segunda-feira, 28 de junho de 2010

O que era o Partido Republicano?

Este pequeno excerto é dedicado aos "historiadores" da Comissão do Centenário da República que "esforçadamente" se prestam a escrever e informar o povo português sobre a implantação da república em Portugal. A bem da verdade.

"Não confundamos: Ha que distinguir entre um partido e uma quadrilha: N'um partido nunca adveem divisões da simples circumstancia d'um partidario expor livremente as suas opiniões, discordar das opiniões dos outros, fazer a critica desapaixonada dos homens das coisas e dos factos. D'este simples incidente da vida ordinaria tão correcto, tão normal, resultam divisões? Intolerâncias? Aggravos? Represalias? Rancores? Desordens? Era uma quadrilha. Não era um partido. O partido republicano queria ser um partido, com nobres aspirações, com honrados intuitos? (...) Uniões d'esta ordem importam sempre a derrota dos homens honestos e sinceros; n'uma palavra: o triumpho do bandido."

Homem Christo. Banditismo Político. Madrid. 1913

8 comentários:

Anónimo disse...

Faça o favor de reparar o lapso. Não é Comissão do Centenário. É Quadrilha do Centenário.

M. Figueira

O Faroleiro disse...

Homem Christo foi um dos bons homens que tentou implantar uma honesta república.

Mudou de lado da barricada a partir do momento em que compreendeu o logro dos Democráticos do PRP.

A república é boa, os homens é que são maus !

João Amorim disse...

caro Bicho

Então será que pode dizer, o comunismo é bom os homens é que são maus? ou o fascismo é bom, os homens é que são maus? Visto desse prisma eu posso subentender que os maus regimes só dependem de bons homens para o não serem? Só faltava esta desculpa...

O Faroleiro disse...

Não é desculpa João, é uma realidade.

Veja o comunismo por exemplo, eu não estou de acordo com o regime porque acredito que não funciona, mas Marx não foi um facínora, Estaline por outro lado...

E encontra exemplos disso em tudo na vida, mas eu compreendo onde quer chegar; digamos assim, mais importante que o regime em si será a constituição adoptada, precisamente para evitar usurpação e abuso de poder.

Diga-me o meu amigo como uma monarquia constitucional teria mais armas que uma república constitucional para combater a mediocridade ? Eu só consigo vislumbrar uma resposta para isso na constituição !

João Afonso Machado disse...

Caro Nuno:
É a tal coisa - acredita ou não.
O Rei tem um espírito de serviço que o «programa» para só pensar no interesse nacional.
É claro que a natureza humana é falível!
Não saimos da ordem das probabilidades, por isso,. Sendo certo que a Monarquia acaba no exacto momento em que o povo a repudiar.
Veja o caso da Itália pós Guerra.

E veja que em Portugal assim não foi. Por isso houve de matar a Familia Real (escapou um rapaz de 18 anos!). E relaia e Ditosa Pátria de VPV que claramente diz que Portugal então não era republicano.
Agora é? Deixe-o ser. Ninguém o contraria. Ele (Portugal) é que sofre. Até descobrir a origem dos seus males (digo eu).
Abraço.

O Faroleiro disse...

Caro amigo.

De acordo com tudo o que diz, voltamos sempre à mesma tecla, não é que um Rei seja mau, é no fundo uma alternativa ao presidente, os mandatos é que cumprem tempos diferentes, pois o Rei também precisa de cortes para ser aclamado, em Itália o presidente também não é eleito por sufrágio directo, é o senado que o escolhe.

As diferenças não são grandes entre os dois regimes, é por isso que me custa a mim a compreender essa lógica de salvação nacional através da mudança de regime para uma monarquia, tenho que para mim, em termos práticos, não mudaria absolutamente nada, por ser assim prefiro escolher.

Ou melhor, prefiro o meu regime de eleição, o presidencialismo à americana, aí sim, alguém governa com estabilidade por 4 anos, no fim é avaliado e submetido a sufrágio, se for bom, tem um segundo mandato para cumprir, evitando a eternização no poder.

João Afonso Machado disse...

Caro Amigo:
acaba de pôr a questão em Presidencialismo/Monarquia.
Sabe que para mim é Monarquia/República.
Sem me alongar: um PR com todos os poderes (o nosso regime actual é Republica - sistema semi-presidencialismo).
Vê vantagens em dar mais poderes ao PR? Como no Sidonismo? Sem Parlamento, só com o AR?
É uma hipótese. Cada vez que penso num Soares ou num Sampaio nessa função, arrepio. Porque sou de Direita.
Um de Esquerda dirá: se vejo o Cavaco com tanto poder - abrenuncio!
Já vê onde quero chegar...

O Faroleiro disse...

Em todo o caso o sufrágio é sempre uma constante, e pela constituição torna-se impossível a existência de sidonismos ou salazarismos.

A vantagem do presidencialismo é a credibilidade do regime, o que prefere, um presidente que manda ou um pm que depende do bloco de esquerda para fazer aprovar legislação ?

Em todo o caso existiria um senado; eleito, pois claro, por ciclo uninominal, onde as regiões estariam representadas como os estados na América; claro que para isso seria necessário regionalizar, mas isso já é alongar o tema !

Em poucas palavras, estabilidade e credibilidade, isso sim, resolveria o problema pois a mudança iria fazer surtir um efeito imediato.

PS: e o termo não está errado, presidencialismo implica regime republicano pois claro, o meu eleito, V. já sabe quem seria !