sexta-feira, 26 de junho de 2009

Desníveis, elevações e losangos no deserto empedrado



A reformulação do projecto para o Terreiro do Paço, limitou-se a limar algumas das mais agrestes e contestadas arestas do anterior. O arquitecto nomeado sem concurso público, decidiu que os aspectos fundamentais previamente apresentados, permanecerão mesmo que esbatidos. Os losangos que todos perceberam ser uma alegoria muito evidente, as raias alegadamente "evocativas de cartas de marear" e sobretudo as várias e ainda incompreensíveis variações que sobre-elevam ou desnivelam a praça na sua placa central e no torreão ocidental (poente), lá estão no projecto reapresentado. Da estátua equestre, não há notícia do seu pleno restauro em tudo o que isto implica.

A edilidade deve saber que os lisboetas gostariam de possuir uma praça mais aprazível e próxima da natureza, com a plantação de árvores* criteriosamente escolhidas. Mais importante que a simples exibição de uma muito contestada obra feita, a praça deve ser devolvida à gente de Lisboa. Esta clara necessidade que foi apercebida pela CML de meados do século XIX, é hoje desprezada pela persistência do vincar do espírito de uma carcomida autoridade, num deserto de pedra sem império. Para comemorar a república.

Eles não têm emenda e quando reconhecerem o erro será tarde demais.

* Se estiverem interessados, leiam a caixa de comentários do Público. Confirma o que aqui se diz.

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