a uma conclusão, lógica, coerente, relativamente à chamada “Transição para a Democracia”, isto é, para o actual regime político, a III Republica.

Desenvolver - este, é sem dúvida, um aspecto caricato e interessante de falar. Portugal no regime anterior chegou a ter a 4ª moeda mais forte do mundo, era um país industrializado, com grandes companhias uma delas e a maior de todas a CUF, era, sem dúvida, para alguns o “motor da Economia Portuguesa”. Certos Ideólogos culparam, incrivelmente as chefias destas empresas de “exploração laboral”, “maus tratos dos trabalhadores”, etc… Quando estas empresas, nomeadamente a CUF tinha uma acção social extremamente prestigiada. Em primeiro lugar, havia condições “na cidade industrial” para viver, desde supermercados, mercados, clínicas, bairros operários, escolas, ginásios, bares, e afins. A CUF, tinha o cuidado de ter em mente uma política que era já usual noutros países do mundo, que era a de dar as melhores condições de vida aos seus trabalhadores para que estes pudessem produzir bem. Ganhava a empresa com mão de obra qualificada, ganhava o trabalhador, havendo horas extras, estas eram pagas.

Na II Republica, disseram-me há tempos, algo que é verdadeiramente fascinante: havia o subsídio de desemprego que era dado não para que o desempregado, como acontece hoje, ficasse encostado em casa, mas essa pessoa era encaixada num local de trabalho onde até poderia acabar por ficar. Portanto havia incentivo ao trabalho e ao emprego.

E ainda vamos no primeiro D, de Desenvolver. Trabalhava-se a terra. Portugal tinha o sector primário em grande evolução, assim como o sector secundário, o da Indústria, portanto não era, como hoje, um país práticamente apenas e só ligado ao sector terciário.

O quê que aconteceu para que alguns falem de que a partir de 1975, quando a própria CUF estava no auge, de repente, se fala na “desindustrialização de Portugal”, e junto a isto, com a “Nacionalizações”, alegando que “a partir de agora, isto é do povo!”. Há aqui alguma coisa que me esteja a falhar? Como é que é possível que se destrua por dentro, uma empresa privada que dava emprego a centenas de milhares de trabalhadores e com os cuidados sociais que ela tinha? Isto tem lógica? Sinceramente, para mim não tem nenhuma lógica.

Se estamos a falar em Desenvolver o País, este mesmo País, não pode viver só de Serviços! Como é que a Economia de um País pode crescer, se as fábricas vão fechando, foram nacionalizadas “em nome do povo”, e só passando algum tempo lá privatizaram algumas e a CUF de hoje já não é o que foi?

Este neste fim de semana no Barreiro e bem vi toda a extensão da “Cidade Indústrial” que era a Companhia União Fabril e fiquei extremamente chocado com tudo o que lhe fizeram desde 1975 até hoje. Aparentemente a ideia é realmente destruir, por completo, algo que dava prestígio a Portugal, ajudava, e de que maneira, a nossa Economia a crescer e dava Trabalho aos Trabalhadores, tendo uma acção social absolutamente notável e igual ou até por vezes superior ao que já acontecia na época noutros países do bloco ocidental. Alguns “ambientalistas” diziam e ainda dizem, que a CUF poluia. Então na ex-URSS as fábricas deitavam um cheirinho a água de colónia? Perfume para as senhoras? É interessante saber que a própria CUF já media os níveis de poluíção em finais da década de 60!

Portanto, em termos de Desenvolvimento, os livrinhos da escola que rapazes da minha idade tivemos que comprar há uns anos e onde se dizia que Portugal era um país predominantemente agrário, é bom não esquecer que também era fortemente industrial. E a questão do desenvolvimento não pára aqui. Havia Escola Técnicas que formavam gente competetente para qualquer área de serviço público ou privado. Hoje, temos os tais Centros de Formação Profissional, que não lhes tiro o mérito, mas sinto que a competência faz-se com a excelência da formação profissional, pelo que, preocupa-me quem hoje é formado nas mais diversas áreas. Muitos quando até acabam Licenciaturas, nem a Tabuada, já sabem de cor! Chamam a isto Desenvolvimento?

