Foi ontem o último episódio da fantasia congeminada pela RTP1 sobre o Regicídio. No decurso de uma leitura qualquer, lá fui deitando o olho, a espreitar a macaqueação.
Assim dei com o inefável Afonso Costa, sem pêra nem bigode para não ser reconhecido pela polícia, a aviar a receita aos operacionais - matava-se o Rei, o Príncipe, o Infante e, por via das dúvidas, a Rainha também. «É pelo povo que vamos fazer isto!», proclamava triunfante.
Pelo povo! Aí vai uma família inteira - nas suas intenções - para a morte, como se assim salvasse a República a vida do Povo. Desse mesmo que logo em 1914 Costa e os seus capangas mataram às centenas nas ruas de Lisboa.
Enfim ocorreu o atentado. Os regicidas, manifestamente saiem da História ao contrário: como herois sacrificados, em vez de assassinos fanáticos. Quase entrei pela televisão dentro para abraçar o Tenente Figueira, após a mais bonita estocada de toda a História das Armas - aquela com que varou o Buiça.
Enquanto isso, no seu quartinho alugado, Aquilino Ribeiro embrulhava-se numa manta, a fazer de conta que acordara agora e não sabia de nada. Cobarde? Claro que não: apenas um revolucionário não assisso. Então e os outros? Bom esses também não eram assassinos - nem estavam engripados.
Ocorreu o intervalo. Na retoma, reviu-se a cena do crime. A República estava em tempo de antena, sinal de que o plebiscito se avizinha.
Por isso, os muitos depoimentos colhidos na rua, casualmente: a velhota senhoria de Aquilino, o oficialeco que libertou A. Costa, afinal todos refinados e apimentados republicanos... E o comentário final deste último, o insigne democrata mais conhecido por «racha sindicalistas» - «Proclamámos a República sem dar um tiro!».
A herança de caracter e verdade de A. Costa ainda hoje rende proveitosamente à classe política que serve a República.
1 comentário:
Mais uma "estória" de encomenda, ao serviço da Comissão do Tacho. Grandes estoriadores temos por cá.
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