O prazer impõe a franqueza; sempre achei. Aquela pessoa era má pessoa – mas eu diverti-me muito com ela. Fiquei a gostar dela. E daí? Não há ninguém que consiga desconvencer-me.
Moscovo é uma cidade horrível, mas, enquanto lá estive, só me apetecia cantar. E por aí a fora. O critério hedonista é mais profundo do que se pensa: se nos soube bem, é porque tem alguma coisa que não pode ser inteiramente má. E é boa, se calhar. Até porque calhou.
A façanha dos bloguistas insubmissos do 31 da Armada ainda hoje me faz sorrir. Só o protocolo da devolução e do intercâmbio das bandeiras (trocar uma bandeira do Boavista Futebol Clube, que representa Lisboa com “paixão ao quadrado”, por uma bandeira que já representou Portugal inteiro) é o suficiente para me oferecer um episódio perdido do Monty Python.
Bem sei que ainda não há muitos monárquicos – foi a revolução republicana que os criou. Mas a verdade é que já há mais do que havia. Ser monárquico não significa acreditar num monarca: significa acreditar no Parlamento e no povo que o elege. Os monárquicos não querem acrescentar nada: só querem restituir ao Parlamento eleito os plenos poderes que merece e de que precisa. Os Presidentes da República é que são reizinhos temporários, instados a interferir pifiamente.
Os monárquicos são os parlamentaristas. São pelos partidos. Defendem as divisões. É essa a parte que leva tempo a perceber. O Presidente da República é que é o intruso.
1 comentário:
Fora com eles que em 100 anos só nos chularam
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