Ah, falemos das Nacionalizações. A CUF, entre outras grandes companhias que eram o motor da economia portuguesa, mais os campos agrícolas foram nacionalizados, isto é, deixaram de ser privados e o Estado tomou conta, muitas vezes de uma forma abusiva e injusta terrenos, parques industriais que não lhe pertenciam e nos quais os proprietários, lutaram uma vida inteira com grande carinho pelos seus trabalhadores, lhes pagando bem, dando-lhes todas as condições de vida necessárias ao melhor desempenho possível, não só para bem da empresa, mas para bem do próprio trabalhador. E de repente, uns senhores revolucionários, lembraram-se de encostar uma pistola à cabeça do dono da CUF, no seu próprio gabinete, de um dia para o outro, e prenderam-no, ocuparam tudo em nome “do povo” e dos “trabalhadores”, espalhando a demagogia e falsas esperanças, a pessoas, que muitas delas mal tinham a 4ª classe, e portanto não percebiam o que realmente se estava a passar e de um momento para outro “ah isto agora é tudo nosso!” Desindustrializaram Portugal, ao longo destes últimos anos acabaram também com a produção agrícola; sendo que alguns terrenos em vez de serem propriedade de Portugueses são ocupados por Espanhóis, Holandeses, Alemães, etc… Basta ir ao Alentejo para ver!

O Desenvolvimento prometido, requereu, portanto o abandono de sectores vitais para a nossa Economia. Ainda voltando à questão da CUF, quando esta foi nacionalizada, estava no seu apogeu, sinceramente nem quero imaginar o que seria a CUF hoje em 2009, se não tivesse sido nacionalizada em 1975; certamente seria uma das maiores multinacionais do mundo, o que daria imenso prestígio ao nosso País.

É curioso como, em Portugal, quando se muda de regime, também se quer apagar a memória histórica do nosso povo. E já estou no segundo D, o de Democratizar. Certo que a II Republica, foi um regime de partido único; unica ideologia, uma Ditadura, com um Polícia Política, Censura, não se podia dizer mal do regime, enfim.. Mas que direito temos nós, de apagar a memória histórica do nosso povo? Sim era um regime autoritário, mas não nos podemos esquecer que desde 1928 até 1968, um senhor chamado António de Oliveira Salazar, que foi primeiro Ministro das Finanças e depois Presidente do Conselho de Ministros, livrou Portugal da II Guerra Mundial, criou uma Economia Planificada, que fez de Portugal um país bem perto do Desenvolvimento, não sofrendo tanto as mazelas da crise petrolífera de 1973, e por tudo isto, o nosso Escudo, a nossa antiga moeda nacional, chegou a ser a 4ª moeda mais forte do Mercado. Quando olhamos para estes aspectos, eu pergunto: Que direito temos nós, de alterar o nome da Ponte António de Oliveira Salazar para Ponte 25 de Abril? Isto também faz lembrar, obviamente, o que os republicanos da I Republica fizeram quando implantaram o seu regime e mudaram os nomes das ruas, edifícios publicos, etc… que tinham nomes da História da Monarquia Portuguesa para nomes que ninguém conhecia, ou quase ninguém, muitos deles, curiosamente ligados à Maçonaria; a mesma Maçonaria que esteve ligada, através do Grão-Mestre Magalhães Lima que conjuntamente com o Grão-Mestre da Maçonaria Inglesa, o Duque de Connaught, irmão do Rei Jorge V, impediu o casamento de Dom Manuel II com uma princesa da Casa Real Inglêsa, e mais, levou a que Downing Street não mexesse um dêdo na salvação da Monarquia Portuguesa, alegando que a aliança entre Portugal e a Grã-Bretanha passou a ser entre povo e não entre Dinastias!

