sexta-feira, 8 de maio de 2009

Republica comemora centenário com novo "regicidio"

Já aqui foi lançado o aviso sobre as fortes ligações entre a Sociedade Frente Tejo e a Comissão do Centenário da Republica, na gestão de mais de 155 milhões de euros para fazer uma "expo" sobre o centenário da Republica.

Pois que a festa comece na Praça do Rei: o projecto para a Praça do Comércio foi "finalmente " apresentado, depois de ter sido mantido em segredo durante mais de um mês. Inclui um substancial alargamento dos passeios e grandes restrições à circulação automóvel. A calçada à portuguesa desaparece do local, enquanto o Cais das Colunas surge transformado numa plataforma circular.

Pois... leram bem... a duas das maiores referências da cultura portuguesa vão seguir o caminho do Rei D. Carlos e do Pricipe D.Luís Filipe e desaparecer debaixo da ignorância iluminada dos republicanos!



atentado
No desenho não se percebe mas a placa central está elevada

O rigor histórico é tanto que o arquitecto Bruno Soares escolheu a cor térrea para vincar a ideia de que até ao final do sec XIX a Praça não estava calcetada.
"A remodelação do Terreiro do Paço tem de ficar pronta a tempo das comemorações do centenário da República, que se realizam em Outubro do ano que vem. E embora o projecto ontem apresentado seja aquele que, em princípio, irá por diante, ele poderá vir incorporar sugestões ou alterações sugeridas por todos aqueles que quiserem participar neste debate.

Os desenhos serão colocados no site da Sociedade Frente Tejo a partir do próximo dia 12. O presidente desta entidade, o arquitecto Biencard Cruz, comprometeu-se ontem a “promover o envolvimento dos cidadãos” - “porque a praça é de todos, e não apenas dos especialistas” em urbanismo e arquitectura. "


Quem olhar para a imagem vê linhas cruzadas no pavimento junto às arcadas. Ali, o pavimento será de lioz e terá desenhadas umas linhas desencontradas que correspondem às rotas de navegação dos portugueses no séc. XVI tal como aparecem nas cartas da época... será?
Para outra interpretação podem até simular as trajectórias das balas dos vários regicidas que a República tão urgentemente quer comemorar... é que da Praça do Comércio não partiam as naus para as Descobertas pois sempre foi uma "Praça de poder" por estar junto ao Paço Real, forte simbolo do poder régio.
Mesmo quando esta era o Terreiro do Paço não se encontrava na trajectória de ser arrebatada da utilidade publica ao ser transformada num enorme espaço sem qualquer utilidade exactamente no eixo viário central de Lisboa.
Mais uma vez a república toma de assalto Lisboa para tomar para si o que é de todos e as reacções na blogoesfera foram várias e unânimes, trata-se de um atentado: Do Blogue Carmo e a Trindade" com o titulo "ACUDAM-NOS... que isto magoa a alma lusitana!!"
"Sr. Arqº Bruno Soares, tem V. Exa. toda a legitimidade de defender a sua dama, e tanto quanto me é dado a entender e respeitar, elaborar os projectos mais sui generis - e que menos me agradem - que entenda, contudo gostaria de requerer à autarquia que não permita o assassinato da calçada portuguesa naquele local.(...)
Agora vem o Sr. Arqº arruinar a calçada portuguesa tentando transformar o Terreiro do Paço em terra e losangos.
De facto, já não estamos no Séc. XIX para termos terra no terreiro, e não estamos no Séc. XXIII para termos losangos... Haja muita calma e paciência para aturar todas estas violências."


Já o blogue "Andarilho" disserta:"quer-me parecer que qualquer que fosse a solução encontrada para modernizar tão importante local, valioso património da cidade, a calçada portuguesa não deveria desaparecer. Conquistar os lisboetas também passa por respeitar a identidade e tradição da cidade."

