segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Propaganda ou aflição?


Não existe hoje a menor dúvida acerca da vitalidade da ideia monárquica em Portugal. Tal como Miguel Esteves Cardoso um dia afirmou, os monárquicos são o "maior Partido clandestino em Portugal", atravessando longitudinalmente todos os outros. Um princípio que a todos une, monárquicos de esquerda ou de direita, consiste na firme posição de respeito e total reconhecimento das prerrogativas de D. Duarte, chefe da Casa de Bragança e legítimo depositário do legado de oito séculos de História da Monarquia em Portugal.

Nuno da Câmara Pereira tudo tem feito para prejudicar a difusão das ideias e princípios que são comuns à esmagadora maioria dos monárquicos portugueses e a prova consiste na queda sempre constante, do residual eleitorado do PPM. Partido com um passado desmedidamente importante para o número de votantes, o Partido Popular Monárquico foi uma das organizações políticas estruturantes do regime e ao Directório de Ribeiro Telles devemos a introdução na discussão pública, de temas que hoje são fundamentais para o porvir da sociedade e da própria ideia de Pátria. Muito pelo contrário, de NCP temos escutado todo o tipo de indelicadezas, falta de sentido da realidade e pior ainda, argumentos que servem perfeitamente os interesses da situação republicana abusivamente implantada há quase um século. Numa recente entrevista num programa de fait-divers televisivos, NCP até expressou a opinião de que ..."estamos muito bem assim", nesta república. Mas afinal, para que serve o PPM e quem serve NCP?

A absurda, grotesca e até embaraçosa - para si e para o Partido - guerrinha que NCP e os seus familiares (sr. Barreto?) e amigos (Poidamóni?) têm alimentado contra o Duque de Bragança, não é compatível com as pias intenções que o comunicado do PPM manifesta à imprensa.

Esta nova e vastíssima geração de monárquicos de todos os quadrantes políticos, encontra-se infinitamente mais preparada e capaz que as precedentes, olhando com perplexidade e expectativa, esta fuga em frente do ainda dirigente do PPM. Contudo há que dar o benefício da dúvida, pois qualquer homem é capaz dos mais abnegados e reparadores actos de redenção, alijando ódios ou ambições pessoais, em prol do interesse que a todos deve unir.

Se NCP arrepiar caminho, re-direccionando o PPM naquele sentido que todos esperam e desejam, já cá não estará quem o critique ou dele se afaste como coisa pestilencial. Pelo contrário, contará com a benevolência expectante que passará a merecer.

Conhecendo todos o espírito benigno do Duque de Bragança, arriscamos-nos mesmo a afirmar que o Senhor D. Duarte seria o primeiro a relevar ofensas e a receber de braços abertos, todos aqueles que iludidos por momentos de irreflexão, desejam unir-se a uma Causa que é capaz de finalmente unir os portugueses.


12 comentários:

O Jerónimo disse...

Portugal é dos portugueses. E o povo têm mais de 8 séculos. D. Afonso Henriques não pediu licença ao seu Imperador e primo para se fazer rei. Logo a monarquia portuguesa foi ilegal desde inicio? Não, porque o povo a apoiou. O Duque D. João II de Bragança foi contra o rei de Portugal, jurado por ele e restaurou uma dinastia portuguesa. O seu reinado foi ilegítimo bem como o dos seus descendentes? Não porque foi apoiado pelo povo. Também a República foi apoiada pelo povo quando vergonhosamente os monárquicos abandonaram El-Rei D. Manuel II, forçado a abandonar o país por um equivoco de um lenço branco.

Quanto a pretendentes ao trono, seriamos todos os portugueses. Basta lembrar o nosso grande Fernão Lopes " «Senhor, eu ei assaz trabalhado por mostrar com vivas razões e direitos que estes reinos são vagos de todo e a eleição deles fica livremente ao povo» ".
Viva Portugal

João Amorim disse...

Caro Jerónimo

Viva Portugal – é a única prosa onde estamos de acordo. O povo ter apoiado a república é uma das ignomínias do regime. Quanto ao "trono" tenha consciência que teria mais probabilidades de se candidactar como pretendente ao trono do que como candidacto ao penico da república.

Nuno Castelo-Branco disse...

Disso não tenho qualquer dúvida, João Amorim. A candidatura a Belém é uma mera hipótese, bastante académica, como sempre se viu. Só lá chega quem pode em termos de dinheiros (os robalos) e influências que se conhecem muito bem.

O Duque D. João II chegou a D. João IV, por várias razões, entre as quais estava o rasgar do estipulado "constitucional" em Tomar (pelos Filipes) e o interesse nacional. A política portuguesa sempre foi a ausência nos campos de batalha europeus. Ora, a chamada união ibérica tornou-nos inimigos dos inimigos de Espanha. Intolerável.

mangaru disse...

Se a candidatura a Belém é mera hipótese... a candidatura a rei então... está difícil pra...
Deixem-se de monarquismos, a sociedade evolui e não quer mais ter uma figura autoritária ( excepto alguns salarazentos que por ai andam ).
O que se devia actualmente discutir é como tornar o sistema actual ainda mais democrático e não o contrário.

NRC disse...

Caros JE e M., já que vêm aqui, podiam aprender qualquer coisa. Os vossos comentários são produto de ignorância.
Isto falando de História, que de política, cada um tem a sua.
Viva Portugal.