Mas voltando à questão da Democracia. Sim, os Capitães de Abril deram-nos a Democracia, a liberdade de expressão, é por isso que posso ser Monárquico hoje, etc. Mas, nem tudo são boas notícias! Além de se ter permitido, algo que considero nojento que é procurar apagar a memória histórica de um povo, é também quando se pensa que o povo tem direito à escolha, surgir a partir de 1976 uma Constituição que impede aos Portugueses de poderem se pronunciar livremente sobre se um dia querem ter um Rei ou um Presidente na Chefia do Estado. Começou assim a Democracia propriamente dita com a aprovação da actual Constituição. Mas levou tempo a ser uma Democracia de caracter ocidental, ainda havia um Conselho da Revolução que só deixou de existir com a Revisão Constitucional de 1982!

Portanto um Regime que começa podre, podre acabará, mais cedo ou mais tarde e já estamos a sentir o cheiro da podridão deste regime, todos os dias na imprensa, lemos artigos de opinião a falar, de uma forma ou de outra em “crise de regime”.

Mas ainda falta um terceiro D - de Descolonizar. Portugal, pode-se dizer que esteve em Guerra “civil”, em África entre 1961 e 1974-75. Um conflito que nunca tocou as principais cidades, que estavam em expansão e cujos portos marítimos tinham acesso ao comércio internacional e obviamente grandes ligações com a metrópole. O conflito foi localizado, em todas, as então já chamadas “Províncias Ultramarinas”, no mato. Uma guerra de guerrilha, que em Angola, Portugal estava claramente a dominar a situação.

Podemos dizer, que é um facto, que era tempo de dar a Independência a essas mesmas Províncias Ultramarinas, mas Marcelo Caetano tinha uma ideia muito clara em como fazer isso. Segundo informações que me chegaram, estava-se a preparar um plano que iria levar à Independência das Províncias - uma transição pacífica de poder, que traria vantagens tanto para as Províncias (os novos Países) como para Portugal.

O que fizeram os senhores da “Transição para a Democracia”? Fizeram aquilo que se pode chamar a “política do abandono”! O abandono dos Portugueses que lá estavam a viver e que eram cidadãos nacionais e o abandono dos “nativos” que queriam que Portugal lá continuasse, mesmo que fosse de outra forma, criando, talvez uma Federação de Países Lusófonos, semelhante ao que existe hoje, e estou a recordar-me da Commonwealth Britânica.

Portanto, a questão central aqui, é que o principio da Soberania Popular que eu não contesto, tem muito que se lhe diga. As pessoas, convenço-me cada vez mais que é verdade, habituaram-se ao facto de que se viver em liberdade, pode-se fazer tudo, tem-se direito a tudo, e não há responsabilidade, responsabilização e deveres. Ora, quando eu digo no título deste texto “Isto é do Povo” - Calma aí, quero dizer que num Estado de Direito de Democrático, tem que haver um equilíbrio de poder, não pode ser tudo para o Povo e nada para o Estado, não pode ser tudo para o povo e nada para o Privado; tem que haver um equilíbrio na sociedade, porque quando não há esse equilíbrio é quando há precisamente ocasiões propícias a Ditaduras, grandes convulsões sociais, pobreza, desemprego, crise económica etc. Mas sobretudo é preciso entender que nada do que aprendemos hoje na Escola, nos manuais de História, pode corresponder ao que realmente foi a História de Portugal. Já alguém dizia que “os vencedores moldam a História à sua maneira”; e estou cada vez mais convencido de que é verdade; seja no que toca à Monarquia Constitucional que tivemos entre 1834 e 1910, tanto relativamente à II Republica, que apesar de Ditatorial, em termos económicos teve uma acção, quase que diria notávell em vários domínios.

Acima de tudo, hoje em dia, é preciso, uma “Revolução Cultural”. Não! Não estou a falar da Revolução Maoísta que matou inúmeros chineses! Estou a falar de uma mudança de mentalidade. E essa mudança de mentalidade só pode vir com a mudança de um regime político. A Democracia que nós Monárquicos defendemos, é um regime de liberdade de expressão, sem dúvida que sim, mas é também um regime de responsabilidade para com a Nação e o seu futuro. O futuro das próximas gerações. Todos nós Portugueses temos essa grande responsabilidade de deixar algo de positivo às próximas gerações, filhos, netos… Se não formos nós, mais ninguém o fará!