O blogue "O Desproposito" lamenta o facto de não haver a hipotese de um Parque de estacionamento e da falta de "democracia" na forma como os projectos são apresentados
"triste, escrevo, triste, é o facto da proposta de desenho para a "nova" Praça do Terreiro do Paço estar (mais uma vez...) sujeita ao quase clandestino "estatuto" de segredo de estado..."
.
Comentário muito acertado sobre esta opinião, de um A.M:"vamos ser optimistas... como com isto agora do terreiro do paço (cada vez melhor...) é que vamos comemorar a "república" pode ser que ainda desistam do museu dos cochos de zoom em zoom até à vitoria final!..."

O Blogue 2711 termina com a frase lapidar: "Quando não se tem mais nada para fazer, triste ideia, luta-se contra a calçada portuguesa."

bem haja

12 comentários:

Nuno Castelo-Branco disse...

O atraso mental desta gentalha é avassalador. E já agora, para quando o restauro da estátua de D. José? dourada, como era à data da inauguração? Não deve haver dinheiro para essas ninharias, pois os 10 milhões do Centenário são mais importantes para esbanjar em presentes e banquetadas da jagunçaria.

Rui Monteiro disse...

Eu julgava que iam alterar a Praça Marquês de Pombal, os republicanos gostam tanto desse Rosa Cruz LOL

Carlos disse...

O Terreiro do Paço pombalino foi obra de arquitecto maçon, como até um leigo pode ver. A sinistra seita não abdica de tomar conta daquele local, o que é reafirmado com o Arq. Biencard que, tal como Judice, são fieis devotos do avental.
Triste é esta Pátria, guiada pelos filhos que trairam a sua alma.

Anónimo disse...

Nem uma única árvore, nem o mais pequeno arbusto. Nada de nada. O perfeito deserto, que bem representa o estado para onde esta República leva o país.

Maria Menezes disse...

Com aquela arquitectura medonha, a estátua de D.José fica mal ali. Deviam substituí-la por uma dum PR qualquer!

João Amorim disse...

Face ao regime em que estamos votados não tarda ainda mudam a toponímia para "Esplanada do Tacho".

Ricardo Gomes da Silva disse...

o arquitecto da coisa ou alguém mandatado para o efeito anda no despique comigo, aqui:
http://carmoeatrindade.blogspot.com/2009/05/acudam-nos.html

pelos vistos o tema tem pernas para andar.
Falo nisto porque é o 1º projecto arquitectónico do centenário republicano e temos de contestar isto até à medula..para além do museu dos "cochos" que vai servir só para apagar o nome de D. Amélia e substitui-lo pelo ministro da economia..o Pinho

bem haja

Jorge Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jorge Santos disse...

Sinceramente, acho que é de muito mau gosto da parte do arquitecto e de quem aceitou tal projecto (a câmara de Lisboa).
Pois afinal de contas estão a misturar uma arquitectura radicalmente oposta á dos descobrimentos (as tão famosas ruas largas e espaçosas e geométricas "traçadas a regua e esquadro") por uns riscos que segundo dizem é de homenagem aos descobrimentos.
Sinceramente acho triste que se apague assim a Lisboa pombalina.

Mas isto são opiniões. Naturalmente os srs. preferiam uma arquitectura mais ao género gótico, da idade média, ou melhor dizendo - da idade das trevas.

Nuno Castelo-Branco disse...

Não diga asneiras, Space... Vá até ao blog Estado Sentido e veja o que eu prefiro. Quanto à maioria das pessoas, penso que não querem ser enxovalhadas nem colaborar em mais roubalheiras betoneiras. nisto estamos do mesmo lado, não?

Anónimo disse...

Por favor olhem para o projecto! Onde é que o cais das colunas é uma meia lua? A maquete é representada com a maré cheia. Se olharem, as colunas encontram-se avançadas dentro da água.

Nuno Castelo-Branco disse...

Estou-me nas tintas para a maré cheia. O que repudio totalmente é a tal placa central que antes de ser imunda, não passa de uma estúpida provocação.