JSM disse...

Bem, o Manguru é o retrato da ignorância e da propaganda republicana que embruteceu e embrutece o país. Está a chamar atrasados aos espanhóis, aos ingleses, aos holandeses, aos suecos, aos japoneses, etc, porque nós aqui na santa terrinha é que somos espertos e evoluídos. Para este tipo de gente, produto típico do estado novo ( e chama ele salazarentos aos outros! - típico também) mas como dizia, para este democrata dos sete costados não há resposta para dar. Temos de nos conformar e esperar que cresça... políticamente.
Quanto ao Sr. Eleutério a questão é diferente, tem resposta, que é a seguinte: O Sr. Câmara Pereira olha para a chefia de estado monárquica com olhos republicanos, ou seja, pensa em candidatos ao lugar, naquele que lhe parece mais adequado, ou de acordo com o seu alto juizo, com mais legitimidade.
Não está preocupado com o regime mas com quem deve encabeçar o regime. Um republicano típico que se desconhece. Outra coisa seria o próprio Câmara Pereira sentir-se legitimado para restaurar ele a monarquia. Nessas condições as Côrtes decidiriam quem aclamar. Mas para isto era preciso ter coragem e ser coerente, o que não acontece.
Saudações monárquicas

O Jerónimo disse...

Caros blogistas

Creio que concordam que só tem piada publicar comentários no blog se existir polémica. Pessoalmente agradeço os comentários de JSM pelo que trazem de construtivo à discussão.

Já a NRC terei que dizer que antes de chamar ignorantes aos outros devia pensar um pouco. É a 2a vez que faz o mesmo tipo de comentário, em menos de uma semana, o que apenas demonstra deselegância e falta de perspicácia.

Sou republicano, mas acima de tudo português. Tenho orgulho no que de bom há no nosso passado, incluindo os reis e rainhas que desempenharam bem o seu papel.

Cordialmente JE

Carlos Velasco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
mangaru disse...

Bom, produto de estado novo não sou pois ainda nem embrionário era, de qualquer forma eu não estou a chamar nada a paises onde têm um rei como fachada... até acho que um rei fica bem como fachada.
Acho de qualquer forma que ter um cargo votável é preferível a ter um cargo herdável. Considero que não existe nenhuma desvantagem pois se o D. Duarte quizer poderá candidatar-se a presidente, enquanto Aníbal Cavaco Silva nunca poderia ser herdeiro do trono.
Nem sequer vou colocar a questão de com quem estamos mais bem governados.
Abraço Democrático!

Carlos Velasco disse...

Quanto ao papel do PPM de hoje, prefiro nada escrever.
Só direi que é bom ter em mente que, já antes de Dzerzhinsky, uma das tácticas mais utilizadas para se derrotar um movimento oposicionista era criar falsos movimentos de oposição para dividir o inimigo, conhecer os nomes dos insatisfeitos e exaurir as suas forças em acções estéreis.
Assim, considerando que no Portugal de hoje não faltam aprendizes de feitiçaria social, não é absurdo especular a este nível.
Só mesmo conhecendo o "quem financia quem" é possível ter certezas.

JSM disse...

Retiro a ignorância e a propaganda (que costumam andar ligadas) e faço eu um bocadinho de propaganda pegando na questão colocada por Mangaru - 'o que se devia actualmente discutir é como tornar o sistema actual mais democrático e não o contrário'!
Todos concordamos e por isso uns acham que em monaquia isso é possível e outros pensam o contrário. Infelizmente tenho que dissipar uma terceira via (e se calhar dar um desgosto ao Sr. Mangaru) porque o ser humano em séculos de civilização já inventou muita coisa, mas em termos da sua própria organização política só conseguiu conceber dois regimes - república e monarquia. Isto acontece porque o homem é básicamente o mesmo. E ao contrário do que muita gente pensa a monarquia surgiu posteriormente e para resolver um problema que a república não consegue resolver. Precisamente o problema que Mangaru equaciona sem se aperceber da casca de banana. É pelo facto de todos poderem aspirar (ao menos em termos teóricos) à chefia de estado que a república nunca consegue a estabilidade. E é por causa da eleição do chefe de estado que a república nunca consegue a unidade. Dou um exemplo grego - Esparta e Atenas só poderiam unir-se, ser Grécia, (civilizada e avançada) através de uma monarquia. A Grécia republicana existe hoje, tal como nós, inviável. Isto julgo que se percebe.
Concluindo - a monarquia é o triunfo da prática sobre a teoria e não como alguns pensam, do passado sobre o presente. A monarquia tem sempre futuro.
Saudações monárquicas

Laurus nobilis disse...

O movimento monárquico tem de ser supra-partidário. Se o PPM já teve um papel estruturante, quer para um elevado número de monárquicos, quer para a própria democracia, hoje em dia não passa de um reduto de uma família, sobre a qual não vou tecer comentários. Sinceramente, acho que ao movimento monárquico não lhe faz falta um partido mas, simplesmente, empenhar-se verdadeiramente em passar a sua mensagem ao povo e, já agora, também às estruturas partidárias, de uma forma simples e directa. O que está em causa em primeiro lugar é a forma de Estado que queremos. Só depois, somos todos de direita, do centro ou de esquerda...