sexta-feira, 4 de junho de 2010

Oliveira Martins - socialista, ministro progressista.


A leitura de «Vidas» de Maria Filomena Mónica acelerou hoje o Alfa. O capítulo sobre os "Vencidos da Vida" pareceu-me especialmente pertinente, nesta época de sinistro aldrabar da História. Oliveira Martins, republicano, socialista (laico?), diz-se por aí.
Ora em boa verdade, O.M. aderiu ao Partido Progressista em 1884. Integrara o movimento «Vida Nova», no fundo uma manifestação pró controle do excessivo protagonismo político dos partidos. É ele a alma dos «Vencidos da Vida», grupo jantante que, aliás, baptizou e do qual faziam parte 11 membros.
Foi administrador a Companhia de Caminhos de Ferro do Porto à Póvoa, ganhou fama comos seus Portugal Contemporâneo e História de Portugal, candidatou-se ao Parlamento pelo Partido Socialista, sem exito, e só pelo Partido Progressista seria eleito deputado pelo círculo de Viana do Castelo.
Dos Vencidos esperou, fundamentalmente, um apoio que o conduzisse a uma pasta ministerial. Obtetê-la-ia num governo progressista chefiado por José Dias Ferreira. Foi Ministro das Finanças, fugidiamente e frustrantemente. À data da sua morte, cria nas vantagens do dito «fortalecimento do poder real». Muito teria O. M. dado ao País, não fora o seu precoce desparecimento.
Em suma, de Oliveira Martins proudhoniano, ninguém duvidará. Um social-democrata, diriamos hoje. O O. M. jacobino ou «de punho erguido» só mesmo na imaginação dos refazedores da História, que nos compete, neste ano de sufrágio por Portugal, denunciar.

3 comentários:

O Faroleiro disse...

De acordo caro amigo, subscrevo.

Conheço pouco de Oliveira Martins, no período da regeneração a "estrela" foi o Fontes Pereira de Melo, já da corrente realista Coimbrã, destacavam-se mais figuras como o Eça e Antero de Quental, Oliveira Martins era uma figura mais científica nesse contexto da regeneração.

A regeneração marcou o fim dos Cabrais e um dos períodos de maior crescimento da nossa história rico em finanças e letras, poderemos chamar-lhe a revolução cultural Portuguesa.

Daí a colar a regeneração ao Jacobinismo não vão Quilómetros vão anos luz !

Um abraço.

João Afonso Machado disse...

Oliveira Martins interrompeu os estudos com a more do pai. Era o mais velho de 7 irmãos e foi preciso trabalhar para sustentar a familia. Foi um autodidacta.
Conheceu Eça no tempo do Cenáculo, massó mais arde se tornou grande amigo, dadas as adinidades literárias. Morreu em 189..., desiludido com a politica e os politicos. Escrevia muito bem e eu aconselh-o vivamente a lêr o Portugal Contemporâneo porque julgo que o vai deixar admiradíssimo.
Um abraço.

João Afonso Machado disse...

O.L. interrompeu os estudos com a morte do pai.Era o mais velho de 7 irmãos e teve de trabalhar para o sustento da família.
Conheceu Eça nos tempos do Cenáculo. A grande amizade veio depois, porque ambos escreviam. Morreu cedo, em 189..., absolutamente desiludido com a politica e os politicos.
Tinha sipmatias assumidas por D. Miguel, visto um seu avê ter combatido pelo lado legitimista.
Por isso, meu caro, se puder leia o Portugal Contemporâneo. Está muito bem escrito e vai deixá-lo admirado em muitos aspectos.
Um abraço