quinta-feira, 4 de junho de 2009

A república em 1910 e as restrições ao culto religioso


Com o 5 de Outubro de 1910 inicia-se um período de violenta perseguição religiosa em Portugal. A Igreja vive por esses dias um período de semi-clandestinidade durante o qual diversos membros do clero foram sujeitos à prisão, a maus tratos e à morte.
A seguir transcrevermos uma curiosa carta (reproduzida na imagem) escrita por Maria Júlia Carvalho Prostes pela altura das festas natalícias à sua filha:

Mª querida Maria Thereza,

Lisboa, 31-12-1910

Obrigada pelas tuas boas-festas, desejamos eu mtº do coração a ti, teu Marido, Sogra e Cunhada, as maiores felicidades, e o anno nôvo mtº prospero.
Aqui houve algumas Missas da meia noute, entre ellas S. Luiz, onde a Mª das Dôres foi com as Mendonças sendo por bilhetes e à porta fechada. Eu, como havia difficuldade nos bilhetes, fiz como costumo aos Sábados, jantei em casa Mª Archangela, e ali passei a noute. (...)


Agradeço à Conceição Mascarenhas a cedência da carta.

4 comentários:

Anónimo disse...

Fazer História é sem duvida esta pequena amostra. A verdadeira História faz-se na definição rigorosa dos factos. Por isso tenho esperança que se faça justiça aos monarquicos. E que tenham a mesma dignidade que tem qualquer outra ideologia.

João Távora disse...

Um forte abraço, caro Daniel!

Pedro Terra Lopes disse...

Muito obrigado pelo excelente "post", caríssimo João Távora! Um grande abraço!


Pedro Terra Lopes

Nuno Castelo-Branco disse...

O João Távora bem podia enviar um fac-simile à louçanagem. Ficam radiantes, dando-lhes uma "boa" ideia para o seu projectado "regime de liberdades"