sábado, 27 de setembro de 2008

A 'religião' republicana



A 'ética' republicana seguia várias modas. A geração ‘pré-ultimatum’ (Basílio Teles, Teófilo Braga, Sampaio Bruno, etc) trouxe o cientismo e o positivismo, vistos especialmente como antídotos para a religião. Esta fase ‘recupera’ o anti-clericalismo que marcara o início do período liberal. A vontade de conter a Igreja e a religião católica na sociedade portuguesa levam à tentativa de adopção de um substituto laicizado e para isso recorreram a outra moda recente, o positivismo.

O positivismo é a ditadura da ciência e foi usado pelos republicanos como complemento à anti-religiosidade primária que a grande maioria evidenciava. Era um racionalismo exacerbado, que ainda hoje se mantém em alguns sectores da sociedade portuguesa, e que resulta principalmente de uma visão utilitarista e redutora do ser humano, onde a dimensão transcendental é eliminada.

O fundamentalismo positivista era tal no seio dos republicanos que após o 5 de Outubro se realizaram humilhantes medições ‘anthropométricas’ aos jesuítas expulsos do país. Estas medições foram amplamente mostradas pelas revistas e jornais como prova de força da propaganda republicana. A medição dos crânios jesuíticos destinava-se essencialmente a legitimar a sua expulsão de Portugal. Para isso os republicanos contaram com o aparato da medida e a propaganda republicana encarregou-se de lhe dar um 'cunho' científico. Repetindo o acto do grande centralizador e 'democrata' Marquês de Pombal, que se notabilizou pela expulsão dos jesuítas, e usando métodos pouco dignos, os republicanos 'empurravam' mais uma vez a sua grande ética para as palavras que o vento leva. Jesuítas nascidos em Portugal, que tinham dedicado a sua vida ao nosso país, ensinando ou ajudando os mais pobres, e com tanto direito a por cá ficarem como qualquer republicano, eram ‘enxotados’ como cães pela intolerância da ‘ética’ republicana.

4 comentários:

Anónimo disse...

Afonso Costa era o campeão da anti clericalismo. Quando falou sobre as leis que projectava (Março de 1911), declarou peremptoriamente: «Em duas gerações Portugal terá eliminado completamente o catolicismo». Afonso Costa apenas revelava a mesma arrogância e desconhecimento do país que muitos políticos radicais da actualidade.

Anónimo disse...

«Em duas gerações Portugal terá eliminado completamente o catolicismo»
Não há provas que ele alguma vez tenha dito esta frase. Ele mesmo a desmentiu.
Além disso ele não era um verdadeiro "anti-clerical" no sentido que lhe querem dar, ele permitiu á igreja católica a sobrevivência.
Havia salários para os sacerdotes, havia liberdade religiosa.
Soó não havia privilégios.
Para um conservador católico do género CDS/PP qualquer laicista é "anti-clerical".
Enfim, retrógrados.

Anónimo disse...

Sim Afonso Costa é um santo e a foto do blog a medirem um crânio de um jesuíta é fotomontagem ? Não me diga que também os EUA não foram à Lua heheheheheh

Anónimo disse...

"também os EUA não foram à Lua"
Por acaso também não me acredito nessa teoria, mas já ouvi (ao contrário de si) alguns argumentos válidos sobre isso e fiquei com algumas duvidas por esclarecer.
Mas em fim, pessoas dogmaticas e fanaticas como o sr. nunca tem duvidas.