domingo, 26 de julho de 2009

O papel dos militares durante a República-a eterna revolução redentora

Photobucket

«Nos conturbados 16 anos da I República, regime que algum do nosso estóico idealismo nos pintou como se Portugal fosse então a doce terra do pão e do mel, o Partido Democrático — partido eleitoralmente dominante, partido das clientelas do Estado e da empregomania — fracassou rotundamente na sua ainda assim patriótica intenção de republicanizar os militares. Republicanizar e democratizar as Forças Armadas pelo sistema miliciano, de inspiração suíça, coarctando os militares nos quartéis, felizes e impolíticos. Políticos para defender a República, impolíticos para atacá-la. Depois da Grande Guerra e da carnificina da Flandres, o Exército português, numericamente engrandecido e moralmente dizimado, apontou inexoravelmente as espingardas ao peito do regime.

Os militares invadiram a ribalta política sem apelo nem agravo. De 1917 a 1926, nos 26 governos empossados, 12 foram chefiados por militares; inúmeras altas patentes partilharam os louros e o Estado, mais os holofotes do Parlamento; dos quartéis brotaram legiões de salvadores da Pátria.(...)A ditadura militar brotou, nos anos 20, do fracasso da esquerda portuguesa.Não foi o revanchismo dos monárquicos nem o suborno dos monopólios que por si só liquidaram a I República — mas foi sobretudo a incapacidade da esquerda para promover e executar um projecto nacional, que concretizasse as enormes esperanças saídas do 5 de Outubro de 1910. Clamar o contrário é meter a cabeça na areia como a avestruz, é reduzir a política a um patético trocadilho teológico, é tomar o efeito pela causa — é não aprender com os traumas do passado....Ler o resto aqui»
José Freire Antunes in "História" nº1, pag 26-31 (Historiador,Jornalista em 1978 foi Adjunto Político do Primeiro Ministro de Portugal, Aníbal Cavaco Silva, entre 1989 e 1994, Deputado na X Legislatura e autor de: -A Desgraça da República na Ponta das Baionetas, 1978)

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Tal como a relativamente à Igreja, a dita república foi bastante eficiente na alienação da tropa. Digamos sem rebuços, que bem mereceu o miserável fim que os militares lhe deram.