Acredito, piamente, que a Monarquia Parlamentar e Democrática pode começar por reindustrializar, reinvestir na agricultura e nas pescas, e melhorar os serviços públicos com uma nova política responsável. Um regime em que o poder executivo esteja todo centrado num Governo eleito, um poder legislativo que esteja todo concentrado num Parlamento eleito para legislar e fiscalizar, um poder eleitoral para votar e fiscalizar os eleitos, uma sociedade civil participativa na Democracia, uma imprensa livre e responsável, respeitando a dignidade da pessoa humana e uns tribunais verdadeiramente independentes e que não tenham que sofrer pressões de terceiros para funcionarem.

Portanto, isto é do povo, mas o povo é tão responsável pelo futuro de Portugal como são os políticos e quando reclama pelos seus direitos, que é legítimo, também tem que ter em atenção os seus deveres. Portugal está a atravessar uma gravissima crise economica; não é por acaso tal acontece. Como é que se quer uma Economia forte e competitiva quando mal há agricultura e industria nacional? Vamos viver dos serviços e do turismo? Portugal, ao longo da sua História, teve sempre gente notável que procurou inverter a tendência do facilitismo e da dependência externa. Essa mesma gente foi sempre posta de parte, criticada e injustiçada. Onde está a lógica disto?

Vamos continuar a viver dependentes de terceiros? Ou vamos ser patriotas, e atenção que não sou de extrema-direita, e vamos encarar o futuro com responsabilidade para que as próximas gerações não sofram como nós hoje sofremos com esta crise?

Vamos continuar a acreditar neste regime corrupto, a cheirar a mofo e a podridão, ou vamos exigir um Referendo Nacional para termos, à semelhança das nações mais desenvolvidas da Europa, uma Monarquia Parlamentar e Democrática? Do que é que estamos à espera?


Isto é do Povo, Portugal é do Povo, mas tem que ser liderado com seriedade e espírito de missão. E essa missão cabe ao Rei, representando o nosso País ao mais alto nível. Um Rei, isento, independente dos partidos políticos, conselheiro, graças á sua experiência dos Primeiro-ministros, finalmente representando da linhagem que ao longo de séculos representou e aceitou a missão de preservar a Memória Colectiva do nosso Povo, a Herança Histórica de todos nós.

A Republica falhou!

Viva a Monarquia!

Fonte: Blogue do PDR-Projecto Democracia Real


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Não


Leio, ouço, por muito lado que a forma actual de representação do Estado é o modo ideal, supra, único, de satisfazer a vontade e desejos deste povo. Ouço essas "vozes" reivindicarem a cada segundo das suas vidas este Estado percentualmente dividido. Essas "vozes", que se erguem muito alto, em dez-bicos-de-pés, para que todos ouçam essa "verdade" que lhes vai no bolso: a República, para a qual não pode haver alternativas. Não! Noventa e nove anos representados por políticos como "nós", e zeladores da "igualdade" entre todos! Não! Noventa e nove anos representados por políticos que apenas representaram os legítimos interesses, sem saber o enredo da nossa história, improvisadores, de guião de folhas em branco. A República. Nestes noventa e nove anos nunca houve tempo para pensar. Os primeiros anos derrotaram-nos. Os anos do meio, sacrificaram-nos. Os últimos anos hipotecaram-nos. E no meio de tanta evolução quantos presidentes – não comprometidos – por nós falaram? Enquanto não começarmos a ouvir as nossas vozes, e não o vozeirão instalado, não encontraremos o nosso Estado. Às vezes um passo atrás permite-nos ver em perspectiva – ver que Portugal se está a transformar numa "urna"! Não há que ter medo, de ousar outro regime; um que nos reporte enquanto País ao invés de reportar desígnios pessoais; não há que ter receio, muito menos desse medo de se perder a democracia. Há que dizer que precisamos de políticos em S. Bento, não queremos políticos em Belém.