segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O paralelismo do lixo.


Jaime Gama vem dizer, a propósito das Comemorações do Centenário que “quem gosta de recorrer ao paralelismo histórico, em regra, ou é um péssimo historiador ou um péssimo político sobre o presente. Portanto, devemos estudar objectivamente, com gosto de aprender, não com arrogância de opinar”. Mas, caro senhor Presidente da Assembleia da República, não são os historiadores melhores ou piores por recorrer ao paralelismo. Os historiadores só são maus historiadores se inventarem o Passado, não se se limitarem a narrá-lo. Por outro lado, maus são os políticos que, não conhecendo (ou, pior, conhecendo) o Passado, o repetem numa sucessão de asneiras e erros de palmatória. De resto, os políticos da república sempre foram maus. Lixo. Em 1910, como hoje. É um paralelismo inevitável, Doutor Jaime Gama.

Em cima, diálogo entre Azedo Gnecco, operário socialista e o jornalista João Paulo Freire em Março de 1910, em FREIRE, João Paulo - Homens do meu tempo. Porto: Livraria Civilisação, [1924], pp. 80-81.

1 comentário:

Nuno Castelo-Branco disse...

Nuno, desconfio bastante de uma coisa: saberá Jaime Gama quem foi Azedo Gneco?