quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Os novos ridículos

No inicio de Julho de 1913 a guarda republicana, como era apanágio na época, depois de deter alguns ardinas apanhados em “flagrante” distribuindo ideologia "rebelde", uma vez mais procedeu à apreensão do jornal “Os Ridículos”.
“Os Ridículos” era um bissemanário humorístico que se publicou em Lisboa desde 1895, dirigido por José Maria da Cruz Moreira, o “Caracoles” que em Setembro de 1897 foi substituído por “Auto-Nito”. Depois de um interregno, a sua publicação foi retomada em 1905, e nele colaboraram artistas como Jorge Colaço, Alberto Sousa, Silva Monteiro, Silva e Sousa e Stuart Carvalhais.
Ridículo mesmo é como o regime ainda hoje, complexado e porventura geneticamente comprometido, teima em ocultar o cariz opressivo da 1ª republica. Parece-nos de má consciência o sistemático patrocínio de uma estafada denúncia do Estado Novo, olvidando sempre os anos que o precederam: é com esta lógica politicamente desonesta que, à conta do erário público, a Bedeteca e a Hemeroteca Municipal apresentam até 31 de Dezembro, um conjunto de capas de "Os Ridículos" censurados, acompanhadas das respectivas provas enviadas para os serviços de censura do Estado Novo entre 1933 e 1945.
Temos pena que o intervalo de datas delimite tanto as escolhas para a exposição, pois se se recuasse por exemplo até 26 de Julho de 1913 podíamos observar um exemplar de “Os Ridículos” em que na capa se vê uma caricatura representando os polícias municipais que conduzem para a prisão os ardinas com exemplares de “Os Ridículos” na mão. Um dos polícias dirige-se ao dono da tabacaria dizendo: “Fora d’ahi com esse Talassa!” Comentário do Jornal: “Nova espécie de presos… políticos”.
Durante a 1ª república por diversas vezes edições de “Os Ridículos” foram apreendidas e censuradas. De resto o próprio jornal publicava repetidamente noticias sobre apreensões e encerramento de outras publicações. O tema daria uma interessante Exposição, e o centenário da republica será certamente boa ocasião. Nós por cá aceitamos o desafio.

Colaboração de Carlos Bobone

6 comentários:

Anónimo disse...

Os ridiculos era uma revista monárquica que difamava o nome de algumas das figuras mais importantes do regime, e a própria República.
Naturalmente que na altura da revolução, em que haviam inumeras tentativas de restaurar a monarquia (que acabaram fracassadas devido á falta de apoio popular, mesmo na provincia!) era necessário pelo sim pelo não evitar o pior, a queda do regime e restauração da monarquia.
Ridiculos era como se chamavam a eles próprios os criadores dessa revista, um nome muito bem escolhido pois todos os monárquicos são ridiculos, a começar pelo D. Duarte que faz rir qualquer um.

Nuno Castelo-Branco disse...

Este palhaço angariado pela CIA (vejam o nick), deve estar sempre de olho para deixar uma naquito de prosa. Olhe para a galeria de bestinhas que estiveram em Belém desde 1910 e não chateie. Vá, vá pedir-lhes um título de nobreza da república. Comendador de qualquer coisa, COM direito a tacho!

editor69 disse...

Nuno...não vale a pena chateares-te
com o speice_ai...poruqe como já bem foi por aqui dito...pelos comentários do sujeito...é um desempregado-avental profissional pra estar por aqui só a mandar "bujardas"...
a mim uma das vezes respondeu-me que eu não tinha argumentos...como se eu precisasse de lhos dar...outra...mandou-me ir rezar ou sei lá o quê...
para o coitado...monárquico é igual a católico...

PS:spice_eye...não vale a pena...não te responderei...cheiras a leite...vai mamar...vai

Jorge Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Santos disse...

Pra os dois reizitos:
Se não quiserem responder tudo bem, cada um fica na sua e quem vier aqui ao blog pela primeira vez vai dar-me razão ao ver apenas os meus argumentos.

zé piqueno, que eu saiba quem é "piqueno" é o sr.
Eu já sou maiorzito, não preciso de ir mamar.

Nuno Castelo-Branco disse...

Pois é isso mesmo o que certa esquerda anda a fazer há tempo demais: para uns reles 8% dos votos, está em todas, desde os ministérios, às fundações, empresas do Estado, assessorias, etc. Enfim, é a teta já mirrada da república, bem substituída pelo leite em pó da CEE.